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DIREITO PENAL V

Crimes Patrimoniais
Por Rafael Barcelos Tristão
.

ROUBO
  Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois
de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro
ROUBO
 Crime Complexo: atinge um plexo de bens
jurídicos (patrimônio, liberdade individual,
integridade física e vida)

 Sujeito Passivo: violência + patrimônio

 É possível ameaçar um terceiro visando o


patrimônio da vítima

Seria um furto com o elemento especializado da


violência ou grave ameaça
ROUBO
Elementares Normativas

 Violência: lesão corporal ou vias de fato

 Empurrões (se for para distrair a vítima seria furto)

 Puxar o bem (violência contra a coisa X contra a


pessoa)

Questão da trombada > violência contra o bem ou contra


a coisa
ROUBO
RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO.
TROMBADA. EMPREGO DE VIOLÊNCIA QUE RESULTOU
OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA DA VÍTIMA. DELITO
DE ROUBO. CONSUMAÇÃO DO DELITO. POSSE TRANQÜILA
DA RES FURTIVA. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ
E DO STF. 1. Tendo sido a vítima atacada e derrubada por um
trombadinha, inclusive com o comprometimento de sua
integridade física, lesão corporal, o delito é classificado como
roubo, e não como simples furto. Precedentes. (STJ, REsp
336634 / SP, 5ª turma, julgado em 20/05/2003)
ROUBO
Elementares Normativas

 Grave Ameaça: ameaça moral (visando atemorizar


a vítima)

 O mal injusto deve ser determinado (futuro e


imediato)
 Simulação de arma/brinquedo > idoneidade para
gerar grave ameaça
 Idoneidade da grave ameaça > circunstâncias
concretas possíveis/viáveis

E o “boa noite cinderela”?


ROUBO
Elementares Normativas

 Qualquer outro meio de redução da


resistência: soníferos, narcóticos, hipnose,
superioridade numérica

 Devem ser desacompanhados da violência ou grave


ameaça

 A liberdade individual não está plenamente


garantida

A redução da resistência deve ser produzida pelo agente


(se for pela própria vítima haveria furto)
ROUBO
Crime Impossível (vítima sem patrimônio)

 1ª corrente: seria roubo pela pluriofensividade da


conduta (crime complexo > o ato continua a ter
relevância penal somente pela violência ou grave
ameaça)

 2ª corrente: trata-se de crime patrimonial, logo, se


inexiste patrimônio estaríamos diante de um crime
impossível

Podendo caracterizar o crime de ameaça (Art. 147 do CP);


constrangimento ilegal (Art. 146 do CP) ou lesão corporal
(Art. 129 do CP)
ROUBO
Impróprio

 Violência ou grave ameaça para a assegurar a


impunidade ou detenção da coisa (“furto que deu
errado”)

 Devem ser empregadas “logo após” a subtração

 Não se admite a utilização dos meios genéricos para


a execução (violência imprópria)

 § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a


coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
ou para terceiro.
ROUBO
Impróprio (Diferenças para o Roubo Próprio)

 i) Momento do emprego da violência ou grave


ameaça (após a subtração)

 ii) Finalidade da violência (impunidade do crime ou


a detenção da coisa)

 Também denominado de roubo por aproximação

Tentativa: 1ª corrente: não é possível (majoritária) e 2ª


corrente: tenta empregar a violência e não consegue
ROUBO MAJORADO
Emprego de Arma

 Lei 13.654/18: o aumento de pena só deve haver com


a utilização de arma de fogo (arma branca >
mudança benéfica)

 É necessário o emprego efetivo da arma


(insuficiente o mero porte)

 Pacote anticrime > arma branca (aumento de 1/3) e


arma de fogo (aumento de 2/3)

Arma de fogo de uso restrito e uso proibido a pena


dobrada, conforme § 2º-B do Art. 157 do CP
ROUBO MAJORADO
Emprego de Arma

 Não apreensão da arma: pode majorar se for


comprovada por outros meios (inversão do ônus da
prova para a defesa)

 Inidoneidade lesiva da arma: não majora a pena


(a arma deve ter capacidade de efetuar disparos e
ser apreendida)

