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Matemática Básica
e Financeira
Formação Técnica
Matemática Básica e
Financeira
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-86344-34-9
CDU 336
Antes de começar, saiba que, mesmo sozinho, você pode aprender matemática básica rápido
e com facilidade. Para isso, confira algumas dicas que podem otimizar os seus estudos:
Crie uma rotina de estudos. Mesmo que Escolha um local tranquilo, venti-
não disponha de muito tempo, se esforce lado e bem iluminado, sem
para dedicar um mínimo de trinta minutos interferência de aparelhos de
por dia, desta forma o conteúdo estará televisão ou outros elementos
sempre “fresco” em sua memória. que possam tirar a sua atenção.
Dica
Você já ouvir falar no “teste da folha em branco”? Essa estratégia é útil quando
' nos aproximamos das avaliações. É bem simples, basta pegar uma folha em
branco e escrever tudo o que você sabe do conteúdo, sem consulta e sem auxílio.
Depois compare com o material da apostila e refaça até você estar seguro sobre
sua compreensão do conteúdo.
Que esta unidade sobre matemática básica e financeira se torne prazerosa e que você possa
tirar dela o maior proveito possível, levando os conceitos não só para seu dia a dia como
profissional, mas também para sua vida pessoal.
Bons estudos!
Competências
Fonte: Shutterstock
Um dos conceitos mais básicos que temos é o de número. A construção dos conjuntos nu-
méricos se inicia com os números naturais, usados apenas para contar, e chega até os núme-
ros complexos, que possuem aplicação nas engenharias elétricas, nas produções químicas,
entre outras áreas.
Conjuntos numéricos
• Conjunto dos números irracionais (𝕀) – todos os números que não podem ser escritos
p
da forma em que p e q são inteiros, ou seja, todos os números que não são racionais.
q
Esses números, representados na forma decimal, possuem infinitas casas decimais que
não se repetem.
• Conjunto dos números reais (ℝ) – reunião de todos os conjuntos anteriores.
11
Esses conjuntos respeitam uma hierarquia, como mostrado na imagem abaixo.
ℕ ℤ ℚ ℝ
𝕀𝕀
Isso representa que o conjunto dos números reais é formado pela união de todos os conjuntos
anteriores. Veja, a seguir, cada um desses conjuntos em detalhes.
12 Os números naturais são os números positivos que utilizamos para contagem e mais o número
zero. Podemos escrever o conjunto dos naturais da seguinte forma:
ℕ = {0, 1, 2, 3,...}
As reticências indicam que nunca paramos de contar, isto é, o conjunto dos números naturais
é formado por uma infinidade de números positivos e o número zero.
2. Números inteiros
O conjunto dos números inteiros é formado por todos os números naturais e seus opostos
negativos. Temos então:
Usamos os números inteiros para indicar dívidas, por exemplo, ou quando queremos subtrair
valores.
Essa noção de números com vírgulas ou frações define o conjunto dos números racionais.
Esse conjunto é formado por todos os números naturais, todos os números inteiros e todos
os números na forma decimal exata ou periódica na forma de frações.
Para compreender forma decimal exata ou periódica na forma de frações, veja os seguintes
exemplos:
5
= 2,5
2
10
= 3,333...
3
π=3,14159265358979323846264338327950288419716939937510…
Esse número é chamado de pi e possui infinitas casas decimais sem repetição. Dessa forma
ele não se enquadra no conjunto dos números racionais.
g
O número pi representa a razão entre o perímetro e o diâmetro de uma
circunferência. Acesse o AVA e veja uma animação que explica esse número.
O conjunto que agrupa os números que, na forma decimal, possuem infinitas casas decimais
que não se repetem é chamado de conjunto dos números irracionais, geralmente representado
pela letra 𝕀. Outro exemplo de número irracional é a raiz quadrada de 2. Veja:
√2= 1,41421356237309504880168872420969807856967187537694…
Observe que o conjunto dos números irracionais é formado apenas por números que não
podem ser escritos como frações exatas ou como dízimas periódicas.
-√2
,√3 ,√7 e π.
6
13
4. Números reais
O conjunto dos números reais é formado pela reunião de todos os conjuntos de números
anteriormente citados. Desse modo, o conjunto dos números reais é constituído pela reunião
de todos os números naturais, inteiros, racionais e irracionais
a) 0
d) 10
3
e) -π
3
f)
1
27
g)
1000
2
h)
7
i) 0,47474747…
-√2
j) ,√7 e π.
,√3
6
1.1. Adição
A adição combina dois números, chamados parcelas, em um único número, a soma ou total,
isto é:
parcela + parcela = soma ou total
1) 0 + 15 = 15
2) 29 + 0 = 29
3) 1 + 4 = 5
4) Por exemplo, para efetuarmos a soma 573 + 238, podemos separar cada número em suas
unidades, dezenas e centenas, ou seja:
573 = 500 + 70 + 3 e 238 = 200 + 30 + 8
Logo:
573 + 238 = 500 + 70 + 3 + 200 + 30 + 8 =
573 + 238 = (500 + 200) + (70 + 30) + (3 + 8)
= (500 + 200) + (70 + 30) + 11
= (500 + 200) + (70 + 30) + 10 + 1
= (500 + 200) + (70 + 30 + 10) + 1
= (500 + 200) + 110 + 1
= (500 + 200) + 100 + 10 + 1
= (500 + 200 + 100) + 10 + 1
= 800 + 10 + 1 = 811
Ou equivalentemente:
¹5¹73
+ 238
811
Note que, quando somamos 3 com 8, obtemos 11, logo “vai 1” para ser somado às dezenas
(no caso, o 7). Isso ocorre novamente quando somamos as dezenas e “vai 1” para as
centenas. 15
Para resolver esse exemplo com casas decimais, montamos a conta da seguinte forma:
3,120
+ 6,637
9,757
Devemos alinhar as parcelas pelas vírgulas, não importa quantas parcelas estivermos
somando. Para facilitar, completamos com o número zero as casas decimais “vazias”.
Exemplos:
1) 7 – 2 = 5
2) 2 – 7 = -5
Assim como na soma, caso um dos termos seja o número zero, a diferença será o outro
número (respeitando o sinal).
3) 0 – 15 = -15
4) 29 – 0 = 29
5) Para efetuarmos 531 – 245, podemos separar cada número em suas unidades, dezenas e
centenas, assim como feito na soma, isto é:
531 – 245 = 500 + 30 + 1 – (200 + 40 + 5) =
= 500 + 30 + 1 – 200 – 40 – 5 =
= (500 – 200) + (30 – 40) + (1 - 5) =
= (500 - 200) + (20 + 10 - 40) + (1 - 5) =
= (500 - 200) + (20 - 40) + (10 + 1 - 5) =
= (500 - 200) + (20 - 40) + (11 - 5) =
= (500 - 200) + (20 - 40) + 6 =
= (400 + 100 - 200) + (20 - 40) + 6 =
= (400 - 200) + (100 + 20 - 40) + 6 =
= (400 - 200) + (120 - 40) + 6 =
= (400 - 200) + 80 + 6
= 200 + 80 + 6 = 286
-2 4 5
2 8 6
Observe que não podemos subtrair 5 do número 1. Dessa forma “pedimos 1 emprestado”
para a casa das dezenas, logo o 1 se torna 11 e podemos subtrair 5. O 3 (a dezena) que
“emprestou 1” vira 2. Por um raciocínio parecido, “pedimos 1 emprestado” da centena.
Assim como na soma, para montar a conta de subtração com casas decimais devemos
alinhar os números por suas vírgulas e é muito importante respeitar a ordem dos
números. Assim, temos:
6,637
- 3,120
3,517
Quando houver mais de dois termos na subtração, para evitar erros de sinais, a melhor
estratégia de resolução é fazer a conta em etapas, ou seja, faremos duas contas respeitando
a ordem. São elas:
Temos então:
4,12 17
- 3,10
1,02
Assim, vemos que o resultado parcial é 1,02. Vamos realizar agora a última etapa da
operação, isto é, faremos 1,02 - 1.
1,02
- 1,00
0,02
1.3. Multiplicação
Os números numa multiplicação são chamados de fatores; e o resultado da operação, de
produto. Temos então que:
fator x fator = produto
Comentário do Autor
d entenderá melhor essa lógica quando realizar as contas utilizando frações. Como
veremos a seguir,
1
10
= 0,1 e 1 = 0,01 , logo as duas contas seguintes são
100
iguais:
1 1 1
0,1*0,1=0,01 e 10
* 10
= 100
Mais adiante você verá expressões numéricas que envolvem parênteses. Quando multiplica-
mos um número de fora dos parênteses pelos que estão dentro, cada número deve ser mul-
tiplicado. Por exemplo: 2 * (2 + 3) = 2 * 2 + 2 * 3 = 4 + 6 = 10.
