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2.01 Apostila Da UC 18 - Planejamento Estratégico
2.01 Apostila Da UC 18 - Planejamento Estratégico
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
Curso Técnico EaD Senar
Planejamento
Estratégico
S491c
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
Curso técnico EaD SENAR: Planejamento Estratégico
/ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília,
DF: SENAR, 2022.
169 p. : il. ; 21 x 29,7 cm – (SENAR Formação
Técnica)
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7664-260-2
1. Agronegócio. 2. Ensino a distância.
3. Produtividade Agrícola. I. Título. II. Série.
CDU 630
Nos temas apresentados, você obterá conhecimentos que lhe permitirão desenvolver
um planejamento estratégico útil para guiar todas as ações e decisões das empresas
frutícolas na qual venha a atuar.
Com os conhecimentos adquiridos, você estará apto para gerir negócios frutícolas, com
a ciência de que o planejamento cumpre um papel de “mapa” a ser elaborado e seguido
pelas pessoas que atuam para o bom funcionamento de um empreendimento frutícola.
Capacidades Técnicas
Ao fim desta Unidade, você terá desenvolvido as capacidades
técnicas e de gestão e adquirido os conhecimentos referentes
ao planejamento estratégico da empresa rural.
Tópico 2:
Tema 1: Planejamento 2.1 Planejamento estratégico
Planejamento estratégico: o que é e 2.2 Etapas de elaboração do
quais são suas fases de planejamento estratégico
estratégico elaboração?
Tópico 3:
Comportamentos
3.1 Características do comportamento
empreendedores
empreendedor
essenciais durante o
planejamento
1.1 Leis
Tópico 1: Ambiente
legal 1.2 Cerificações e acordos
internacionais
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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TEMAS TÓPICOS SUBTÓPICOS
Tópico 1: Plano de
negócio: ferramenta 1.1 Definição de plano de negócio
de planejamento para
novos negócios e ideias 1.2 Sumário executivo
empreendedoras
5.1 Investimento
Tópico 5: 5.2 Receita
Planejamento
estratégico: finanças 5.3 Estimativa de custo de produção
5.4 Resultado
Tópico 6:
Planejamento 6.1 Ponto de equilíbrio
estratégico: analisando 6.2 Lucratividade x Rentabilidade
indicadores de 6.3 Prazo de retorno do investimento
viabilidade
Para fixar seu conhecimento, ao fim de alguns tópicos, você vai encontrar atividades
para colocar em prática o aprendizado imediatamente após passar pelos conceitos e
pelas teorias.
Comentários do autor
Todas as atividades buscam respeitar seu ritmo de aprendi-
zagem e são coerentes com o que você será capaz de fazer a
partir dos assuntos abordados.
Ao fim desta apostila, é disponibilizado um gabarito para que você verifique suas
respostas.
Bons estudos!
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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01
Planejamento
estratégico
Tema 1: Planejamento estratégico
Nas práticas cotidianas e, principalmente, em projetos inovadores, o planejamento é
essencial. Um plano detalhado facilita, por exemplo, o desenvolvimento de qualquer
ação e aumenta as chances de sucesso.
Capacidades Técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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• definir os prazos de execução das atividades do planeja-
mento de execução;
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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A partir de estudos da área da gestão, o planejamento foi analisado cada vez mais de
perto e estruturado em diferentes tipos, com base em níveis de decisão e de ações a
serem executadas.
O planejamento pode ser analisado em três tipos ou níveis diferentes, conforme expli-
ca Chiavenato (2006), que os resumiu da seguinte forma:
O planejamento tático, por sua vez, é um intermediário entre o que foi planejado
estrategicamente e a operacionalização das ações para alcançar os objetivos. Portan-
to, atua na tradução de objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamen-
to estratégico, nos vários setores e áreas da organização. Relaciona-se a cada área do
negócio (em toda cadeia produtiva) a médio prazo.
Por fim, o planejamento operacional consiste no plano das atividades e das opera-
ções no curto prazo (dias, semanas ou meses). É, de fato, o momento em que as ações
são desenvolvidas por todos os envolvidos no negócio e contempla a maneira como
cada parte do empreendimento ou do projeto é afetada. Esse tipo de planejamento
conta com o monitoramento direto de um responsável e se relaciona diretamente aos:
Atenção
Cada tipo de planejamento está interligado, e toda atividade
operacional precisa ser feita com base no que foi traçado no
momento estratégico.
1.3 Estratégia
A palavra estratégia tem suas origens nos ambientes militares e de guerras. Você
sabe o que caracteriza uma pessoa estrategista? Veja (SENAR, 2015):
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Para Mintzberg e Quinn (2001, p. 20), a gestão de negócios identifica a estratégia de
uma empresa como:
Nesse sentido, uma estratégia bem estruturada permite que gestores e empreende-
dores ordenem e aloquem recursos de maneira viável, com base nos objetivos or-
ganizacionais e nas mudanças no ambiente, e tomem providências efetivas frente a
situações inesperadas.
Os mesmos autores propõem os 5 Ps da Estratégia, baseados em empresas e ideias
empreendedoras de diversos ramos e portes organizacionais. Confira quais são eles:
Comentários do autor
Na gestão de um negócio frutícola, o ideal não é adotar apenas
um dos Ps, mas traçar uma estratégia alinhada aos objetivos e
às configurações de cada negócio a partir dos apontamentos e
das análises propostas por estudiosos no assunto.
• foco em atividades que realmente geram resultados a curto, médio e longo prazo;
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR, 2015) destaca que, no contexto
atual de globalização da economia e formação de acordos comerciais entre os países,
setores como a fruticultura são desafiados a produzir com maior eficiência técnica e
econômica para oferecer produtos de qualidade a preços competitivos.
Atenção
Quando o planejamento não é feito, o fruticultor e seu negócio
ficam sujeitos a surpresas e contextos criados pelas mudanças
no mercado.
Agora, ciente dessas definições, que tal entender a importância do planejamento es-
tratégico no ambiente da fruticultura e suas etapas? Acompanhe os subtópicos!
Como você viu, o planejamento estratégico representa uma maneira contínua de tra-
çar planos e objetivos a partir de decisões estratégicas da empresa, após detalhada
análise do ambiente externo e interno e avaliação de recursos e configurações do ne-
gócio. Esse tipo de planejamento oferece suporte para a definição dos melhores hori-
zontes a serem perseguidos pelo empreendimento (SENAR-GO, 2015a).
• não é feito com futuras decisões, mas com o que há de futuro nas decisões toma-
das no presente; e
• não deve ser desenvolvido para a empresa, mas sim pela empresa, como ferra-
menta central das ações e decisões de um negócio.
Isso quer dizer que, se o preço do tomate está alto, eles plan-
tam tomate; se o litro do leite baixou, investem no gado de
corte, e assim por diante (SENAR, 2015).
Na fruticultura, a tendência também é essa. O que pode ser um problema, pois não
basta olhar apenas para as tendências do mercado.
A partir disso, podemos concluir que, além de um olhar externo, para verificar as ten-
dências do mercado de atuação, é necessário analisar internamente e de forma deta-
lhada a empresa frutícola para saber quando e quanto produzir.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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2.2 Etapas de elaboração do planejamento estratégico
Oliveira (2011) indicou alguns questionamentos que podem ser feitos ao criar a missão
da empresa:
• Qual imagem a empresa faz de si própria e pela qual quer ser reconhecida?
