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PRODUÇÃO FLORESTAL
PROPAGAÇÃO E VIVEIROS FLORESTAIS
Formação Técnica
Propagação e Viveiros
Florestais
S491c
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
Curso técnico EaD SENAR: propagação e viveiros
florestais / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. –
Brasília, DF: SENAR, 2023.
287 p. : il. ; 21 x 29,7 cm – (SENAR Formação
Técnica)
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7664-248-0
Nesta Unidade Curricular também vamos aprender o processo que abrange da aqui-
sição das sementes ao envio da muda para o seu destino final. Aprenderemos sobre
organografia, morfologia e fisiologia vegetal antes de adentrarmos a produção de mu-
das, pois são conhecimentos que o ajudarão a compreender os processos que serão
estudados na UC Implantação Florestal. Vamos falar sobre irrigação e drenagem, que
são tecnologias usadas para otimizar o processo de produção e garantir a entrega de
mudas de boa qualidade aos nossos clientes. Depois, entraremos de fato na produção
de mudas, uma etapa de suma importância para o estabelecimento de qualquer plan-
tio florestal, seja ele um plantio de eucalipto para a produção de celulose, um plantio
de árvores ornamentais, a arborização urbana ou um reflorestamento. O que é im-
portante aqui é reforçar que nenhum plantio será bem-sucedido se não tivermos em
mãos mudas de alta qualidade. Falando em qualidade, vamos aprender também como
monitorar nossas mudas e evitar danos, sejam eles de origem biótica ou abiótica. Por
último, estudaremos todas as etapas necessárias ao planejamento e instalação de vi-
veiros florestais.
Capacidades técnicas
Ao fim desta Unidade, você desenvolverá as capacidades técni-
cas de gestão e conhecimentos para a implantação de viveiros
e propagação de plantas.
Com carga horária de 120 horas, a Unidade foi organizada em 6 temas, diversos tópi-
cos e subtópicos relevantes para a sua formação profissional.
Tema 1:
Tópico 2: 2.1 Célula Vegetal
Biologia
Morfologia vegetal 2.2 Anatomia Vegetal
vegetal
1.1 Conceitos
Tema 2: Tópico 1:
1.2 Composição da atmosfera
Atmosfera
Condições 1.3 Estrutura vertical
edafoclimáticas
para instalação
2.1 Relação clima x floresta
e condução de
Tópico 2: Clima 2.2 Importância agroclimática e florestal
viveiros
2.3 Zoneamento agroclimático
Tópico 1: Água no
sistema planta-solo- 1.1 Ciclo da água
atmosfera
Tema 3:
3.1 Importância da irrigação e
Irrigação e drenagem para a produção de mudas
drenagem 3.2 Noções de hidráulica aplicadas à
aplicadas irrigação
Tópico 3: Métodos
à produção 3.3 Tipos de irrigação
de irrigação
de mudas 3.4 Montagem e manutenção dos
florestais sistemas de irrigação
3.5 Captação, coleta e qualidade de
água para a irrigação
Produção Florestal
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TEMAS TÓPICOS SUBTÓPICOS
Tópico 2: Tipos
Tema 4: 2.1 Recipientes
de recipientes e
Produção substratos 2.2 Substratos
de mudas
florestais 3.1 Etapa de adubação
3.2 Necessidade de irrigação
Tópico 3: Manejo 3.3 Boas práticas na produção de
silvicultural na mudas
produção de mudas 3.4 Manejo de resíduos
3.5 Proteção de plantas
3.6 Mecanização na produção de mudas
Para fixar seu conhecimento, ao fim de alguns tópicos, você vai encontrar atividades
para colocar em prática o aprendizado após passar pelos conceitos e teorias.
Comentários do autor
Todas as atividades buscam respeitar seu ritmo de aprendiza-
gem e são coerentes com o que você será capaz de fazer a par-
tir dos assuntos abordados.
Ao fim desta apostila, é disponibilizado um gabarito para que você verifique suas
respostas.
Bons estudos!
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 13
01
Biologia vegetal
Tema 1: Biologia vegetal
No tema Biologia vegetal, você irá compreender todo o processo de produção de
mudas. Mas antes são necessários conhecimentos prévios que serão obtidos aqui,
nesse tema. Por exemplo, você precisa conhecer as regras de nomenclatura Botânica,
entender sobre o processo de crescimento das plantas e também sobre alguns proces-
sos fisiológicos básicos, como a fotossíntese e a transpiração, que estão intimamente
relacionados com a produção vegetal, para que possa desempenhar um bom trabalho
nos viveiros florestais.
Também é extremamente importante que você tenha bastante atenção nesse tema,
para que possa aproveitar ao máximo os próximos. Dividimos esse conteúdo em três
tópicos: Noções de Botânica, Morfologia Vegetal e Fisiologia Vegetal. E não se preo-
cupe: ao final de cada tópico tem uma atividade para fixação do conhecimento. Não
hesite em procurar ajuda caso seja necessário.
É importante que você acesse todos os materiais complementares, pois eles serão
úteis para o aprofundamento de temas muito importantes.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
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Propagação e Viveiros Florestais 15
Tópico 1: Noções de botânica
A Botânica é o ramo da ciência que se encarrega de estudar o reino vegetal. Como toda
área da ciência, existem termos e nomenclaturas específicas à área que iremos tratar
aqui no nosso primeiro tópico.
TAXONOMIA SISTEMÁTICA
É a ciência que estuda a É a ciência que tem
descrição, identificação como objetivo organizar
e a classificação de as informações de
todos os organismos, diferentes grupos de
individualmente ou em organismos, utilizando
grupo. O táxon é o hierarquias para agrupar
objeto de estudo da ou ordenar os
Taxonomia, que visa a organismos formando
individualizar e a grupos e subgrupos.
descrever cada táxon, Neste caso, estamos
seja de que nível estudando a Sistemática
taxonômico for, e da Vegetal, logo o nosso
Sistemática, que visa a objetivo aqui é entender
organizá-los nos como os grupos de
diferentes sistemas de organismos vegetais
classificação. estão organizados.
Os primeiros sistemas de classificação são tidos como artificiais, pois levavam em con-
sideração apenas uma ou poucas características: por exemplo, a classificação proposta
por Lineu (1707-1778), que agrupava as plantas baseadas apenas no número e na dis-
posição dos estames. Antes de Lineu, as plantas eram agrupadas somente de acordo
com o seu hábitat e algumas poucas características.
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Propagação e Viveiros Florestais 17
Histórico
Comentários do autor
Após a aceitação das teorias de que as espécies se transforma-
vam ao longo do tempo e que espécies parecidas descendiam
de um ancestral comum, os sistemas de classificação sofre-
ram mudanças significativas. Surgia então o Sistema Filoge-
nético de August Wilhelm Eichler (1839−1887), Adolph Engler
(1844−1930), John Hutchinson (1884−1972), Armen Tahktajan
(1910−2009) e Arthur Cronquist (1919−1992).
Saiba mais
Caso queira aprofundar seus estudos, existe uma revisão histó-
rica da classificação botânica até os recentes avanços no campo
da filogenia na obra de Judd e colaboradores (2009), intitulada
Sistemática vegetal: um enfoque filogenético, especifica-
mente em seu terceiro capítulo, sob o título Sistemas de classi-
ficação de angiospermas: uma perspectiva histórica. Acesse
o link na biblioteca do AVA.
Atualmente existem sistemas de classificação dos seres vivos, sendo que o artificial
e o natural são os mais utilizados. Veja a seguir:
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Este sistema leva em consideração o grau de parentesco entre os
organismos. É baseado nas características evolutivas, desde o surgi-
Sistema de mento do primeiro ser vivo até os dias atuais. É necessário ressaltar
Classificação que esse método de classificação é o aceito na comunidade científi-
Natural ca, e as espécies são agrupadas em categorias taxonômicas. Como
exemplo podemos citar a goiabeira e o eucalipto, que, por mais que
sejam visivelmente distintos, pertencem à mesma família botânica.
Divisão mais geral, que inclui todos os organismos vegetais. Aqui, in-
Reino cluímos musgos, samambaias, pinheiros e as árvores que produzem
frutos.
Informação extra
Em alguns casos podemos encontrar organismos de espécies
diferentes que cruzam entre si, como é o caso da égua (Equus
caballus) e do jumento (Equus asinus). Desse cruzamento são
gerados a mula ou o burro, organismos que são inférteis. Os
descendentes desses cruzamentos são denominados híbridos.
Categorias Taxonômicas
Classe
Gênero
Espécie
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Propagação e Viveiros Florestais 21
Informação extra
Em 1993, no XV Congresso Internacional de Botânica, em Tó-
quio, o termo “Filo” foi aceito e incorporado como sinônimo de
Divisão. Hoje, o Código Internacional de Nomenclatura para Al-
gas, Fungos e Plantas (ICN) também aceita os dois termos sem
preferência de um ou outro.
Uso do latim
Os nomes científicos devem ser escritos em latim ou palavras latinizadas, e isto
se dá pelo fato de o latim ser uma língua morta, ou seja, que não está sujeita a
alterações.
Designação binomial
Para a espécie, a designação é binomial; Canis lupus familiaris: trinomial em caso
da existência de subespécie; e uninominal para as demais categorias.
Forma de escrita
O nome da espécie deve ser escrito da seguinte forma: o primeiro nome deve ser
escrito com a primeira letra maiúscula (que designa o gênero), o segundo nome em
letra minúscula (que designa a espécie) e ambos devem ser destacados do resto
do texto no formato itálico ou sublinhado. Por exemplo: Eucalyptus grandis, Pinus
taeda, Hevea brasiliensis e Swietenia macrophylla. Caso o nome científico já tenha
sido citado no texto, ele pode vir abreviado nas demais citações. Por exemplo, o
nome científico Acrocomia aculeata pode ser escrito da seguinte forma: A. aculeata.
Catalogação de plantas
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Propagação e Viveiros Florestais 23
Saiba mais
Além das exsicatas, o material vegetal pode ser armazenado
em soluções líquidas (principalmente flores e frutos), em lâmi-
nas com cortes histológicos (laminoteca) e lâminas com grão-
-de-pólen (palinoteca). Ainda podemos encontrar nos herbários
coleções de frutos (carpoteca) e de sementes e madeira (xilote-
ca). Para mais informações, confira a biblioteca do AVA.
O grupo dos vegetais ou reino dos vegetais é um grupo bem diverso e é composto pe-
las algas e pelas plantas. Recebe o nome de Reino Plantae.
1.3.1 Algas
Saiba mais
A carragenina é um polissacarídeo que apresenta em sua com-
posição magnésio, cálcio, potássio e sais de sódio. Pode ser uti-
lizado como estabilizador na fabricação de sorvetes e doces.
O ágar é um polissacarídeo utilizado na fabricação de balas,
gelatinas e outros alimentos, além de ser amplamente utilizado
na produção de meios de cultura para crescimento de bactérias
e fungos.
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Propagação e Viveiros Florestais 25
Glossário
Eucariotas: seres vivos que apresentam envoltório nuclear, ou
seja, apresentam núcleo celular compartimentalizado.
1.3.2 Briófitas
As briófitas são plantas terrestres que evoluíram das algas verdes. São organismos
pluricelulares, autótrofos fotossintetizantes, eucariotas, aeróbios e criptógamos.
Glossário
Criptógamos: seres vivos que apresentam estruturas produtoras
de gametas, os gametângios, não aparentes ou pouco visíveis.
Não formam flores e nem sementes e são caracterizadas por se reproduzirem através
de esporos. Não são vascularizadas, e, por isso, o transporte de substâncias é feito de
célula a célula. Essa modalidade de transporte é lenta e, por essa razão, as briófitas
apresentam tamanho diminuto, sendo que os maiores representantes raramente al-
cançam 20 centímetros.
Musgos.
Fonte: Getty Images.
1.3.3 Pteridófitas
As pteridófitas são plantas mais evoluídas que as briófitas, pois possuem tecidos e va-
sos condutores de seiva, o que as permite alcançar tamanhos superiores. Além dessa
inovação evolutiva, as pteridófitas são organismos pluricelulares, eucariontes, aeró-
bios, autótrofos, criptógamos e cormófitos.
Glossário
Cormófitos: possuem órgãos diferenciados e especializados
em determinadas funções.
Embora sejam superiores às briófitas, as pteridófitas ainda não possuem flores, semen-
tes ou frutos e dependem da água para sua reprodução, uma vez que apresentam an-
terozoides flagelados que precisam nadar até a oosfera para que a fecundação ocorra.
Produção Florestal
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1.3.4 Gimnospermas
Glossário
Espermatófitas: são as plantas que apresentam tecido vascu-
lar e produzem sementes.
Saiba mais
Caso tenha interesse em aprender um pouco mais sobre o bio-
ma taiga, acesse a biblioteca no AVA e confira.
Araucária.
Fonte: Getty Images.
No Brasil, são mais abundantes no sul do país, onde existem as matas de araucárias,
compostas pelo pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia).
É importante salientar que as gimnospermas são amplamente utilizadas pelo setor flo-
restal e, provavelmente, você como futuro Técnico em Florestas precisará trabalhar com
algumas dessas espécies. Seguem abaixo algumas das utilizações das gimnospermas:
1.3.5 Angiospermas
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Propagação e Viveiros Florestais 29
Esses organismos são pluricelulares, eucariontes, autótrofos, traqueófitos, faneróga-
mos, espermatófitos e cormófitos.
Glossário
Fanerógamas: a principal característica das plantas faneróga-
mas é a presença de sementes, estruturas reprodutoras que
guardam, nutrem e protegem o embrião.
Angiosperma: ipê.
Fonte: Getty Images.
Existem, também, espécies epífitas (veremos mais sobre esta classificação adiante).
As angiospermas são as plantas mais amplamente utilizadas pela sociedade.
Neste curso, falaremos mais das angiospermas devido à sua maior diversidade de apli-
cações no setor florestal brasileiro.
Floresta de eucalipto.
Fonte: Getty Images.
1.4.1 Raiz
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Na grande maioria das vezes, as raízes são subterrâneas. Porém, alguns grupos de
plantas possuem raízes diferenciadas, como, por exemplo, as plantas epífitas, que
apresentam raízes aéreas. Em alguns casos, as raízes podem ter funções de armaze-
namento, como no caso das batatas, cenouras e mandiocas.
Glossário
Cotilédone: é a primeira ou cada uma das primeiras folhas de
um embrião. Para a maioria das plantas, sua função é o arma-
zenamento de reservas que serão utilizadas na germinação.
Regiões da raiz
Zona de ramificação
Zona pilosa
Zona de crescimento
Coifa
• Zona de ramificação: considerada a parte mais velha da raiz, não ocorre a pre-
sença de pelos absorventes. Nessa região são formadas as raízes laterais.
• Zona pilosa: região rica em pelos absorventes, é muito importante para a absor-
ção de água e nutrientes.
Para facilitar sua compreensão, as raízes podem ser divididas quanto ao hábitat: sub-
terrâneas, aquáticas e aéreas.
Raízes subterrâneas
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Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.
Raiz fasciculada: neste tipo de raiz, é Raíz tuberosa: esse tipo de raíz se ca-
impossível distinguir a raiz principal das racteriza pelo acúmulo de carboidratos.
demais raízes. É muito utilizada na nossa alimentação.
Um exemplo clássico desse tipo de raiz
é a cenoura.
Raízes aéreas
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Propagação e Viveiros Florestais 35
Raízes aquáticas
Fonte: Shutterstock.
1.4.2 Caule
Gema apical
Gema lateral
Zonas de
alongamento
Nós
Entrenós
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Propagação e Viveiros Florestais 37
Assim como as raízes, os caules são divididos em aéreos, subterrâneos e aquáticos.
Confira a seguir as diferenças entre eles:
a) Caules aéreos
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
b) Caules subterrâneos
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c) Caules aquáticos
1.4.3 Folhas
Pecíolo
Estípulas
Limbo
Bainha
Pecíolo
Estrutura que liga o limbo ao caule. Em algumas espécies, essa estrutura está au-
sente, sendo as folhas chamadas sésseis.
Bainha
Parte basal da folha que pode ou não envolver completamente o caule. Em muitas
monocotiledôneas, a bainha pode se estender por todo o comprimento do entrenó.
Estípulas
Apêndices similares às folhas localizadas na base e que podem ou não estar pre-
sentes. É importante salientar que essas estruturas são importantes para a identi-
ficação de espécies botânicas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 41
A seguir você poderá verificar as diferenças entre uma folha completa e uma folha
séssil:
As folhas podem ser classificadas quanto à filotaxia (arranjo foliar ao longo do eixo
caulinar), ao tipo de folhas (completas ou incompletas; simples ou compostas), à posi-
ção do pecíolo, ao formato do limbo, à forma da margem, entre outras características.
Por exemplo, nas folhas simples o limbo é inteiro e não dividido. Já as folhas compos-
tas são divididas em unidades menores, chamadas folíolos.
Folíolo
Saiba mais
Há muito mais a ser descoberto sobre as partes das plantas e
como elas podem ser classificadas. Você pode aprender aces-
sando a biblioteca no AVA.
1.4.4 Flores
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Propagação e Viveiros Florestais 43
Composição das flores
Estigma
Antera
Estame
Estilete
Filete Carpelo
Pétala Ovário
Óvulo
Sépala
Pedúnculo Receptáculo
No entanto, a maioria das plantas são monoicas, o que significa que os indivíduos têm
estruturas tanto masculinas quanto femininas. Nas plantas em flor, estas estruturas
podem estar juntas numa única flor bissexual, ou as flores podem ser apenas mascu-
linas (estaminadas) ou apenas femininas (pistiladas).
Os frutos são órgãos típicos das angiospermas e têm importância no ciclo reprodutivo
das plantas, visto que atuam na proteção das sementes.
Além disso, eles são compostos pelo pedúnculo, pericarpo (dividido em exocarpo, me-
socarpo, endocarpo) e semente.