Para entender melhor esse assunto, confira alguns exemplos. Lembre-se de que para a
multiplicação você deve saber a tabuada de todos os números.
Exemplos:
Uma forma de realizar essa conta é separando um dos números em unidades, dezenas e
centenas. Escolhendo o número 3,12 para decompor, temos que:
6637+
19911++
20,70744
193,7
x3 19
581,1
1.4. Divisão
Na divisão, o número que está sendo dividido é chamado dividendo e o número que divide é
o divisor. O resultado da divisão é denominado quociente. Assim temos:
Embora a divisão seja um processo para conseguir grupos iguais, nem todos os números são
divididos uniformemente. Damos o nome de resto ao número que sobra depois de dividir
um número não divisível exatamente. Por exemplo, suponha que queremos dividir uma pizza
com 12 fatias entre 5 pessoas. Quantas fatias inteiras cada pessoa recebe? Note que essa
• A divisão pode ser denotada pelo símbolo ÷, pela barra (/) e também
por dois-pontos (:).
Para entender melhor esses casos, observe os exemplos. Novamente, é preciso lembrar as
tabuadas para efetuarmos divisões.
Exemplos:
3) 0 ÷ 5 = 0
5) 31 ÷ 1 = 31
Agora, vamos resolver algumas divisões cujos resultados serão números com vírgulas e
algumas divisões entre números com vírgulas:
6) 225 ÷ 50
225 50
_ 225 50
_
_
_
200 4 _ - _
-_ 200 4,5
_
25 250
250
_
0
É interessante observar que se um “0” é acrescido, o resultado da divisão irá para a casa
do décimo. Agora, se é necessário acrescentar outro “0”, o resultado irá para a casa do
centésimo, e assim por diante.
7) 30 ÷ 2,5
Para realizar essa divisão, vamos escrever o número 30 na forma 30,0. Agora que tanto
o dividendo quanto o divisor têm um número após a vírgula, podemos desconsiderar as
vírgulas e realizar a divisão entre 300 e 25, obtendo como resultado o quociente 12, como
mostra a figura a seguir.
21
30 2,5
_ _ __ 300 25
_
_ __ _ __ _
25 12
-_
_
30,0 2,5
_ 50
-_50
_
0
300 25
_ -
22 Nesse caso, precisamos acrescentar dois zeros ao divisor para que ambos tenham três
algarismos após a vírgula. Feito isso, nós desconsideramos as vírgulas e realizamos a
divisão de 31775 por 15500, obtendo como quociente o número 2,05. É importante ter
em mente que 10 ÷ 50 é a mesma coisa que 100 ÷ 500. Desse modo, podemos multiplicar
quantas vezes desejarmos o divisor e o dividendo sem interferir na conta. Ora, se queremos
operar “sem vírgulas”, vamos multiplicar quantas vezes forem necessárias para as vírgulas
“sumirem”. Como temos até três casas após a vírgula, precisaremos multiplicar ambos os
números por mil. Veja a seguir o passo a passo dessa divisão:
31,775 15,5
_ _ 31775 15500
_
_
_ _ _ _ _
_
_ _ 2,05
- 31000 _
31,775 15,500
_ 7750
- _0
_
77500
31775 15500
_ - -77500
_
0
Crédito 100,00
Por exemplo, se você tem _
Compra 75,00
crédito de R$ 100,00 e realiza
uma compra de R$ 75,00,
Saldo 25,00
então seu saldo passará a
_
ser 100 – 75 = 25. Agora, se Compra
_ 50,00
efetuar mais uma compra de
R$ 50,00, seu saldo passará a Saldo - 25,00
ser 25 – 50 = –25. Caso faça
outra compra de R$ 25,00, o
saldo ficará –25 – 25 = –50. _
Compra 25,00
Agora, supondo que você
Saldo - 50,00
efetue um pagamento de R$
30,00, terá um saldo de –50 +
30 = –20. E, por fim, fazendo _
Crédito 30,00
um pagamento de R$ 40,00,
passará a ter um saldo de Saldo - 20,00
–20 + 40 = 20.
_
Crédito 40,00
Saldo 20,00
23
Esse caso prático ilustra as operações de soma de números com sinais diferentes, em que
devemos proceder da seguinte forma:
Exemplos:
1) 2 + 6 = 8 4) -8 - 9 = -17
2) 19 + 3 = 22 5) 15 - 3 = 12
24 Considere o seguinte exemplo: possuo duas dívidas de R$ 1.000, logo posso representar o
valor total da dívida por 2 * (-1.000). Assim, ao final terei uma dívida de R$ 2.000, ou seja,
–R$ 2.000. Analogamente, se temos um crédito de R$ 5.000 e ele triplica, representamos como
3 * 5.000, logo nosso crédito passa a ser de R$ 15.000.
Quando queremos multiplicar ou dividir números com sinais diferentes, devemos aplicar a
seguinte regra de sinais:
• Sinais iguais – resultado positivo.
Isto é:
Exemplos:
1) 3 * 5 = 15
2) (- 3) * (- 5) = 15
3) 3 * (- 5) = - 15
4) (- 3) * 5 = - 15
5) 6 ÷ (- 2) = -3
6) (- 6) ÷ 2 = - 3
7) (- 6) ÷ (- 2) = 3
Exemplos:
1) 2 + [2 – 5 * (3 + 2) – 1] = 2 + [2 – 5 * 5 – 1] =
2 + [2 – 25 - 1] = 2 + [- 24] = 2 - 24 = - 22
2) 2 + {3 – [1 + (2 – 5 + 4)] + 8} = 2 + {3 – [ 1 + 1 ] + 8}
= 2 + {3 – 2 + 8 } = 2 + 9 = 11 25
= {2 – [6 – 4]} + 1 = {2 - 2} + 1 = 0 + 1 = 1
26 M(3) = 0,3,6,9,12,15,18,21,…
M(4) = 0,4,8,12,16,20,24,28,32,…
M(8) = 0,8,16,24,32,40,48,56,…
Um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre eles é igual a
zero. Indicamos os divisores de um número pela notação D( ). Observe alguns números e seus
divisores.
Exemplos:
1) D(3) = 1,3
2) D(9) = 1,3,9
3) D(10) = 1,2,5,10
4) D(11) = 1,11
5) D(20) = 1,2,4,5,10,20
6) D(25) = 1,5,25
Atenção
` Números que são divisíveis apenas pelo número 1 e por eles próprios são
chamados de números primos. No exemplo anterior podemos verificar que 3 e
11 são números primos.
Exemplo:
Portanto, m.m.c.(4,8)=8.
4-8|2
2-4|2
1-2|2
1-1|/
Logo:
m.m.c. (4,8) = 2 * 2 * 2 = 8
12 - 16 - 45 | 2
6 - 8 - 45 | 2
3 - 4 - 45 | 2
27
3 - 2 - 45 | 2
3 - 1 - 45 | 3
1 - 1 - 15 | 3
1-1-5|5
1-1-1|/
Dessa forma:
m.m.c. (12, 16, 45) = 2 * 2 * 2 * 2 * 3 * 3 * 5 = 720
Exemplos:
1) Três tratores numa colheita percorrem um mesmo trajeto saindo todos ao mesmo tempo,
do mesmo ponto e com o mesmo sentido. O primeiro faz o percurso em 40 minutos, o
segundo em 36 minutos e o terceiro em 30 minutos. Gostaríamos de saber em quanto
tempo os tratores voltam a se encontrar.
30 - 36 - 40 | 2
15 - 18 - 20 | 2
15 - 9 - 10 | 2
15 - 9 - 5 | 3
5-3-5|3
5-1-5|5
1-1-1|/
Logo:
m.m.c. (30, 36, 40) = 2 * 2 * 2 * 3 * 3 * 5 = 360 minutos = 6 horas
2) Um médico veterinário, ao prescrever uma receita para um bovino, determina que três
medicamentos sejam ingeridos pelo animal de acordo com a seguinte escala de horários:
remédio A, de 2 em 2 horas; remédio B, de 3 em 3 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas.
Caso o paciente utilize os três remédios às 8 h da manhã, então o próximo horário em que
ele tomará os três medicamentos simultaneamente de novo será o valor do m.m.c. (2, 3, 6)
+ 8 h.
Assim, o m.m.c. (2, 3, 6) = 6. Portanto o bovino deverá tomar os três remédios novamente
às 14 h.
Medicamento 1
Medicamento 2
Medicamento 3
Exemplo:
D (20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20
Para calcular o mdc multiplicamos apenas os fatores primos que dividiram ambos os
números, neste caso 2 e 5 (em destaque). Portanto:
Assim como o m.m.c., o m.d.c. pode ser utilizado em exemplos práticos, confira.
Exemplos: 29
1) Uma indústria fabrica rolos de arames de mesmo comprimento. Após realizarem os cortes
necessários, verificou-se que duas bobinas restantes tinham as seguintes medidas: 156
metros e 234 metros. Gostaríamos de cortar as sobras em partes iguais com o maior
comprimento possível.