Exemplo prático
Conheça exemplos de missão de empresas e instituições:
Perceba que a missão de um negócio não deve estar ligada apenas às questões fi-
nanceiras e mercadológicas, mas também lançar um olhar para objetivos humanos e
sociais para os quais pode contribuir efetivamente.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Exemplo prático
Conheça exemplos de visão de empresas e instituições:
Exemplos de valores são os definidos pelo Senar da Bahia: ética, transparência, sus-
tentabilidade, inovação e responsabilidade social. Outros valores podem ser: respeito
às pessoas e ao meio ambiente, iniciativa em desenvolver e aplicar novas tecnologias,
crescimento sustentável, honra aos compromissos etc.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Insumos,
Aspectos biológicos Maquinário e defensivos agrícolas
e ambientais implementos e agroquímicos
Para planejar de acordo com a realidade do seu empreendimento, você pode usar uma
ferramenta eficaz, que permite a análise do ambiente interno e externo ao negócio:
a matriz Fofa, também conhecida como análise Swot. Essa sigla tem o seguinte
significado:
• S de Strength, ou Forças;
• W de Weakness, ou Fraquezas;
• O de Opportunities, ou Oportunidades; e
• T de Threats, ou Ameaças.
Atenção
Forças e fraquezas estão relacionadas ao ambiente interno da
empresa, enquanto oportunidades e ameaças estão ligadas ao
ambiente externo.
A matriz Fofa é um método que visa à análise de cenários para a tomada de decisão.
Serve como ferramenta para definir estratégias e como metodologia para dar consis-
tência a estudos diversos. Quando bem elaborada, o resultado garante um diagnóstico
completo da situação investigada.
Comentários do autor
É fundamental que os fruticultores adotem uma nova forma
de gerenciamento e administração do seu negócio. A proprie-
dade precisa ser vista como uma empresa rural, que deve ser
gerenciada com empenho, independentemente do porte ou da
quantidade de funcionários. Nesse contexto, as análises inter-
na e externa dos negócios agrícolas podem auxiliar na supera-
ção de obstáculos e incertezas do dia a dia.
Para exemplificar a aplicação da matriz Fofa, confira como ela foi usada na análise dos
ambientes interno e externo no planejamento estratégico do Senar Mato Grosso do
Sul referente entre os anos 2020 e 2024:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Forças
S • Marca SENAR • Capital humano (competência e
• Capilaridade da rede de sindicatos conhecimento)
• Bons indicadores financeiros • Metodologias pedagógicas
bem-estruturadas
• Capacidade para efetivar parcerias
com aliados estratégicos • Portfólio de programas de promoção
social
• Presença em mídias sociais
• Representatividade por meio do
Sistema Famasul
Fraquezas
W • Fonte de receita concentrada • Rede de educadores não
• Compreensão insuficiente das coordenada
demandas dos clientes potenciais • Educadores não reconhecidos por
• Desconhecimento do valor real dos sua competência
produtos Processos internos lentos e críticos
não mapeados
• Mobilizadores e supervisores sem
capacitação para relacionamento, • Planejamento não assertivo e não
venda e customização baseado em premissas comuns
• Muitos produtos desatualizados no • Medição de desempenho por
portfólio unidade
Oportunidades
O • Crescimento do setor de • Potencial de contribuintes ainda a
agronegócios explorar
• Demanda por produtos de • Preocupação crescente com
capacitação e conhecimento sustentabilidade
Ameaças
T • Potencial corte da arrecadação • Acesso digital deficiente e
compulsória insuficiente no meio rural
• Grandes arrecadadores sem • Mitos sobre o agronegócio
percepção do valor agregado pelo • Maior demanda por automação e
SENAR tecnologia
• Inovação tecnológica acelerada
• Sustentação econômica dos
parceiros
Fonte: Elaborado pelo autor (2023) com informações de Senar Mato Grosso do Sul (2019).
Nessa matriz, é possível identificar as forças (S) e as fraquezas (W) (fatores internos)
controladas diretamente pela organização, de modo a permitir a ação para operar
mudanças.
Atenção
Lembre-se de que o ambiente externo não é controlável pelo
negócio ou pelo produtor. Isso significa que é necessário se
atentar às oportunidades e se preparar para possíveis amea-
ças. E isso só é possível com a construção de estratégias.
Na sequência, confira outro exemplo de aplicação da matriz Fofa, dessa vez com foco
na fruticultura e na cadeia produtiva de banana por agricultores familiares dos municí-
pios de Miracatu e Sete Barras, de São Paulo.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Ambiente interno
Ambiente externo
• Mudanças de hábitos do
consumidor
• Aumento de rentabilidade
• Dificuldades na comercialização
• Desenvolvimento regional devido a intermediários
• Desenvolvimento de um mer- • Problemas fitossanitários
cado de consumo de produtos
tradicionais • Muitos processos burocráticos
Sete Barras para obter financiamento
e Miracatu • Aplicação de tecnologias
existentes • Má conservação das estradas de
acesso às propriedades
• Demanda por produtos
diversificados • Alto custo de adubação e com-
pra de insumos para a produção
• Elevado consumo de banana a de banana
nível nacional
• Linhas de financiamento
governamentais
Por meio dessa análise, os produtores verificaram que, apesar de apresentar fatores
reais de apoio ao desenvolvimento da bananicultura, o diagnóstico revela as vulnera-
bilidades da cadeia frente aos riscos externos, além de fraquezas internas reconheci-
das por eles, como perdas de frutos desde a fase de pré-colheita até a comercializa-
ção (SEJAS, 2021).
Com base nos resultados obtidos, foi elaborado um plano de ação para propor me-
lhorias no sistema produtivo de banana nas cooperativas e associações, bem como
para os produtores.
Para criar metas, gestores e empreendedores de negócios rurais podem usar a meto-
dologia Smart, que leva em conta cinco fatores:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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S M A R T
Uma boa meta precisa ser estabelecida com termos claros e preci-
sos. A forma como é descrita não pode deixar margem para inter-
Específica (S)
pretações equivocadas ou ambíguas. Assim, ao formular sua meta,
imagine que ela não precisa de explicações.
Implantar sistema de
Meta Treinar os colaboradores
irrigação
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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É na etapa de elaboração do plano de ação que a empresa inicia a jornada de imple-
mentação de suas estratégias. Com um plano de ação em mãos, alguns fatores ficam
claros, como (SENAR-GO, 2015):
Para auxiliar na elaboração do plano de ação, você pode usar a ferramenta 5W2H,
que é de fácil preenchimento e entendimento. Essa ferramenta se baseia em sete
perguntas para planejar, de maneira organizada, as ações que devem ser executadas,
além de especificar as diretrizes do desenvolvimento do plano de ação da empresa:
É importante destacar que o plano de ação apoiado pela ferramenta 5W2H deve estar
baseado em avaliação e definição de ações prévias, que, de maneira eficiente, levem a
empresa a alcançar seus objetivos.
Dica
No contexto da empresa frutícola, em uma colheita, por exem-
plo, ao finalizar a atividade, é feita uma análise do planeja-
mento de ações para buscar melhorias no processo. Até mes-
mo durante o manejo, após a ação, é possível analisar um
problema e corrigi-lo.
Neste campo, é especificado o local em que a ação será executada. Para tal, use a
pergunta: onde será executada?
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Como? (How?): métodos e procedimentos
Esse campo está relacionado aos custos envolvidos na execução da atividade. Use
as perguntas: quanto vai custar? Quanto será gasto?
Note que a metodologia 5W2H detalha cada um dos pontos a ser executado e permite
uma visão completa do plano de ação, o que aumenta o sucesso da sua conclusão. En-
tão, ao seguir os passos apresentados, o plano de ação será traçado de forma coerente
e condizente com o que foi estabelecido no planejamento estratégico e mostrará como
colocar em prática as estratégias e as metas do planejamento (SCARTEZINI, 2009).
Quanto?
O quê? Por quê? Onde? Quando? Quem? Como?
(How
(What?) (Why?) (Where?) (When?) (Who?) (How?)
much?)
