Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
d
d
×
A ascensão da burguesia européia é um processo
que se inicia com o Mercantilismo, nos séculos XVI
e XVII, passando pela Revolução Inglesa, de 1688,
pela Independência Americana, de 1776, e atingindo
o seu o momento culminante na Revolução
Francesa, de 1789.
Na França sobretudo, a derrocada da aristocracia
permite não apenas a extinção dos privilégios
seculares, mas também o fim das barreiras rígidas
entre as classes sociais. Um novo sentido de vida,
baseado na livre iniciativa, exalta a audácia, a
competência e os méritos pessoais de cada
indivíduo, independentemente de seus títulos e seus
antepassados. A era do Liberalismo está em seu
auge e com ela um conjunto notável de mudanças
na história do Ocidente.
Î
Î
Î
Î
×
Outro efeito importante resulta do esforço de
alfabetização empreendido pelos revolucionários.
Todo cidadão precisa ter acesso à leitura, até
para conhecer as proclamações do novo regime.
Assim irá surgir um novo público leitor, mais
diversificado e numeroso, já sem nenhuma
identificação com a arte neoclássica da
aristocracia cortesã. Este público consome livros
de forma intensa. E os escritores, até então
dependentes do mecenatismo, vêem que podem
sobreviver apenas com a venda de suas obras,
agora transformadas em mercadoria de larga
aceitação. Certos números ainda hoje
impressionam: num só dia, em Londres, Lord
Byron vende dez mil exemplares do seu romance
ÿ
O corsário; jornais que publicam romances em
fascículos, como La presse, em Paris,
conseguem mais de duzentos mil assinantes.
Walter Scott, Victor Hugo e outros fazem fortuna
com seus direitos autorais.
A consciência da liberdade propicia ao
artista um duplo sentimento:
- O de Ô , por não ter mais de se sujeitar à
vontade individual de protetores da nobreza.
- O de Ô, por ser agora um produtor para o
mercado que, muitas vezes, desconhece.
Além disso, sua confusão aumenta porque ele exalta
o caráter quase que sagrado da obra de arte no
exato momento em que ela perde toda a sacralidade
e começa a fazer parte do reino dos negócios.
Assim, o Romantismo coincide com a
democratização da arte, gerada sobretudo pela
Revolução Francesa, tornando-se a expressão
artística da jovem sociedade burguesa. Victor Hugo
afirma que o Romantismo nada mais é que o
liberalismo em literatura. De fato, o movimento
mantém uma relação viva e contraditória com a nova
realidade. Filho da burguesia, mostra-se ambíguo
diante dela, ora a exaltando, ora protestando contra
seus mecanismos, conforme observaremos ao
estudar-lhe as características.
Nas últimas décadas do século XVIII, o Romantismo já está mais ou menos
anunciado pelas obras do filósofo Rousseau, especialmente por sua teoria do
"bom selvagem", e pelo movimento Sturm und Drang,(Tempestade e
Ímpeto),constituído, nos anos de 1770, por jovens alemães, que valorizam o
folclórico, o nacional e o popular em oposição ao universalismo clássico.
Também a publicação de Os cantos de Ossian, pelo inglês Macpherson, em
1760, torna-se uma referência fundamental para os futuros românticos.
Na verdade, Macpherson promove uma grande fraude literária pois escreve
um conjunto de textos em prosa rítmica dizendo serem traduções de uma
obra perdida do legendário poeta medieval - de origem gálica - Ossian.
Apesar do embuste, o livro apresenta forte apelo emotivo e abre duas das
mais valorizadas tendências românticas: o culto pelo antigo, em especial pela
Idade Média, e o gosto pela prosa poética. No entanto, a antecipação mais
genial de um novo espírito de época - áÔ
ÔÔ
á
Ô
©
#
(
$
#
ë ë×
Os sentimentos tornam-se mais importantes do
que a racionalidade. A existência só adquire
sentido, se guiada e desenvolvida sob o seu
domínio. Eles são sob medida da interioridade de
cada pessoa, medida de todas as coisas. Negar-se
à expressão sentimental significa ser insensível e
estúpido. Werther morre de amor, e tudo se
justifica - perda da honra, cisão da moral, etc. - se
os gestos nascerem de sentimentos autênticos.
Observe-se um fragmento do mais famoso
romance de lÔ Ô:
)
#
#
#
#
#
*
(
)+ ( *
"
r
%
&
%
,* * *
! *
,
*
+
&
#
#
-
&
Sublinhe-se, enfim, que a natureza funciona também no Romantismo
como uma mãe que protege o filho dos desconcertos do universo,
conforme se verifica no trecho extraído de Devaneios de um
caminhante solitário, de Rousseau:
á