Princípio da Consunção > o crime de porte/posse é


absorvido pelo roubo (meio para a realização do fim)

Arma de Brinquedo: Súmula 174 do STJ (revogada) > não


autoriza o aumento de pena
ROUBO MAJORADO
Emprego de Arma (STJ)

É prescindível a apreensão e perícia da arma de fogo para a


caracterização de causa de aumento de pena prevista no art.
157, § 2º, I, do CP, quando evidenciado o seu emprego por
outros meios de prova (STJ, JT edição 51, 2015, item 6)

A utilização de arma sem potencialidade lesiva, atestada por


perícia, como forma de intimidar a vítima no delito de roubo,
caracteriza a elementar grave ameaça, porém, não permite o
reconhecimento da majorante de pena (STJ, JT edição 51, 2015,
item 8)
ROUBO MAJORADO
Emprego de Arma (STJ)

O crime de porte de arma é absorvido pelo de roubo quando


restar evidenciado o nexo de dependência ou de subordinação
entre as duas condutas e que os delitos foram praticados em
um mesmo contexto fático o que caracteriza o princípio da
consunção (STJ, JT edição 51, 2015, item 9)

A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo concurso


de pessoas e/ou emprego de arma de fogo não constitui
motivação suficiente, por si só, para justificar a imposição de
regime prisional mais gravoso, na medida em que constituem
circunstâncias comuns à espécie (STJ, JT edição 51, 2015, item
10)
ROUBO MAJORADO
Explosivos

 Aumento de 1/3 > §2º, VI – se a subtração for de


substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego     

 Aumento de 2/3 > §3º, II – se há destruição ou


rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum

Crítica > destruição/rompimento são elementos do furto


qualificado
ROUBO MAJORADO
Restrição da liberdade da vítima

 Deve ocorrer por tempo juridicamente relevante


(pex: abandonar a vítima em local distante)

 A ocorrência deve se dar em conjunto com o roubo


como garantia contra a ação policial/garantia da
subtração

 Aumenta a impossibilidade da vítima de oferecer


reação ou recuperar os bens

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo


sua liberdade
ROUBO MAJORADO
Restrição da liberdade da vítima

 Se for praticado após a consumação do roubo pode


caracterizar sequestro (Art. 148 do CP)

 Diferente do “sequestro relâmpago” > ações que


dependem da atuação da vítima (pex: saques e
utilização de cartões)

Art. 158, § 3º do CP > Se o crime é cometido mediante a restrição da


liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.    
ROUBO
Questões Especiais

 Mais de uma majorante: influência na dosimetria


(uma majora e a outra influencia a primeira fase)

 Súmula 582 do STJ: Consumação no Roubo


(inversão da posse, ainda que breve)

Súmula 443-STJ: O aumento na terceira fase de aplicação


da pena no crime de roubo circunstanciado exige
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a
sua exasperação a mera indicação do número de
majorantes
ROUBO QUALIFICADO
Qualificado (Latrocínio)

§ 3° Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave,


a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, alem da multa;
se resulta morte, a reclusão é de quinze a trinta anos, sem
prejuizo da multa.
§3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.             (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.             (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)  
               
ROUBO QUALIFICADO
Qualificado (Latrocínio)

 § 3º  Se da violência resulta: 


(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018):        I – lesão
corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa; II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
30 (trinta) anos, e multa.                
ROUBO QUALIFICADO
Qualificado (Latrocínio)

 Morte ou lesão corporal grave (graves ou


gravíssimas)

 A lesão corporal leve é absorvida pela elementar


“violência” do roubo simples

 O resultado pode se dar tanto a título de culpa/dolo

Não é um crime preterdoloso (culpa no antecedente dolo


no consequente), mas sim qualificado pelo resultado
ROUBO QUALIFICADO
Latrocínio (§3º)

 Morte decorrente da grave ameaça > não é


latrocínio (resultado é agravador deve resultar da
violência)

 Várias vítimas > verificação na dosimetria (artigo 59


do CP)

 Morte do comparsa > não configura latrocínio (não


é meio ou modo de agravar a atuação no roubo)