Ir à prefei-
tura para R$ 3.000,00
Dar maior
Toda a garantir de inves-
Participar visibilidade
Feira de ex- equipe o local da timento
da feira de ao negócio,
posições da poderá barraca de previstos
fruticultores alavancar No próximo
cidade participar exposição na estru-
da cidade as vendas mês de abril
da feira de e alugar tura e em
e aumentar
maneira os equipa- gastos com
a fatia de
alternada mentos e as peças de
mercado
instalações marketing
necessárias
Comentários do autor
O plano de ação pela metodologia 5W2H permite que a ação
ou a estratégia seja executada prontamente, graças à descri-
ção de procedimentos, responsáveis, recursos essenciais e de-
mais informações, que, apesar de serem apresentadas de for-
ma objetiva, apresentam detalhamento necessário para que o
plano seja colocado em prática.
São definidos para sinalizar com antecedên- São os resultados finais que o planejamento
cia se as ações correspondem aos esforços busca alcançar. Esses resultados devem ser
empreendidos. Durante a própria ideação e avaliados ao fim de cada plano ou ação, com
a implantação das ações empreendedoras, um olhar crítico, em busca de uma cons-
são verificados sinais que indicam se os pla- tante melhoria nos procedimentos, além
nos são efetivos ou se é necessário algum da correção daquilo que não saiu como o
tipo de ajuste. esperado.
• focar nos pontos críticos que precisam ser reavaliados, para evitar desperdício de
tempo e altos custos;
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Antes de avançar para o próximo tópico, faça a atividade proposta a seguir.
Atividade de aprendizagem
1. Fernando é Técnico em Fruticultura, recém-formado pelo SENAR, e foi
contratado pela Empresa Natural Frutas. Ele coordena uma equipe de
campo composta por seis pessoas, entre colaboradores operacionais, que
executam os tratos culturais, tratorista e aplicadores de fertilizantes, de-
fensivos agrícolas e agroquímicos. Após reuniões com a gestão da em-
presa, ele desenvolveu um plano de atividades e operações que deverão
ser feitas no curto prazo. Foram definidas atividades para os próximos
dias, para até duas semanas e para serem concluídas em, no máximo, um
mês. A partir desse planejamento, Fernando distribuiu as atividades para
a equipe, além de definir o que seria necessário para a execução de cada
ação e o procedimento adotado. Com base nesse cenário, qual é o tipo de
planejamento que o Técnico em Fruticultura está conduzindo?
a) Planejamento estratégico.
c) Planejamento operacional.
e) Análise Swot.
2) Ser persistente
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Na fruticultura, ações que minimizam riscos são: providenciar
a análise do solo, informar-se sobre a meteorologia para o
período, fazer o planejamento financeiro e verificar a possi-
bilidade de negociar o melhor preço e as condições de paga-
mento na aquisição de insumos (corretivos do solo, fertilizan-
tes, defensivos agrícolas etc.).
4) Ter comprometimento
É ter disposição para se esforçar e trabalhar de maneira árdua na busca dos objetivos
e das metas do empreendimento. O próprio ato de se planejar estrategicamente antes
de qualquer decisão ou atuação é resultado do comprometimento do profissional.
6) Buscar informações
7) Estabelecer metas
Significa alinhar objetivos de forma mensurada, que tenham relevância para o negócio
e as pessoas envolvidas nele, ser temporal e mensurável.
Gerenciar o tempo é planejar as atividades que devem ser executadas, com quanti-
ficação de tempo para cada uma delas e cumprimento dos prazos de entrega ou de
colheita. Isso é válido desde a escolha da área para a implantação da unidade de pro-
dução ou do pomar até a negociação com os clientes.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Uma das formas de fazer esse gerenciamento é organizar um cronograma das ativida-
des, com prazos e critérios de prioridades. Em seguida, identificar quais ações podem
ser feitas pela equipe e iniciar as atividades com maior grau de prioridade, como pre-
paro de área, aquisição de materiais, abertura de covas etc.
As características apresentadas são atitudes que fazem parte do dia a dia de um pro-
fissional. Outras características que valem o destaque são a inteligência emocional e a
força de vontade, que, quando bem desenvolvidas, possibilitam fazer o planejamento
estratégico de forma mais eficiente.
Para refletir
Antes de encerrarmos a temática, fica uma reflexão do pro-
fessor Mario Sergio Cortella sobre a importância de você se
empenhar nas suas atribuições: “Faça seu melhor, na condi-
ção que você tem, enquanto você não tem condições melhores
para fazer melhor ainda”.
Agora, que tal fazer fixar os conhecimentos desenvolvidos neste tópico? Faça as ativi-
dades propostas a seguir.
Atividades de aprendizagem
1. Empreendedores reúnem características semelhantes de comportamen-
tos que devem ser incorporados, desenvolvidos ou melhorados por cada
pessoa que almeja o sucesso. Entre as características dos empreende-
dores, identifique qual delas se relaciona a treinamentos e cursos de
aperfeiçoamento.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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2. O autoconhecimento é fundamental para que possamos obter êxito em
nossas atividades. Nesse cenário, precisamos, de forma inteligente, nos
adaptar às mais diferentes situações e, com esse conhecimento, trilhar os
caminhos para alcançar resultados. Além das atitudes do comportamento
empreendedor, quais outras características possibilitam fazer o planeja-
mento estratégico de forma mais eficiente?
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Planejamento estratégico. Nele, você conheceu o significado
de planejamento e seus diferentes aspectos, além da importância do planejamento
estratégico para a gestão de um empreendimento frutícola.
Por fim, você viu que os comportamentos empreendedores são importantes para o
planejamento, o controle e a avaliação dos planos de ação do negócio.
Existem vários casos de negócios rurais que tiveram o plantio ou a produção frutícola
perdida devido a fatores como:
• ocorrência de granizo; ou
Neste estudo, veremos que quanto mais complexas e maiores são as atividades, mais
urgente é a realização do planejamento estratégico. Uma vez que a gestão estratégica
dessas organizações ocorre de maneira eficiente, a qualidade do processo produtivo e
das próprias frutas podem ser impactadas positivamente, permitindo a expansão da
atividade e o alcance de novos mercados.
Capacidades Técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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• analisar os dados e informações obtidas no decorrer do
processo;
Fonte: Shutterstock.
1.1 Leis
Legislação trabalhista
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Segurança no trabalho e saúde no trabalho
Atenção
O uso de defensivos agrícolas e agroquímicos deve ser seguro
para o aplicador, para o manipulador do produto final (fruta) e
para o consumidor final. Por isso, é necessário o uso somente
de produtos que estejam devidamente registrados.
Relevância O produto deve ser registrado para o alvo (inseto, doença, planta da-
ninha) na cultura frutífera em que será aplicado. O registro é fornecido
agronômica pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
I Extremamente tóxico
II Altamente tóxico
IV Pouco tóxico
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Para maximizar ainda mais os impactos positivos que a ati-
vidade frutícola gera na sociedade e, assim, evitar danos ao
meio ambiente e à comunidade na qual se insere, é importan-
te que os negócios e as propriedades frutícolas exerçam suas
atividades seguindo os princípios de sustentabilidade orga-
nizacional, um tema levado em consideração na construção
do planejamento estratégico de grande parte dos negócios no
século XXI.
Pensando nisso, as organizações adotam boas práticas a partir dos princípios ESG:
Glossário
ESG: sigla do inglês environmental, social e governance; em
português, essas palavras significam respectivamente: am-
biental, social e governança.
• Aspecto social
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
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Social
ESG Objetivos
Governança
corporativa
Ambiental
Fonte: Shutterstock.
Veja a seguir exemplos de boas práticas que podem ser adotadas por negócios fruti-
cultores por meio do ESG:
Diz a lei
Ao realizar o planejamento, também é necessário considerar
os limites do empreendimento frutícola, respeitando as áreas
protegidas pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei nº
12.651, de 25 de maio de 2012), também denominada como
novo Código Florestal. Além da Área de Preservação Permanen-
te (APP) comum a todas as regiões, são necessários o cumpri-
mento e a adequação da atividade frutícola em relação à Área
de Reserva Legal (ARL), cujo percentual se difere levando-se
em conta a Amazônia Legal e se a propriedade rural está inseri-
da em florestas, campos gerais ou cerrado (BRASIL, 2012).