Pedúnculo
Mesocarpo
Tegumento
da semente
Endocarpo
Semente
Exocarpo
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Propagação e Viveiros Florestais 45
Podemos classificar os frutos em secos ou carnosos.
1.4.6 Sementes
Fonte: Shutterstock.
Muitas vezes, o termo semente é aplicado impropriamente para designar certos frutos
secos com apenas uma semente. As sementes apresentam basicamente uma estrutura
única que participa da disseminação, proteção e reprodução das espécies. Existe uma
grande variação de tamanho, cor, forma e aspecto superficial, sendo essas caracterís-
ticas importantes na classificação das espécies.
Atenção
Mais à frente, será abordado mais profundamente o processo de
formação das sementes.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 47
1.5 Tipos de fecundação
Glossário
Endogamia: também conhecida popularmente por consangui-
nidade, é o resultado do acasalamento entre indivíduos mais
aparentados entre si que a média de uma população.
Atividade de aprendizagem
1. Qual característica evolutiva permitiu que as angiospermas dominassem
o ambiente terrestre e se tornassem o grupo vegetal mais diverso?
a) Tecidos vasculares.
b) Produção de sementes.
d) Tamanho reduzido.
Produção Florestal
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As células são as unidades morfofi-
siológicas de todos os seres vivos.
Unidade morfológica porque todos os
organismos (com exceção dos vírus)
são formados por células, e unidade
fisiológica porque são as menores
porções capazes de desempenhar as
funções relacionadas à manutenção
da vida nos organismos.
Células procariotas
Pilus
Ribossomo
Cápsula Flagelo
Parede Celular
Nucleoide (DNA)
Membrana Plasmática
Membrana plasmática
Membrana nuclear
Nucléolo
Nucleoplasma
e cromatina
Vacúolo
Complexo de Golgi
Lisossomos
Mitocôndria
Retículo Retículo
endoplasmático endoplasmático
rugoso liso
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Célula eucariota vista ao microscópio
Gotícula de lipídio
(inclusão)
Mitocôndria Retículo
endoplasmático
Vacúolo de rugoso
suco celular
Membrana nuclear
Ribossomo
Cromatina
Hialoplasma Nucleoplasma
Cloroplasto Retículo
endoplasmático liso
Complexo Lisossomo
de Golgi
Nucléolo
Gotícula de lipídio
(inclusão)
• Núcleo: responsável pelo controle e pela regulação das atividades químicas que
ocorrem no interior das células e também responsável pelo armazenamento das
características genéticas;
• Membrana celular: película muito fina que protege a célula estando presente em
todos os tipos de células;
• Parede celular: é uma estrutura exclusiva das células vegetais que as diferencia
das células animais. Tem como principais funções: evitar que a membrana plas-
mática das células se rompa, garantindo elasticidade e resistência a tensões físicas
e químicas; proporcionar sustentação, resistência e proteção contra patógenos
externos; funcionar como um filtro das células vegetais, já que permite a troca
de substâncias entre outras células vizinhas, colaborando ainda com a absorção,
transporte e secreção de substâncias; também proteger contra a entrada excessi-
va de água, evitando a lise osmótica, ou seja, a ruptura da célula; conferir forma
às diversas células vegetais;
Glossário
Lipídios: são compostos com estrutura molecular variada,
apresentando diversas funções orgânicas: reserva energética,
isolante térmico, além de colaborar na composição da membra-
na plasmática das células.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 53
Tecidos Vegetais
Protoderme
Primários Meristema Fundamental
Meristemáticos
ou de formação Procâmbio
(meristemas)
Câmbio Vascular
Secundários
Felogênio
Epiderme
Proteção/revestimento
Periderme
Colênquima
Sustentação
Esclerênquima
Xilema
Condução
Floema
Permanentes
ou adultos Parênquima clorofiliano paliçádico
Assimilação
Parênquima clorofiliano lacunoso
Parênquima amilífero
Reserva Parênquima aquífero
Parênquima aerífero
Parênquima cortical
Preenchimento
Parênquima medular
Primários
Meristemas primários têm origem no embrião contido nas sementes. São encon-
trados nas extremidades do caule e da raiz e nas gemas laterais do caule. Esses
meristemas são responsáveis pelo crescimento longitudinal (crescimento em altu-
ra) tanto do caule quanto da raiz. Eles estão classificados em protoderme, meris-
tema fundamental e procâmbio.
Secundários
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Propagação e Viveiros Florestais 55
Epiderme
Periderme
Informação extra
A suberificação consiste na deposição de suberina sobre a pa-
rede celular, frequentemente ocorrendo a substituição total da
celulose.
Glossário
Cutícula: é uma cobertura de cera impermeabilizante produ-
zida unicamente pelas células epidérmicas das folhas, brotos
jovens e outros tipos de órgãos de plantas aeróbicas.
Tecidos de sustentação
Nervuras foliares.
Fonte: Getty Images.
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Tecidos de condução ou
vasculares
Floema
São representados pelo xilema (le-
nho) e pelo floema (líber), que jun- Xilema
tos constituem o chamado siste-
ma de transporte da planta, já que
apresentam como função primordial
conduzir água e outras substâncias
para todo o corpo da planta.
• Xilema: as principais células desse tecido são os vasos lenhosos cujas paredes são
formadas por células mortas lignificadas. Estes são responsáveis pela condução de
seiva bruta; e
• Floema: as principais células desse tecido são os vasos liberianos, formados por
células vivas. Estes são responsáveis pela condução de seiva elaborada.
Tecidos de assimilação
Tecidos de reserva
• Tecidos de preenchimento: São tecidos que têm como função ocupar os espa-
ços entre os demais tecidos. Quando são preenchidos espaços no córtex, eles são
ditos parênquimas corticais quando são preenchidos espaços na região medular,
são ditos parênquimas medulares.
Tecidos de preenchimento:
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Tecidos das raízes em corte transversal
Floema primário
Câmbio vascular
Xilema primário
Endoderme
Periciclo
Exoderme
Monocotiledônea Eudicotiledônea
Feixe
Tecido vascular
fundamental
Glossário
Fibras perivasculares: fibras observadas próximas ao floema,
mas que não têm a mesma origem deste tecido.
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Propagação e Viveiros Florestais 61
2.2.5 Estruturas primária e secundária da folha
As folhas são órgãos muito variáveis, tanto quanto sua forma quanto em sua estru-
tura interna. Originam-se no caule e apresentam continuidade em relação ao sistema
vascular.
Cutícula
Epiderme superior
Parênquima paliçádico
Parênquima lacunoso
Xilema
Floema
Epiderme inferior
Para fixar os conhecimentos, antes de dar sequência aos seus estudos, responda à
questão a seguir.
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Propagação e Viveiros Florestais 63
Atividade de aprendizagem
1. As plantas apresentam diferentes estruturas que as auxiliam na adap-
tação aos mais variados ambientes. Você foi selecionado para escolher
uma espécie vegetal para ser plantada em um ambiente seco, com alta
presença de herbívoros e solo salino. De posse dessas informações, quais
estruturas a planta escolhida deve apresentar?
c) Tricomas e Hidatódios.
Fotossíntese
Na ponta do lápis
Este processo ocorre no interior da célula vegetal, a partir do di-
óxido de carbono (gás carbônico) e água, como forma de produ-
zir glicose e oxigênio, que é liberado no ambiente. Veja abaixo
a reação resumida da fotossíntese:
H2O - Água
C6H12O6 - Glicose
O2 - Oxigênio
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 65
A fotossíntese acontece nos órgãos clorofilados, principalmente nas folhas. Os com-
postos gerados são denominados de fotoassimilados, e são distribuídos ao longo de
toda a planta via vasos condutores.
Respiração
Na ponta do lápis
A respiração ocorre em todas as partes do vegetal, especial-
mente nas folhas, órgão em que se encontra a maior quanti-
dade de estômatos, e se dá no interior das mitocôndrias, onde
moléculas orgânicas reagem com oxigênio, transformando-se
em gás carbônico e água e liberando energia sob a forma de ATP
(adenosina trifosfato).
Leitura complementar
Aprofunde seus conhecimentos diante desses dois processos
que são de suma importância para a regulação da produção ve-
getal. Para isso, consulte o Material Complementar, disponível
no AVA.
1) absorção de água e sais minerais pelas raízes, pelo processo de osmose, promo-
vendo uma força de “propulsão” ‒ a entrada de água e sais minerais nas raízes
gera uma pressão positiva, chamada de pressão da raiz. Essa pressão empurra a
coluna líquida para cima, mas somente é eficaz para elevar a seiva bruta em plan-
tas herbáceas ou pequenos arbustos;
Hormônios vegetais
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 67
Os principais hormônios vegetais são:
• Ácido abscísico: é produzido nas raízes, sintetizado por quase todos os tipos de
células, e transportado via xilema. É um inibidor do crescimento das plantas e atua
retardando o desenvolvimento vegetal durante situações de estresse, como inver-
no e longos períodos de seca. Também está associado à indução da dormência de
sementes e gemas, e à atividade estomática;
• regula a abertura e o fechamento dos estômatos, que por sua vez regulam a trans-
piração e a fotossíntese.
O órgão responsável pela absorção de água nas plantas é a raiz, logo, o volume de
água absorvido é diretamente proporcional ao volume de solo que a raiz consegue ex-
plorar. É importante ressaltar que a maior parte da água é absorvida através dos pelos
radiculares.
Existem dois mecanismos pelos quais as raízes absorvem água, que são:
• Transporte Passivo
Transporte que ocorre sem gasto de energia externa ao sistema e que ocorre do local
de maior concentração para o menor. Está diretamente relacionado com o processo
transpiratório, processo pelo qual as plantas perdem água através dos estômatos na
forma de vapor. A evaporação aumenta a demanda de água nos estômatos. Este au-
mento da demanda passa de célula a célula, pelo xilema e alcança as raízes. Desta
forma, a diferença de água na solução do xilema e na solução do solo faz com que a
água flua para as raízes.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 69
Transporte passivo de absorção de água pelas plantas
Estômato aberto Estômato fechado
Células
anexas
Ostíolo
Células-guarda
Fonte: Elaborado pelo autor (2023). Imagem: Getty Images.
• Transporte Ativo
Comentários do autor
Para que esse mecanismo ocorra, são necessárias algumas con-
dições, como alta disponibilidade de água, alta concentração de
sais no xilema, ausência de fluxo transpiratório, ausência de ini-
bidores da respiração etc. Um bom exemplo desse mecanismo
é a gutação.
É estimado que 98% da água absorvida pelas plantas é perdida pelos processos de
transpiração, gutação e exsudação. Confira abaixo como funciona cada um deles:
• Transpiração
Processo no qual a planta libera água no estado gasoso. É necessário, mas pode ser
prejudicial se ocorrer em excesso, pois a perda exagerada de água leva a planta à desi-
dratação. Ocorre em qualquer parte da planta acima do solo, entretanto, a maior parte
da transpiração acontece nas folhas, através dos estômatos. A transpiração é mediada
pela diferença de disponibilidade de água entre o ar atmosférico e a planta.
• Gutação ou sudação
Processo de perda de água na forma líquida que ocorre através de estruturas denomi-
nadas hidatódios ou poros aquíferos. A absorção radicular pode resultar numa pressão
nos vasos do xilema (a chamada pressão radicular), quando a água é forçada a sair
através dos hidatódios, na forma de gotas.
• Exsudação
Processo de perda de seiva ocasionado por podas, incisões ou ferimentos causados por
herbívoros, insetos ou microrganismos. A seiva é o líquido que adquire consistência
viscosa na superfície onde aparece e é composta por água e sais minerais que seriam
transportados para os órgãos da parte aérea. Logo, é importante que as podas sejam
realizadas no período de dormência das plantas, quando o fluxo de seiva é reduzido.
d) Transporte de minerais
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 71
A maioria dos minerais absorvidos pelas raízes são transportados via xilema, na forma
de íons inorgânicos.
Na ponta do lápis
Cátions: íon potássio (K+), íon cálcio (Ca2+), íon magnésio
(Mg2+), íon cobre (Cu2+), íon zinco (Zn2+) e íon manganês (Mn2+).
Formas de transporte
A água é, praticamente, “tracionada” do solo para a parte aérea por esta força, em um
fluxo xilemático. Quando as taxas de transpiração estão baixas, os nutrientes podem
ser transportados através da gutação (esse processo é mais importante em plantas de
pequeno porte).
Os minerais também podem ser transportados através das trocas iônicas nos vasos do
xilema. As paredes xilemáticas são carregadas negativamente, podendo associar-se
a cátions que serão transportados longitudinalmente. Essa modalidade de transporte
depende da concentração de cátions na seiva bruta e da afinidade dos cátions pelos
sítios negativos da parede do xilema.
a) Radiação Solar
Comentários do autor
É importante ressaltar que cada espécie vegetal apresenta di-
ferentes níveis de tolerância à radiação solar: por exemplo, o
tomate não se desenvolve bem em condições de baixa radiação
solar, apresentando crescimento desordenado dos seus órgãos.
Em contrapartida, o cacau tolera bem o sombreamento, e em
condições de elevadas taxas de radiação pode ter seu desenvol-
vimento comprometido.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 73
Baseando-se na capacidade de suportar ou não a luminosidade, as plantas foram divi-
didas em espécies de sol e espécies de sombra:
O desenvolvimento das plantas depende, em grande parte, da luz que recebem. Neste
sentido, o fotoperíodo ‒ duração do dia em relação à noite, em um tempo de 24 horas
‒ refere-se à influência exercida pelos períodos de luz e escuridão sobre as plantas ao
longo de um período de tempo, seja um dia, uma estação ou um ciclo solar.
Atenção
A germinação das sementes e a floração ocorrem em uma época
específica do ano, e o estímulo ambiental utilizado pelas plantas
para detectar cada época é o princípio básico do fotoperíodo.
Plantas de São aquelas não afetadas pela duração do dia. Os ciclos do dia e da
noite do fotoperíodo não são determinantes para todas as plantas,
dia neutro uma vez que algumas regulam suas funções de maneira autônoma.
b) Temperatura
c) Umidade do ar
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 75
d) Velocidade do vento
e) Precipitação pluviométrica
Antes de encerrar este tema, faça a atividade proposta para fixar os conhecimentos.
Atividades de aprendizagem
1. Suponha que você foi chamado para uma consultoria. Chegando à área, o
produtor te informou que as plantas estavam com problemas na absorção
de água, mesmo a água estando disponível. Foi constatado que a planta
apresentava uma baixa produção de raízes. Um primeiro consultor passou
por lá e recomendou que o produtor aplicasse giberelinas nas plantas com
o intuito de aumentar a produção radicular, entretanto, o problema não
foi resolvido. Nesta situação, o produtor te chamou para uma nova visto-
ria. Diante desse problema, qual seria sua recomendação?
Encerramento do tema
No tema Biologia vegetal você aprendeu conceitos básicos sobre biologia vegetal
que vão facilitar todo o seu aprendizado sobre produção de mudas. Agora é possível
entender o processo de nomenclatura botânica. Você também aprendeu sobre todos
os órgãos vegetais e como eles se relacionam com o meio e compreendeu processos
fisiológicos como a fotossíntese, a transpiração e o mecanismo de absorção de água e
sais minerais.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 77
02 Condições
edafoclimáticas para
instalação e condução
de viveiros
Tema 2: Condições edafoclimáticas para
instalação e condução de viveiros
Neste tema, você vai reconhecer a importância do clima para a produção florestal.
Desta forma, serão explorados assuntos relacionados à composição da atmosfera e
ações antrópicas, ou seja, ações realizadas pelo ser humano e que que influenciam o
nosso planeta. Além disso, você irá compreender os impactos causados pelo aumento
dos gases de efeito estufa e pelo aquecimento global na produção de plantas.
Em seguida, abordaremos a relação entre clima e floresta, assim como as ações que
devem ser adotadas para mitigar o desmatamento dos biomas. A partir disso, você
vai conhecer a ferramenta de zoneamento agroclimático, usada para potencializar
a produção florestal.
Capacidades técnicas
Ao fim deste tema, você terá desenvolvido a seguinte capacidade:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 79
Tópico 1: Atmosfera
Neste tópico, iremos aprofundar em alguns conceitos importantes que são fundamen-
tais para compreender como a vida na terra é possível. Você também vai compreender
as modificações na composição da atmosfera e como elas aconteceram ao longo do
tempo.
1.1 Conceitos
A atmosfera terrestre é uma camada de ar que envolve e protege nosso planeta. Nela
estão presentes os gases necessários para a manutenção da vida. A existência da ca-
mada atmosférica só é possível graças à força da gravidade, que mantém as partículas
de ar unidas na superfície da Terra, impedindo que se dissipem pelo espaço.
Glossário
Bactérias anaeróbias: qualquer organismo que não necessita
de oxigênio para o crescimento. Ele pode reagir negativamente
ou até mesmo morrer se o oxigênio está presente. Já os or-
ganismos aeróbicos são organismos que precisam de oxigênio
para sobreviver.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 81
Título
Evolução da geral do info
constituição da atmosfera
100
Gases na atmosfera (% em volume)
N2
80
60
Zona Zona Zona
1 2 3
40
CO2
O2
CH4 e NH3
20
H2O
Há Há Há Há Há Hoje Tempo
4.500 4.000 3.000 2.000 1.000
milhões milhões milhões milhões milhões
de anos de anos de anos de anos de anos
• troposfera;
• estratosfera;
• mesosfera;
• termosfera; e
• exosfera.
