Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Antecedentes Históricos
Um palácio para guardar doudos
Uma nova
especialidade surge
no cenário científico
do Brasil. O
alienismo tira os
loucos da tolerância
e a caridade das
ruas para a
reclusão
terapêutica.
Pavilhão Bourneville, no Hospital Psiquiátrico
da Praia Vermelhe - 1942
Dr. Teixeira Brandão, considerado por muitos o
Pai da Psiquiatria brasileira, tinha como um dos
principais alvos de suas críticas, as irmãs de
caridade, que mandavam mais que os médicos
nos hospícios. Este fato marcou o rompimento
definitivo entre o tratamento psiquiatrico, a
religião e as Santas Casas.
Lei de 1903
Dr. Teixeira Brandão, conseguiu aprovar
pelos republicanos uma lei que garantia
ao psiquiatra o monopólio do
conhecimento e da intervenção sobre a
loucura.
Durante anos estes objetos e documentos
permanecem guardados e esquecidos no Pavilhão
Antônio Carlos do Hospital Colônia.
-Fim do séc. XIX
O atendimento aos doentes mentais é dado nos porões das Santas Casas. (Diamantina e
São João Del-Rei)
Um movimento nacional inicia a construção de colônias em vários estados da
Federação.
-1900
É criada pela lei estadual nº 290, de 16 de agosto, a Assistência aos Alienados de
Minas Gerais, departamento vinculado à Secretaria do Interior.
-1903
Em 12 de março é inaugurado o Azylo Central de Barbacena, no prédio do Sanatório.
Dr. Joaquim Dutra é o primeiro diretor.
-1920
Para controlar o grande número
de internações em Barbacena é
criado em Belo Horizonte o
Pavilhão de Observação, mais tarde Instituto de
Neuropsiquiatria, hoje Instituto Raul Soares.
-1922
São inaugurados os prédios, do Departamento “B” (Colônia) destinados
aos pacientes do sexo masculino. Permanecendo o feminino no
departamento “A” também chamado de “Assistência”.
-1927
Criado o Hospital Colônia de Oliveira (MG).
-1930
Getúlio Vargas torna-se Presidente. Religiosas da Congregação Vicentina
auxiliam no tratamento dos doentes e passam a viver no Hospital.
Montes de capim eram utilizados como camas mesmo nos rigorosos invernos de
Barbacena (leito chão)
-1934
O Azylo passa a ser hospital Colônia de Barbacena. A construção
de vários pavilhões não consegue receber o número crescente de
transferências para Barbacena que ganha o estigma de “Cidade dos
Loucos”. O social e a loucura se confundem.
-1935
O Dr. Jorge Teixeira Assume a direção do Hospital Colônia. Dois
anos depois, passa a direção para o Dr. José Cezarim.
-1940
Doentes mentais, além de sifilíticos,
tuberculosos, deficientes e marginalizados
em geral contribuem para o inchaço da
população interna que chega a 3500 pessoas.
A média de óbitos é 700/ano, a maioria por
diarréia.
-1946
O Dr. José Teixeira volta à direção do
Hospital Colônia.
Anos 40. Mais de 3.500 internos. 700 óbitos por ano. O Hospital passa
A ter um cemitério exclusivo para os seus pacientes.
-1951
O Dr. Oswaldo Fortini é nomeado
diretor do Hospital Colônia. Dois
pavilhões com capacidade para 500
pacientes são inaugurados.
-1955
Além da Colônia, Barbacena já conta
com quatro clínicas particulares em
funcionamento. O Dr. José Concéssio
Filho é nomeado Diretor.
-1958
Início das denúncias pela imprensa sobre as péssimas
condições de vida no Hospital Colônia que passa a ser
dirigido pelo Dr. Omar de Araújo Lima.
-1961
É inaugurado o Hospital Neuropsiquiátrico Galba Veloso,
surge uma nova geração de psiquiatras com a implantação da
residência em psiquiatria pelo Dr. Jorge Paprocki.
-1964
Golpe Militar
-1966
A população de internos chega a 4.817 pessoas. O Dr.
Geraldo Xavier Pereira de Souza é nomeado diretor.
-1967
O Dr. Oswaldo Fortini volta a dirigir o Hospital
Colônia.
-1968
O Hospital Colônia passa a integrar a Fundação Estadual de
Assistência Psiquiátrica (FEAP).
-1969
Denúncias do psiquiatra Francisco Paes Barreto causam
polêmica. O Dr. José Theobaldo Tollendal assume a direção a
direção do Hospital Colônia.
-1971
O Hospital de Barbacena é mostrado pela imprensa como uma
estrutura violenta, com instalações precárias e alto índice de
mortalidade. Os convênios para o fornecimento de cadáveres às
faculdades de Medicina chocam a opinião pública ao longo da
década.