Morte decorrente da violência imprópria > não é


latrocínio (roubo + homicídio/lesão corporal)
ROUBO QUALIFICADO
STJ, Informativo 472, 6ª turma
LATROCÍNIO. PENA-BASE. MÍNIMO LEGAL. A Turma reduziu a pena do
paciente condenado pelos crimes de roubo seguido de morte e corrupção de
menores por entender que os fundamentos utilizados pelo magistrado
sentenciante para fixar a pena-base acima do mínimo legal foram genéricos e
inerentes ao próprio tipo penal. In casu, o juiz entendeu, no tocante
ao latrocínio, ter o réu agido com culpabilidade elevada pelo fato de ele ter
efetuado, juntamente com um menor, disparo de arma de fogo contra a vítima.
Entretanto, consignou o Min. Relator que, além de o paciente também ter sido
condenado pelo delito autônomo do art. 1º da Lei n. 2.252/1954, o resultado
morte - somente alcançado por meio do disparo - já integra o tipo penal.
Ademais, salientou que a justificativa referente à motivação econômica do
apenado é inerente aos delitos contra o patrimônio, ressaltando que a
circunstância de a conduta ter sido perpetrada em via pública de madrugada
não representa desvalor que ultrapassa o modus operandi comum a esses
crimes. HC 150.231-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/5/2011.
ROUBO QUALIFICADO
Tentativa Latrocínio (hipóteses)

 Não Subtração + Não Morte = Tentativa

 Subtração + Morte = Consumação

 Não Subtração + Morte = 4 correntes: i) Latrocínio


Consumado (STJ); ii) tentativa de Latrocínio; iii)
homicídio qualificado + roubo tentado e iv)
homicídio qualificado

 Subtração + Não Morte = 2 correntes: i) Tentativa


de Latrocínio (STF) e ii) Tentativa de Homicídio
Qualificado
ROUBO QUALIFICADO
Tentativa Latrocínio (hipóteses)

Súmula 610 do STF > Há crime de latrocínio, quando o


homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a
subtração de bens da vítima
ROUBO QUALIFICADO
Latrocínio (STJ)

 Há tentativa de latrocínio quando a morte da vitima


não se consuma por razões alheias à vontade do agente
(STJ, JT edição 51, 2015, item 13)

Há concurso formal impróprio no crime de latrocínio


nas hipóteses em que o agente, mediante uma única
subtração patrimonial provoca, com desígnios
autônomos, dois ou mais resultados morte (STJ, JT
edição 51, 2015, item 15)
ROUBO QUALIFICADO
STJ, Informativo 471, 5ª turma
LATROCÍNIO. PATRIMÔNIO. CASAL. Na espécie, o paciente foi condenado
pela prática de dois crimes de latrocínio - um consumado e outro tentado - em
concurso formal. Na impetração, sustentou-se que os delitos foram praticados
contra um casal, o que caracterizaria violação de apenas um patrimônio,
devendo ser reconhecido, portanto, o cometimento de crime único. Nesse
contexto, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, denegou a ordem
de habeas corpus por entender que o fato de as vítimas serem casadas não
necessariamente significa que os objetos subtraídos de sua residência
compunham um patrimônio comum indivisível. Segundo salientou o Min.
Relator, mesmo nas hipóteses de os cônjuges adotarem o regime da comunhão
universal, há bens que não se comunicam, como os do caso: foram subtraídos,
entre outros itens, um par de alianças de ouro e quantia em dinheiro
proveniente, ao que tudo indica, da aposentadoria por eles recebida. Concluiu,
portanto, que, in casu, foram cometidos dois crimes contra duas vítimas
diferentes mediante uma única ação e lesão a mais de um patrimônio, o que
caracteriza o concurso formal nos termos do art. 70 do CP, ainda que as vítimas
fossem casadas civilmente. HC 122.061-RS, Rel. originária Min. Laurita Vaz,
Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 3/5/2011.
EXTORSÃO
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena
de um terço até metade.
        § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
EXTORSÃO
Semelhanças com o Roubo