Para encontrarmos esse valor, precisamos calcular o m.d.c. (156, 234). Utilizando o método
que você aprendeu, temos:
156 - 234 | 2
78 - 117 | 2
39 - 117 | 3
13 - 39 | 3
13 - 13 | 13
1-1|/
Logo, o m.d.c. (156, 234) = 2 * 3 * 13 = 78. Portanto devemos cortar os pedaços de arame
em tamanhos iguais de 78 metros.
Portanto o m.d.c. (30, 36, 48) = 2 * 3 = 6. Assim as equipes devem conter 6 funcionários cada.
a) 2 + 3 – 1
b) – 2 – 5 + 8
c) – 1 – 3 – 8 + 2 – 5
d) 2 * (- 3)
e) (- 2) * (- 5)
f) (- 10) * (- 1)
g) (- 1) * (- 1) * (- 2)
h) 4 : - 2
i) - 8 : 4
k) [( 4) * ( 1)] 2
l) [( - 1 + 3 - 5) * (2 - 7)]: -1
m) 2 { 2 - 2 [ 2 - 4 ( 3 * 2 : 3 ) + 2 ] } + 1
n) 8 - { - 20 [ ( - 3 + 3 ) : ( - 58 )] + 2 (- 5)}
p) (4 : 16 ) * 0,5
Tópico 3: Frações
Uma fração é um modo de expressar uma quantidade a partir de uma razão de dois números
inteiros, ou seja, uma fração é uma divisão. O dividendo é chamado numerador, e o divisor
recebe o nome de denominador. 31
numerador
fração = denominador
Veja como representar frações em desenhos por meio de pedaços de pizza ou lotes de um
terreno:
1
__ 1 1
__ __
2 4 8
4
__ (quatro sextos)
6
5
___ (cinco doze avos)
12
18
___ (dezoito vinte e quatro avos)
24
22
___ (vinte e dois quarenta e oito avos)
48
1. Multiplicação de frações
O conceito de multiplicação é muito usado para calcular percentuais: multiplicar um valor por
1
é o mesmo que multiplicar por 0,5 ou calcular 50% desse valor.
2
Exemplos:
1)
1
*
3
= 12 * 37 = 14
3
2 7 *
15 4
2)
2 * 9
= 60
18
= 30
9
= 10
3
Note que, nas duas últimas parcelas do exemplo 2, fizemos simplificações, isto é, dividimos
ambas as parcelas por um número em comum, 2 e 3 respectivamente.
+ =
1
__ 2
__ 3 = __
__ 1 + __
2
4 4 4 4 4
Exemplos:
1) 3
5
+ 6
5
= 3 +5 6 = 9
5
2) 15 + 18 + 2
7 7 7
= 15 +18
7
+ 2 = 35 = 5 * 7 = 5
7 7 *
7
7
= 5* 1 = 5
3) 1 3
= 1 4- 3 = -24 = -21*22 = -12 2 -1 -1
4
- 4 * * 2
= 2 *1= 2
1 e 2
Observe, por meio da ilustração a seguir, como procedemos na soma das frações
5 3
1
__ 2
__
5 3
1 = ___
__ 3 2 = 10
__ ___
5 15 3 15
3 + ___
___ 10 = ___
13
15 15 15
1 + ___
___ 2 = ___
13
5 3 15
Exemplos:
1) 1 + 1
2 3
Primeiro devemos calcular o m.m.c. (2, 3) = 6. Em seguida, para encontrar as novas frações,
dividimos o m.m.c. pelo denominador e multiplicamos pelo numerador de cada fração. Veja
como fazer:
1 5 2
2)
2
+ 6
- 3
3+5-4 4 2 4
= = Observe que 6 = 2 * 3 e que 4 = 2 * 2. Dessa forma, =
2
6 6 3 6 3
1 5 2 2
+ - =
2 6 3 3
3. Divisão de frações
Quando dividimos duas frações, operamos da seguinte forma:
3 3 3 9 3 9 27 27 35
5 5 5 7 5 * 7 35 35 27
7
=
7 * 1= * = 7 9 7 9
=
63
=
1
=
35
9 9 9 7 9 * 7 63 1
7 9
Note que 3/5 = 3/5 1 e que, 1 = 9/7 porque, pela regra de multiplicação, teremos * = 1
7/9 7/9 * 9/7 9 7
e deixaremos de trabalhar com a divisão de frações para trabalhar com o produto, com o qual
já sabemos como proceder.
Uma maneira mais prática de efetuarmos divisão de frações é “repetindo a fração de cima
e multiplicado pelo inverso da fração de baixo (invertendo numerador por denominador e
vice-versa)”.
3
* 7 = 5 ** 7 = 35
5 3 9 3 9 27
=
7 5
9
36 1) 1/2
=
1 3 1 3
= * =
3
5/3 2 * 5 2 * 5 10
2) 3/7 =
3 5 3 5 15
= * =
2/5 7 * 2 7 * 2 14
Atividade 3: Frações
a) 1 1
+
5 10
b) 2 - 4
3 3
c) 1 - 1
+
1
2 3 6
d) 1 2
3 * 5
e) 3 + 1 + 2
7 3 5
1 2
f) - * -
6 5
g) 1/3
1/2
2 1
h)
3
: - 5
1 2 1
j) + : 2
3 4
k) 1 + 1/3
3
Tópico 4: Proporcionalidade
Suponha que você precisa comprar determinado produto químico para o controle de uma
praga. Tal produto apresenta uma recomendação de dose na proporção de dois litros para
um hectare de lavoura. Considerando que a propriedade possui quatro hectares plantados,
como encontramos a quantidade ideal a ser aplicada?
O conceito matemático que nos auxilia na resolução desse problema é chamado de regra
de três. Para compreender essa regra, primeiro devemos entender os conceitos de razão e
proporção e o que significam grandezas diretamente ou inversamente proporcionais.
1. Razão
Dados dois números quaisquer, por exemplo, 2 e 3, a razão entre esses números é represen-
tada por:
2
ou 2/3 ou 2:3
3
Exemplos:
1) Suponha que em determinado ano as vendas de frutas de uma fazenda tenham sido de 300
mil reais e que as vendas do ano seguinte sejam de 450 mil reais. Poderíamos comparar
esses dois valores dizendo que sua diferença é de 150 mil reais. Porém, a diferença dos
valores não nos fornece uma ideia do crescimento de vendas entre os dois anos. Para
avaliarmos esse crescimento, calculamos a razão entre as vendas, isto é:
450
= 1,5
300
Concluímos, assim, que as vendas de frutas do segundo ano são uma vez e meia maiores
que a do primeiro ano, o que representa um aumento de receitas de 50%.
3 cm 1
= = 1 ∶ 2.000
6.000 cm 2.000
Então nossa escala está na razão de 1 cm para 2.000 cm, ou seja, 1 cm no mapa significa
2.000 cm no terreno.
A distância entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo é de, aproximadamente, 400
km. Um carro levou cinco horas para percorrer esse trajeto. Dessa forma:
400 km
velocidade média = = 80 km/h
5h
2. Proporção
Para compreender melhor o conceito de proporção, vamos nos aprofundar no exemplo
anterior, da venda de frutas. Você viu que no primeiro ano as vendas de frutas da fazenda
somaram 300 mil reais e no segundo ano, 450 mil reais. Suponha que as vendas no terceiro
ano sejam de 600 mil reais e as do quarto ano, 900 mil reais. Dessa forma a razão das vendas
do quarto ano para as vendas do terceiro ano pode ser calculada pelo quociente:
900
= 1,5
600
Observe que:
450 900
= 1,5 = 600
300
Logo, a razão entre as vendas do primeiro e do segundo ano são proporcionais à razão das
vendas entre o terceiro e o quarto ano.
a c
entre elas é a igualdade = .
b d
Lemos essa expressão da seguinte forma: “a está para b assim como c está para d”. Toda
proporção satisfaz a seguinte propriedade:
a c
= ⟹ a *d = b *c
b d
O resultado mostra que a bacia ecológica gasta 24 litros, enquanto a não ecológica gasta
60 litros. Assim a economia será de:
60 - 24 = 36 litros
Exemplos:
1) Se três rastelos custam R$ 80,00, o preço de seis rastelos será R$ 160,00. Observe que, se
dobramos o número de rastelos, também dobramos o valor final deles.
A distância percorrida e o consumo de combustível são diretamente proporcionais: se uma aumenta, a outra também aumenta.
Fonte: Shutterstock
Exemplos:
2) O agricultor Pedro deseja realizar em sua fazenda uma festa junina em comemoração
à boa colheita que teve. Para isso irá comprar 30 latas de refrigerante com capacidade
de 200 mL cada uma. Caso ele compre latas de 600 mL, deverá comprar dez latas para
ter a mesma quantidade de refrigerante. Note que as grandezas “quantidade de latas” e
“capacidade de cada lata em mL” são inversamente proporcionais, pois, ao comprar latas
com maior capacidade, Pedro precisou de um número menor de latas para obter a mesma
quantidade de antes.