A diferenciação entre essas camadas ocorre de forma gradual e não existe um limite
físico entre elas, apenas uma progressiva rarefação do ar com a altitude. A atmosfera
tem de 80 a 100 quilômetros de espessura, e 75% de todo o seu gás está contido abai-
xo de dez quilômetros de altitude e 95% abaixo de vinte quilômetros. Confira:
700 a 10.000 Km
1.200 a 2.500 °C Exosfera
80 a 700 Km Termosfera
-90 a 1.200 °C
m Mesosfera
50 a 80 K
0 a -90 °C
0 Km Estratosfera
12 a 5 °C
-55 a 0
2 Km Troposfera
0 a 1 50 °C
-
20 a
Comentários do autor
O planeta vem passando pela maior crise climática da história.
Nesse contexto, o aumento de gases de efeito estufa presen-
tes na atmosfera acometem todo o planeta, causando impactos
negativos. Por isso, é fundamental que o Técnico em Florestas
compreenda a importância da mitigação desses impactos cau-
sados pelo aquecimento global.
Antes de dar sequência aos seus estudos, responda à questão a seguir para fixar os
conhecimentos.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 83
Atividade de aprendizagem
1. Qual é o principal fenômeno responsável pela alteração na composição
atmosférica primitiva da Terra?
Tópico 2: Clima
O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), traduzido para o português
Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, define o clima assim: tem-
po meteorológico médio de uma região ao longo de trinta anos e fatores climáticos,
como os eventos climáticos que são capazes de alterar:
Vejamos:
Comentários do autor
As principais características utilizadas para a classificação do cli-
ma são as mesmas características edafoclimáticas que influen-
ciam a produção vegetal. Logo, é preciso ter em mente que, para
qualquer atividade florestal, devemos levar em consideração o
clima da região. Afinal, essas características também são impor-
tantes na tomada de decisão para a construção de um viveiro.
Saiba mais
Quer saber mais sobre os fatores relacionados ao clima? Aces-
se, na biblioteca do AVA, o material intitulado Classificação
climática de Köppen-Geiger.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 85
2.1 Relação clima x floresta
Esses fatores são os principais motivos do aumento da concentração dos gases car-
bônico, óxido nitroso e metano na atmosfera, que têm como principal consequência a
alteração dos padrões climáticos do planeta.
420
335
410
Partes por milhão (ppm)
Dióxido de 330
400 Óxido
carbono 325
390 nitroso
(CO2) 320
380 (N2O)
315
370
360 310
350 305
340 300
330 295
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
600
1900
CFC-12
Partes por trilhão (ppt)
Partes por bilhão (ppb)
1850 500
Metano
1800 400
(CH4)
1750 CFC-11
300
1700
200
1650 HCFC-22
100
HFC-134a
1600
1550 0
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
• fiscalização efetiva para lidar com atividades ilegais como, por exemplo, a grila-
gem de terras, o uso indevido da terra, a mineração e as grandes obras de infra-
estrutura; e
Saiba mais
Para saber mais sobre o desmatamento nas florestas brasileiras,
acesse os materiais disponíveis na biblioteca do AVA. Aproveite!
Sendo assim, para reduzir os riscos causados pelas variações climáticas deve ser ela-
borado um Planejamento Agroclimático.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 87
Fonte: Getty Images.
Glossário
Zonas de escape de doenças: áreas que apresentam condi-
ções e clima desfavoráveis a determinado patógeno foliar e, por
isso, representam um local onde a cultura pode se desenvolver
livre do hospedeiro.
Este estudo é feito com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos
climáticos adversos e, assim, permite a cada município identificar a melhor época de
semeadura e plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares,
reduzindo as perdas. A ferramenta é de fácil compreensão e adoção pelos produtores
rurais, agentes financeiros e demais usuários.
Saiba mais
O Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climáti-
co (ZARC), regido pelo Decreto nº 9.841/2019, tem a finalidade
de melhorar a qualidade e a disponibilidade de dados e informa-
ções sobre riscos agroclimáticos no Brasil, com ênfase no apoio
à formulação, ao aperfeiçoamento e à operacionalização de pro-
gramas e políticas públicas de gestão. Na biblioteca do AVA você
encontra o decreto na íntegra. Acesse e leia para saber mais!
• valorizar terras;
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 89
• determinar as zonas de risco de déficit hídrico; e
Antes de prosseguir com seu estudo, resolva a atividade para fixar o aprendizado.
Atividade de aprendizagem
1. A ONU desenvolveu uma plataforma para monitoramento do dióxido de
carbono (CO2), do metano (CH4) e do óxido nitroso (N2O), que são os prin-
cipais gases de efeito estufa. A plataforma almeja oferecer dados desa-
gregados sobre essas emissões, o que ajudaria na criação de políticas
públicas mais eficientes na redução ou limitação desses gases.
Nesse sentido, explique como o aumento dos gases de efeito estufa pode
afetar a produção vegetal.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 91
03
Irrigação e drenagem
aplicadas à produção de
mudas florestais
Tema 3: Irrigação e drenagem aplicadas à
produção de mudas florestais
O tema Irrigação e drenagem aplicadas à produção de mudas florestais vai
abordar tópicos relacionados aos movimentos da água entre os sistemas solo-planta-
atmosfera (SSPA) através do estudo do ciclo da água.
O manejo da água exige um bom entendimento das relações hídricas no SSPA que, por
sua vez, engloba a caracterização dos processos que envolvem a água em equilíbrio
e em movimento em todo sistema, considerando que os componentes solo, planta e
atmosfera são estruturalmente diferentes. Afinal, apresentam diversas formas de in-
teração com a água.
Fonte: Shutterstock.
Capacidades técnicas
Ao fim deste tema, você terá desenvolvido as seguintes
capacidades:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 93
Capacidades técnicas
• analisar os resultados registrados, verificando a eficácia e
eficiência dos processos de implantação e condução de vi-
veiros de diversas culturas.
Glossário
Ciclos biogeoquímicos: ciclos biogeoquímicos: processos pe-
los quais os organismos retiram os elementos químicos ou com-
postos da natureza para serem utilizados por eles, devolvendo-
os em seguida ao ambiente. Envolvem o meio biótico, o meio
abiótico e elementos químicos.
A água presente na atmosfera representa valores insignificantes. Além disso, ela faz
parte da composição de todos os seres vivos, como:
A água pode ser encontrada em seus três estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
Contudo, a maioria dos seres vivos utiliza a água no estado líquido para realizar seus
processos metabólicos.
Sem água, a vida não seria possível. Por isso, é preciso compreender que, ainda que
o ciclo hidrológico possibilite que a água circule constantemente, isso não garante que
ela esteja disponível para todos os seres vivos, por conta da distribuição desigual da
água no planeta.
Movimentação
Movimentação
Condensação Precipitação
Degelo
Precipitação Sublimação
Condensação
Evaporação
Transpiração
Evaporação
Infiltração
Absorção
Lençóis freáticos
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 95
O ciclo da água é movido pela energia solar. Confira sua relação com os processos ob-
servados anteriormente:
Evaporação
O calor do sol aquece os oceanos, rios, lagos e outros corpos d’água fazendo com
que a água passe, gradualmente, do seu estado líquido para o gasoso.
Sublimação
O calor do sol também aquece as geleiras, fazendo com que a água passe direta-
mente do seu estado sólido para o gasoso.
Transpiração
Processo pelo qual os seres vivos perdem água para o ambiente. A evapotranspi-
ração, a transpiração das plantas e a evaporação dos solos são responsáveis por
liberar uma grande quantidade de água para a atmosfera.
Condensação
A água no estado gasoso sobe até a atmosfera e retorna ao estado líquido, for-
mando as nuvens através da aproximação das gotículas de água. As correntes de
ar movimentam as nuvens para diferentes regiões.
Precipitação
É a forma como a água volta para a superfície terrestre, chuva, granizo ou neve, a
depender da temperatura. Essa água retorna para os rios, lagos, oceanos ou pode
se infiltrar no solo e abastecer os lençóis freáticos.
Absorção
A água presente no solo é absorvida pelas raízes das plantas e utilizada nas
reações metabólicas. A água presente nas plantas é absorvida pelos animais que
delas se alimentam, que também necessitam de água para a sobrevivência. As
plantas perdem água pelo processo de evapotranspiração, retornando a água para
a atmosfera e recomeçando o ciclo.
Agora, que tal fixar o aprendizado quanto ciclo hidrológico? Faça a atividade proposta.
a) Oceanos.
b) Rios.
c) Aquíferos.
d) Geleiras.
e) Atmosfera.
Dentro dos estudos da hidrologia, há conceitos que dão suporte para o entendimento
do assunto. Conheceremos abaixo alguns deles.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 97
2.1 Coeficiente de cultivo (Kc)
Importante destacar que uma das utilidades do Kc é a elaboração de mapas que po-
dem auxiliar o produtor na tomada de decisão em relação à demanda de irrigação,
relacionando os valores de Kc e de evapotranspiração com a utilização da ferramenta
SIG (Sistemas de Informação Geográfica).
O balanço hídrico (BH) é uma ferramenta utilizada para o manejo da irrigação, visando
determinar quanto e quando é preciso irrigar as plantas de viveiros florestais. Sendo
assim, o objetivo desta ferramenta é quantificar as entradas e saídas de água de um
sistema em um determinado intervalo de tempo.
Fonte: Shutterstock.
O balanço hídrico também pode ser utilizado como ferramenta para o planejamento
quando se utiliza uma série de dados históricos para entender o comportamento da
evapotranspiração da cultura em uma determinada localidade.
Comentários do autor
Cada cultura apresenta uma necessidade de manejo de irrigação
específica. Portanto, antes de manejar a irrigação, é necessário
realizar um estudo sobre a cultura para garantir maior sucesso.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 99
Saiba mais
Quer saber como calcular o balanço hídrico? Acesse o material
disponível na biblioteca do AVA. Aproveite!
Saiba mais
Uma limitação da determinação do balanço hídrico é a comple-
xidade dos cálculos envolvidos. Entretanto, os pesquisadores
seguem buscando formas mais simples de calculá-lo. Consulte a
ferramenta do Governo Federal sobre o cálculo do balanço hídri-
co. Na biblioteca do AVA, você encontra o conteúdo na íntegra.
Antes de dar sequência aos seus estudos, fixe o conhecimento com a atividade proposta.
a) Precipitação.
b) Evapotranspiração.
c) Escoamento sub-superficial.
d) Ascensão capilar.
e) Orvalho.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 101
A necessidade de água é dependente dos fatores climáticos, morfológicos e fisiológicos
da planta. Já os diversos modos de irrigação dependem do clima, das características
do solo e do tipo das plantas de cultivo. Também dependem de outros elementos igual-
mente importantes, como a umidade da atmosfera, a intensidade da luz e o vento.
A muda é um dos primeiros estágios da produção vegetal. É uma planta muito jovem,
que precisa de atenção até ser totalmente formada, pois é altamente suscetível aos
estresses biótico e abiótico. Por isso, a etapa de produção de mudas é de suma
importância para a implementação florestal. Tecnicamente, uma muda é considerada
formada quando parte da planta apresenta raiz abundante e várias folhas.
Glossário
Meio biótico: relativo aos seres vivos. Inclui alimentos, plantas
e animais, bem como suas relações recíprocas e com o meio
abiótico.
Para compreender melhor a relação entre massa e força, vejamos qual fórmula deve
ser usada para realizar este cálculo.
Na ponta do lápis
Devemos aplicar a seguinte fórmula:
F=mxa
Em que:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 103
Na ponta do lápis
A terra exerce sobre os corpos uma força, denominada força-
peso (p), que está relacionada com a aceleração da gravidade,
logo:
P=mxg
Em que:
A pressão, por sua vez, é a razão entre a força aplicada sobre o tamanho da superfície
de contato.
Na ponta do lápis
Logo, devemos aplicar a seguinte fórmula:
P= F
A
Em que:
Entende-se por vazão a quantidade de líquido que escoa de uma tubulação por um
determinado período de tempo, ou seja, a vazão é a relação entre volume escoado e o
tempo. Para compreender melhor, vejamos como aplicar esta fórmula.
Na ponta do lápis
Utilize a seguinte fórmula:
Q= V
t
Em que:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 105
Tipos de vertedor
b
a L
L
4
h h h
1
P P L P
Vertedor retangular Vertedor trapezoidal Vertedor triangular
Tipos de vertedor.
Fonte: Adaptado de Fernandes (2023).
Soleira Parte superior da parede que fica em contato com a lâmina vertente.
Carga sob a Distância vertical entre o nível da soleira e o nível de água a montan-
soleira (H) te, aproximadamente igual a seis vezes a carga.
Altura do
Diferença entre o fundo da soleira e o fundo do canal.
vertedor (P)
Largura da
Dimensão da soleira através da qual ocorre o escoamento do líquido.
soleira (L)
Funcionamento
Tirantes de alumínio
Perfil de ancoragem
ao concreto (laterais e fundo)
• turbulência;
• gorduras;
• espumas; e
• materiais flutuantes.
Do lado interno do medidor existe uma régua graduada através da qual é feita a me-
dição de acordo com o nível de líquido presente na calha de Parshall. O suporte e o
posicionamento dos eventuais sensores são fixos, rígidos e passíveis de lacração, de
forma a evidenciar qualquer forma de movimentação.
O método direto consiste na determinação do tempo que a água leva para preencher
um recipiente de volume conhecido. A relação entre o volume do recipiente e o tempo
gasto para enchê-lo nos dará a vazão.
Na ponta do lápis
Este cálculo deve ser feito aplicando a seguinte fórmula:
Este é um método simples, que requer poucos equipamentos e apresenta boa preci-
são, quando executado com certo cuidado. Em campo é usado de forma satisfatória
para vazões de até um litro por segundo. Pode ser utilizado para vazões superiores,
desde que se disponha de equipamentos para manuseá-las. É importante salientar que
as medidas devem ser realizadas três vezes, no mínimo.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 107
Sifão
Sifão
Nesse contexto, geralmente são utilizados tubos de alumínio, plástico ou ferro com
diâmetros entre meia e doze polegadas. Na irrigação são comuns a utilização de tubos
de três polegadas de diâmetro e entre 1,5 e 2,0 metros de comprimento. Outros ta-
manhos podem ser utilizados, desde que necessário.
Esses medidores podem ser construídos com folhas de metal, cimento ou madeira.
Além disso, eles possuem quatro seções:
• entrada;
• convergente;
• contraída; e
• divergente.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 109
d) Condutos livres e condutos forçados
Os condutos livres ou canais são aqueles que conduzem a água com uma superfície
livre, com secção aberta ou fechada, influenciados pela pressão atmosférica.
e) Bombas hidráulicas
• algum tipo de fluido, como, por exemplo, um óleo que será movimentado por com-
ponentes da bomba, como pistão ou engrenagens, gerando um fluxo desse líquido.
Bombas rotativas
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 111
IV. Bomba gerotor: o princípio de funcionamento é similar às bombas de engrena-
gens de dentes internos. A única diferença consiste na vedação.
V. Bomba de palhetas: composta por palhetas presas a um eixo que gira dentro
de um anel concêntrico. As palhetas estão localizadas em um rotor provido de
ranhuras. Elas funcionam através da força centrífuga que permite o encosta-
mento das palhetas na carcaça, formando assim as placas de desgaste.
Bombas alternativas
Neste caso, o líquido recebe a ação das forças diretamente de um pistão ou êmbo-
lo, ou de uma membrana flexível (diafragma).
f) Reservatórios
• o abastecimento urbano;
• a geração hidrelétrica;
• a piscicultura e aquicultura;
• a navegação; e
• a recreação e o lazer.
De modo geral, os reservatórios são estabelecidos por meio de barragens nos cursos
d’água. Suas características físicas, especialmente a capacidade de armazenamento,
dependem das condições topográficas do local onde estão inseridos.
• dois sensores;
• um contator que seja compatível com a potência da bomba que será ligada ; e
F F(N)
Controle de nível automático
Reservatório
Bomba
Nesse sistema, os dois sensores serão responsáveis por averiguar os níveis máximo e
mínimo do reservatório. Ambos os sensores são usados como contatos normalmente
abertos. Além disso, quando o reservatório está cheio, os dois sensores estão abertos;
e a bomba, desligada.
Quando a água começa a diminuir e está abaixo do sensor de controle de nível máxi-
mo, este sensor fecha. No entanto, a bomba continua desligada. Quando a água está
abaixo do sensor de controle de nível mínimo, os dois sensores estarão fechados, e
logo a bomba é ligada.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 113
Dependendo de sua finalidade, os reservatórios podem apresentar diferentes tipos de
revestimento. Vejamos:
Reservatórios São reforçados com fibras de vidro e, por isso, oferecem alta resis-
de poliéster tência às ações mecânicas, químicas e corrosivas. São indicados para
reforçado atividades que exijam grandes capacidades de armazenamento.
Uma boa irrigação não consiste apenas em molhar a superfície das plantas, mas toda
a região ao redor, garantindo que as raízes absorvam água. Desta forma, é possível
garantir a hidratação e a absorção de nutrientes pelas raízes das plantas.
a) Aspersão
Esse sistema não é indicado em regiões que apresentam solos muito inclinados, e é
necessário conhecimento técnico mais aprimorado para a sua implantação. Entre as
vantagens, destacam-se o baixo custo de mão de obra, a elevada eficiência de aplica-
ção e o melhor controle da lâmina de irrigação.
Por outro lado, como desvantagens destacam-se o aumento de doenças causadas pelo
molhamento das folhas, os elevados custos iniciais de energia e de manutenção, a li-
mitação pelo vento e pela declividade do terreno. Também pode causar danos ao solo
devido ao escoamento de água nas proximidades.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 115
Comentários do autor
Diante desse contexto, é fundamental que o Técnico em Flo-
restas compreenda a diferença entre os conceitos de eficácia
e eficiência. A eficácia está relacionada a algo adequado para
atingir um propósito, de modo a alcançar o resultado pretendido
ou esperado. Logo, ela consiste em fazer as coisas certas. Já a
eficiência ocorre quando a tarefa é executada da melhor manei-
ra possível, com o menor desperdício de tempo, esforço e re-
cursos, ou seja, consiste em fazer as coisas de maneira correta.
b) Microaspersão
Já como desvantagens podemos citar o fato de possuir um alto investimento inicial; ser
um sistema fixo com muitos elementos expostos, podendo sofrer avarias; conter bicos
reguladores de pressão que podem entupir caso fiquem sem uso; e estar vulnerável a
ventos fortes, que podem afetar a uniformidade da irrigação.