 Ambos os crimes se utilizam da violência ou grave


ameaça para subjugar a vítima

 Majorantes semelhantes

 Qualificação morte/lesão corporal grave (crimes


hediondos)
EXTORSÃO
Diferenças com o Roubo/Estelionato

 Roubo = mal futuro iminente (próximo) + proveito


contemporâneo (toma-se a coisa)

 Extorsão = mal é futuro (se fizer/não fizer) +


proveito a termo (obriga a vítima a entregar a coisa)

 Estelionato = a vítima entrega a coisa, mas


mediante o engano pela fraude (em erro)

Constranger (imprescindível a colaboração da vítima)


X
Subtrair (prescindível a participação da vítima)
EXTORSÃO
Diferenças com o Roubo

 “Indevida vantagem econômica” > objeto mais


amplo que o furto (pex: bens imóveis)

 Não pode ser praticado mediante violência


imprópria (legalidade)

 Gênero do crime constrangimento ilegal

E a vantagem devida?
Vantagem sem finalidade econômica (pex: art. 146 do CP)
Exercício arbitrário das próprias razões (Art. 345 do CP)
EXTORSÃO
Diferenças com o Estelionato

 Estelionato = a vítima entrega a coisa, mas


mediante erro/ardil (engano pela fraude)

 Ausência de violência ou grave ameaça (marcos da


extorsão)

 Violência ou grave ameaça após o ardil (concurso de


crimes)

Princípio da Consunção
Falso Sequestro (Súmula 96 do STJ > local do
constrangimento)
EXTORSÃO
Extorsão e Concurso de Crimes (STJ)

 Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os


crimes de roubo e de extorsão, pois são infrações penais de
espécies diferentes. (STJ, JT edição 51, 2015, item 4)

Há concurso material entre os crime de roubo e extorsão


quando o agente, após subtrair bens da vítima, mediante
emprego de violência ou grave ameaça, a constrange a
entregar o cartão bancário e a respectiva senha para sacar
dinheiro de sua conta corrente.(STJ, JT edição 51, 2015, item
3)
EXTORSÃO
Diferenças com a Concussão (Art. 316 do CP)

 Conhecida como a “extorsão do funcionário


público”

 O temor deve ser provocado em razão da função


pública (pex: batida no bar visando achar drogas)

 Não há uso de violência ou grave ameaça (“exigir”)

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou


indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida:
EXTORSÃO
Meios de Efetivação do Constrangimento

 Faça

 Tolere que se faça

 Deixe de fazer

No crime de extorsão, a ameaça a que se refere o caput do art.


158 do CP, exercida com o fim de obter a indevida vantagem
econômica, pode ter por conteúdo grave dano aos bens da
vítima (STJ, JT edição 87, 2017, item 2)
EXTORSÃO
STJ, Informativo 598, 6ª turma

Configura o delito de extorsão (art. 158 do CP) a conduta de agente que


submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a
atemorizá-la e compeli-la a realizar o pagamento de vantagem
econômica indevida. Cinge-se a controvérsia a saber se a grave ameaça de mal
espiritual pode configurar o crime de extorsão. O trabalho espiritual, quando
relacionado a algum tipo de credo ou religião, pode ser exercido livremente,
porquanto a Constituição Federal assegura a todos a liberdade de crença e de
culto. No entanto, na hipótese dos autos, houve excesso no exercício dessa
garantia constitucional, com o intuito de obter vantagem econômica indevida, o
que caracteriza o crime do art. 158 do CP. A acusada, de uma situação inicial, em
que foi voluntariamente provocada a realizar atendimento sobrenatural para
fins de cura, interpelou a vítima em diversas oportunidades e a convenceu,
mediante ardil, a desembolsar vultosas quantias para realizar outros rituais, não
solicitados.
EXTORSÃO
STJ, Informativo 598, 6ª turma
Fez a vítima acreditar que estava acometida de mal causado por entidades
sobrenaturais e que seria imprescindível sua intervenção, solicitando, para
tanto, vultosas quantias. Mesmo depois de expresso pedido de interrupção dos
rituais, modificou a abordagem inicial e passou a empregar grave ameaça de
acabar com a vida da vítima, seu carro e de causar dano à integridade física de
seus filhos, para forçá-la a desembolsar indevida vantagem econômica. A
ameaça de mal espiritual, em razão da garantia de liberdade religiosa, não pode
ser considerada inidônea ou inacreditável. Para a vítima e boa parte do povo
brasileiro, existe a crença na existência de força ou forças sobrenaturais,
manifestada em doutrinas e rituais próprios, não havendo falar que são
fantasiosas e que nenhuma força possuem para constranger o homem médio.
Os meios empregados foram idôneos, tanto que ensejaram a intimidação da
vítima, a consumação e o exaurimento da extorsão. (REsp 1.299.021-SP, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em 14/2/2017, DJe
23/2/2017)
EXTORSÃO
Crime Formal (Jurisprudência)