Grandezas são muito utilizadas em situações de comparação, o que fazemos com frequência,
às vezes sem perceber. Nos casos que envolvem proporcionalidade direta e inversa, é de
extrema importância conhecer a regra de três para a obtenção dos resultados.
Exemplos:
distância tempo
4 km 1h
10 km xh
As setas para baixo nos auxiliam a perceber que ambas as grandezas são proporcionais.
Sendo a regra de três simples e direta, as grandezas são dispostas na mesma ordem de
correspondência, desta forma:
4 1 10
= ⟹ 4 * x = 10 * 1 ⟹ x = ⟹ x = 2,5
10 x 4
41
2) Dois trabalhadores juntos conseguem capinar certo terreno em 6 horas de trabalho. Se, em
vez de dois, fossem três trabalhadores, em quantas horas o terreno poderia ser capinado?
Nesse caso, as grandezas são inversamente proporcionais, pois, quanto mais trabalhadores
tivermos, menos horas serão necessárias para terminar o serviço. Assim, teremos uma
regra de três simples e inversa. Dispondo os dados do problema com as setas para nos
ajudar, temos:
horas trabalhador
6h 2 trabalhadores
xh 3 trabalhadores
Como as grandezas são inversas, invertemos um dos lados para montar a nossa equação,
Comentário do autor
Como estão seus estudos até aqui? Lembre-se de que você pode assistir às
d videoaulas e acessar o AVA para se aprofundar. Além disso, conte sempre com
apoio da Tutoria a distância! Resolva todas as suas dúvidas, pois assim você fica
mais seguro para estudar os tópicos seguintes.
5. Porcentagem
A porcentagem tem inúmeras aplicações no dia a dia. No mercado financeiro, por exemplo,
é utilizada para capitalizar empréstimos e aplicações, expressar índices inflacionários e
deflacionários, descontos, aumentos e taxas de juros.
1
____
1% 0,01
100
O símbolo “%” é lido como “por cento” e significa centésimos. Por isso, “5%” lemos “5 por cento”.
Exemplos:
5
1) 5% de um terreno de 80 m2 = * 80 = 0,05 * 80 = 4 m²
100
4
2) 4% de 32 litros de leite = * 32 = 0,04 * 32 = 1,28% litro de leite
100
Para transformar frações em porcentagem, realizamos a divisão, depois multiplicamos por
100 e colocamos o símbolo de porcentagem à sua direita.
3
1) Se um produtor rural perder da safra de determinado período, podemos dizer que ele
15
perdeu 20% da safra, pois:
3
= 0,2 ⟹ 0,2 * 100 = 20%
15
3
Desse modo, para transformarmos em porcentagem, fazemos a divisão, depois multiplica-
15
mos por 100 e colocamos o símbolo “%”.
18
2) Procedendo da mesma maneira que no exemplo anterior, em fração equivale a 40%,
45
pois:
18
= 0,4 ⟹ 0,4 * 100 = 40%
45
Atividade 4: Proporcionalidade
a) Uma bomba eleva 272 litros de água de um poço em 16 minutos. Quantos litros elevará
em 1 hora e 20 minutos?
b) Doze operários levaram 25 dias para executar determinada obra num celeiro. Quantos
dias levarão dez operários para executar a mesma obra?
c) Num armazém existem 200 pilhas de caixas com 30 caixas em cada pilha. Se houvesse 25
43
caixas em cada pilha, quantas pilhas teríamos no armazém?
d) Metade de uma obra em um silo foi feita por dez operários em 13 dias. Quantos tempo
levaria para terminar essa obra com três operários a mais?
3 8 45 14
e) Converta as frações a seguir para porcentagem: , , ,
4 50 18 42
f) Calcule as porcentagens a seguir: 15% de 180, 18% de 150, 35% de 126, 100% de 715, 115%
de 60 e 200% de 48.
Exemplos:
1) 23 = 2 * 2 * 2 = 8
2
3) 1 =
1 1
* 2=2
1* 1
=
1
2 2 *2 4
Comentário do autor
Este conceito será muito útil no próximo tema, sobre matemática financeira,
d pois as fórmulas que veremos utilizam potências. Por isso, fique atento às
propriedades a seguir e à forma como realizamos as operações fundamentais
para potências.
1. Regras de potencialização
Devemos ficar atentos às seguintes propriedades das potências:
a) Quando o número não possuir expoente, sua potência será 1, isto é, a = a1.
• 171 = 17
• 199 = 1
f) Se o expoente for negativo, exceto 0, devemos fazer o inverso do número, isto é: a-n =
1
an
• 2-1 1
=
2
1 1
• 3-2 = 2 =
3 9
5
1 (- 1)5 1
• - = =-
2 2 5
32
• 102 = 100
45
i) Expoentes pares – uma potência com expoente par será sempre um número positivo.
• (-3)2 = (-3) * (-3) = 9
• 54 = 5 * 5 * 5 * 5 = 625
j) Expoentes ímpares – uma potência com expoente ímpar terá o sinal do número base.
• (-3)3 = -27
• (-2)5 = -32
46 Ao multiplicar potências, devemos ficar atentos às bases destas. Temos dois casos: potências
de mesma base e potências de bases diferentes. Por exemplo: 23 e 24 são potências de mesma
base, enquanto 32 e 72 são de bases diferentes.
22 * 23 = (2* 2) * (2 * 2 * 2) = 4 * 8 = 32
22 + 3 = 25 = 2 * 2 * 2 * 2 * 2 = 32
an * am = an + m
Exemplos:
1) 23 * 25 = 23 + 5 = 28
2) 45 * 41 = 45 + 1 = 46
Veja agora o que acontece quando multiplicamos duas potências de bases diferentes e com os
expoentes iguais:
22 * 32 = (2 * 2) * (3 * 3) = 4 * 9 =36
(2 * 3)2 = 62 = 6 * 6 = 36
Dessa forma, quando multiplicamos potências com bases diferentes e expoentes iguais, nós
multiplicamos os números base e conservamos o expoente:
an * bn = (a * b)n
Exemplos:
1) 32 * 52 = (3 * 5)2 = 152
2) 33 * 73 = (3 * 7)3 = 213
24 2 * 2 * 2 * 2 16
= = =4
22 2*2 4
Observe que essa operação é equivalente a:
24 - 2 = 22 = 4
Assim, quando dividimos potências de mesma base, devemos manter a base e subtrair os
expoentes (“o de cima menos o de baixo”):
an
= an-m
am
Exemplos:
45
1) = 45 - 2 = 43
42
2) 3 = 32 - 1 = 31 = 3
2
Veja o que acontece quando dividimos potências de base diferentes e mesmo expoente:
22 2 * 2 4
= =
32 3 * 3 9 47
Logo, para dividir potências de bases diferentes e mesmo expoente, dividimos os números da
base e conservamos o expoente:
n
an a
=
bn b
Exemplos:
2
72 7
1) =
32 3
2) 83 8
3
=
33
3
48 Agora vejamos outra operação entre potências. Observe o exemplo a seguir, em que
calculamos a potência de uma potência:
(22)3 = (22) * (22) * (22) = 4 * 4 * 4 = 64
Exemplos:
1) (72)4 = 72 * 4 =78
Dica
' Exemplos:
1) 4 = 2 * 2 = 22
2) 12 = 2 * 6 = 2 * 2 * 3 = 22 * 3
3) 30 = 2 * 15 = 2 * 3 * 5
Atividade 5: Potenciação
a) 13
b) 04
c) (-2)3
e) 23 * 25
f) 3 * 32 * 34
g) 3
5
34
h) 3 * 3
4 2
35
i) (-3)5 * 55
j) 153 : 33
k) (24)2
l) [(52)3]5
2
5
m)
3
3
n) 2 49
32
o) (23 * 53)0
p) 4-2
q) 2 * 3-1
Fonte: Shutterstock
As medidas de áreas rurais são diferentes das medidas urbanas: metro, centímetro, decâmetro,
hectômetro etc., mas elas se relacionam entre si. Por isso, primeiro vamos relembrar as
medidas de comprimento mais usadas e, em seguida, veremos as medidas agrárias.
1. Unidades de medidas
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades (SI), o metro (m) é considerado a unidade
principal de medida de comprimento. Os múltiplos do metro são o quilômetro (km), o
hectômetro (hm) e o decâmetro (dam) e os submúltiplos são o decímetro (dm), o centímetro
(cm) e o milímetro (mm).
x 10 x 10 x 10 x 10
x 10 x 10
: 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10
• 1 dm equivale a 100 mm (andamos duas casas e, por isso, multiplicamos por 10 duas
vezes, isto é, por 100).
Da direita para a esquerda – devemos dividir pelo número 10 o número de casas que
tivermos de andar.