A irrigação por nebulização funciona criando uma névoa bem leve, fina e contínua,
através de microgotículas de água. Seus principais usos se dão na climatização (manu-
tenção da umidade relativa do ar) e no controle da temperatura em viveiros e estufas
(áreas de cultivo protegido). Esse sistema também pode ser utilizado para nebulizar
defensivos agrícolas e para conservar flores e verduras.
Outra vantagem é que este é um sistema fixo, que não demanda mudanças em tu-
bulações. Além disso, por ser instalado a nível aéreo, não demanda intervenção nas
culturas; ajuda a manter o equilíbrio da umidade em todo o espaço; facilita a redução
da temperatura no interior das estufas; melhora a qualidade do ar ao eliminar partícu-
las de poeira; impede o aparecimento de certos insetos, principalmente os voadores;
controla os odores liberados; e diminui a probabilidade de formar poças de água.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 117
d) Gotejamento
Fonte: Shutterstock.
e) Carretel hidráulico
Esse sistema é composto por um carretel de linha e uma bobina com mangueira em
um canhão de irrigação. Ele utiliza o sistema de aspersão para formar chuvas artificiais
e distribuir a água uniformemente no espaço em que está localizado. Além disso, é
indicado para pequenos e médios produtores.
• fácil instalação; e
• manutenção simples.
f) Pivô central
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 119
Sistema de irrigação por pivô central.
Fonte: Getty Images.
g) Subirrigação
Esse sistema visa realizar a irrigação abaixo do sistema radicular da planta. Ele pode
Sistema
ser realizado através de Lençol
da elevação irrigação
do lençolfreático
por subirrigação
freático ou por gotejamento subterrâneo.
Mesa ou
bancada Excesso
Bomba
ligada
Bomba
desligada
Temporizador
Tanque de solução
Bomba
Sistema de irrigação por subirrigação.
Fonte: Adaptado de Researchgate (2023).
Por outro lado, apresenta como desvantagens o elevado custo de instalação; a neces-
sidade de topografia adequada e presença de lençol freático à pequena profundidade
do solo; e a necessidade de solos e água sem riscos de salinização. Além disso, esse
sistema não se adequa a todas as culturas. Considerando esse cenário, a subirrigação
não é tão utilizada no Brasil.
Agora que você conheceu os sistemas de irrigação, chegou o momento de saber como
deve ser realizada a montagem e manutenção desses sistemas.
a) Projeto de irrigação
Layout de água ou
layout de emissores Parte mais importante do projeto, pois permite que o
instalador visualize o local dos emissores, seus respecti-
(dispositivo pelo qual vos bocais e a adequação dos mesmos na área.
ocorre a saída da água)
Detalhes das
instalações dos
equipamentos, Notas que orientam o montador na execução do projeto.
detalhes de montagem
e notas e observações
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 121
Saiba mais
O projeto de irrigação deve ser feito por profissionais habilita-
dos para isso, mas é importante que você entenda os passos
do projeto para que possa monitorar as atividades. Além disso,
antes de se efetuar uma contratação terceirizada, a qualidade
do trabalho deve ser sempre checada. Para saber mais sobre
esse processo, conheça a ferramenta do Governo Federal sobre
o cálculo do balanço hídrico. Na biblioteca do AVA, você encon-
tra o conteúdo na íntegra.
Instalação e Etapa mais simples do projeto e sem muitas variáveis, porém bas-
tante específicas. Nela, será definida a quantidade e o tipo dos ma-
montagem
teriais utilizados. Além disso, será executado o que foi planejado no
elétrica projeto elétrico.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 123
A manutenção dos sistemas de irrigação deve ser realizada por profissionais conhece-
dores da área. Afinal, é fundamental reconhecer as falhas e avaliar o funcionamento
do sistema.
Agora que já vimos como deve ser realizada a montagem e manutenção dos sistemas
de irrigação, vamos aprender aqui como ocorrem as etapas de captação e coleta de
água que fazem parte desses sistemas. Além disso, falaremos também sobre a quali-
dade da água para irrigação.
As amostras de água devem ser coletadas e analisadas para que sejam obtidas infor-
mações a respeito da sua qualidade. Logo, as amostras devem ser as mais represen-
tativas possíveis. De modo geral, recomendam-se os seguintes procedimentos para a
coleta de água:
A qualidade da água para irrigação nem sempre é definida com perfeição. No entanto,
para que seja possível encontrar resultados apropriados, é preciso levar em conside-
ração características que influenciam o solo, a planta e o manejo da irrigação. Assim,
poderemos controlar ou compensar os problemas relacionados à qualidade da água
para irrigação.
Com relação à análise da qualidade da água para irrigação, é recomendado que sete
características sejam avaliadas. Vejamos:
Concentração de
Avalia a concentração total de sais presentes na água para
sais solúveis ou
irrigação.
salinidade
Proporção
relativa de sódio,
em relação a
Avalia o potencial de infiltração da água no solo.
outros cátions
ou capacidade de
infiltração no solo
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 125
Avalia a contaminação por fatores microbiológicos. Existem três
situações a se considerar quanto à contaminação da população:
• contaminação do irrigante durante a irrigação;
• contaminação da comunidade circunvizinha do projeto de
irrigação; e
Aspecto sanitário • contaminação dos usuários dos produtos irrigados.
Glossário
Árvores perenes: aquelas que apresentam um ciclo de vida
longo, maior que dois anos.
Antes de dar sequência aos seus estudos, responda à questão a seguir para fixar os
conhecimentos.
III. A área III será destinada para a construção de uma casa de vegetação para
a produção de mudas. O produtor pretende usar o sistema de irrigação para
auxiliar no controle da temperatura e da umidade relativa do ar.
Tópico 4: Drenagem
Neste tópico, aprofundaremos os conhecimentos sobre a técnica de drenagem, que
tem como objetivo escoar o excesso de água e de sais do solo. A drenagem tem como
finalidade aerar o solo, preservar as condições físicas, químicas e biológicas e manter
o controle salino que favorece o desenvolvimento vegetal.
A drenagem é uma técnica que visa retirar água de um terreno excessivamente úmido
por meio de tubos, valas, fossos e outros equipamentos instalados na superfície ou nas
camadas subterrâneas. A remoção do excesso de água possibilita a aeração, a estru-
turação e o aumento da resistência dos solos. O excesso de água pode ser oriundo de
causas naturais, como o excesso de chuvas. Também pode se originar em causas não
naturais, como o excesso de irrigação.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 127
A drenagem deve levar em consideração as condições do solo, do clima e do tipo de
plantio. Dessa forma, suas principais vantagens são:
• controla o nível dos lençóis freáticos, o que permite o aprofundamento das raízes
e maior produtividade florestal;
• tem alta durabilidade, pois a estrutura para drenagem pode permanecer por mui-
tos anos no terreno, sem necessidade de troca.
É importante destacar que as técnicas de drenagem artificial são onerosas, logo, de-
vem ser definidas e realizadas após cuidadosa análise e planejamento. As situações
que comumente justificam o uso da drenagem são:
Aeração
Estrutura
Temperatura
Os solos mais úmidos geralmente são mais frios. Essa diminuição da temperatura
é causada pela maior reflexão dos raios solares pela superfície dos solos, ou seja,
é necessária uma maior quantidade de calor para o aquecimento. Isso ocorre pois
a água apresenta maior calor específico quando comparada aos componentes da
parte sólida do solo.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 129
Glossário
Calor específico: é a quantidade de energia necessária para
que 1g de uma substância sofra aumento ou diminuição de tem-
peratura de 1 °C.
Na ponta do lápis
Na aeração, o coeficiente de difusão do oxigênio na água é o
seguinte:
2,4 x 10-5cm2S-1
No ar atmosférico, o coeficiente é o seguinte:
1,8 x 10-1cm2S-1
Dessa maneira, a água presente reduz o coeficiente de difusão
do oxigênio no solo, diminuindo a aeração. Além disso, é sabido
que a concentração de gás oxigênio na água é menor que no ar
atmosférico.
8,4 x 10-6
No ar atmosférico, a concentração é de:
2,9 x 10-4
• definhamento;
• amarelecimento;
• epinastia.
Glossário
Epinastia: fenômeno que causa a curvatura de órgãos vegetais
para baixo, principalmente em folhas.
Sendo assim, as seguintes etapas devem ser consideradas para realização da drena-
gem do solo:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 131
Recuperação e controle de solos alcalinos e salinos
Agora que você já conhece a importância da drenagem no solo, vai conhecer as espe-
cificidades que tratam sobre o lençol freático, pois a sua localização e posição influen-
ciam a drenagem em uma determinada área.
Lençol freático
Lençol freático
Aquífero
Poço artesiano
Além disso, o lençol freático varia de acordo com a topografia do local, suas rochas
e seu tipo de solo. O volume de água presente nos lençóis freáticos oscila de acordo
com o regime pluviométrico, ou seja, em períodos chuvosos ele está mais próximo da
superfície do solo em função do aumento do volume de água. Em contrapartida, em
períodos secos, o lençol freático se distancia da superfície em razão da diminuição do
volume de água.
Informação extra
O conhecimento da profundidade do lençol freático é obtido
através de pesquisas florestais e agronômicas com o objetivo
de avaliar a produtividade de cada cultura conduzida em di-
ferentes profundidades freáticas. Outras variáveis importantes
nesses estudos são: o clima, o tipo de solo e a concentração de
sais da água subterrânea e de irrigação. Por isso, é fundamental
que o Técnico em Florestas se mantenha atualizado em relação
às pesquisas agronômicas, pois delas derivam as inovações tec-
nológicas que auxiliam na tomada de decisão, assim como na
utilização de técnicas mais sustentáveis.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 133
Normalmente, lençóis freáticos localizados a menos de sessenta centímetros da super-
fície causam diminuição da produtividade, já que ocorre a diminuição da aeração na
zona de crescimento radicular. Lençóis freáticos muito distantes da superfície também
ocasionam queda na produtividade, porém, nesta situação o motivo é o déficit hídrico.
4.3 Salinização
A salinização é o processo de acúmulo de sais solúveis nos solos, acima dos níveis to-
leráveis pelas culturas florestais. Geralmente esses sais são acumulados em forma de
íons, como, por exemplo:
Saiba mais
Quer saber mais sobre os efeitos da salinização de corpos
d’água? Acesse, na biblioteca do AVA, o material que disponibi-
lizamos para você.
Para refletir
Os principais problemas de salinização em nosso país são oriun-
dos do polígono das secas. Afinal, trata-se de uma região geo-
gráfica localizada no nordeste e no extremo norte da região su-
deste do Brasil. O marco legal da criação dessa área surgiu em
1946 e foi oficialmente instituído em 1968 por meio da Lei nº
63.778, decretada pelo governo brasileiro em função dos pro-
jetos de irrigação malconduzidos. O principal problema destes
projetos não está diretamente relacionado à qualidade da água
usada na irrigação, mas, sim, à falta de drenagem associada
à baixa eficiência da irrigação por superfície. A irrigação tem
causado um rápido aumento dos níveis dos lençóis freáticos, e
isso, associado a uma alta taxa de evapotranspiração, causa o
acúmulo de sais na superfície dos solos.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 135
a) Drenagem superficial
A drenagem superficial pode ser executada por meio dos sistemas natural, do cama-
lhão, do interceptor, dos drenos rasos e paralelos e da sistematização do terreno. Na
sequência, confira as características de cada um deles:
Sistema natural
Sistema camalhão
Sistema interceptor
Sistematização do terreno
Informação extra
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a al-
tura do centro dos camalhões pode variar entre 15 e 50 centí-
metros. Além disso, seu comprimento pode atingir até 300 me-
tros e sua largura varia de acordo com o tipo de solo. Em solos
com drenagem muito lenta, a largura varia entre 6 e 12 metros;
com drenagem lenta, entre 10 e 20 metros; e com drenagem
média, entre 15 e 30 metros.
b) Drenagem subterrânea
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 137
Como já vimos, a operação de drenagem será executada com
a alocação de drenos. A distribuição dos drenos na área depen-
de da posição e do nível do lençol freático, do tipo de solo e,
principalmente, da topografia do terreno.
Os drenos são instalados preferencialmente nas partes baixas do terreno, para onde
ocorre naturalmente o escoamento da água.
• lateral;
• coletor;
• principal; e
• emissário.
Os drenos laterais são utilizados para a redução do potencial da água no solo e para
a extração da água armazenada nos poros drenáveis, atuando no controle do nível
do lençol freático. Os drenos coletores têm a função de coletar a água advinda dos
drenos laterais e conduzi-la para os drenos principais. Os drenos principais, por sua
vez, coletam a água advinda dos drenos coletores e a encaminham para os drenos
emissários. Já os drenos emissários conduzem a água para fora da área do projeto.
Fonte: Shutterstock.
Informação extra
Na prática, o valor da profundidade do dreno será determinado
pelo profissional responsável pelo projeto. Essa profundidade
deve ser correspondente à profundidade mínima de instalação
do dreno no campo, admitindo-se que a área tem uma super-
fície uniforme com certa declividade média. Em quase todos os
casos, a declividade do dreno varia entre 0,1 e 0,5%.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 139
Já no regime permanente, admite-se que o lençol freático se mantenha estável no tem-
po numa determinada profundidade. É indicado para situações nas quais a quantidade
de água que chega ao lençol freático é a mesma que é descarregada pelos drenos,
caracterizando-se pela ocorrência de chuvas com baixa intensidade e longa duração.
Possuir um sistema de drenagem é uma ótima alternativa para garantir maior segu-
rança e ter controle sobre algumas condições naturais. Além disso, planejar e executar
o projeto com excelência é de extrema importância, além de se atentar à manutenção
da tecnologia. Afinal, é esta etapa que ditará o correto funcionamento e a máxima
performance do sistema.
Por isso, é importante que este profissional se atente à manutenção preventiva, afinal,
não é necessário que algum problema aconteça para que ele seja corrigido. O ideal é
evitar que imprevistos aconteçam. Para isso, é interessante mensurar a capacidade
volumétrica do sistema de drenagem para estimar a periodicidade da manutenção
preventiva, além de ser recomendado o auxílio de uma empresa parceira, com profis-
sionais capacitados para definir a periodicidade das atividades de manutenção.
Antes de encerrar este tema, que tal fixar seus conhecimentos? Faça a atividade a
seguir.
( ) Na sua grande maioria, a profundidade dos drenos varia entre 1,0 e 3,0 metros.
a) V – V – V – V
b) V – F – F – V
c) F – F – V – V
d) V – F – V – V
e) V – F – V – F
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Irrigação e drenagem aplicadas à produção de mudas
florestais. Nele, você compreendeu o movimento que a água faz na natureza e como
esse elemento é crucial para qualquer atividade humana, principalmente para o cultivo
florestal. Também aprendeu que tanto o excesso quanto a falta de água são fatores
que limitam o crescimento e o desenvolvimento vegetal. Entretanto, essas situações
podem ser contornadas com o uso das técnicas de irrigação e drenagem.
Além disso, viu que essas tecnologias podem aumentar a extensão das áreas cultivá-
veis, entretanto, se realizadas de forma incorreta, acarretam problemas ambientais
como a salinização e poluição dos lençóis freáticos, fenômenos que desejamos evitar.
Por fim, você reconheceu que é necessário estabelecer parcerias com empresas que
oferecem serviços de qualidade para a realização de projetos, implantação e manuten-
ção dos sistemas de irrigação e drenagem.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 141
04
Produção de mudas
florestais
Tema 4: Produção de mudas florestais
Neste tema, vamos explorar o universo da produção de mudas florestais. Iniciaremos
com uma introdução à morfologia e fisiologia das sementes, apresentando conceitos
importantes para compreender plenamente a atividade de produção de mudas. Tam-
bém abordaremos técnicas para superar a dormência de sementes florestais, estraté-
gias de coleta e métodos de propagação sexuada e assexuada.
Para obter o máximo proveito dos seus estudos, é fundamental dedicar atenção aos
conteúdos. Dessa forma, ao concluir este tema, você estará capacitado a produzir mu-
das de qualquer espécie florestal. Não deixe de acessar os materiais complementares,
pois eles enriquecerão o seu processo de aprendizagem. Após cada tópico, você encon-
trará um exercício para fixar o conhecimento e ajudar a retomar pontos importantes.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 143
Capacidades técnicas
• garantir a realização da manutenção preventiva das má-
quinas e dos equipamentos conforme previsto no plano de
implantação e condução de viveiros de diversas culturas;
• manter a organização e a conservação de equipamentos,
máquinas, ferramentas e acessórios de acordo com cada
cultura, conforme plano de implantação e condução de vi-
veiros de diversas culturas;
• interpretar o retorno econômico da atividade com o uso das
inovações tecnológicas na implantação e condução de vivei-
ros de diversas culturas;
• aplicar as técnicas de manuseio de ferramentas, acessó-
rios e instrumentos de medição de acordo com cada cultura
prevista na implantação e condução de viveiros de diversas
culturas;
• manter-se atualizado quanto às inovações tecnológicas na
implantação e condução de viveiros de diversas culturas;
• acompanhar/observar as demandas e inovações tecnológi-
cas do mercado externo na implantação e condução de vi-
veiros de diversas culturas;
• analisar os resultados registrados, verificando a eficácia e
eficiência dos processos de implantação e condução de vi-
veiros de diversas culturas;
• garantir que sejam utilizados os equipamentos/implemen-
tos de acordo com os procedimentos operacionais técnicos,
de saúde e segurança do trabalho (SST) e de uso de EPI/
EPC nas diversas etapas do processo de implantação e con-
dução de viveiros de diversas culturas;
• registrar os dados técnicos necessários para as diversas
etapas da implantação e condução de viveiros de diversas
culturas;
• realizar o controle e combate a incêndios na área dos vivei-
ros de mudas conforme previsto na implantação e condução
de viveiros de diversas culturas; e
• providenciar os recursos necessários para o controle de
agentes bióticos, abióticos e incêndios na implantação e
condução de viveiros de diversas culturas.