Comentários do autor
O Cadastro Ambiental Rural (CAR), previsto no novo Código
Florestal, engloba regulamentações que compõem as legisla-
ções ambientais.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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1.2 Certificações e acordos internacionais
A certificação está diretamente ligada ao mercado que a empresa quer atingir, seja
para a abertura de novos mercados, para a diferenciação por processos de produção
(boas práticas agrícolas) ou para a agregação de valor por meio de ações socioam-
bientais, como as normas:
• SA 8000, que define o que é sistema de gestão social (SILVA et al., 2023; VIANA;
JULIÃO, 2011).
Saiba mais
Conheça as seis principais certificações para frutas, lendo o
texto de Mário Bittencourt, disponível no AVA.
Atividade de aprendizagem
1. Segundo a reportagem do site Exame publicada em janeiro de 2023, a
agenda ESG é responsável pelo direcionamento de 99% das decisões dos
investidores no Brasil. Um estudo identificou que investidores utilizam
as divulgações ESG das empresas como ferramenta para a tomada de
decisão.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Tópico 2: Ambiente de apoio
A cadeia produtiva da fruticultura brasileira conta com organizações que efetivamente
promovem o seu desenvolvimento. Portanto, conhecê-la e utilizar seus serviços é uma
excelente opção de apoio produtivo; esse recurso pode ser utilizado para todo proces-
so produtivo ou ser estrategicamente direcionado para uma atividade específica.
Fonte: Shutterstock.
No apoio científico, podemos citar a Embrapa, que tem como missão a pesquisa,
o desenvolvimento e a inovação para a sustentabilidade da agricultura. Grande par-
te dos avanços científicos da fruticultura aplicados em áreas de plantio, produção e
processamento no país traz alguma solução descoberta, desenvolvida ou em parceria
com a instituição.
Comentários do autor
O sistema reúne um conjunto de estratégias para manejo des-
se inseto-praga nos pomares de pêssego. O monitoramento é
realizado durante o ano inteiro, mas os trabalhos se concen-
tram com maior efetividade no período da safra, no qual uma
equipe técnica avalia os dados coletados e indica o manejo
mais adequado ao período.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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No que se refere a organizações privadas, o fruticultor pode contar com algumas
entidades e universidades particulares voltadas principalmente para o desenvolvimen-
to de pesquisa científica. Além disso, empresas de insumos agrícolas para a fruticultu-
ra vêm desenvolvendo experimentos em diferentes regiões a fim de verificar a eficiên-
cia e a adaptabilidade de seus produtos.
O negócio pode se beneficiar de forma significativa com essas parcerias, por isso elas
precisam ser levadas em consideração no planejamento estratégico. Para tanto, é ne-
cessário estudar as formas de contar com esse apoio no processo produtivo e desen-
volver um plano de ação voltado para isso.
Veja algumas das organizações que apoiam a fruticultura para a exportação de seus
produtos:
Abrafrutas
Valexport
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
61
ApexBrasil
2.3 Pesquisa
O lançamento do cultivar de uva sem semente BRS Melodia é uma conquista brasileira
alcançada por intermédio da Embrapa Uva e Vinho em parceria com a Embrapa Semi-
árido, Cooperativas e Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural, Viticultores e
Empresas do setor envolvidas na implantação, na condução e no acompanhamento de
áreas de validação nas diferentes regiões do país.
O acesso ao crédito rural e suas condições devem ser avaliadas de modo que o recur-
so possa cumprir o seu objetivo: a viabilização do negócio rural por meio da antecipa-
ção de seus resultados financeiros. Com isso, percebemos que o crédito faz parte do
negócio e é muito bem-vindo; dessa forma, acessá-lo de forma estratégica, segura e
consciente torna-o um instrumento fundamental para as unidades agrícolas.
Quanto às formas de uso, geralmente o crédito divide-se nos seguintes tipos (SENAR,
2015):
O acesso ao crédito depende de uma análise de crédito a ser realizada pelas institui-
ções financeiras, por esse motivo é importante entender a real necessidade do crédito
e o seu enquadramento (acesso a programas especiais, capacidade de pagamento,
garantias necessárias, entre outros fatores).
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
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Dica
É fundamental estar atento ao enquadramento, às garantias
e às oportunidades do crédito rural. Acesse a rede credencia-
da ao sistema financeiro e aos bancos estatais, privados e às
instituições cooperativas. As cooperativas de crédito têm au-
mentado suas participações, e é importante observar sempre
as melhores condições de crédito para ser tomada a melhor
decisão de acesso ao crédito.
Atividade de aprendizagem
1. O apoio financeiro foi fundamental para o fruticultor José dar início à safra
de abacaxi. Ele contou com uma linha de crédito rural que visa subsidiar a
compra de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas para a utili-
zação no ciclo produtivo da fruta.
Nesse sentido, é importante conhecer bem esse assunto e ser capazes de reconhecê-
-lo nas diferentes ações de uma propriedade rural ou negócio frutícola.
3.1 Insumos
Comentários do autor
Considerando o poder de negociação do profissional envolvido
nessa etapa, a aquisição antecipada contribuirá com o custo
da produção, com o valor de venda e com a lucratividade na
comercialização.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
65
Também cabe a esse profissional:
Colaboradores
Aquisição de mudas
Sistema de irrigação
Recursos financeiros
Mão na terra
Lembre-se de anotar cada etapa do manejo realizada, coletan-
do dados da produção. Essa prática será importante para que,
no próximo período produtivo, todas as anotações sejam ana-
lisadas, as falhas sejam corrigidas e as comparações possam
ser feitas, alcançado o melhor manejo produtivo.
Atenção
A gestão da qualidade deve ser tratada com prioridade nas
unidades agrícolas, pois a sua implantação promove melhorias
significativas e evita o desperdício de tempo e de recursos.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
67
3.3 Industrialização
Organizar as etapas
e fases de Prever os custos. Alocar o pessoal.
industrialização.
Em alguns casos, no momento da seleção das frutas, uma parte da produção pode
ser destinada para exportação, outra parte para venda no mercado interno; ou ainda,
uma parte é destinada para o consumo in natura ou para a indústria.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
69
Tópico 4: Mercado
Fonte: Shutterstock.
De todo modo, antes de qualquer decisão final sobre a maneira como irá guiar o seu
empreendimento, o fruticultor precisa analisá-lo de perto. A fruticultura é um merca-
do de manejo diferenciado, boa parte dos tratos culturais é realizada de forma ma-
nual, atraindo um nicho disposto a pagar pela qualidade da fruta bem selecionada e
produzida de forma adequada.
Existem opções e contextos a serem analisados para só então rumos serem adotados
para o empreendimento frutícola, o que consequentemente impacta os objetivos e as
estratégias adotadas pelo negócio.
300.000
2019 2020 2021
Exportação (t)
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
MANGAS MELÕES LIMÕES MELAN- BANANAS MAÇÃS UVAS CONSERVAS MAMÕES NOZES E
E LIMAS CIAS E PREPARAÇÕES (PAPAIA) CASTANHAS
DE FRUTAS
(EXCL. SUCOS)
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
71
Pode-se observar o quanto é recente os dados de exportação coletados. As frutas
mais exportadas são manga, melão, limão, melancia e banana; além das frutas in
natura, existe a exportação de compotas. De acordo com o Mapa (2022), o Brasil al-
cançou recorde histórico de exportação de frutas em 2021; o faturamento superou
US$ 1,21 bilhão.
As frutas tiveram como destino a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido,
a Argentina e o Canadá. Mesmo com esse cenário, ainda são necessárias políticas pú-
blicas para exportação. Ainda segundo o Mapa (2022), apenas 2,5% das nossas frutas
são exportadas, o que sinaliza um longo e promissor caminho pela frente. Para isso,
algumas barreiras precisam ser superadas; a principal delas são os processos opera-
cionais para a exportação, que precisam ser conhecidos e dinamizados a fim de me-
lhorar o nível das exportações.