• 7 cm corresponde a 0,07 m, pois tivemos de andar duas casas para a esquerda e, dessa
forma, dividimos por 10 duas vezes.
Dica
' Você pode usar a mesma tabela para conversão de áreas, mas ao invés
de 10, deve multiplicar ou dividir por 100. Você também pode usar para
conversão de volumes, mas nesse caso, multiplique ou divida por 1000.
Outra medida de superfície comumente utilizada no Brasil é o alqueire, que tem como
principais variações regionais:
• 1 alqueire do norte = 27.225 m² = 2,72 ha
52 1) Uma propriedade com 11 hectares é equivalente a uma propriedade com 110.000 m², pois:
1 ha = 10.000 m2 ⇒ 11 ha = 11 * 10.000 m2 = 110.000 m2
2) Um terreno com 2,42 hectares é equivalente a um terreno com 242 a, visto que:
2,42 * 100 = 242 a
3) Um lote de 5,5 alqueires paulistas é equivalente a um lote com 133.100 m², porque:
5,5 * 24.200 m2 = 133.100 m²
Encerramento do tema
Ao longo deste tema você estudou e praticou os conceitos fundamentais da matemática básica.
Aprendeu os diferentes conjuntos de números e como realizar operações entre números com
vírgulas ou frações. Conheceu proporcionalidade, regras de três e potências. Fechamos o
tema com as principais unidades de medidas agrárias.
No próximo tema, você estudará a matemática financeira. Para isso, certifique-se de ter
compreendido bem os conceitos que viu até aqui, pois eles auxiliarão no entendimento das
fórmulas e na resolução dos cálculos que virão.
Contudo, sua aplicação não se restringe apenas às empresas. A matemática financeira é uma
importante aliada para cálculos pessoais, como a melhor forma de efetuar o pagamento de
uma casa, de um carro ou até mesmo de eletrodomésticos e das compras do mês.
Fonte: Shutterstock
Competências
a
• compreender e calcular juros simples e montante, juros exatos e comerciais;
• diferenciar os tipos de descontos simples;
• calcular a taxa média e o prazo médio em operações de desconto;
• realizar cálculos de montantes e taxas equivalentes;
• compreender os tipos de desconto composto.
Comentário do Autor
No decorrer deste tema você verá muitos exemplos resolvidos, mas nem todos
os cálculos estão detalhados. O objetivo é que você compreenda os passos da
Antes de prosseguir, considere que a maioria das fórmulas presentes neste tema utiliza
potências e que, em alguns casos, será preciso calcular raízes. Para isso, você necessitará de
uma calculadora científica, dos modelos mais simples. Com ela você poderá calcular potências
e raízes de quaisquer números.
Leitura complementar
Para fortalecer seus estudos e lembrar como são é realizado o cálculo de raízes,
1. Conceitos
Antes de partir para os cálculos e exemplos, veja alguns conceitos importantes do universo
financeiro:
Taxa de juros (i) As taxas de juros podem ser escritas de duas formas:
Atenção
` 0,0125
1,25
= 100
200
i= = 0,20 a.a., ou 20% a.a.
1.000
Utilizando j para juros, P para capital, i para a taxa e n para período, podemos reescrever a
fórmula anterior assim:
j=P*i*n
Exemplos:
• Capital: P = 12.500
• Período: n = 18 meses
• Juros: j = ?
Note que o período e a taxa de juros estão na mesma unidade de tempo, ou seja, em
meses. Aplicando diretamente a fórmula anterior, calcularemos os juros simples:
Dados do problema:
• Taxa de juros: i = 36% a.a. = 0,36 a.a.
• Período: n = 8 meses
• Juros: j = 12.000
• Capital: é o valor do empréstimo que desejamos calcular, isto é, P = ?
36% a.a.
i = 36% a.a. = = 3% a.m. = 0,03 a.m.
12
3) Uma aplicação numa letra de crédito do agronegócio (LCA) de R$ 19.000, pelo prazo de
120 dias, obteve um rendimento de R$ 1.825. Qual a taxa anual de juros simples dessa
aplicação?
Dados:
• Capital: P = 19.000
1.825
1.825 = 19.000 * i * 120 ⟹ i = = 0,0008
2.280.000
Portanto encontramos uma taxa de juros de aproximadamente 0,08% ao dia, já que nosso
período foi dado em dias. Mas precisamos da taxa anual. Como em um ano temos 360
dias, basta multiplicar a taxa diária que encontramos por 360. Dessa forma:
Usando a fórmula dos juros simples e considerando F para montante, P para capital, i para
taxa de juros e n para período, o montante é calculado por:
F = P * (1 + i * n)
Note que a fórmula de juros simples e esta são iguais. Dependendo dos dados que tivermos
em mãos, podemos usar uma ou outra.
Exemplos:
1) Um fazendeiro aplicou R$ 2.700 em uma LCA a uma taxa de juros simples de 2,8% ao mês
pelo prazo de 3 meses. Quanto resgatou?
• Capital: P = 2.700
• Período: n = 3 meses
Note que o período e a taxa de juros são indexados em meses. Assim basta aplicar direta-
mente a fórmula anterior:
2) Calcular o valor dos juros e do montante de um capital de R$ 7.500 aplicado a uma taxa de
juros simples de 20% a.a., por 220 dias.
Dados:
• Capital: P = 7.500
• Juros: j = ?
0,2 a.a.
i = 20% a.a. = = 0,0005 a.d.
360
Nesse exemplo é mais fácil usarmos a primeira fórmula para o montante, que é:
F=P+j
Porém ainda não sabemos os juros. Utilizando a fórmula dos juros simples, temos:
Dessa forma o valor dos juros é R$ 825. Por fim, vamos calcular o montante:
Exemplos:
1) Calcular o juro exato e o juro comercial de um capital de R$ 5.000 aplicado pelo prazo 40
dias à taxa de 36% a.a. por um fazendeiro que espera a entressafra.
Dados do problema:
• Capital: P = 5.000
• Período: n = 40 dias
62 JE =
5.000 * 0,36 * 40
=
72.000
= 197
365 365
Dados:
• Capital: P = 4.000
• Período: n = ?
• Juros: JE = ? e JC = ?
Primeiro devemos encontrar o período, isto é, o número de dias entre as duas datas. Para
isso, devemos usar a tabela de contagem de dias, que pode ser encontrada na biblioteca
do AVA. Consultando a tabela, vemos que:
• até 23/07 temos 204 dias;
Logo:
n = 204 - 106 = 98 dias
a) Utilizando a tabela de contagem de dias que se encontra na biblioteca do AVA, temos que
até 20/07 são 201 dias. Dessa forma:
b) Pela fórmula do montante, o valor pago pelo empréstimo considerando o juro exato é:
0,45
F = 4.500 * (1 + * 148) = 4.500 * (1 + 0,1824) = 5.321,10
365
c) Pela fórmula do montante, o valor pago pelo empréstimo considerando juro comercial é:
0,45
F = 4.500 * (1 + * 148) = 4.500 * (1 + 0,1850) = 5.332,50
360
e) Um empréstimo de R$ 8.000 foi realizado por um produtor rural em 27/02/2001 e foi pago
em 03/08/2003. Sabendo que a taxa contratada é 38% a.a., determine:
• o valor pago em 03/08/2003 pelo juro exato;
Em outras palavras, podemos dizer que o título é “conta a ser paga” ou “boleto de pagamento”.
Esses títulos possuem datas de vencimento predeterminadas, mas o devedor tem o direito de
antecipar o pagamento. Caso isso aconteça, um abatimento chamado de desconto é efetuado.
Para calcular o valor nominal ou o valor atual de um título, utilizamos a seguinte fórmula:
N = V * (1 + i * n)
Exemplos:
1) Calcular o valor nominal de um título de R$ 5.000 assinado hoje, com vencimento daqui a
9 meses, com taxa de juros de 36% a.a.
Dados do problema:
• Período: 9 meses
Antes de aplicarmos a fórmula, devemos mudar a taxa de juros para “ao mês”, pois o
período é dado em meses. Nossa taxa é ao ano, e em um ano há 12 meses. Logo, para
encontrar a taxa mensal, temos de dividir a taxa anual por 12, isto é:
36% a.a.
i= = 3% a.m. = 0,03 a.m.
12
• Período: n = 5 meses
• Valor atual: V = ?
Primeiramente devemos converter a taxa de juros para meses, pois o período está em
meses. Logo, como em um ano há 12 meses e a nossa taxa de juros é anual, devemos
dividi-la por 12, isto é:
24% a.a.
i= = 2% a.m. = 0,02 a.m.
12
8.000
8.000 = V * (1 + 0,02 * 5) ⟹ V = = 7.272,72
1.1
Portanto o valor atual do título, cinco meses antes do seu vencimento, é R$ 7.272,72.