Manchete do Jornal
“O Fluminense”, de 21
de junho de 1980
O Comércio da Morte
No final dos anos 60 corpos de pacientes eram vendidos
para faculdades de medicina de todo País
A “Carrocinha da Morte”
Anos 50
A “Carrocinha da Morte”
Anos 70
15 cadernos. Período documentado: Agosto/69 a Junho/81
Em 1969, cada corpo vendido pelo HC custava Cr$ 50,00
Em 106 meses, o HC comercializou 1853 corpos. 18 corpos/mês em média
Só no mês de Junho de 1971, foram vendidos 137 corpos. Ao final deste ano,
624 pessoas viraram “peças anatômicas”
Caderno de compra de cadáveres para a Faculdade de Medicina de Pouso Alegre
Caderno de anotações da Universidade de Vassouras, que adquiriu 180 corpos
Instituição Corpos adquiridos
-1979
A falência terapêutica e estrutural da instituição
é fartamente denunciada pela imprensa e
especialistas.
Em 1979, em meio às denúncias feitas pela série de reportagens “Nos porões da loucura” escrita pelo jornalista
Hiram Firmino, acontece o III Congresso Mineiro de Psiquiatria.
•Proibida a transferência de pacientes do Raul Soares para Barbacena.
-1983
O Dr. Geraldo Itamar Pinto é o novo diretor do CHPB.
-1986
Democratização da instituição.
Dr. Jairo Furtado Toledo assume a direção do CHPB eleito pela comunidade.
Inauguração da reforma dos pavilhões do Departamento “B” e construção dos
módulos residenciais e o centro social.
-1989
O Projeto de Lei Federal nº 3.657 é apresentado
propondo o fim gradual dos manicômios e
substituição destes por outras formas de tratamento.
-1991
Início da reestruturação das áreas administrativas e
assistenciais do CHPB.
-1992
Dr. Jairo é reeleito diretor da instituição pela comunidade. Criada a Residência
Médica em psiquiatria.
-1993
Desativada a última cela no Pavilhão Antônio Carlos. O hospital é credenciado
em Psiquiatria 4 (considerado o melhor nível de atenção do SUS).
-1995
O Projeto de lei Estadual nº 11.802 propõe a reintegração social do portador de
doenças mentais e determina a progressiva extinção dos Hospitais Psiquiátricos e
sua substituição por outros métodos de atendimento.
O Museu da Loucura
Exorcizando uma tragédia
Durante o III
Congresso
Mineiro de
Psiquiatria, surge
a idéia de se
reunir um acervo
sobre a história
do Hospital
Colônia.
Informações e
objetos que
atestam as
atrocidades
acontecidas em
Barbacena são
reunidas por
jovens médicos
residentes e
funcionários do
Hospital Colônia.
Durante anos estes objetos e documentos
permanecem guardados e esquecidos no Pavilhão
Antônio Carlos do Hospital Colônia.
Em 1986, os poucos
vestígios que
restaram da trágica
história da Colônia
de Barbacena foram
apresentados em
uma histórica
exposição no
Palácio das Artes,
em Belo Horizonte.
Este foi o embrião
do acervo do Museu
da Loucura de
Barbacena.
Em 1986, durante o governo Antônio Carlos de Andrada,
um convênio entre a Fundação Municipal de Cultura e a
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, viabilizou
a construção do Museu da Loucura. A última grade retirada
da última cela do antigo Hospital Colônia tornou-se um
”troféu” para celebrar os novos tempos.
Pela primeira vez na história da
psiquiatria mineira, aparelhos
eletroconvulsores eram
apresentados ao público como
peças de museu, comparáveis aos
vestígios da escravidão e outras
práticas cruéis da sociedade
brasileira.
São pouco mais de 100
peças e documentos
sobreviventes da
verdadeira amnésia que
se tentou implantar
contra a memória da
Colônia de Barbacena.
Porém, cada uma delas
são eloqüentes registros
da barbárie feita por um
modelo ultrapassado e
financiado com dinheiro
público.
Dr. Jairo Furtado Toledo, durante
inauguração do Museu da Loucura, em
1996.
Fac-simile do convite para a inauguração do Museu da Loucura,
em 16 de agosto 1996, durante as comemorações dos 205 anos de Barbacena
Logo o museu,
ganhou
repercussão
nacional. Foi
matéria nos
principais
jornais, revistas
e Tvs.
Em 1997, foi criada a Galeria José Ribeiro de Paiva Filho, em homenagem ao ex-
superintendente da FHEMIG.
A exposição “Crimes de guerra em tempos de paz” criada pelo artista gráfico
Edson Brandão e autor do projeto visual do Museu da Loucura, reuniu imagens
e textos das reportagens escritas por Hiram Firmino na década de 70.
-1998
.Continuação da transformação do pavilhão Afonso Pena em Hospital Regional
(criação do bloco cirúrgico);
.Projetos Ambientais;
. Bloco Tirando a Máscara e Vestindo a Fantasia, abertura do carnaval de
Barbacena;
.Porta de Entrada;
.Caps;
Residências terapêuticas.
- Hospital Regional em pleno funcionamento, nos antigos Pavilhões Arthur
Bernardes e Afonso Pena;
- Festival da Loucura
- Memorial de Rosas
“Barbacena, antes conhecida como cidade dos
loucos e dos cadáveres, passou a produzir e exportar,
rosas. Parabéns a Barbacena e aos benditos beija-flores
pela substituição na produção do cadáver, substrato
da morte, pela rosa, símbolo do amor.