Mesmo com o direcionamento de maior parte da nossa produção para o mercado inter-
no, temos um grande potencial de expansão de consumo. Projeções da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) indicam que o consumo per capita
de frutas no Brasil e no mundo devem continuar crescendo (MALISZEWSKI, 2019).
Diante desse contexto, o mercado interno exerce uma força de absorção muito gran-
de, o que deve ser entendido como um fator positivo a ser explorado pelas empresas.
Muitas das frutas produzidas no Brasil têm na sua forma in natura maior potencial de
venda, graças a suas características e priorização de consumo pelo mercado consumi-
dor. Nesse sentido, observa-se uma agregação de valor, sendo mais atrativa a venda
da fruta in natura em detrimento de sua forma processada.
4.5 Industrialização
O complexo agroindustrial das frutas compreende a indústria de processamento de
frutas nas suas transformações primárias e secundárias. Tal indústria fornece in-
sumos para uma diversidade de produtos como bebidas, cosméticos, alimentos e
suplementos.
Comentários do autor
Na indústria nacional de processamento de frutas predomi-
na uma grande quantidade de empresas de pequeno e médio
porte, as quais avançam conquistando o mercado e aguçando
o interesse de grandes empresas em adquiri-las.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
73
Antes de encerrar este tema, que tal testar os conhecimentos? Faça a atividade
proposta.
Atividade de aprendizagem
1. Vimos que o mercado interno brasileiro absorve quase 100% das frutas
produzidas no país, sendo que 53% delas chegam ao mercado interno de
forma in natura, e os 47% restantes chegam processadas. A respeito da
indústria de processamento de frutas, qual é a diferença entre a transfor-
mação primária e a transformação secundária?
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Contextos e fatores relevantes para o planejamento es-
tratégico agrícola. Neste tema você estudou os fatores relevantes para o planeja-
mento estratégico agrícola, a história das revoluções brasileiras em busca de desen-
volvimento e suas relações com a agricultura na tentativa de atender às necessidades
dos clientes atuais. Além disso, conhecemos o ambiente legal que rege e dita as nor-
mas e os procedimentos no qual os negócios da agricultura estão inseridos. Nesse
estudo, também identificamos as organizações de apoio ao ambiente da unidade pro-
dutiva e a importância da busca por esse apoio.
Fonte: Shutterstock.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
77
1.1 A importância do conhecimento da caracterização regional na
produção
Umidade
Horas de sol Evapotranspiração
do solo
O SENAR (2015) recomenda que, por meio desse conhecimento próximo das caracte-
rísticas regionais do local onde fica o negócio ou a propriedade frutícola, no planeja-
mento, devem ser levados em consideração aspectos como:
O que produzir
A definição do que será produzido precisa ser coerente com a missão, a visão e
os objetivos do próprio negócio. Além dos fatores estratégicos e de mercado, a
depender da região, a disponibilidade de recursos naturais, o tipo do solo ou clima
podem influenciar o sucesso da cultura.
Como produzir
A partir das condições geográficas ou naturais da região, será definido, por exemplo,
quais tecnologias serão necessárias para a produção, quanto custam, se o solo preci-
sa de algum cuidado específico, quais as competências e técnicas precisam ser domi-
nadas pelos colaboradores por conta do local ou relevo onde a atividade acontece etc.
Quanto produzir
Quando produzir
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
79
Para seguir um fluxo contínuo do processo produtivo, o negócio frutícola precisa ino-
var, além de estar atento para identificar processos paralelos que possam gerar renda
ao fruticultor, quando esse for o caminho necessário para manutenção do negócio.
Veja alguns exemplos de ações que podem incentivar o fruticultor a buscar novas fon-
tes de renda:
Saiba mais
Quer conhecer mais sobre a RPPN? Acesse o Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA)!
Você conhece o significado de bacia hidrográfica? De acordo com Pires, Santos e Del
Prette (2002), ela pode ser definida conceitualmente como:
Toda bacia hidrográfica pertence a um rio, porém, a região da bacia é a parte drena-
da, ou seja, o espaço “seco”. Esse é o local onde existe a ação humana, seja ela pla-
nejada e com plantios bem localizados, que faz o melhor uso da água fornecida, seja
por descuido e utilização incorreta dos recursos hídricos.
Você sabia que o Brasil é dividido por 12 bacias hidrográficas? De acordo com
Finkler (2023), elas são as seguintes bacias:
• Bacia Amazônica;
• Bacia do Tocantins-Araguaia;
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
81
• Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental;
• Bacia do Parnaíba;
• Bacia do Paraguai;
• Bacia do Paraná;
• Bacia do Uruguai; e
Hidrografia do Brasil
Paraná
Paraguai
Amazônica
Tocantins-Araguaia
Atlântico Nordeste Ocidental
Parnaíba
Atlântico Nordeste Oriental
São Francisco
Atlântico Leste
Atlântico Sudeste
Atlântico Sul
Uruguai
Fonte: Shutterstock.
Na sequência, daremos destaque para a bacia hidrográfica do São Francisco. Você sa-
bia que ela apresenta uma extensão em torno de 64.000 km? Ela é subdividida em
quatro principais sub-bacias: Alto, Médio, Sub-Médio e Baixo São Francisco.
O clima das regiões que compõem a bacia do São Francisco também é diversificado,
segundo Cunha, Aquino e Silva (2023), variando de úmido a moderadamente tropical
nas elevações do Sul, semiárido tropical, no Médio; semiárido no Sub-médio, e semiú-
mido no Baixo São Francisco.
Fonte: Shutterstock.
Vale ressaltar que o Sub-Médio São Francisco, na região de Petrolina (PE) e Juazeiro
(BA), é destaque na fruticultura irrigada, conquistando o mercado externo com ex-
portações. A fruticultura na região iniciou com melão e melancia, mas, atualmente, as
espécies frutíferas cultivadas em maior área e quantidade são uva, manga e banana,
seguidas do coco, da goiaba e da acerola em menor representatividade.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
83
Entre as culturas frutíferas, desta-
cam-se a uva de mesa e para pro-
dução de vinho, que, com cultivares
adaptadas às condições climáticas,
chegam a produzir duas safras e
meia em determinadas áreas.
Fonte: Shutterstock.
Como enfatizado, todos esses aspectos devem ser considerados no planejamento es-
tratégico do negócio frutícola.
Na certeza do investimento, o ideal é que se escolha uma região por suas caracterís-
ticas naturais favoráveis. Além das questões ambientais, também estão previstos no
planejamento estratégico os aspectos que envolvem a comercialização.
Fonte: Shutterstock.
Veja a seguir o que afirma Ballou (2001, p. 29), estudioso basilar da logística, quando
ressalta que essa importante área das empresas diz respeito ao:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
85
Atividade de aprendizagem
1. O planejamento estratégico precisa contemplar o antes, o durante e o
pós-produção. Portanto, é o momento de prever e adquirir o material ne-
cessário, dividir tarefas em frente de serviços, executar as práticas que
envolvem o manejo no tempo certo até a colheita, quando o processo da
comercialização deve ocorrer. Entre muitos detalhes, existem fatores in-
controláveis, como o tipo de solo e seu relevo, o clima, a precipitação plu-
viométrica, as horas de sol pleno, as horas de frio e a umidade do ar, que
devem ser muito bem analisados quando o planejamento for construído.
a) do clima da região.
b) edafoclimáticas.
c) da bacia hidrográfica.
d) físicas do solo.
e) do calendário agrícola.