E T O
B OL
Os descontos podem ser simples ou com-
postos dependendo do regime de juros (se
simples ou composto). Os descontos (sim-
ples ou compostos) podem ser divididos em:
desconto comercial e desconto racional.
O valor líquido recebido ou valor atual comercial (VC) é dado pela seguinte fórmula:
VC = N * (1 - i * n)
Exemplos:
Dados do problema:
• Período: n = 3 meses
• Desconto: DC = ?
67
• Valor atual: VC = ?
Primeiramente devemos converter a taxa de juros para mensal. Como nossa taxa é anual
e em um ano há 12 meses, temos de dividi-la por 12:
60% a.a.
i= = 5% a.m. = 0,05 a.m.
12
Portanto, pagando a nota promissória três meses antes do vencimento, o devedor receberá
um desconto de R$ 2.250, pagando ao todo R$ 12.750.
Dados do problema:
• Período: n = ?
Portanto, encontramos um período de 0,75 de 1 ano, ou seja, 75% do ano. Para achar o
valor em meses, devemos primeiro encontrar o equivalente em dias e depois em meses.
Como cada mês (comercial) possui 30 dias, basta dividirmos o número de dias por 30:
270
n= = 9 meses
30
Comentário do Autor
d cada um dos tópicos, verifique se você conseguiu entender cada um dos passos
apresentados. Compreender o porquê de cada etapa na resolução é essencial
para que você possa resolver os exercícios com autonomia.
DR = V * i * n
DC = N * i * n DR = V * i * n
• 10% de 100 é 10, em dois meses seriam 20, logo deveríamos pagar R$ 80,00.
• Qual o valor que, tomado hoje à taxa de 10% a.m., daria 100 daqui a 60 dias? Para isso,
devemos calcular o valor que, com 20% de juros, dá 100. Fazendo 100÷1,20, encontramos
exatamente os R$ 83,33.
Dados:
• Período: n = 4 meses
• Desconto racional: DR = ?
70 30% a.a
i= = 2,5% a.m = 0,025 a.m.
12
4.600
0,025 * 4
• Valor nominal: N = ?
30% a.a.
i= = 0,083 % a.d. = 0,00083 a.d.
360
d) Uma produtora rural pretende saldar um título de valor nominal R$ 5.000 quatro meses
antes de seu vencimento a uma taxa de desconto racional de 48% a.a. Calcule o valor do
desconto racional e o valor atual racional.
71
F = P * (1 + i) n
Como nos juros compostos a taxa incide sobre o valor acumulado, e não sobre o capital inicial,
a taxa (i) é somada a 1 e elevada ao período (n). Conseguiu perceber essa diferença em relação
aos juros simples, que você estudou antes? Lembre-se de que o período de tempo e a taxa de
juros devem estar na mesma unidade de tempo.
• Capital: P = 1.200
• Período: n = 8 meses
• Montante: F = ?
Como o período e a taxa são indexadas pelo mês, basta aplicar a fórmula do montante para
juros compostos:
F = 1.200 * (1 + 0,035) 8 = 1.200 * 1,31 = 1.571
Juros simples
Agora, usando os mesmos dados do exemplo anterior, vamos calcular o valor de resgate usando
os juros simples com a fórmula F = P * (1 + i * n). Assim temos:
No regime de juros simples, os juros de cada período são sempre calculados em função do
capital inicial (principal) aplicado. Os juros do período não são somados ao capital para o cálculo
de novos juros nos períodos seguintes, assim o valor do resgate é R$ 1.536. Diferentemente
da capitalização simples, na capitalização composta ou nos juros compostos há a incidência de
juros sobre juros. Dessa forma, como você pôde perceber, o valor do resgate com os mesmos
dados, porém utilizando juros compostos, é R$ 1.571.
Leitura complementar
Dados:
• Capital: P = 4.000
• Montante: F = 4.862,03
• Período: n = 4 meses
• Taxa de juros: i = ?a.m.
Basta aplicarmos a fórmula do montante e isolar i, lembrando que, para isso, devemos
usar a operação inversa da potenciação, que é a operação de raiz:
4.862,03
4.863,03 = 4.000 * (1+i)4 ⟹ = = (1 + i)4
4.000
4
Informação extra
O
Até agora calculamos o montante nos juros compostos. Para calcular os juros,
utilizamos a seguinte fórmula:
J = P * [ (1+i ) n -1 ] 73
Em que P é o capital, i a taxa de juros compostos e n o período.
Dados do enunciado:
• Capital: P = 8.000
• Período: n = 5 meses
• Taxa de juros: i = 5,5% a.m. =0,055 a.m.
• Juros compostos: J = ?
Basta aplicarmos a fórmula, já que o período e a taxa de juros estão em meses. Logo:
Note que, no regime de capitalização simples, os juros são calculados utilizando como
base o capital inicial e geram o valor de R$ 2.220. Já no regime de capitalização composta,
as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado dos juros, gerando o valor de
R$ 2.455,68.
2. Equivalência de taxas
O conceito de taxas equivalentes é bastante utilizado no mercado financeiro. Dizemos que
duas taxas são equivalentes, quando aplicadas a um mesmo capital e durante o mesmo
prazo de aplicação, se elas produzirem montantes iguais.
Por exemplo, as taxas 0,025 a.m. e 0,34488882 a.a. são equivalentes, pois, se aplicadas ao
mesmo capital de R$ 1.500,00 pelo prazo de 2 anos (ou 24 meses), produzem montantes
iguais. De fato:
F = 1.500 * (1+0,025)24 = 1.500 * 1.8087 = 2.713,09
Exemplos:
Dados do problema:
• Taxa: i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
Dados:
• Taxa: i = 4,5% a.t. = 0,045 a.t.
Comentário do Autor
É importante que você observe aqui que a conversão de uma taxa anual em
b) Consideremos uma aplicação num fundo rural de R$ 10.000 a uma taxa de juros compostos
de 10% a.a. pelo prazo de 4 anos. Determine o montante.
Uma operação bastante utilizada no meio financeiro são os descontos, que se referem ao
abatimento que recebemos no pagamento de um título antes do vencimento estabelecido.
Assim como temos os juros simples e os descontos simples, os descontos podem também ser
simples ou compostos. Existem os descontos compostos comerciais e os racionais.
Contudo, no desconto composto o valor nominal ou o valor atual de um título são calculados
pela taxa de juros compostos. Por isso, utilizamos a seguinte fórmula:
N = V * (1+i)n
Exemplos:
1) Quanto vale hoje um título que vence só daqui a 5 meses, de valor nominal R$ 4.690, se a
taxa de juros é de 1,75% a.m.?
4.690 4.690
4.690 = V * (1 + 0,0175)5 ⇒ V = = = 4.300,31
(1,0175)5 1,09062
2) Deseja-se resgatar um título com valor nominal de R$ 8.000 faltando 2 meses para o seu
vencimento. Determine o valor atual sabendo que a taxa de desconto é igual a 3% ao mês.
Dados do problema:
• Período: n = 2 meses
Valor atual: V = ?
8.000 8.000
8.000 = V * (1 + 0,03)2 ⇒ V = = = 7.540,77
(1,03)2 1,0609
dc = N * [1 - (1-i)n ]
Exemplos:
1) Certo cliente descontou um título, de valor nominal R$ 6.700, 7 meses antes de seu
vencimento a uma taxa de desconto comercial de 3,5% a.m. Calcular o valor do desconto
comercial e o valor recebido pelo cliente.
Dados do exemplo:
• Valor nominal: N=6.700
78 • Desconto comercial: dc = ?
• Valor atual: Vc = ?
Leitura complementar
2) Um título de valor nominal R$ 6.500 foi descontado 8 meses antes de seu vencimento, e o
valor líquido recebido pelo seu portador é R$ 4.980. Determinar a taxa mensal de desconto
comercial.
Dados do problema:
• Valor nominal: N = 6.500
• Período: n = 8 meses
• Valor atual: Vc = 4.980
• Taxa de juros: i = ?a.m.
Vamos utilizar a fórmula do valor atual e isolar a incógnita i, lembrando que a operação
inversa da potência é a raiz:
4.980
4.980 = 6.500 * (1 - i)8 ⟹ = (1-i)8
6.500
8 8
4.980 4.980
⟹ = 1-i ⟹ i = 1- = 1- 0,967 = 0,0327
6.500 6.500
N
Vr =
(1 + i)n
O desconto racional (dr) é a diferença entre o valor nominal (N) e o valor atual (Vr) de um título
descontado n períodos antes de seu vencimento, ou seja:
dr = N - Vr
dr = N * 1
[- [ 1
(1 + i)n
Dica
Exemplos:
• Desconto racional: dr = ?
[
dr = 5.480 * 1 -
1
(1 + 0,0475) 5 [ [
= 5.480 * 1 -
1
1,26116 [ = 1.134,79
5.480
Vr = = 4.345,21
(1 + 0,0475)5
• Período: n = 8 trimestres
Primeiramente devemos perceber que a taxa de juros é anual e nosso período é trimestral.