Glossário
Propágulos: são estruturas constituídas basicamente por cé-
lulas meristemáticas que se desprendem de uma planta adulta
para dar origem a uma nova planta, geneticamente idêntica à
planta de origem (clones).
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 145
A semente é, basicamente, o óvulo maduro fecundado. Ela é constituída pelo embrião
(cotilédones e eixoSemente detegumento
embrionário), pinheiroe (gimnosperma)
endosperma (nem sempre presente).
Cotilédones
Embrião
Tegumento
Micrópilo
Do ponto de vista funcional, as sementes são constituídas por casca, tecido de reserva
e tecido meristemático, cada um apresentando funções específicas.
Casca
Camada protetora externa que delimita a semente e pode ser constituída apenas
pelo tegumento ou pode também conter pericarpo.
Tecido de reserva
Tecido Meristemático
Glossário
Organismos heterotróficos: incapazes de produzir seu ali-
mento, necessitam de outro ser vivo para sua nutrição. Exem-
plo: animais, fungos, protozoários e algumas bactérias.
a) Formação da semente
O embrião é formado pela radícula (raiz embrionária), que é dotada de alta capaci-
dade de multiplicação e pode estar envolvida por uma camada protetora denominada
coifa. Na outra extremidade do embrião está o caulículo ou broto (meristema apical
do caule). É importante relembrar que, dentro do grupo das angiospermas, existem
as monocotiledôneas (apresentam um cotilédone) e as dicotiledôneas ou eudicotiledô-
neas (apresentam dois cotilédones).
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 147
Sementes
Confira a seguir as estruturas dedo
de semente angiosperma
grupo das angiospermas.
Feijão Trigo
Corte Corte Corte
longitudinal transversal longitudinal
Broto Endosperma
Radícula Cotilédone
Casca Broto
Cotilédone
Radícula
Eudicotiledôneas Monocotiledôneas
Sementes de angiosperma.
Fonte: Shutterstock.
b) Tipos de sementes
A fisiologia das sementes é o estudo dos processos biológicos que ocorrem nas semen-
tes, desde sua formação até a germinação e o desenvolvimento das novas plantas.
Compreender a fisiologia das sementes é essencial para entender os mecanismos de
dormência, os requisitos de germinação e os fatores que influenciam a viabilidade e o
vigor das sementes.
O processo de maturação pode ser definido como a sequência de etapas que prepa-
ram a semente para a germinação. A maturação se inicia com a dupla fertilização que
ocorre entre o gameta masculino e os núcleos polares, originando o tecido de reserva
triploide, e se encerra com o desligamento fisiológico da semente da planta-mãe.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 149
• aumento do tamanho;
Sementes de mogno
Fonte: Shutterstock.
Este processo envolve uma sequência de etapas que se inicia com a embebição das
sementes e finaliza com a emissão da radícula ou com a emissão da plântula. Entretan-
to, na operação dos viveiros florestais consideramos uma semente germinada quando
ocorre a emissão da plântula. Acompanhe as etapas!
Fase I - Embebição
Ocorre rápida hidratação, reativação enzimática, aumento
1 na respiração e no consumo de oxigênio, reparo de
estruturas celulares e reorganização das membranas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 151
Informação extra
Sementes consideradas dormentes não ultrapassam a primeira
fase. A presença do hormônio ABA (ácido abscísico) inibe o pro-
cesso de germinação.
A dormência pode ser vista como uma vantagem competitiva, visto que permite às es-
pécies sobreviverem a adversidades, o que pode acontecer de três maneiras. Observe!
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 153
Além disso, o fenômeno da dormência pode ser explicado de diferentes formas, sendo
a dormência física e a dormência fisiológica as mais comuns. Veja:
Dormência física
Dormência fisiológica
Mais comum em espécies florestais, ocorre quando a semente viável não germina
mesmo após a remoção do tegumento, devido à presença de embrião imaturo ou
substâncias inibidoras que o impedem de se desenvolver.
Glossário
Lignina: polímero orgânico que une as fibras celulósicas, au-
mentando a rigidez da parede celular vegetal e constituindo,
juntamente com a celulose, a maior parte da madeira das árvo-
res e arbustos.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 155
A quebra da dormência pode variar entre diferentes espécies de árvores devido às ca-
racterísticas específicas de cada planta. Compreender as necessidades de quebra de
dormência de espécies individuais é fundamental para promover a germinação bem-
sucedida e o estabelecimento saudável de mudas de árvores.
Tratamentos recomendados para a quebra de dormência das sementes de algumas espécies arbóreas.
Fonte: Adaptado de IPEF.
Comentários do autor
Cada espécie possui um protocolo específico para a quebra de
dormência, por isso, você deve manter-se atualizado e conhecer
profundamente a espécie alvo do seu trabalho.
Leitura complementar
Aprofunde seus conhecimentos sobre a quebra de dormência e
sobre os mecanismos de aquisição de dormência consultando
seu Material Complementar, disponível no AVA.
e) Deterioração de sementes
Alterações na semente
Formação Redução da
de plantas velocidade da
estéreis. germinação.
Aumento
da taxa de Diminuição do
anormalidade crescimento
da plântula. da plântula.
Desuniformi- Queda da
dade no resistência a
desenvolvi- estresses do
mento. ambiente.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 157
f) Vigor de sementes
Deterioração e vigor da semente são dois processos fisiológicos opostos, ou seja, en-
quanto a deterioração resulta na perda de poder germinativo da semente, o vigor é
a capacidade da semente de germinar, emergir e resultar rapidamente em plântulas
normais. Porém são também relacionados, pois, quando a deterioração das sementes
avança, há uma proporcional perda de vigor.
Produção consciente
A qualidade das plantas, tanto no campo quanto no vivei-
ro, está diretamente ligada ao vigor das sementes, refletindo o
potencial de retorno econômico do investimento na produção.
Sementes vigorosas resultarão em mudas vigorosas, tornando
o vigor o parâmetro de qualidade que melhor representa o de-
sempenho da semente em relação ao seu ciclo reprodutivo e
propagação da espécie.
Para produzir sementes de espécies florestais nativas que ocorrem ao acaso nas ma-
tas, o primeiro passo é identificar, marcar, selecionar e manejar as matrizes para a
colheita de sementes.
Fonte: Shutterstock.
De posse das sementes obtidas nas árvores matrizes, é possível implantar novos po-
voamentos de árvores da mesma espécie e concentrá-los em áreas que podem variar
de 1 a 100 hectares, a depender da quantidade de semente que se almeja produzir.
Leitura complementar
Consulte o seu Material Complementar, disponível no AVA, para
aprofundar seus estudos sobre identificação, marcação, seleção
e manejo de árvores matrizes.
O local mais simples de coleta de sementes é a mata nativa, conhecida como Área de
Coleta de Sementes (ACS), povoamentos florestais nativos ou introduzidos. Nesses
locais, algumas árvores fenotipicamente superiores são escolhidas para a coleta de
sementes, e não ocorre o desbaste de árvores com características indesejáveis.
Glossário
Fenótipo: manifestação visível ou detectável do genótipo.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 159
Essa é considerada a mais simples
forma de produção de sementes me-
lhoradas, com baixa intensidade de sele-
ção (cerca de 1:10) e seleção fenotípica
no lado feminino.
Informação extra
No caso de a população original ser menor que dez matrizes, ou
se for desconhecido seu tamanho real, o cadastramento da ACS
na Comissão Estadual de Sementes e Mudas, do Ministério
da Agricultura e Pecuária, fica condicionado à confirmação do
desempenho dos indivíduos originários dessas sementes, em
plantio piloto.
A intensidade de seleção é baixa (1:10), e a seleção fenotípica ocorre nos lados femi-
nino e masculino.
Imagem: Shutterstock.
Um pomar de sementes pode ser estabelecido através de duas técnicas: por clonagem
(Pomar de Sementes Clonal Testado ‒ PSCT) ou por meio de mudas (Pomar de
Sementes por Mudas ‒ PSM). Ambas as técnicas visam à produção de árvores com
genótipo selecionado geneticamente, que são isoladas para reduzir a polinização de
fontes externas com genótipos inferiores.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 161
b) Coleta de sementes
Coleta de sementes
Os catadores de frutos e
Necessário um outro veículo
sementes devem ser
para o transporte dos frutos e
contratados no mercado local,
sementes.
como serviço de terceiros.
As ferramentas utilizadas pela equipe devem ser selecionadas de acordo com a dificul-
dade da coleta. Por exemplo, coletas realizadas em matas fechadas e de difícil acesso
devem contar com o auxílio de escadas de corda e equipamentos para escalada.
I. Métodos de coleta
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 163
Diretamente na árvore: aconselhada quando os
frutos são muito pequenos ou leves. No entanto,
essa modalidade de coleta é mais trabalhosa e re-
quer uma equipe experiente, incluindo escaladores.
Para árvores com até 50 cm de Diâmetro à Altura do
Peito (DAP), a escalada é recomendada. Já para ár-
vores com DAP acima de 50 cm, é indicado o uso de
equipamentos de alpinismo, nos quais o escalador é
elevado por uma cadeira de cinta de nylon.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
c) Beneficiamento de sementes
• manipulação;
• debulha ou descascamento;
• pré-limpeza;
• secagem;
• limpeza;
• classificação;
• melhoramento da qualidade
física;
• tratamento; e
• embalagem.
Fonte: Shutterstock.
Saiba mais
Para entender melhor o processo de beneficiamento das semen-
tes, acesse o link disponível na biblioteca do AVA.
I. Secagem de sementes
O tempo entre a coleta das sementes e a secagem deve ser o menor possível, já que
as sementes mantêm sua atividade respiratória enquanto estão com alto teor de água,
e a precoce utilização das reservas causará distúrbios fisiológicos indesejados que re-
sultarão em baixos vigor e índice de germinação.
A secagem pode ser realizada de forma natural, artificial estacionária ou artificial in-
termitente. Confira!
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 165
Também utiliza silos com distribuição axial ou radial de fluxo de ar
Artificial para retirar a água, porém, a semente é submetida ao ar quente
em intervalos periódicos, evitando o superaquecimento. A princi-
Intermitente pal vantagem desse método é a secagem rápida e uniforme das
sementes.
Imagem: Shutterstock.
É importante evitar que os sacos de sementes fiquem em contato direto com as pare-
des do galpão e nunca armazená-los junto com adubo, calcário ou agroquímicos.
es
a
Arm
Sementes imaturas ou com
danos não apresentam bom
potencial de armazenamento.
O potencial de armazenamento
depende da espécie.
A produção de mudas pode ser realizada através das vias sexuada e assexuada. A pro-
dução de mudas por via sexuada é realizada por meio de sementes, enquanto que a
via assexuada se dá por meio da propagação vegetativa. Conheça mais detalhes sobre
o assunto!
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 167
a) Produção de mudas por semente (sexuada)
Fonte: Shutterstock.
É importante destacar que as técnicas de quebra de dormência são aplicadas com o ob-
jetivo de melhorar as taxas de germinação e obter maior uniformidade na produção de
mudas. Na maioria dos casos, uma única técnica é suficiente, porém algumas espécies
florestais requerem a aplicação de um conjunto de técnicas para superar a dormência.
I. Semeadura
Informação extra
Caso você opte pelo uso da serragem como cobertura do leito
da sementeira, é importante se atentar à sua origem. Algumas
serragens contêm tanino, resina ou outra substância tóxica que
irá prejudicar as mudas recém-germinadas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 169
Os substratos mais comumente usados nas sementeiras são areia e terra areno-argilo-
sa. Após o preparo do substrato, procede-se à semeadura. Essa etapa pode ser realiza-
da de forma dispersa (lanço), permitindo que toda a área seja coberta no plantio, que
pode ser realizado manualmente, de modo mecanizado ou por meio de uma combina-
ção de ambos no caso de sementes pequenas. Para sementes grandes, a semeadura
pode ser feita em sulcos (covas).
Cuidados na repicagem
A operação de
repicagem deve ser
realizada após
as plântulas
desenvolverem de dois
Tanto o canteiro a três pares de folhas.
quanto as embalagens
que receberão as
mudas devem ser
umedecidos antes da
retirada das mudas.
A retirada das
mudas do canteiro
deve ser feita com
o auxílio de uma
espátula.
As embalagens
devem ter uma
cova central para
acomodar a muda.
Essa metodologia deve ser utilizada para a produção de mudas florestais, em condi-
ções tropicais, tanto em viveiros públicos quanto privados, pois é a técnica que mais
apresenta vantagens em relação à semeadura em canteiros. Isso porque:
É importante ressaltar que a propagação via semente não garante que a sua muda
apresente as mesmas características encontradas na árvore-mãe. Portanto, em alguns
casos nos quais essas características são de suma importância, deve-se utilizar a pro-
pagação vegetativa.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 171
b) Produção de mudas por propagação vegetativa (assexuadamente)
I. Estaquia
As estacas podem ser retiradas tanto da parte aérea quanto da parte radicular da plan-
ta original. Quando as estacas são retiradas da parte aérea, elas podem ser herbáceas
ou lenhosas, enquanto as estacas retiradas da parte radicular são sempre lenhosas.
Simples
Cruzeta
Lenhosa
Aérea Talão
Gema
Herbáceas
Já as estacas caulinares são mais comumente utilizadas. Nessa técnica, uma estaca
com gemas é selecionada e colocada para enraizar, com o objetivo de formar raízes
adventícias e desenvolver novas mudas. Essa abordagem é amplamente empregada
na propagação de diversas espécies, permitindo a produção eficiente de mudas a partir
de estacas provenientes do caule.
• quanto mais nova e mais herbácea for a estaca, maior a chance de enraizamento;
e
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 173
Gema: mais delicado e exigente quanto às condi-
ções de enraizamento, é utilizado em caso de ma-
terial valioso e escasso, na produção de mudas de
videira, figueira, algumas espécies de macieiras,
pereiras, entre outras.
Fonte: Shutterstock.
Para que o processo de enraizamento por estacas apresente bons resultados, é im-
portante que a estaca tenha de duas a quatro gemas e 50% da sua área foliar. É
essencial que a planta produza níveis adequados de substâncias naturais, principal-
mente de auxinas, para o sucesso do enraizamento. Por isso, é recomendado que as
estacas contenham folhas, principalmente em espécies que apresentam dificuldade de
enraizamento.
Informação extra
Existem alguns tratamentos que podem ser empregados para a
melhoria do processo de enraizamento e consequente obtenção
de mudas de maior qualidade. Entre eles, podemos destacar a
utilização de reguladores de crescimento (hormônios) que
visam:
A alporquia é uma técnica na qual um ramo é induzido a enraizar sem ser separado da
planta-mãe. Embora seja pouco utilizada, é especialmente aplicável em espécies de
alto valor. Essa técnica é escolhida quando as plantas não produzem sementes ou não
se propagam vegetativamente por outras técnicas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 175
O primeiro passo é selecionar um
ramo, preferencialmente com cerca
de um ano de idade ou que tenha se
desenvolvido na última estação.
IV. Micropropagação
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 177
O meio de cultura contém macronutrientes, micronutrientes, suplementos orgânicos
(geralmente sacarose) e hormônios vegetais em concentrações que variam de acordo
com as exigências da espécie que está sendo cultivada.
Comentários do autor
Ainda que a cultura de tecidos se mostre muito vantajosa, é
preciso atentar para a necessidade de construção de um labo-
ratório para a produção de mudas utilizando esta metodologia.
Isso porque todas as etapas devem ser conduzidas em ambien-
te asséptico, além da necessidade de mão de obra qualificada.
V. Enxertia
• Os cavaleiros são colhidos das plantas matrizes que desejamos multiplicar. Eles
devem ser transportados em caixas de isopor contendo uma camada de gelo pica-
do coberto com casca de arroz, serragem ou mesmo jornal, para evitar o contato
direto do cavaleiro com o gelo. Os ramos devem ser retirados do acondicionamen-
to antes da enxertia e colocados em água limpa para evitar o ressecamento.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 179
As ataduras geralmente são removidas entre 15 e 20 dias após a enxertia, de forma
gradual, primeiro removendo o barbante e, após 2 ou 3 dias, o restante das ataduras.
Local de realização
Superfícies de contato
Condições ambientais
Cuidados pós-enxertia
Habilidade do enxertador
• restauração de plantas; e
Tipos de Enxertia
Os principais métodos para execução da enxertia são agrupados em: garfagem, bor-
bulhia e encostia. Conheça agora detalhes sobre cada um desses tipos.
a) Garfagem
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 181
B
Garfagem em fenda: consiste em cortar o cavalo à
altura de, geralmente, 15 a 20 cm de comprimento.
C Com o canivete, deve-se abrir uma fenda longitudi-
nal de 3 a 4 cm no cavalo, cortar a base do cavaleiro
em forma de cunha e fazer a junção do cavalo com
o cavaleiro, evitando deixar espaços vazios. Por fim,
A é preciso amarrar o fitilho e colocar o saco plástico,
amarrando-o na base com barbante.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
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Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 183
b) Borbulhia
Imagem: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
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c) Encostia
Apesar de ser o método de enxertia mais antigo, é o menos utilizado atualmente, pois
é complicado, demorado e produz mudas de pior formação.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 185
1.5 Produção de mudas em ambiente protegido
A produção de mudas em ambiente protegido tem se tornado cada vez mais popular
devido às suas vantagens. Os viveiristas enfrentam desafios relacionados às condições
climáticas e ao ataque de pragas, o que impacta na produção tanto de mudas sexua-
das quanto assexuadas. Para superar esses obstáculos, os viveiros utilizam estruturas
protegidas, que isolam as mudas do ambiente externo.