PRÁTICAS CULTURAIS
Preparo da área X X
Balizamento X
Preparo de mudas do
X
sombreamento definitivo
Plantio do sombreamento
X X
(provisório e definitivo)
Construção do viveiro X X X
Mudas no viveiro X X X
Plantio de cacaueiros X X X X X X
Poda de formação X X X
Roçagens X X
Desbrota X X X X X X X X X X X X
Raleamento do
sombreamento provisório
(um ano após o plantio e X
sucessivamente até o terceiro
ano)
Adubação nitrogenada
X
(depois da análise do solo)
Combate às pragas
i) Sugadoras e coleobrocas X
Colheita, quebra,
fermentação, secagem e X X X X X X X X X X X X
armazenamento
Obs.: A floração do cacaueiro ocorre, em média, entre 120 e 150 dias antes de o fruto estar pronto
para ser colhido.
Pico de colheita
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
87
Em geral, os calendários agrícolas são elaborados para cada estado brasileiro, produ-
zidos por instituições públicas de extensão rural, e são flexíveis, pois consideram as
características edafoclimáticas de cada região.
Atenção
Fique atento, pois existe também o ano agrícola, que tem seu
início em setembro, quando ocorre o plantio, e vai até a colhei-
ta das culturas com maior rentabilidade. Por isso, você ouve
falar em Plano Safra 2022/2023, por exemplo, que significa
que os plantios comerciais foram realizados a partir de setem-
bro de 2022 e farão parte da safra de 2023.
Para refletir
A aplicação do calendário agrícola também pode ser uma es-
tratégia para o Brasil conquistar o mercado de exportação.
Isso porque os meses de plantio e principalmente de colheita
são diferentes de países da Europa ou América do Norte. Des-
sa forma, o produtor pode direcionar sua produção para sanar
as demandas internas e internacionais.
Fonte: Shutterstock.
Você já se perguntou o motivo de um calendário para cultivo de uva na região Sul ser
diferente para o cultivo no Vale de São Francisco? Isso ocorre devido às condições
edafoclimáticas, que comentamos neste tema, principalmente quanto às condições
relacionadas à ocorrência de chuvas.
A seguir, veja tabelas com informações continuadas no calendário agrícola por região,
mostrando o melhor mês de cultivo e colheita para algumas culturas.
Região Norte
Região Centro-Oeste
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
89
Região Nordeste
Região Sudeste
Laranjas
Cultivares J F M A M J J A S O N D
Navelina
Salustiana
Laranja-da-Índia
Navelate
Monte Parnaso
Lane Late
Valência
Folha Murcha
Bergamotas
Cultivares J F M A M J J A S O N D
Okitsu
Caí Doce
Bergamota do Céu
Ponkan
Danci
Morgote
Montenegrina
Ortanique
• precipitação anual;
• variação de temperatura;
• velocidade do vento;
• zoneamento agrícola.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
91
O objetivo dos autores foi informar aos produtores rurais do Oeste do Estado de São
Paulo as épocas ideais de plantio e colheita das principais culturas produzidas na re-
gião, diminuindo os riscos de baixa produção em razão da variação climática e garan-
tindo aumento na produção agropecuária ou agrícola.
Frutífera J F M A M J J A S O N D
P P P P P
Abacate
C C
P P P
Abacaxi
C C C C C
P P P P P
Banana
C C C C C C
P P P P P P P P
Manga
C C C
P P P P P P
Maracujá
C C C C C C C
P P P P P P
Tangerina
C C C C C C C C
P P
Uva
C C
Dica
Ao planejar a sua atividade empreendedora frutícola, lembre-
-se de levar em consideração todos esses aspectos geográfi-
cos e climáticos que influenciam diretamente a sua atividade
principal. Tenha em mãos todas informações e ferramentas
que vão permitir um planejamento mais eficaz e de acordo
com a sua realidade.
Atividade de aprendizagem
1. Sabe-se que o calendário agrícola serve para planejar a produção, sendo
assim, observe no calendário agrícola os diferentes períodos de plantio e
colheita da uva nas regiões Sudeste e Nordeste. Considerando o estudo
do tema, responda: por que ocorre essa diferença de períodos de plantio
e colheita no calendário agrícola dessas regiões?
Encerramento do tema
Chegamos ao fim do tema Potencialidades regionais e oportunidades de produ-
ção e acesso a mercados. Você viu que conhecer as características edafoclimáticas
e os fatores hidrográficos regionais favoráveis à produção e à comercialização são
ações que fazem parte do planejamento estratégico.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
93
04
Elaboração do
plano estratégico
e operacional em
fruticultura
Tema 4: Elaboração do plano estratégico
e operacional em fruticultura
Como vimos no início desta Unidade Curricular, o planejamento estratégico é um im-
portante instrumento para que gestores e proprietários de negócios compreendam
a situação em que suas empresas se encontram. Para alcançar seus objetivos, eles
escolhem as melhores estratégias e traçam caminhos sistemáticos, considerando seus
stakeholders.
Glossário
Stakeholders: segundo o Sebrae (2015, p. 72), os “stakehol-
ders são pessoas ou grupos de pessoas que, direta ou indire-
tamente, interferem na empresa. Esses grupos são compostos
por acionistas, proprietários, investidores, empregados, forne-
cedores, sindicatos, associações, comunidade, governo (fede-
ral, estadual e municipal), consumidores, Organizações não Go-
vernamentais (ONGs), concorrentes e prestadores de serviço”.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
95
Capacidades Técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
• registrar informações relevantes (área do empreendimen-
to, cultura a ser cultivado, ciclo da cultura, disponibilidade
de recurso etc.) contidas no planejamento estratégico com
vista ao planejamento de produção;
• identificar as principais etapas do processo de produção
(produção de mudas, preparação da área, implantação,
produção, colheita, pós-colheita etc.);
• identificar as etapas do processo para o cronograma de
atividades;
• definir as sequências das atividades;
• definir metas de rendimentos e desenvolver as atividades
sob essa ótica;
• fazer cotação de insumos, mão de obra, hora máquina etc.;
• avaliar o histórico dos custos do processo de produção;
• calcular o custo do processo de produção (recursos físicos,
humanos, naturais e financeiros);
• analisar os dados e informações obtidas no decorrer do
processo;
• prever a atualização da equipe de trabalho em legislação
referente ao processo de produção;
• identificar os insumos (fertilizantes, corretivos de solo,
agrotóxicos, sementes, mudas etc.);
• identificar os sistemas de plantio;
• identificar os tipos de produção de mudas adequados para
cada cultura;
• prever os tratos culturais (controle de pragas e doenças,
adubação, podas, irrigação etc.);
• identificar os métodos de colheita (sistema, maquinário,
ponto de maturação e processos);
• identificar os métodos de pós-colheita (sistema, maquiná-
rio, instalações e processos);
• identificar os métodos de armazenamento (sistema, insta-
lações e processos);
• identificar máquinas e equipamentos (uso racional da
máquina);
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
97
Todos esses conhecimentos permitirão que você tenha uma visão ampla dos elemen-
tos que compõem um planejamento estratégico, a partir de um cenário mais realista,
que permita a implantação e possibilite ajustes, quando necessário, para que o proje-
to seja viável.
Tempo
Pesquisa
Estudo
Responsabilidade
Dedicação
• analise as informações; e
Tudo isso para que os riscos sejam bem calculados. Podemos dizer, portanto, que o
plano de negócios é um guia estratégico que formaliza a ideia empreendedora. Dessa
maneira, é possível observar todas as partes que precisam compor um empreendi-
mento, seja ele de qualquer natureza.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
99
Fonte: Getty Images.
Também é importante que você saiba que, ao elaborar um plano de negócios, é pos-
sível estabelecer:
• os objetivos futuros; e
E por que é importante utilizar o plano de negócio? Porque, além de nortear o público-
-alvo, essa ferramenta detalha algumas questões fundamentais, como:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
101
Comentários do autor
Quando você segue o passo a passo e usa adequadamente o
plano de ação, tem grande probabilidade de obter ótimos re-
sultados, além de poder conduzir melhor o projeto para alcan-
çar os objetivos almejados.
Também é importante conhecer alguns tópicos que precisam ser respondidos e sobre
os quais você precisa refletir antes de começar a elaborar o plano de negócio. O es-
quema a seguir apresenta quais são eles.