Dessa forma precisamos encontrar a taxa de juros trimestral equivalente à taxa anual
dada. Para isso utilizamos a fórmula de equivalência de taxas:
nd
nc
ieq = (1+i) -1
[
dr = 7.500 * 1 -
1
(1 + 0,05737126344)8 [ = 2.699,99
81
83
Fonte: Shutterstock.
Competências
O resumo de conjuntos de dados é feito por meio das medidas, já a organização e apresentação
são feitas pelas distribuições de frequências e dos gráficos ou diagramas.
Comentário do autor
É comum que os dados de interesse sejam muitos. Dessa forma, mesmo com
d toda tecnologia de que dispomos nos dias atuais, é inviável estudar todo o
conjunto de dados. Essa restrição é geralmente imposta pelo custo excessivo de
uma análise completa e minuciosa de muitos elementos. Nesse caso, estudamos
uma parte do conjunto.
Fonte: IBGE.
Como não se trabalha com toda a população, e sim com uma parte, é importante salientar
que o processo de amostragem envolve riscos. Para fornecer uma ideia do risco envolvido,
pode ser utilizada a teoria da probabilidade, ou seja, do erro que se pode cometer ao utilizar
uma amostra em vez de toda a população. A coleção de métodos e técnicas empregados
para estudar uma população com base em amostras probabilísticas dessa mesma população
recebe o nome de estatística indutiva.
85
Fonte: Shutterstock.
Um conjunto de dados, de qualquer tamanho, pode ser resumido de acordo com as medi-
das de tendência central ou as medidas de dispersão, entre outras. Veja agora mais detalhes
dessas formas de medidas.
Nos cálculos que envolvem média aritmética simples, todas as ocorrências têm exatamente
a mesma importância ou o mesmo peso. Para calcularmos a média aritmética simples de
um conjunto de dados, devemos somar todos os valores e dividirmos pela quantidade deles.
Assim, dados n valores representados por x 1 , x 2 , …, x n , a média aritmética simples será:
x1+x2+...+xn
n
Exemplos:
4 + 7 + 6 + 8 + 10 35
= =7
5 5
2) Um fazendeiro trabalha durante uma semana 10, 14, 13, 15, 16, 18 e 12 horas. Podemos
calcular a média de horas trabalhadas na semana, isto é, em 7 dias. De fato:
10 + 14 + 13 + 15 + 16 +18 +12 98
= = 14
7 7
Portanto, ele trabalhou uma média de 14 horas por dia na semana analisada.
No cálculo da média ponderada, multiplicamos cada valor do conjunto por seu “peso”, isto
é, sua importância relativa, e dividimos pela soma dos pesos. Dados n valores x1 , x2 ,…, xn e
pesos p1 , p2 ,…, pn , temos a média aritmética ponderada, calculada por:
Exemplos:
3 * 8 + 3 * 7,5 + 2 * 5 + 2 * 4 64,5
= = 6,45
3+3+2+2 10
1.3. Mediana
Mediana é o valor que divide o conjunto de dados em dois subconjuntos de mesmo tamanho. 87
De uma forma mais simples, é o valor que divide o conjunto de dados ao meio.
Para calcular a mediana de um conjunto de dados, primeiro devemos colocar todos os dados em
ordem crescente, isto é, ordenar do menor para o maior. Depois precisamos ficar atentos para
o número de elementos, pois, se for ímpar, procedemos de uma forma e, se for par, de outra.
Número ímpar de Quando o número de elementos for ímpar, a mediana será o elemento
elementos do meio.
Exemplo:
Observe que temos um número ímpar de dados (9). Desse modo a mediana é o elemento
do meio, no caso o número 1.300. Portanto a mediana desse conjunto é 1.300.
1.500, 1.300, 1.200, 1.250, 1.600, 1.100, 1.450, 1.210, 1.980, 1.420
1.100, 1.200, 1.210, 1.250, 1.300, 1.420, 1.450, 1.500, 1.600, 1.980
Nesse conjunto existem 10 elementos. No caso a mediana será a média aritmética simples
dos dois valores centrais, isto é, entre os valores 1.300 e 1.420:
1.4. Moda
Quando analisamos um conjunto de dados e um valor aparece com mais frequência, isto é,
mais vezes, esse valor é chamado de moda.
Exemplos:
1) A seguir está uma lista com as idades de 20 crianças de um projeto social rural:
12, 11, 12, 13, 12, 11, 13, 12, 12, 11, 14, 13, 13, 12, 11, 12, 13, 14, 11, 14
Como a moda é o elemento que se repete o maior número de vezes, nesse caso a moda
do conjunto de idades é o número 12.
4) Temos a seguir as alturas de um grupo de pessoas: 1,82 m, 1,75 m, 1,65 m, 1,58 m e 1,70 m.
Nesse caso, não há moda, porque nenhum valor se repete.
Legenda: A média, a mediana e a moda são úteis quando se quer analisar os pesos dos bovinos de determinado rebanho, por
exemplo.
Fonte: Shutterstock
89
2. Medidas de dispersão
Você acabou de estudar as medidas de tendência central média, mediana e moda. Elas descrevem
apenas uma das características dos valores numéricos de um conjunto de observações: o da
tendência central, como o próprio nome diz. Porém, nenhuma delas informa sobre o grau
de variação ou dispersão dos valores observados. Por exemplo, os dois conjuntos a seguir
possuem variações distintas, mas suas médias aritméticas simples são iguais:
• Grupo A: 7, 7, 7, 7
7+7+7+7 média B= 0 + 5 + 10 + 10 + 10 = 7
média A= =7
4 5
2.1. Amplitude
A mais simples das medidas de dispersão é a amplitude, definida como a diferença entre os
valores extremos do conjunto – ou seja, subtraímos o primeiro termo do último.
Por exemplo, se listarmos as idades de funcionários de uma lavoura e obtermos 42, 34, 32,
27, 39, 29, 45, para calcularmos a amplitude dessas idades, devemos primeiro colocá-las em
ordem. Teremos então: 27, 29, 32, 34, 39, 42, 45. Para saber a amplitude, basta calcularmos o
último menos o primeiro: 45 - 27= 18.
Comentário do autor
d Note que, pelo valor da amplitude, você pode observar se a diferença entre o
primeiro e o último termo é muito grande.
De forma mais geral, se temos n valores x1 , x2 ,…, xn e a média aritmética simples desses valores
é m, então os desvios são calculados da seguinte forma:
d1 = x1 - m; d2 = x2 -m; …; dn = xn -m
Dessa forma, o desvio médio é a média aritmética simples dos desvios sem seus sinais, que
podemos representar como:
l d1 l + l d2 l + ... + l dnl
n
As barras | | significam que devemos desconsiderar o sinal de cada d, ou seja, colocar o sinal
+ todos.
Exemplos:
7+8+9+8+7+9+8 56
= = 8 horas
7 7
Vamos calcular agora o desvio em relação à média 8 horas. Observe que os dados das horas
não estão muito distantes da média calculada. Dessa forma é de se esperar que o desvio
médio seja um valor “pequeno”. Para isso devemos subtrair da média cada valor de horas:
7-8=-1
8-8=0
9-8=1
8-8=0
7 - 8 = -1
9-8=1
8-8=0
Por fim, para calcular o desvio médio, temos de fazer a média aritmética simples dos 91
desvios, desconsiderando seus sinais. Desse modo, temos:
1+0+1+0+1+1+0 4
= = 0,57
7 7
Portanto o desvio médio é 0,57. Isso nos diz que cada elemento varia 0,57 da média
aritmética, tanto para mais quanto para menos.
2 + 5 + 8 + 15 + 20 50
= = 10
5 5
20 - 10 = 10
Por fim calculamos a média aritmética simples dos desvios, sem os sinais, e obtemos o desvio
médio:
8 + 5 + 2 + 5 + 10 30
= =6
5 5
2.3. Variância
A variância é a média aritmética ao quadrado dos desvios. Então, se temos n valores x1 , x2 ,…, xn
e a média deles é m, para calcularmos a variância, fazemos:
( d1 )2 + ( d2 )2 + ...+ ( dn )2
n
A variância nos mostra o quão longe da média está o conjunto de dados. Veja a análise no
exemplo a seguir.