Comentários do autor
A decisão de investir na produção de mudas em ambiente prote-
gido depende de vários fatores, mas é importante ressaltar que
o investimento só é compensatório caso exista uma demanda
permanente de venda de mudas e compradores dispostos a pa-
gar mais caro por mudas com alta garantia de qualidade.
Atividade de aprendizagem
1. Suponha que você foi contratado(a) para trabalhar em um viveiro na sua
cidade, e sua primeira tarefa é indicar o melhor método para a produção
assexuada de mudas de algumas espécies. Você tem algumas informa-
ções disponíveis:
II. Mudas de plantas do gênero Ficus, consideradas de alto valor e com extrema
dificuldade de propagação, também serão produzidas no viveiro.
III. Outra espécie que o viveiro pretende produzir é a quaresmeira rosa, muito
utilizada na arborização urbana e de fácil enraizamento.
IV. Existe na cidade uma alta procura por mudas de açaí, logo, foi decidido que as
mudas de açaí entrariam no catálogo de vendas. Entretanto, será necessário
produzir muitas mudas a partir de poucas matrizes.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 187
Mudas de palmeira produzidas em sacos plásticos.
Fonte: Shutterstock.
2.1 Recipientes
Alguns aspectos devem ser observados na escolha dos recipientes e seus respectivos
tamanhos:
• o custo de aquisição;
Torrão paulista
Paperpot
As raízes podem perfurar o papel facilmente. Não foi amplamente utilizado no Brasil
em função da sua rápida degradação, mesmo após tratamento químico.
Fertilpot
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 189
É levemente fertilizado e, em comparação ao saco plástico, apresenta as vantagens de
produzir mudas sem enovelamento e permitir a completa mecanização do plantio, já
que é biodegradável. Assim, elimina-se a operação manual de retirada do envoltório.
Bandejas
Fonte: Shutterstock.
Saco plástico
Sua maior vantagem é o baixo custo, pois dispensa grandes investimentos e não exige
mão de obra especializada. O tamanho recomendado depende da espécie:
Fonte: Shutterstock.
• a possibilidade de enovelamento das raízes, que causa altos níveis de morte após
o plantio;
Tubete
Os tubetes mais utilizados são os de seção circular, com quatro ou seis estrias e volu-
me de 50 cm³, para mudas de rápido crescimento, como eucaliptos, pinus e pioneiras
nativas. Para as espécies de crescimento inicial mais lento, que permanecem mais
tempo no viveiro, como as nativas não pioneiras, os tubetes devem ter capacidade de
100 cm³. Normalmente os tubetes são colocados em bandejas a 80 cm do solo.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 191
Fonte: Shutterstock. Fonte: Shutterstock.
Produção consciente
A utilização de tubetes em vez de sacos plásticos é justificada
pela possibilidade de mecanização do processo de produção
de mudas e pela opção de reutilização dos tubetes. É possível
estabelecer acordos com os compradores para a devolução dos
recipientes, resultando em economia, sustentabilidade e redu-
ção da produção de resíduos. No caso de reutilização, é neces-
sário realizar uma desinfestação prévia, imergindo os tubetes
em solução de hipoclorito de sódio (0,6%) ou sulfato de cobre
(5%) por 24 horas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 193
Vermiculita
Composto orgânico
Esterco bovino
Além de fornecer nutrientes para as plantas, atua na melhora das condições quí-
micas, físicas e biológicas do solo. Para a produção de mudas florestais, o esterco
bovino bem curtido é útil na mistura com outros substratos, proporcionando bons
resultados.
Terra de subsolo
Bagaço de cana
Acículas de pinus
Pouco empregadas como substrato para produção de mudas florestais, podem ser
utilizadas na produção de composto orgânico e na cobertura morta, em pequenas
quantidades. Dentre os benefícios, destacam-se a presença de nutrientes (N, P, K,
MG, Zn e Cu) e a inoculação de micorrizas. É utilizado principalmente na produ-
ção de mudas de pinus.
Húmus de minhoca
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 195
Glossário
Tanino: composto de origem vegetal que atua em diversas fun-
ções, incluindo a proteção contra a herbivoria.
Pode ser usado substrato comercial ou preparado no próprio viveiro, é preciso sempre
tomar cuidado para que seja livre de propágulos de fungos ou outros microrganismos
e insetos. Na dúvida sobre a qualidade do substrato, recomenda-se que este seja
desinfestado. O substrato não deve ser reutilizado, pois essa prática, muitas vezes
utilizada por viveiristas, mantém os propágulos dos patógenos, que poderão infectar
novos lotes de mudas.
Leitura complementar
A técnica da compostagem é uma ótima solução para reduzir o
volume de resíduos encaminhados para os aterros e que geram
mau cheiro, além contribuir com a redução dos gases de efeito
estufa (GEEs). Para se aprofundar no assunto, consulte seu Ma-
terial Complementar, disponível no AVA.
Antes de prosseguir com seu estudo, resolva a atividade para fixar o aprendizado.
a) Serragem.
b) Resíduos sólidos.
c) Vermiculita.
d) Terra de subsolo.
e) Composto orgânico.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 197
Confira, a seguir, os macronutrientes.
Macronutrientes na adubação
Nitrogênio (N)
É o nutriente de maior demanda, faz parte da
composição da clorofila, das enzimas, das
proteínas estruturais, dos ácidos nucleicos e de
outros componentes orgânicos.
Fósforo (P)
Faz parte da constituição dos ácidos nucleicos e
fosfolipídios. É importante no início da formação dos
primórdios vegetativos e desempenha papel
fundamental no fornecimento de energia para as
plantas via fotossíntese, respiração e expansão celular.
Potássio (K)
Segundo nutriente mais requerido pelas plantas, está
envolvido na fotossíntese e respiração, no metabolismo de
carboidratos e do nitrogênio, na translocação do amido, na
síntese de proteína, no crescimento de tecidos
meristemáticos, nos movimentos estomáticos, na tolerância
ao ataque de pragas e variações de temperatura.
Cálcio (Ca)
Fundamental para as plantas superiores, regula os processos
de permeabilidade das células e tecidos e está envolvido no
metabolismo de nitrogênio, no crescimento dos tecidos
meristemáticos, nas funções das raízes, no crescimento e
desenvolvimento radicular, na estabilidade estrutural e
fisiológica dos tecidos, e na ativação de enzimas.
Magnésio (Mg)
Presente em baixas quantidades nos solos brasileiros,
faz parte da composição da clorofila, funciona como
catalisador na transferência de fosfatos e participa de
várias atividades enzimáticas, como assimilação de
gás carbônico e síntese de proteínas.
198 CURSO TÉCNICO EAD SENAR
desenvolvimento radicular, na estabilidade estrutural e
fisiológica dos tecidos, e na ativação de enzimas.
Magnésio (Mg)
Presente em baixas quantidades nos solos brasileiros,
faz parte da composição da clorofila, funciona como
catalisador na transferência de fosfatos e participa de
várias atividades enzimáticas, como assimilação de
gás carbônico e síntese de proteínas.
Enxofre (S)
Indispensável em todas as fases do ciclo vegetativo,
encontra-se, em sua grande maioria, na matéria
orgânica do solo. Tem papel fundamental em processos
metabólicos, atua na síntese da clorofila e de proteínas,
faz parte da composição de aminoácidos e vitaminas, é
ativador de enzimas e está presente em óleos vegetais.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 199
Molibdênio (Mo): atua na fixação biológica do nitrogênio e redução
do nitrato, participa do metabolismo do enxofre e carbono, e da for-
mação do pólen.
Leitura complementar
Para saber mais sobre os sinais de deficiência e toxidez de cada
macro e micronutriente, consulte seu Material Complementar,
disponível no AVA.
Existem várias opções para irrigar um viveiro florestal, incluindo o uso de regador ma-
nual, mangueira, sulcos e aspersores, entre outros métodos. Conforme mencionado
no tópico anterior sobre irrigação, é importante contratar uma equipe técnica para
desenvolver o projeto de irrigação. Além disso, é essencial considerar as demandas
específicas de água de cada espécie e, no caso da fertirrigação, observar também as
necessidades nutricionais de cada planta.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 201
Informação extra
Destacamos ainda a importância da pesquisa bibliográfica
antes de iniciar qualquer atividade relacionada à produção de
mudas. Plataformas de busca online e sites de fontes confiáveis,
como o Google Acadêmico, Embrapa, SENAR e websites de ins-
tituições de ensino superior, por exemplo, oferecem materiais
gratuitos de alta qualidade que podem orientar suas decisões.
Comentários do autor
A frequência de irrigação depende muito da experiência do vi-
veirista em perceber a necessidade das plantas, mas algumas
tecnologias podem ser utilizadas, como o tensiômetro, que
mede a umidade do substrato e auxilia a determinar correta-
mente quando é melhor irrigar, ou a irrigação computadori-
zada, no caso da produção de mudas em ambiente protegido.
Neste tópico, vamos explorar algumas técnicas essenciais para a produção de mudas.
Embora nem todas sejam utilizadas em todas as situações, é importante estar familia-
rizado com elas para o caso de necessidade. Acompanhe!
a) Raleio ou desbaste
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 203
O raleio é feito quando as plântulas
atingem cerca de 5 cm de altura e
possuem de dois a três pares de fo-
lhas. Normalmente, a muda que é
mantida é a maior e que apresenta
melhor conformação do caulículo.
Fonte: Shutterstock.
As mudas excedentes podem ser aproveitadas para a repicagem e devem ser cortadas
ou arrancadas cuidadosamente.
b) Monda ou capina
Essa prática pode ser realizada de forma manual, após a irrigação das mudas, já que
fica mais fácil remover as plantas nesse momento. Outra opção é a utilização de her-
bicidas, que podem ser aplicados tanto antes quanto depois do surgimento das plantas
indesejáveis.
c) Movimentação ou dança
A técnica de movimentação ou dança é empregada para realizar a poda das raízes que
eventualmente ultrapassam a embalagem e se estendem para o solo. A frequência
dessa prática pode variar de acordo com a equipe responsável.
A poda das raízes é uma prática importante na produção de mudas e tem como objeti-
vo estimular o crescimento lateral e controlar o desenvolvimento, especialmente quan-
do é necessário manter as mudas por mais tempo no viveiro. É essencial verificar se a
espécie florestal em questão tolera esse tipo de poda, consultando cartilhas e manuais
técnicos específicos antes de realizar o procedimento.
e) Tutoramento
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 205
f) Rustificação ou aclimatação
• redução gradual da irrigação 20 dias antes do envio das mudas para o plantio; e
Em toda atividade florestal são gerados resíduos que, se não forem manejados ade-
quadamente, podem se tornar um problema ambiental. Por isso, é importante consi-
derar alternativas para reduzir a geração ou reaproveitar esses resíduos em todas as
atividades, visando tornar as operações mais sustentáveis.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 207
Tipos de resíduos
Recicláveis reutilizáveis
Representam uma alternativa para
redução de custos. Muitos proprietários
de viveiros adotam a prática de
reutilização dos tubetes em parceria
com os compradores das mudas. Nessa Recicláveis
parceria, os compradores recebem um
desconto ao se comprometerem a
não reutilizáveis
devolver os tubetes ao viveiro. Devem ser direcionados para
empresas especializadas no
correto processamento
desses materiais ou doados a
cooperativas de reciclagem.
Não recicláveis Essa opção fortalece a
Os saquinhos plásticos das mudas, sobras relação entre a empresa e a
de fertilizantes químicos e embalagens de comunidade, além de
defensivos agrícolas, por exemplo, devem contribuir para a
ser encaminhados para o armazenamento sustentabilidade ambiental.
ou a eliminação. Porém, é fundamental
que isso seja feito em áreas designadas
e adequadas para esse fim.
Ao adotar essas medidas, é possível promover uma gestão mais sustentável dos resí-
duos gerados na produção de mudas, contribuindo para a redução do impacto ambien-
tal e fortalecendo o compromisso com a comunidade e o planeta.
Saiba mais
Conheça um projeto que reaproveita galões e sacos plásticos
para o plantio de mudas no viveiro municipal, aplicando, na
prática, ações de manejo de resíduos. O link você encontra na
biblioteca do AVA.
O termo “praga” tem uma conotação financeira, embora também seja relevante do
ponto de vista biológico. Refere-se a organismos e microrganismos que, quando pre-
sentes nas plantações, se alimentam das culturas, reduzindo sua qualidade e produ-
tividade. Esses insetos causam perdas econômicas, afetando tanto a produtividade
quanto o resultado financeiro.
Tipos de pragas
Desfolhadoras
Causam lesões e redução
da área foliar, interferindo
na capacidade
fotossintética e permitindo
a entrada de fitopatógenos.
Sugadoras Exemplos: formigas,
Causam diminuição do lagartas, larvas-minadoras
vigor graças à sucção e paquinhas.
contínua de seiva e podem
transmitir vírus às
plantas. Exemplos:
ácaros, cochonilhas,
percevejos, cigarrinhas,
pulgões e tripes.
Além das pragas mencionadas, há ainda outras de menor importância, como cupins,
nematoides, lesmas e caracóis. No entanto, em se tratando de produção de mudas,
outras pragas de espécies florestais merecem destaque:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 209
Lagarta-rosca: alimenta-se primeiramente do co-
leto de mudas recém-germinadas até mudas com
altura aproximada de 5 a 10 cm. Em plantas aci-
ma deste tamanho, as lagartas se alimentam das
folhas.
Apresentam hábitos noturnos e, durante o dia, fi-
cam escondidas embaixo dos recipientes ou leve-
mente enterradas no substrato.
Uma das medidas de controle é evitar espaços entre
Fonte: Shutterstock. os recipientes.
Fonte: Shutterstock.
Glossário
Coleto: também chamado de colo, é a parte de transição da
raiz para o caule.
É essencial ter em mente que outras pragas podem surgir a qualquer momento. Por
isso, é altamente recomendado realizar rondas diárias para o monitoramento de inse-
tos. Entre as pragas que podem surgir ocasionalmente nos viveiros, podemos mencio-
nar as formigas-cortadeiras, os besouros-desfolhadores, as lagartas e as paquinhas.
Essas pragas são mais comuns em viveiros que produzem mudas de raiz nua, sendo
menos prováveis em viveiros que utilizam recipientes.
O conceito de doença pode ser entendido como qualquer desvio prejudicial contínuo
das funções fisiológicas normais da planta, que pode ocorrer quando ela sofre ataque
de um patógeno (agente biótico) ou é submetida a uma condição ambiental inadequa-
da (agente abiótico).
I. Tombamento
O tombamento (damping off) é uma doença comum que afeta as mudas, principal-
mente durante o primeiro mês de vida, quando as condições de umidade e tempera-
tura são elevadas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 211
É fácil identificar a presença dessa
doença, pois são observadas mudas
tombadas com falhas em áreas de
plantio. O tombamento ocorre devi-
do a lesões (necroses) no coleto das
mudas.
Fonte: Shutterstock.
À medida que as mudas afetadas pela doença se desenvolvem, podem apresentar ne-
crose na região da base, seguida de secagem e murcha generalizada da planta, mas
o tombamento característico ocorre com menos frequência em mudas mais maduras.
Uma das doenças mais significativas que afetam as mudas é a ferrugem, causada pelo
fungo Austropuccinia psidii. Essa doença se caracteriza pelo surgimento de pústulas
amarelas nos tecidos jovens das folhas e hastes das mudas em viveiros, bem como
em plantas de até dois anos de idade no campo e na rebrota no sistema de talhadia. A
presença dessa doença em alta intensidade pode levar à morte da muda.
Outro tipo de mancha que pode ocorrer nas mudas é causada pelo fungo Cylindrocla-
dium spp. Essas manchas são geralmente avermelhadas, circulares e possuem cerca de
1 cm de diâmetro, embora sua forma, tamanho e coloração possam variar dependendo
da espécie florestal, da presença de Cylindrocladium e das condições ambientais.
A murcha bacteriana é uma doença causada pela bactéria de solo Ralstonia solanacea-
rum. Essa doença ocorre em condições de temperatura e umidade elevadas, resultan-
do no murchamento das plantas afetadas. A murcha bacteriana pode afetar mais de
200 espécies de plantas, abrangendo aproximadamente 50 famílias botânicas.
IV. Oídio
O oídio é uma doença causada por um parasita obrigatório que se desenvolve em todas
as partes aéreas da planta. Ele se manifesta como uma fina cobertura esbranquiçada.
Com o tempo, a coloração branca do fungo pode mudar para tonalidades castanho-
acinzentadas nas folhas e, em casos de infecção severa, pode levar à seca e queda
prematura das folhas.
Ainda é possível a ocorrência de doenças na raiz. Quando isso ocorre, percebe-se se-
camento das mudas, quase sempre em reboleiras, e sem a ocorrência de tombamento.
A diminuição da irrigação auxilia muito no controle das doenças de raízes.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 213
(fungicidas, bactericidas, nematicidas etc.). Essa etapa deve ser monitorada pelo res-
ponsável técnico, garantindo a conformidade com todas as normas de preparo e
aplicação dos produtos.
É considerado incêndio florestal todo fogo fora de controle em qualquer tipo de ve-
getação, seja em plantações, pastos ou áreas de mata nativa. Os incêndios podem
causar grandes prejuízos à biodiversidade, ao ciclo hidrológico e ao ciclo do carbono
na atmosfera, além de causar danos enormes em qualquer atividade florestal, poden-
do levar à falência do empreendimento devido a perdas de produtividade, aumento
de custos, danos ambientais, além de atrasar o cumprimento de prazos estabelecidos
com os clientes.
Os incêndios, na maior parte dos casos, não são previsíveis. Contudo existem épocas
do ano quando a probabilidade de ocorrência aumenta (períodos secos, por exemplo).