01 O que é o negócio?
02
Quais os principais produtos
e/ou serviços que esse
negócio oferece?
04
principais clientes?
Onde estará localizada
a empresa?
Atenção
O plano de negócio não se limita aos negócios que estão sur-
gindo agora, já que essa ferramenta é utilizada como base
para planejar novos investimentos, produtos e serviços que
um empreendimento pretende lançar no mercado.
Considerada uma das principais etapas do plano de negócio, o sumário executivo con-
tém uma síntese de todo o projeto. Além disso, segundo Filipini (2013), ele apresenta
uma ideia geral do projeto e seus aspectos mais importantes, despertando interesse e
facilitando a compreensão do plano.
Comentários do autor
O sumário executivo contém as principais informações da pro-
posta e não deve ter mais do que duas páginas, pois seu obje-
tivo é apresentar aos interessados uma visão preliminar geral
do negócio ou do projeto, sem maior detalhamento. Ele repre-
senta uma maneira de guiar o plano de negócio e garantir que
ele atenda aos seus objetivos macro, ou seja, a viabilidade da-
quela nova ideia, inovação ou produto que o empreendimento
está desenvolvendo.
E você sabe como elaborar um bom sumário executivo? Para um sumário executivo
ser bem elaborado, é necessário responder às seguintes questões:
• Qual é o público-alvo?
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
103
• Existem empresas concorrentes?
Atenção
Embora fique no início do documento, o sumário executivo
deve ser elaborado no término do trabalho.
Ciente das particularidades do plano de negócio, que tal fixar os conhecimentos? Faça
a atividade proposta.
Atividade de aprendizagem
1. Aprendemos que o plano de negócio é um documento estruturado para
realizar projeções de um empreendimento a fim de produzir um determi-
nado resultado a partir de um planejamento estratégico. Essa ferramenta
representa o primeiro passo do planejamento de um novo negócio. Dito
isso, é correto afirmar que o plano de negócio é útil somente para empre-
endimentos nascentes? Justifique sua resposta.
Para fazer essa análise, você precisa ter informações sólidas da situação atual do mer-
cado. Confira a seguir quais são elas:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
105
Por fim, o fruticultor precisa acom-
panhar as mudanças que estão ocor-
rendo na economia mundial, da área
tecnológica e da gestão das ativi-
dades agrícolas. Assim, segundo o
SENAR-GO (2015), será possível ter
resultados rentáveis, produzindo de
forma economicamente viável, so-
cialmente justa, ambientalmente
correta e conforme as determina-
ções da defesa sanitária.
Fonte: Shutterstock.
Você sabia que, para traçar uma estratégia capaz de conquistar o mercado, é necessá-
rio fazer um estudo sobre o perfil dos clientes que pretende atender? Isso porque eles
não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam.
Atenção
O público-alvo do segmento da fruticultura é complexo e ex-
tenso, e você precisa se atentar para satisfazê-lo.
Por fim, você deve fazer muitos questionamentos quando elaborar o levantamento
das necessidades e desejos do público-alvo. Assim, saberá se a sua produção terá
um comprador, um destino certo e se vai ser apreciada pelo consumidor. Essa etapa
é muito importante, pois não se pode errar logo no início. Afinal, uma cultura perene
fornecerá frutos por alguns anos, e é essa produtividade que irá pagar o seu investi-
mento e gerar lucro.
Comentários do autor
Analisar os clientes é um processo que faz parte do planeja-
mento. Quando você conhece o público-alvo profundamente,
consegue criar grandes estratégias. No momento do plane-
jamento estratégico, a análise de personas e a realização de
pesquisas de mercado são algumas possibilidades para melhor
se relacionar com o público do negócio.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
107
Dica
Segundo o SENAR (2012), é importante ter bons fornecedo-
res para criar as estratégias relativas à elaboração de custos,
processo produtivo, qualidade do produto final, prazos, entre
outros.
Você sabe como funciona a questão da garantia oferecida pelos fornecedores? Quanto
mais extensa for a garantia e se for oferecida manutenção gratuita dos insumos ad-
quiridos, melhor é o fornecedor, ou seja, é um fornecedor de destaque. Além disso,
quanto melhor a negociação, mais fácil será de o fruticultor fechar parcerias.
Por fim, podemos dizer que a análise dos fornecedores é uma etapa do planejamento
estratégico que requer pesquisa, e essa pesquisa precisa ser ampla e detalhada, para
que se identifique as melhores opções. Para isso, você pode:
Você sabia que, além de identificar quem são seus principais concorrentes, é importan-
te conhecer seus pontos fortes e fracos? E isso vai muito além de examinar suas boas
práticas e reconhecer suas deficiências. Os pontos fortes, por exemplo, podem servir
de diretriz para a atuação da sua empresa. Já os pontos fracos devem ser usados
como aprendizado ou uma oportunidade de novas estratégias a serem implantadas.
Em outras palavras, podemos dizer que as parcerias são possíveis entre os concorren-
tes. Por meio delas, é mais fácil:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
109
Sanar algum problema de irrigação por escassez de água, re-
alidade que cresce a cada ano.
Antes de seguir com seus estudos, faça as atividades propostas para fixar os
conhecimentos.
Atividades de aprendizagem
1. Ao empreender um novo negócio frutícola, é fundamental realizar o pla-
nejamento, analisando o mercado. A análise de mercado tem o objetivo de
identificar as oportunidades e as ameaças que fazem parte do ambiente
em que o negócio frutícola vai ser inserido. Nesse contexto, a seguir, são
apresentadas diferentes análises necessárias para compreender o cenário
do qual o negócio frutícola fará parte.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
111
Para Filipini (2013), o plano de marketing é uma etapa
para cuidar das questões relacionadas à comunicação e ao
atendimento das necessidades do cliente.
Comentários do autor
O marketing e a logística precisam se comunicar, e esse pla-
nejamento é necessário para que você tenha controle do pro-
cesso produtivo, da maneira como o negócio se relaciona com
o seu público-alvo e as outras partes interessadas, e para que
haja lucratividade a partir dessas ações.
Tudo isso deve ser feito para garantir a integridade e os prazos de entrega dos pro-
dutos aos clientes. Nesse sentido, o fruticultor deverá analisar quais são os melhores
canais e modelos de circulação da matéria-prima e insumos, além dos produtos que
devem ser entregues aos clientes.
Dica
Desenvolver um plano de marketing é uma vantagem com-
petitiva, pois esse planejamento esclarece pontos ainda não
mensurados, com o objetivo de encontrar a melhor maneira
de você inserir seu negócio em um mercado competitivo. Por
isso, faça a diferença: trace os melhores caminhos para alcan-
çar os objetivos e prepare-se para as dificuldades que podem
surgir, antes mesmo de seus concorrentes.
Você já parou para pensar o que as empresas fazem quando não conhecem seu clien-
te e precisam atrair novos? Muitas delas fazem altos investimentos de tempo e dinhei-
ro. Porém, são poucas as empresas que elaboram estratégias para reter os clientes
que já têm. Segundo o SENAR-GO (2015), é importante compreender que o cliente é
quem já compra da empresa.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
113
Quando você conhece bem o cliente ou consumidor, pode
oferecer mais vantagens e agregar valor ao produto e
serviço ofertado.
Além disso, segundo o SENAR-GO (2015), quando você define o negócio direcionado
a um produto ou serviço, precisa levar em conta as características específicas desse
segmento. Para isso, deve considerar alguns pontos no momento de planejar e decidir
os produtos ou serviços que serão ofertados:
Dica
Ficou na dúvida sobre como escolher o produto ideal para o
seu negócio? Para isso, você deve conhecer bem a real de-
manda e as condições necessárias para comercializar o seu
produto. Em outras palavras, conhecer todas as particularida-
des necessárias para a melhor escolha dos produtos e serviços
é imprescindível para você ter sucesso.