Em uma semana, um agricultor vende sacas de café nas seguintes quantidades: 10, 9, 11, 12 e
8. Vamos calcular a média aritmética simples de sacas vendidas nessa semana:
10 + 9 + 11 + 12 + 8 50
= = 10
5 5
Então a venda média é de 10 sacas por dia. Note que nem todos os dias foram vendidas 10
sacas. Podemos verificar essa diferença da média calculando a variância, por meio da fórmula:
2.4. Desvio-padrão
O desvio-padrão é a raiz quadrada da variância. Logo, se temos n variáveis x 1 , x 2 ,…, x n e sua
média aritmética simples é m, então o desvio-padrão é calculado pela seguinte fórmula:
2
(d1 )2 + (d2 )2 +...+ (dn )2
n
2
2 = 1,4
Portanto o desvio-padrão, ou seja, o afastamento entre os dados e a média das vendas de sacas
de café durante a semana, foi de aproximadamente 1,4 saca.
c) A média das idades de cinco colaboradores de uma fazenda é 23,2 anos. Se um membro
dessa equipe, que possui 27 anos, for substituído por outro colaborador externo de 20
anos e os demais colaboradores forem mantidos, então qual passará a ser a média de
idade dessa equipe, em anos?
d) Considere um grupo formado por cinco filhos de fazendeiros com idade de 13, 13, 14, 14
e 15 anos. O que acontece com a média de idade desse grupo se um sexto amigo com 16
anos se juntar ao grupo?
e) O fazendeiro João vendeu 3 sacas de café a mais que Paulo, que vendeu 6 sacas a mais
que o cafeicultor Luiz. A média aritmética entre os três foi de 6 sacas. Quantas sacas Paulo
vendeu?
f) Sete bezerros foram pesados, e os resultados em quilogramas foram: 57; 62,9; 63,5; 64,1; 66,1;
67,1; 73,6. Calcule a média, a variância e o desvio-padrão.
Com suposições adequadas, podemos criar um modelo teórico que reproduza a distribuição
de frequências. Tais modelos são chamados modelos probabilísticos, e veremos algumas de
suas noções neste tópico.
1. Conceitos básicos
A probabilidade é um número que varia de 0 a 1 e que mede a chance de ocorrência de
determinado resultado. Quanto mais próxima de zero for a probabilidade, menores serão as
chances de ocorrer o resultado; e, quanto mais próxima de um for a probabilidade, maiores
serão as chances.
Fonte: Shutterstock
96 Em uma tentativa com um número limitado de resultados, todos com chances iguais, devemos
considerar:
2. Cálculo de probabilidades
A partir de agora você verá como calcular probabilidades de eventos únicos, dependentes
ou independentes e da união de dois eventos. A forma de realizar esses cálculos é muito
parecida, mas existem detalhes que precisam ser ressaltados. Então, fique atento!
1
≈ 0,16
6
3 1
= = 0,5
6 2
Portanto temos 50% de chance de obter um número par num lançamento de um dado.
Note que, intuitivamente, faz sentido o resultado que obtivemos, pois, num dado com
números de 1 a 6, metade dos números são pares e a outra metade são ímpares. Logo
temos 50% de chance para cada uma dessas possibilidades.
3) Um fazendeiro enumera seus 50 funcionários para que um sorteio de bonificação seja feito.
Se ele sortear ao acaso um número de 1 a 50, qual a probabilidade de sair um múltiplo de 4?
• Eventos: todos os múltiplos do número 4 entre 1 e 50, ou seja, {4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32,
36, 40, 44, 48}. 97
• Cálculo da probabilidade: devemos dividir o número de elementos dos eventos pela
quantidade total de número do espaço amostral. Logo:
12 6
= = 0,24
50 25
4) Uma produtora de bovinos de corte possui um rebanho de 100 cabeças de gado. Cada um
dos seus animais é enumerado com um número entre 1 e 100 sem repetições. Suponhamos
que ela queira fazer uma pesquisa e sorteie honestamente alguns dos animais ao acaso.
Qual é a probabilidade de o número do animal sorteado ser:
• Eventos: os números maiores que 85 até 100, isto é, {86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95,
96, 97, 98, 99, 100}.
• Eventos: entre os números 1 e 100, os únicos formados apenas por um algarismo são {1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}.
9
• Probabilidade: = 0,09, ou 9% de chance.
100
Para realizar o cálculo dessas probabilidades, devemos verificar se os eventos são indepen-
dentes ou dependentes. Vejamos estes dois casos e como procedemos.
Vejamos primeiro as possibilidades que existem para esses lançamentos formados por
uma posição da moeda e um número do dado: (cara, 1), (cara, 2), ..., (cara, 6), (coroa, 1),
(coroa, 2), ... ou (coroa, 6). São possíveis 12 resultados diferentes, dos quais apenas (coroa,
2), (coroa, 4) e (coroa, 6) nos interessa, isto é, apenas 3 em 12 (25%).
Note que os eventos “lançar uma moeda” e “lançar um dado” são independentes, pois
um não influencia no outro. Então, para calcular essa probabilidade simultânea, devemos
determinar cada probabilidade em separado e depois multiplicá-las. Analisando os dados
do problema, podemos ver:
• Espaço amostral da moeda: todas as possibilidades de escolhas são {cara, coroa}.
• Eventos do dado: como queremos apenas os pares, temos o conjunto {2, 4, 6}.
3 1
• Probabilidade do dado: = = 0,5, ou 50% de chance de tirarmos um número par.
6 2
Portanto temos 25% de chance de tirarmos uma coroa na moeda e um número par no
dado quando jogados ao mesmo tempo.
99
2) Numa urna há 30 bolinhas enumeradas de 1 a 30. Serão retiradas dessa urna duas bolinhas,
ao acaso, uma após a outra, sem reposição. Qual a probabilidade de sair um múltiplo de 10
na primeira e um número ímpar na segunda?
Note que os eventos “tirar um múltiplo de 10” e “tirar um número ímpar” são dependentes,
pois, quando retiramos a primeira bolinha, não a devolvemos antes de retirar a segunda.
Dessa forma, quando tiramos a primeira bolinha interferimos na probabilidade da segunda.
Vamos analisar cada caso:
• Espaço amostral múltiplo de 10: todas as possibilidades entre 1 e 30, ou seja, {1, 2,…, 30}.
• Eventos múltiplos de 10: todos os múltiplos de 10 entre 1 e 30, isto é, {10, 20, 30}.
1 15 15 3
* = = ≈ 0,05
10 29 290 58
3 2 1 4 2
+ - = = ≈ 0,66 ou 66%
6 6 6 6 3
b) Três moedas são lançadas ao mesmo tempo. Qual é a probabilidade de as três caírem com
a mesma face para cima?
c) Um casal pretende ter filhos. Sabe-se que a cada mês a probabilidade de a mulher
engravidar é de 20%. Qual é a probabilidade de ela vir a engravidar somente no quarto
mês de tentativas?
d) Em uma caixa há 2 fichas amarelas, 5 fichas azuis e 7 fichas verdes. Se retirarmos uma
única ficha, qual a probabilidade de ela ser verde ou amarela?
Encerramento do tema
Desenvolvemos, ao longo deste tema, os conceitos básicos de estatística e da teoria de
probabilidades. Os casos aqui apresentados podem ser transpostos para o seu cotidiano
profissional. Os métodos apresentados podem ser utilizados em diversas situações e
fornecer dados que possam ajudar na tomada de decisões importantes em que deve se
lidar com certo risco.
101
Dentro das cadeias produtivas do agronegócio estão as propriedades rurais, com suas múltiplas
atividades, os bancos que fornecem créditos, a indústria de insumos agrícolas, a indústria de
tratores e peças, as lojas agropecuárias e os laboratórios. O profissional desta área sempre
terá de lidar com números e contas que estão ligados a esses segmentos, como quantidade,
valor de produtos a serem comprados ou vendidos, valor de remuneração salarial, valor de
maquinários, entre outros.
Fonte: Shutterstock
Grande parte da matemática é baseada em deduções lógicas, dependentes umas das outras.
Devemos ser capazes de partir um problema em etapas lógicas e resolvê-lo passo a passo,
usando técnicas que muitas vezes são o resultado de anos de aprendizagem. O raciocínio
que temos de desenvolver para a resolução dos problemas matemáticos pode, e deve ser
empregado em muitas outras áreas do conhecimento.
Estude este material sempre que for necessário, visto que são conteúdos que aparecerão
novamente em outras unidades curriculares.
Sucesso!
103
a) ℕ, ℤ, ℚ e ℝ b) I e ℝ c) ℚ e ℝ d) ℚ e ℝ e) I e ℝ
f) ℕ, ℤ, ℚ e ℝ g) ℚ e ℝ h) ℚ e ℝ i) ℚ e ℝ j) I e ℝ
a) 4 b) 1 c) -15 d) -6 e) 10 f) 10 g) -2
h) -2 i) -2 j) 2 k) 8 l) -15 m) 21 n) 18
o) 1 p) 0,125 q) 180 e 180 r) 18 e 20
2
a) 3
b) - 2 c) 1 d) e) 122 f) 1
10 3 3 15 105 15
2 10 3 5 4
g) h) - i) j) k)
3 3 16 3 9
a) 1.360 b) 30 c) 240
d) 10 e) 75%, 16%, 250%, 33,33% f) 27, 27, 44,1, 715, 69, 96
105
ETEC.SENAR.ORG.BR
SENAR.ORG.BR