É possível adotar algumas técnicas que visam minimizar os danos causados pelos in-
cêndios. Confira!
Construção de aceiros
Aceiros são faixas de terra sem vegetação, que tem como objetivo cessar a propa-
gação do fogo, podendo também funcionar como estradas, facilitando o acesso das
equipes de combate ao foco do incêndio. O aceiro deve ter uma largura mínima
de três metros, e sua manutenção é muito importante, pois ele deve estar sempre
totalmente roçado.
Barreiras antifogo
Existem algumas espécies que são mais difíceis de queimar, logo, pode-se cons-
truir barreiras com essas plantas, que irão atuar na diminuição da propagação do
fogo. Algumas espécies que podem ser utilizadas para essa finalidade são: palma
forrageira (Nopalea spp.), agave (Agave sisalana), hibisco (Hibiscus rosa-sinen-
sis), ora-pro-nóbis (Pareskia grandiflora), jaqueira (Artocarpus heterophyllus), en-
tre outras.
Nesta seção iremos abordar alguns equipamentos que podem ser utilizados para me-
canizar algumas operações na produção de mudas. Esses equipamentos são utilizados
com mais frequência na produção em larga escala, entretanto, podem ser aplicados
em qualquer situação, desde que seja viável.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 215
Além desses equipamentos, a máquina de fazer paperpot é capaz de produzir até
5.000 paperpots por hora.
Como toda máquina, é necessário que seja realizada uma manutenção periódica
para a garantia do perfeito funcionamento. Logo, atente-se às datas previstas para a
manutenção e tenha sempre em mãos contatos de empresas que oferecem esse tipo
de serviço.
Saiba mais
Confira como é o funcionamento de uma espadadeira e de uma
máquina de fazer paperpot. Os links estão disponíveis na biblio-
teca do AVA.
Antes de dar sequência aos seus estudos, responda à questão a seguir para fixar os
conhecimentos.
Atividade de aprendizagem
1. Suponha que você, como viveirista, produz mudas de três espécies nati-
vas da sua região. Em uma ronda de rotina você identificou três proble-
mas, um em cada espécie. Veja abaixo os problemas encontrados:
III. Plantas com extravasamento de raízes para fora das sacolas plásticas.
Glossário
Clones: grupo de plantas com as mesmas características ge-
néticas, originado, por multiplicação assexuada, de um mesmo
indivíduo. Teoricamente, as plantas obtidas de um clone são
iguais entre si, desde o potencial de sobrevivência até a ca-
pacidade produtiva, e as diferenças existentes são apenas as
causadas pelo ambiente.
Ou seja, os jardins clonais são uma estratégia usada pelos programas de melhoramen-
to genético para tornar os indivíduos de interesse “imortais”, mantendo suas caracte-
rísticas disponíveis em organismos vivos por muitos anos.
Diversos tratos silviculturais são realizados em jardins clonais, alguns específicos, ou-
tros similares aos pomares comerciais.
a) Densidade de plantio
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 217
Como mencionado anteriormente, é necessário que, antes de qualquer atividade flo-
restal, você faça uma revisão na literatura, a fim de coletar o máximo de informações
possíveis acerca da espécie a ser produzida. Para o estabelecimento de jardins clonais
não seria diferente. Veja esses exemplos:
Densidade de plantio
Definido o espaçamento que será adotado, procede-se com a demarcação das covas
para posterior plantio.
As covas podem ser abertas de forma manual, com o auxílio de enxadas, ou de forma
mecanizada, com o auxílio de um trator e um implemento agrícola adaptado para o
coveamento. A escolha do método depende, entre outras coisas, da disponibilidade do
maquinário, da disponibilidade da mão de obra e do custo.
Leitura complementar
Saiba mais sobre o estabelecimento de minijardins clonais de
eucalipto, técnica que vem sendo amplamente difundida no Bra-
sil, consultando seu Material Complementar, disponível no AVA.
Uma prática cada vez mais adotada pelas empresas florestais é a adubação verde,
que consiste em cultivar plantas da família das leguminosas nas entrelinhas do plantio.
Essas leguminosas têm a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico.
Fonte: Shutterstock.
A irrigação dos jardins clonais deve ser feita através de microaspersores com vazão
de 20 L/h, sendo que:
• nos primeiros seis meses a irrigação deve ser diária, com seis a oito litros de água/
dia/planta;
• nos seis meses seguintes, a planta deve receber entre oito e dez litros diários;
• no segundo ano, as plantas devem ser irrigadas com quinze a trinta litros por plan-
ta diariamente;
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 219
Modelo de irrigação de um jardim clonal.
Fonte: Shutterstock.
Aqui abordaremos técnicas utilizadas na condução dos jardins clonais com o objetivo
de deixá-los os mais sadios possível. Dentre as técnicas que serão abordadas estão:
poda, tutoramento, controle da luminosidade, manejo de pragas, doenças e resíduos
dos jardins clonais. Vamos conhecê-los em mais detalhes.
a) Poda
Após o 2º ano:
Em jardins clonais
conduzidos no
espaçamento de 3 x 3
metros, é recomendada
uma poda de condução
Até o 1º ano: para evitar o
As plantas são entrelaçamento das
conduzidas sem a copas e o
realização de podas, no estiolamento.
entanto, é necessário
cuidado com os ramos
muito próximos do solo
e com ramos que
possam ser oriundos do
porta-enxerto (cavalo).
Glossário
Estiolamento: desenvolvimento anormal dos vegetais causa-
do pela ausência de luz, geralmente caracterizado pelo desco-
ramento e definhamento dos tecidos. Ocorre pela síntese de
hormônios que fazem com que o caule cresça excessivamente,
ficando longo, enquanto as folhas ficam pequenas.
b) Tutoramento
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 221
c) Controle da luminosidade
É indicado que o jardim clonal seja coberto com telhados retráteis (parcialmente mó-
veis) para que se possa controlar as condições de luminosidade no jardim clonal. Nas
horas mais quentes do dia as plantas devem ficar sombreadas a fim de evitar o estresse
luminoso. Quando a temperatura estiver amena, é recomendada a retirada do telhado
para que as plantas maximizem a absorção de radiação fotossinteticamente ativa.
e) Manejo de resíduos
O manejo de resíduos nos jardins clonais deve seguir os mesmos princípios do manejo
de resíduos na produção de mudas, conforme abordado no subtópico 3.4.
Antes de dar sequência aos seus estudos, fixe o conhecimento com a atividade proposta.
Encerramento do tema
Chegamos ao final deste tema! Tenho certeza de que você se sente mais informado
sobre a produção de mudas e suas técnicas. Agora você conhece as principais práticas
utilizadas na produção de mudas de espécies florestais, bem como os principais fatores
que limitam essa produção.
Ficou evidente que não existe uma fórmula mágica para o sucesso das atividades
florestais, uma vez que cada espécie tem suas próprias características e particulari-
dades. Antes de iniciar qualquer projeto, é importante realizar um estudo cuidadoso
da espécie em questão. Além disso, é recomendado buscar fontes confiáveis, como o
Google Acadêmico e a plataforma Scielo, para aprofundar seus conhecimentos so-
bre o assunto.
Espero que você tenha aproveitado ao máximo todo o conteúdo apresentado, incluindo
a realização das atividades propostas e a leitura dos materiais complementares indi-
cados ao longo do texto.
Continue estudando!
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 223
05
Planejamento
de viveiros
Tema 5: Planejamento de viveiros
No tema Planejamento de viveiros, serão apresentados qual tipo de viveiro será
implantado e qual sua finalidade; depois, partiremos para as características principais
que devem ser avaliadas para a escolha do local onde o viveiro será instalado; em se-
guida, abordaremos as atividades que devem ser feitas para o preparo da área antes
da instalação, de fato, do viveiro.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 225
Capacidades técnicas
• treinar a equipe de trabalho na utilização e condução de
equipamentos, máquinas, ferramentas e acessórios de acor-
do com os procedimentos operacionais e os manuais dos fa-
bricantes, de acordo com cada cultura e o plano previsto na
implantação e condução de viveiros de diversas culturas;.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 227
1.1 Quanto à duração
• Viveiros de mudas com raízes nuas: as mudas não possuem proteção ao sis-
tema radicular no momento do plantio. A semeadura é feita diretamente nos can-
teiros, e, após o desenvolvimento, as mudas são retiradas para o plantio. São
necessários cuidados extras para evitar a insolação direta e os ventos no sistema
radicular. São viveiros muito comuns no sul do Brasil, onde se produzem mudas
de Pinus spp.
Informação extra
Na Amazônia, também existem algumas espécies promissoras
para o plantio com muda em raiz nua, como o feijó (Cordia goel-
diana), a tatajuba (Bagassa guianensis) e a marupá (Simaruba
amara).
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar os conhecimentos aprendidos? Faça a ati-
vidade proposta.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 229
Atividade de aprendizagem
1. Um viveiro foi construído na região Amazônica com o objetivo de produ-
zir mudas para uma antiga área de mineração ilegal. Serão necessárias
10.000 mudas para o reflorestamento da área. Finalizada a produção, o
viveiro será fechado, pois não há demanda de mudas na região. Diante
disso, qual das opções abaixo representa o tipo de viveiro que você cons-
truiria para essa situação?
Localização
Disponibilidade de água
Preferencialmente, o viveiro deve ser instalado em áreas com pouca ação huma-
na, pois locais que apresentam histórico de atividades agrícolas e florestais podem
estar contaminados com microrganismos fitopatogênicos.
Declividade
Viveiros para a produção de mudas florestais devem ser construídos em áreas com
declividade variando entre 2 e 5%, sendo o ideal uma declividade leve de 3%, para
evitar o acúmulo de água em dias chuvosos. Caso se opte por construir um viveiro
em áreas montanhosas, é necessário o estabelecimento de patamares, de forma
que cada um tenha a declividade apropriada. O solo deve ter boa drenagem, de
textura arenosa, para evitar encharcamento e/ou doenças.
Orientação
Clima
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 231
A lei das florestas
É importante se atentar à captação de água para a irrigação,
que é regulamentada pela Lei nº 12.787, de 11 de janeiro de
2013. Portanto, o produtor deve entrar em contato com o es-
critório regional do seu estado, no município onde se localiza a
propriedade e, então, requerer a outorga para captação de água.
A escolha do local de instalação do viveiro passa por muitas premissas, e uma das que
mais influenciam no custo de produção das mudas é a proximidade com o mercado
consumidor.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 233
2.4 Curvas de nível e terraços
Curvas de nível e terraços são ferramentas utilizadas para a definição do melhor uso do
terreno. Dessa forma, é possível otimizar o uso do solo, dando o correto destino para
cada área, de acordo com o seu relevo.
Fonte: Shutterstock.
a) Curvas de nível
As curvas de nível são um conjunto de linhas imaginárias que agrupam dois pontos de
mesma altitude. A partir dessas linhas são construídos os mapas topográficos, que for-
necem informações por meio de uma visão tridimensional do terreno. Essa é a forma
mais eficiente de representar as irregularidades do relevo (superfície terrestre).
50m 50m
100m
100m
150m
150m
200m
A B
250m
200m
Curvas de nível.
Fonte: Adaptado de Lopes (2023).
Conforme a figura acima, podemos observar que as linhas representam as curvas de ní-
vel. Relevos mais íngremes são representados por curvas de nível mais próximas umas
das outras, enquanto as curvas mais distantes representam terrenos mais planos.
Atenção
Com base nas curvas de nível, é possível classificar o relevo de
uma determinada área em acidentado, plano, montanhoso, ín-
greme etc. A partir dessa classificação, pode-se alocar as áreas
dos viveiros.
b) Terraços
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 235
Sua principal função é a redistribuição da água, ou seja, a água vai descendo para as
plataformas inferiores quando as superiores estão cheias. Logo, a quantidade de água
é distribuída de maneira mais ou menos uniforme, não apenas no pé do morro.
Vantagens
Aumento da capacidade de cultivo e a produtividade
da terra em regiões inclinadas;
Contribuição para a conservação da água através da
desaceleração e redução do escoamento de água;
Melhora do aproveitamento da água das chuvas;
Prevenção da erosão do solo;
Aumento da conservação do solo;
Redução da sedimentação e da poluição da água; e
Aumento da produção de alimentos.
Desvantagens
Necessidade de maquinário específico para nivelar o solo;
Maior mão de obra e insumos de valor elevado;
Contratação de pessoal qualificado para a construção de terraços; e
Realização de testes preliminares nos solos (por exemplo, solos
escorregadios não são apropriados para a construção de terraços).
A decisão de construir ou não os terraços deve ser tomada em conjunto com a equi-
pe técnica do viveiro e deve levar em consideração o relevo da área, a pluviosidade
mensal da região (máximas e mínimas diárias também devem ser consideradas), a
capacidade de drenagem do solo e a verba disponível para as atividades de instalação
do viveiro.
Para fixar os conhecimentos, antes de dar sequência aos seus estudos, responda à
questão a seguir.
I. um local relativamente plano, cujo terreno tem inclinação de 3%, com água
disponível para captação nas proximidades e próximo do local do plantio das
mudas, porém distante da sede da propriedade;
II. um segundo local, bem próximo à sede e à saída da propriedade, na face sul
de um vale, cujo terreno é bem inclinado.
Qual destes locais você escolheria para instalar o viveiro? Quais das caracte-
rísticas apresentadas foram importantes para a sua tomada de decisão?
Nesta seção, abordaremos as principais atividades que devem ser realizadas antes da
implantação e as suas particularidades. Tenha bastante atenção, pois o sucesso do
viveiro depende disso.
Depois de escolhido o local, é necessário proceder à limpeza da área, que pode ser
feita de forma mecanizada ou manual.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 237
Limpeza manual: com o auxílio de
enxadas, é realizada a capina para
reduzir a matocompetição.
A limpeza deve ser realizada em toda a área do viveiro e em uma faixa de aproxima-
damente 50 metros no entorno dele. O objetivo é reduzir a matocompetição e deixar
toda a área limpa para a construção de ruas, canteiros e obras de infraestrutura.
Comentários do autor
A limpeza inicial deve ser bem feita, garantindo que a área fique
totalmente limpa e sem restos vegetais. As próximas limpezas
podem ser realizadas com capina manual ou pela aplicação de
herbicidas, desde que não haja grande acúmulo de restos vege-
tais ou plantas que possam abrigar pragas.
Fonte: Shutterstock.
O primeiro método ainda é utilizado para produção de mudas de espécies que apre-
sentam longo período de germinação, germinação desuniforme ou possuem sementes
muito pequenas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 239
Comentários do autor
A produção de mudas utilizando o sistema de semeadura direta
nos recipientes vem se tornando o sistema mais adotado pe-
las grandes empresas florestais. Esta grande adoção é baseada
na redução do tempo de produção de mudas, na produção de
mudas mais vigorosas, na redução da perda de mudas por do-
enças, na aquisição de mudas com o sistema radicular melhor
desenvolvido e no menor custo de produção.
Outro sistema de produção de mudas é com a raiz nua, específico para poucas regiões
do Brasil, não sendo um sistema bem difundido. No sul do país é utilizada para a pro-
dução de mudas de Pinus.
Antes de dar sequência aos seus estudos, fixe o conhecimento com a atividade proposta.
Atividade de aprendizagem
1. A respeito da limpeza da área, marque a alternativa correta.
e) Uma das medidas de proteção das plantas é a limpeza de uma área de 50 metros
externos ao viveiro.
Atenção
Outro aspecto que vem ganhando notoriedade no cenário flo-
restal é a utilização de ferramentas tecnológicas. Seja um pro-
fissional atualizado quanto a essas tecnologias.
A agricultura digital vem sendo cada vez mais difundida em função das inúmeras pos-
sibilidades no campo.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 241
Já existem operações sendo realizadas exclusivamente por robôs, variados softwares
de monitoramento, utilização de drones para aplicação de defensivos, utilização de
mapas para gerenciamento de atividades, uso de sensoriamento remoto e geoproces-
samento nas análises de uso da terra.
Saiba mais
Encontre maiores informações sobre as tecnologias aplicadas ao
mundo do agronegócio acessando a biblioteca do AVA.
Muitas destas tecnologias podem ser aplicadas no planejamento dos viveiros: por
exemplo, é possível conhecer algumas das características da área, como a presença
de cursos d’água, utilizando imagens de satélites, utilização de planilhas e recursos
para a gestão dos insumos e produção.
É primordial que, antes de iniciar qualquer atividade florestal, ela seja registrada e
regulamentada, a fim de evitar quaisquer problemas de ordem administrativa.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 243
Produção e aquisição de mudas
Manter os padrões de
Lorem ipsum dolor esitmudas
amet, qualidade das mudas.
Adquirir sementes
consectetur adipiscing elit.
apenas de produtores ou
reembaladoresconsectetur
Cras mi dui, inscritos nos
Cras mi dui,
órgãos consectetur.
competentes.
Manter as sementes em
condições adequadas de
armazenamento.
Saiba mais
Caso você queira saber mais sobre as legislações que regem a
produção de sementes e mudas, além do passo a passo para
credenciamento do produtor de mudas, acesse a biblioteca dis-
ponível no AVA do curso.
Atenção
O órgão responsável pela certificação é o MAPA (Ministério da
Agricultura e Pecuária) ou a pessoa por este credenciada. Os
certificadores são incumbidos de verificar a aplicação das regras
de certificação estabelecidas pela Legislação de Sementes e Mu-
das quando o material é destinado ao mercado interno.
Processo de certificação
Requisitar a certificação
O próprio produtor interessado em certificar sua produção
deve requerer a certificação ao MAPA. O contato pode ser
feito de forma presencial, por correspondência postal, ou
via internet. Essa etapa não apresenta um tempo
estimado de execução. As formas de contato são:
• Presencial: em caso de certificação de mudas, vá até
uma Superintendência Federal de Agricultura.