 “(...) com o intuito de (...)”

 "O crime de extorsão consuma-se


independentemente da obtenção da vantagem
indevida” (Súmula 96 do STJ)

 Obtenção da vantagem econômica (exaurimento)

O crime de extorsão é formal e consuma-se no momento em


que a violência ou a grave ameaça é exercida,
independentemente da obtenção da vantagem indevida (STJ,
JT edição 87, 2017, item 1)
EXTORSÃO
Crime Formal (Doutrina)

 Tentativa > Vítima não se submete a vontade do


autor, houve simples constrangimento (Bitencourt)

 Consumação > Realização do comportamento pela


vítima (fazer, tolerar ou deixar de fazer)

 Exaurimento > Obtenção da indevida vantagem

Se consuma com a realização do comportamento


(fazer/tolerar/deixar de fazer) > pex: depósito/ saque > prisão
em flagrante)
EXTORSÃO
Crime Formal (doutrina – Nucci e estágios da
extorsão)

 1º > o agente constrange a vítima mediante violência


ou grave ameaça
 2º > a vítima se submete a vontade, fazendo ou
deixando de fazer algo
 3º > obtenção da vantagem pelo agente
EXTORSÃO
Sequestro Relâmpago

§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da


liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
EXTORSÃO
Sequestro Relâmpago

 Constrangimento ilegal

 Especial fim de obtenção de vantagem econômica

 Restrição da liberdade da vítima como condição


necessária/meio para a obtenção da vantagem
(Pex: vítima ser levada para terminal de saque)

A restrição da liberdade pode se transformar o crime em


extorsão mediante sequestro (contato com familiares ou
terceiros para fornecimento do resgate)
EXTORSÃO
Sequestro Relâmpago (diferenças)

 Extorsão mediante sequestro > vantagem como


condição ou preço do resgate

 Roubo pela restrição da liberdade da vítima >


facilitar a subtração/impunidade do roubo

EmS > necessário dissenso da vítima (liberdade


condicionada à vontade do agente)
EXTORSÃO
Liberdade e Crimes Patrimoniais (Síntese)

 Majorante no Roubo > meio de execução +


garantia contra ação policial

 Sequestro Relâmpago > restrição da liberdade


como condição/meio para a obtenção da vantagem

 Extorsão Mediante Sequestro > vítima mantém


contato com terceiros para assegurara sua liberdade
mediante o fornecimento de vantagem econômica
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter,
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:                 
Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90                 
 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
        Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
 Sequestrar a pessoa com o fim de obter: qualquer
vantagem indevida + como condição para
liberdade/preço do resgate

 Se a vantagem for devida > exercício arbitrário das


próprias razões (art. 345 do CP)

Privação da liberdade da vítima, conforme os seguintes


elementos: i) retirada da livre circulação da vítima; ii)
dissenso expresso ou implícito e iii) finalidade de obter
qualquer vantagem
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Formas Qualificadas e Privilégio

 Duração do sequestro (mais de 24hs) ou idade de


vítima (menor de 18 ou maior de 60)

 Lesão Corporal Grave ou Morte

 §4º > espécie de delação premiada (concorrente que


facilita a libertação da vítima mediante o
fornecimento de informações) > redução da pena
(1/3 a 2/3)

Recebimento da vantagem > exaurimento

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