• Postal: envie os documentos para uma
Superintendência Federal de Agricultura em caso de
certificação de mudas.
• Internet: para certificação de produtores de sementes,
utilize o sistema SIGEF.
Emissão do certificado
Em caso positivo, você receberá o seu certificado, de
forma presencial, em uma Superintendência Federal
de Agricultura. É necessário apresentar o documento
de identificação.
Para esclarecer dúvidas sobre o processo de certificação, você pode encontrar informa-
ções diretamente com os órgãos mencionados abaixo:
Existem inúmeras normativas e leis que regem a legislação ambiental e que podem
estar vinculadas ao município, ao estado ou à federação. Essas leis têm como objetivo
minimizar o máximo possível as ações devastadoras causadas ao meio ambiente.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 247
4.5 Legislação trabalhista
Fonte: Shutterstock
• férias;
• 13° salário;
• aviso prévio;
• seguro-desemprego;
• FGTS ‒ o trabalhador rural tem direito ao depósito do FGTS, assim como à multa
rescisória de 40% em caso de rescisão sem justa causa;
Gestão de pessoas
A jornada de trabalho é de 44 horas semanais e 220 horas men-
sais. É válido salientar que, entre uma jornada e outra, é ne-
cessário respeitar, no mínimo, as onze horas ininterruptas de
descanso.
O trabalho rural expõe os trabalhadores diariamente a inúmeros riscos, por isso garan-
tir a sua segurança é primordial.
• adotar medidas necessárias para garantir que todas as atividades, lugares de traba-
lho, máquinas, equipamentos, ferramentas e processos produtivos sejam seguros;
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 249
A NR 31 garantiu a criação do Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Traba-
lho Rural (SESTR) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
(CIPATR).
SESTR
CIPATR
Atenção
Esses dois programas são obrigatórios, geram multas e proces-
sos judiciais em caso da sua não existência e são essenciais para
a promoção da segurança do trabalho para os colaboradores.
Fonte: Shutterstock.
• a importância das orientações contidas nas bulas com as orientações para a mani-
pulação de defensivos agrícolas;
Atenção
De acordo com a NR 6, é mandatório o fornecimento gratuito
aos trabalhadores de todos os EPIs necessários para a reali-
zação das suas atividades profissionais em cada ambiente de
trabalho e a garantia da proteção individual de todos. Os equi-
pamentos de proteção individual utilizados e estabelecidos pela
NR 31 são:
• aventais;
• calçados de segurança;
• jaquetas e capas;
• luvas de segurança;
• macacões;
• manga;
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 251
Atenção
• óculos de segurança;
• perneiras;
• protetor auricular;
• protetor facial;
• vestimentas especiais.
Chapéu com
proteção de nuca
Viseira
Máscara com respirador
Luvas de
Avental borracha nitrílica
Jaleco e calça
(tecido hidrorrepelente)
Botas impermeáveis
Comentários do autor
Vale ressaltar que, geralmente, a máscara com respirador é uti-
lizada somente em situações específicas como, por exemplo, na
aplicação de defensivos agrícolas.
Entre as atividades corriqueiras exercidas pelos trabalhadores rurais, quase que diaria-
mente e que podem afetá-los de forma leve, moderada e, algumas vezes, irreversível,
estão:
• preparo do solo;
• posturas inadequadas;
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 253
Então, é necessário adotar algumas medidas que possam minimizar os riscos aos quais
os trabalhadores rurais estão submetidos. Entre as medidas estão:
• o fornecimento de equipamen-
tos de proteção individual e a
fiscalização do uso de EPIs; e Fonte: Getty Images.
Comentários do autor
A segurança do trabalhador rural é uma ferramenta que ga-
rante ao empregador que seus funcionários estejam o mais se-
guros possível, gerando assim um retorno em produtividade.
Lembre-se sempre: trabalhadores felizes, chefes felizes. Logo,
investir nesses programas de segurança, saúde e qualidade de
vida do trabalhador rural é um investimento.
Agora, que tal fixar o aprendizado quanto à segurança do trabalho e ergonomia? Faça
a atividade proposta.
Encerramento do tema
Chegamos ao fim de mais um tema.
Falta pouco para a conclusão do conteúdo desta Unidade Curricular. Abordamos, nes-
te tema, a produção de mudas e o planejamento da montagem de um viveiro. Além
disso, foi apresentado o processo de registro e de certificação de mudas. Também foi
possível aprender um pouco sobre as principais legislações ambientais e trabalhistas e
normas de segurança e de ergonomia.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 255
06
Implantação de viveiros
florestais
Tema 6: Implantação de viveiros
florestais
No tema Implantação de viveiros florestais, serão abordadas discussões acerca
da implantação de viveiros e temas relacionados ao dimensionamento, infraestrutura,
atividades relacionadas com a implantação, como balizamento, alinhamento e levan-
tamento topográfico.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 257
Capacidades técnicas
• preencher formulários manualmente de acordo com os pro-
cedimentos operacionais previstos no plano de implantação
e condução de viveiros de diversas culturas;
E lembre-se de que, quando necessário, você pode contar com a tutoria a distância e
presencial. e fazer a atividade de fixação da melhor forma possível. Essas atividades
fazem parte do processo de aprendizagem.
Bons estudos!
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 259
Tópico 1: Dimensionamento e infraestrutura da área de
produção de mudas
Após verificar as características do local, é necessário realizar a escolha de onde será
implantado o viveiro. Enfim, chegamos à nossa última parte, que aborda diretamente
a implantação do viveiro florestal.
A área total de um viveiro muda de acordo com muitas variáveis, mas principalmente
com o número de mudas que se almeja produzir. Isso depende diretamente do tama-
nho dos recipientes e da área plantada.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 261
Depósito para Seguir as mesmas orientações do depósito para
produtos fertilizantes. Aqui esses produtos devem ser
químicos acondicionados.
Portanto, precisamos nos certificar sobre a disponibilidade de rede elétrica nas depen-
dências do viveiro. É recomendado que ocorra a distribuição de pontos de energia, de
forma a possibilitar seu uso em todas as instalações do viveiro, permitindo assim o
funcionamento de todos os equipamentos que dependem dessa fonte.
Atenção
A água captada deve estar livre de qualquer poluente e com
as fontes protegidas, para evitar contaminações. A depender
da quantidade de água necessária e da fonte de captação, é
necessária a obtenção de licenças específicas junto aos órgãos
competentes.
Fonte: Shutterstock.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 263
É necessário contratar uma equipe especializada para a realização do levantamento
topográfico, visto que, a partir dele, será possível acompanhar as obras com maior
riqueza de detalhes e avaliar pontos específicos, como alinhamento e posicionamento
das edificações.
Comentários do autor
É importante ressaltar que o levantamento topográfico se faz
necessário em todas as construções, principalmente nas que
começam do zero, para a correta caracterização do local. Além
disso, o estudo evita custos extras, visto que elimina as chances
de algo sair errado durante a construção.
1.4 Espaçamento
Atenção
O espaço entre as mudas depende exclusivamente da suscepti-
bilidade que as espécies apresentam à competição.
Veja na figura abaixo que o espaçamento recomendado é de 0,80 a 1,00 metro entre
fileiras, sendo cada fileira composta por duas linhas de sacos plásticos.
Viveiros
Viveiros de
de mudas
mudas em
em sacos
sacos plásticos
plásticos
Vala
Vala escavada
escavada
10
10
cm e preenchida
e preenchida
cm com
15
15 cm
cm com solo
solo
80
80 cm
cm
5
5 cm
cm
Vala
Vala com
com 35
35 cm
cm de
de profundidade
profundidade
(20
(20 x 40 cm)
x 40 cm)
Vista
Vista lateral
lateral
do viveiro
do viveiro
5
5 cm
cm
Tamanho
Tamanho do
do saco
saco plástico
plástico
(20 x 40 cm)
(20 x 40 cm)
Vale
Vale com
com 35
35 cm
cm
de profundidade
de profundidade
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 265
Saiba mais
Para ilustrar este subtópico é recomendada a leitura do arti-
go: Efeito de diferentes espaçamentos no desenvolvimento de
mudas de triclos Eucalypitus urophylla x Eucalyptus grandis x
Eucalyptus globulus em viveiros. O link você encontra disponível
na biblioteca do AVA.
O balizamento consiste na utilização de uma estaca, vara, corda ou outro objeto que
assinale um comprimento para demarcar a distância entre as mudas.
O alinhamento manual deve ser realizado apenas em áreas onde não se conse-
gue realizar a marcação mecanizada. Ele deve considerar as seguintes especificações
técnicas:
A disposição dos canteiros e das edificações no viveiro devem ser feitas de forma
que se permita a passagem tanto de pessoas quanto de maquinários necessários às
operações.
2m de largura
tar a movimentação de pessoal para
semear, tratar, adubar, regar etc. Rua com 6m de largura
Duas esplanadas, separadas em si
por caminhos de 2 metros, formam 6m de
largura
um conjunto que deve ser separado
de outro por ruas de 6 metros de
largura, formando uma plataforma.
Esplanada Plataforma
Devem ser cascalhadas as ruas internas ao viveiro e a estrada que dá acesso a ele,
com o objetivo de tornar mais fácil a translocação durante todo o ano, especialmente
em épocas de chuva.
Dica
É importante que as estradas sejam sempre de boa qualida-
de, essencialmente em viveiros que comercializam mudas, pois,
na maioria das vezes, o transporte será realizado por cami-
nhões trucados que apresentam certa dificuldade em estradas
escorregadias.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 267
1.7 Localização do jardim clonal
O jardim clonal deve ser localizado o mais próximo possível do viveiro, reduzindo assim
os gastos com transporte.
Algumas recomendações devem ser seguidas na hora de escolher a área em que será
implantado um jardim clonal:
Antes de encerrar este tópico, que tal testar os conhecimentos? Responda à atividade
proposta.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 269
Atividade de aprendizagem
1. Associe a primeira coluna com a segunda.
1) Demarcação
2) Levantamento Topográfico
3) Espaçamento
4) Balizamento e Alinhamento
5) Estradas
a) 3 - 5 - 1 - 4 - 2
b) 2 - 5 - 4 - 1 - 3
c) 4 - 5 - 1 - 2 - 3
d) 3 - 5 - 4 - 1 - 2
e) 5 - 4 - 3 - 2 - 1
A perfeita realização dessas etapas é crucial para o plantio definitivo, visto que as mu-
das precisam chegar ao destino final em ótimo estado. É importante acompanhar essas
etapas de perto para garantir a satisfação do cliente.
Antes do envio definitivo das mudas para o campo, é realizada outra seleção onde são
avaliados o tamanho e a conformação das mudas, que não devem apresentar padrões
de bifurcação e/ou tortuosidade.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 271
Alguns critérios devem ser observados:
Comentários do autor
Em termos práticos, é interessante que as mudas sejam sele-
cionadas pelo tamanho antes do plantio, pois assim podem ser
plantadas em um mesmo talhão com padrões de crescimen-
to similares, facilitando assim os tratos silviculturais, principal-
mente nos primeiros anos de plantio.
Quando falamos em mudas para a arborização urbana, elas devem apresentar tama-
nho e características semelhantes, de forma que, em determinada região, sejam plan-
tadas mudas que apresentem os mesmos padrões de crescimento, facilitando assim o
plantio e o cuidado no seu planejamento.
Leitura complementar
Saiba mais sobre a avaliação da qualidade das mudas no
material complementar, disponível no AVA. Nesta leitura, você
conhecerá as características morfológicas mais utilizadas na de-
terminação do padrão de qualidade das mudas.
Após a seleção das mudas, elas devem ser embaladas e acondicionadas no veículo que
fará o transporte. Alguns cuidados precisam ser tomados nessa etapa para garantir
que as mudas possam chegar em ótimo estado ao seu destino final.
Dica
É interessante estabelecer um prazo mínimo de 24 horas entre
a negociação com o cliente e a expedição de mudas, com o ob-
jetivo de preparar e acertar o lote que será enviado.
• deve-se acordar com o cliente, antes da retirada das mudas, se haverá devolução
dos recipientes (tubetes).
• as mudas devem ser acondicionadas de forma correta dentro das caixas de expe-
dição, de forma que não se comprometa a sua qualidade; e
• cuidados no manuseio: as mudas não devem ser manuseadas pelos ramos e sim
pelos tubetes ou sacos plásticos; nunca se deve sobrepor mudas nas caixas; as
mudas produzidas em tubetes podem ser transportadas em “rocambole” (as mu-
das são retiradas dos tubetes e enroladas em filme plástico) ou em bandejas-cai-
xas (disponíveis em tamanhos que podem acondicionar até 180 mudas, otimizan-
do o transporte).
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 273
2.3 Transporte
A etapa de comercialização das mudas é uma das que mais influenciam no sucesso do
empreendimento, pois dela depende o capital financeiro, que permitirá que as ativi-
dades continuem sendo realizadas. Se possível, invista em marketing e lembre-se das
boas práticas de produção sustentável.
( ) O manuseio preferencial das mudas deve ser realizado pelos ramos das plantas.
( ) O processo de seleção inicial visa formar canteiros de forma mais uniforme possível.
( ) Antes do plantio, deve ser realizada uma última seleção, a fim de obter talhões
mais uniformes, o que facilita os tratos silviculturais, principalmente nos anos ini-
ciais do plantio.
a) F - F - V - V - F
b) V - V - V - V - V
c) F - F - F - F - F
d) F - F - V - V - V
e) F - F - V - F - V
Encerramento do tema
Chegamos ao final do tema 6. Agora, você ingressou no mercado de produção de
mudas.
Produção Florestal
Propagação e Viveiros Florestais 275
Encerramento da Unidade Curricular
Chegamos ao final de uma longa jornada. Foram seis temas recheados de novidades!
Nos dois primeiros temas discutimos a base teórica para o completo entendimento da
produção de mudas. No tema 3, adentramos no universo das técnicas de irrigação e
drenagem, que são utilizadas a fim de melhorar a produção vegetal e de tornar áreas
antes não agricultáveis em áreas agricultáveis.
Como foi mencionado ao longo da unidade, não existe uma receita a ser seguida na
produção de mudas, pois tudo depende principalmente da espécie com a qual se está
trabalhando. É muito importante que sempre se faça uma busca na literatura a respei-
to da espécie em questão. Desta forma, muitos problemas serão evitados.
Produção Florestal
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EPAMIG. Armazenamento de sementes. Disponível em: https://www.epamig.br/
download/cartilha-armazenamento-sementes/?wpdmdl=2019&refresh=63bd6d-
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Produção Florestal
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05 jan. 2023.
PATRÍCIO, Antonio Rodrigues; BOAS, Rafaela Maria Ribeiro Patricio Vilas; GALDINO,
Marcela Tomé. Gerenciamento e tratamento de efluentes líquidos da produção de pro-
dutos de laticínios de qualidade superior com dimensionamento de uma estação de
tratamento de efluentes a ser implantada em uma indústria localizada em Uberaba-
-MG, Brasil / Management and treatment of liquid effluents from the production of high
quality dairy products with sizing of an effluent treatment plant to be implemented in
an industry located in Uberaba-MG, Brazil. Brazilian Journal Of Development, [S.L.],
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PETER, H.; RAVEN, P.; RAY, F.; EVERT, R. F; SUSAN E.; EICHHORN, S. E. Biologia Ve-
getal . 7. ed.. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2007.
ROYAL Eijkelkamp. RBC Flume Water Sensors. 2023. Disponível em: https://www.
royaleijkelkamp.com/products/monitoring/sensors-and-probes/water-sensors/rbc-flu-
me/. Acesso em: 2 jun 2023.
Produção Florestal
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Gabarito das atividades de aprendizagem
Tema 1: Biologia vegetal
Tópico 1
Tópico 2
Tópico 2
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Tema 3: Irrigação e drenagem aplicadas à produção de
mudas florestais
Tópico 1
1) A alternativa A está correta, pois 97% da água da superfície terrestre está presente
nos oceanos. A alternativa B e C estão incorretas porque apenas 1% da água dis-
ponível se encontra em rios, lagos e aquíferos. A alternativa D está incorreta, pois
apenas 2% da água está presente nas geleiras e calotas polares. A alternativa E
está incorreta porque a quantidade de água presente na atmosfera é insignificante.
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 4
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 4
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Tema 5: Planejamento de viveiros
Tópico 1
Tópico 2
1) É esperado que o aluno perceba que a situação I traz todas as condições favo-
ráveis à instalação do viveiro florestal, enquanto a situação II apresenta as con-
dições desfavoráveis. Desse modo, deve escolher instalar o viveiro no local I.
Sobre o local I: viveiros para a produção de mudas florestais devem ser construídos
em áreas com declividade variando entre 2 e 5%, sendo ideal uma declividade leve
de 3% para evitar o acúmulo de água em dias chuvosos. A água é um recurso de
vital importância para o funcionamento e sucesso dos empreendimentos florestais,
logo, é necessário que o viveiro esteja localizado próximo a fontes de água de boa
qualidade e quantidade suficiente. Preferencialmente o viveiro deverá ser construí-
do próximo às áreas de plantio, para que sejam produzidas mudas já adaptadas às
condições ambientais, e também para que o custo com o transporte seja reduzido.
Sobre o local II: a proximidade da sede da propriedade e da saída não é vanta-
josa, já que as mudas serão implantadas na própria fazenda; não é recomendada
a construção de viveiros na face sul do terreno e nos vales profundos e estreitos,
porque a face sul recebe menos radiação solar e está sujeita a ventos frios. Já os
vales profundos estão suscetíveis a formação de geadas e nevoeiros frios. Por fim,
a instalação de viveiros em terrenos muito inclinados irá exigir o estabelecimento
de terraços ou patamares, onerando o empreendimento.
Tópico 3
Tópico 4
1) A alternativa correta é a B. É importante dizer que todos os EPIs podem ser utili-
zados a qualquer momento, entretanto alguns são mais específicos. A alternativa
Tópico 2
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