• poderá realizar uma previsão de quanta receita será gerada pelas vendas do
negócio;
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
115
A definição do preço precisa ser feita cuidadosamente e não pode considerar apenas os
custos do produto. Isso porque o preço de venda é formado a partir de alguns pontos:
Além disso, de acordo com Maximiano (2011), a definição do preço ainda é influencia-
da por outros fatores, como:
• a estrutura interna dos gastos (custos e despesas com energia, mão de obra, in-
sumos, materiais etc.);
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
117
Para Maximiano (2011), a promoção pode ser usada para proteger a imagem de um
produto ou serviço, para apresentar um novo produto ao consumidor ou até mesmo
para lembrá-lo das vantagens que ele oferece em relação aos demais.
• internet;
• amostras grátis;
• catálogos;
• brindes e sorteios;
Sustentando ideias
Atualmente, as pessoas estão mais preocupadas com a maneira
como são produzidas as frutas, algo que vai muito além do sa-
bor, da cor e do cheiro. Assim, se você produzir usando menos
água, diminuindo o uso de agroquímicos, visando à qualidade
de vida e de trabalho do colaborador, deverá buscar por certifi-
cações específicas e expor suas características produtivas.
Nesse contexto, é importante conhecer o canal de distribuição, pois é ele que garante
a chegada do produto até o consumidor. Além disso, para um negócio, um produto só
tem valor se for colocado ao alcance do consumidor.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
119
Desse modo, durante o planejamento, você precisa estudar e escolher as melhores
estratégias para que os produtos cheguem ao mercado no tempo certo e na qualidade
esperada.
3.5 Logística
De acordo com Cova (2012), a logística é uma grande operação para que o cliente
consiga receber o seu produto ou serviço. Por estar envolvida em todo processo pro-
dutivo, a operação interfere diretamente no custo do produto, desde adquirir os mate-
riais, insumos e ferramentas para produção até depois da colheita.
Além disso, segundo Paura (2012), por participar de toda produção, as decisões logís-
ticas de um empreendimento impactam:
• o planejamento de compra;
• o controle e a organização de
estoques de matérias-primas e
produtos acabados;
• o planejamento de controle da
produção; e
• o controle de transporte de
embalagens.
Fonte: Getty Images.
Para que o processo logístico ocorra com sucesso, ele deve estar alinhado com os se-
guintes setores: compras; estoque; vendas; financeiro; transporte; e armazenagem
de matérias-primas.
Tudo isso para garantir uma operação que atenda às necessidades do cliente, diminua
os custos e gere lucratividade para a empresa.
Comentários do autor
Decidir a logística produtiva e comercial de um negócio é uma
tarefa complexa, que demanda tempo e conhecimento de toda
a cadeia produtiva, principalmente na fruticultura, que tem
processos específicos e inter-relacionados.
Atenção
A fruticultura é um setor que precisa se atentar às práticas bá-
sicas. São recomendações que promovem qualidade em todo
processo, desde o plantio até a chegada ao cliente final com
qualidade.
Agora, que tal fazer uma pausa para testar os conhecimentos? Responda à atividade
proposta.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
121
Atividade de aprendizagem
1. O produtor precisa se atentar à sua estrutura interna dos gastos, à concor-
rência e à margem de lucro desejada para planejar e estabelecer sua/seu:
a) colheita.
b) precificação.
c) logística.
d) demanda.
e) plano de marketing.
Fonte: Shutterstock.
Lembre-se de que os dados são específicos e cada negócio frutícola depende da es-
pécie frutífera, do cultivar escolhido, do nível tecnológico e da capacidade de investi-
mento. Cada realidade terá uma especificidade diferente, seja de cultivo, colheita ou
armazenagem, e esses pontos precisam ser analisados.
Atenção
É importante realizar todos os processos de forma legal, en-
quadrando o seu negócio conforme as leis vigentes que regu-
lam cada atividade, para nada interromper seu funcionamento
ou gerar notificações e multas. É necessário cumprir as le-
gislações e obrigações associadas de acordo com o segmen-
to, além de estabelecer um compromisso ético com todos os
envolvidos, sejam eles seus colaboradores, clientes, governo,
sociedade ou também em relação ao meio ambiente.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
123
Diz a lei
O Decreto-Lei nº 5.452/43 estabelece todos os detalhes e ca-
racterísticas da relação empresa-colaborador para torná-la
mais saudável, formal e, principalmente, produtiva para am-
bas as partes.
Você sabia que a legislação trabalhista define os direitos dos funcionários não apenas
no exercício das suas atividades, mas também durante a manutenção do seu vínculo
com o local em que atuam? Assim, essa lei entende que os trabalhadores são parte
integrante e indispensável da organização.
Outro aspecto legal que merece destaque para o planejamento estratégico diz res-
peito ao uso de inseticidas, acaricidas, fungicidas, nematicidas e herbicidas.
Especificamente para negócios rurais, você deve se atentar aos aspectos legais rela-
cionados ao uso de substâncias na atividade agrícola, pois isso é de vital importância.
Atenção
Inseticidas, acaricidas, fungicidas, nematicidas e herbicidas
são agroquímicos que podem ser usados apenas quando re-
almente for necessário e desde que obedeçam à classificação
toxicológica.
Diz a lei
A obrigatoriedade do uso de EPIs está respaldada pela Norma
Regulamentadora NR-6, que aponta a seguinte observação: é
considerado EPI todo dispositivo ou produto de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos sus-
cetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
125
Gestão de pessoas
Sempre que necessário, faça treinamentos que alertam para
as consequências que a falta do equipamento de proteção in-
dividual pode causar.
A equipe operacional será a responsável por todo o manejo produtivo, do plantio até
a colheita. Portanto, no planejamento, você deve estabelecer quantas pessoas serão
necessárias para realizar a atividade, se haverá diaristas no plantio, na poda e na co-
lheita, entre outros tratos culturais e de pós-colheita. Tudo isso precisa ser anotado
para posterior análise e otimização do próximo ciclo produtivo.
Dica
Durante o planejamento, é importante descrever os cargos,
a quantidade de pessoas e também as qualificações que elas
precisam ter para atuar.
Atividade de aprendizagem
1. O fruticultor deve estar ciente de que o uso de EPIs é obrigatório e tem o
objetivo de proteger contra riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e
a saúde no trabalho. Nesse cenário, qual é o documento que regulamenta
esse uso?
b) NR-6.
d) NR-31.
e) Decreto-Lei nº 5.452/43.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
127
Com tudo planejado, sua empresa
poderá crescer financeira e estrutu-
ralmente com maior facilidade, além
de ter sustentabilidade em seus ne-
gócios. Por meio do planejamento fi-
nanceiro, é possível conhecer todos
os gastos do negócio, como custos,
despesas, investimentos, perdas etc.
Conhecer e planejar todos esses gastos é saudável e essencial para garantir a conti-
nuidade de um empreendimento e o seu crescimento.
5.1 Investimento
Atenção
Independentemente de o capital ser de capital próprio ou de
terceiros, o investimento deve ser bem estudado e calculado.
Depois que saber o valor total do investimento, é necessário decidir como captar esse
dinheiro que será injetado no negócio: por capital próprio, atração de sócios ou finan-
ciamentos para o produtor rural, disponíveis em bancos e cooperativas de crédito que
têm linhas de crédito para todo tipo de atividade no meio rural.
Dica
Caso seja uma opção, faça uma pesquisa de bancos credencia-
dos, juros e prazo para iniciar o pagamento e saber em quanto
tempo pode ser parcelado o financiamento.
5.2 Receita
Atenção
A receita que entra pode gerar a sensação de que o negócio
está dando resultados, por isso, é necessário diferenciar recei-
ta de lucro. A receita precisa ser bem administrada e destina-
da a custear todas as despesas que a empresa tem. Somente
depois da liquidez é que será apurado o resultado do negócio,
que poderá ser um lucro ou um prejuízo.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
129
5.3 Estimativa de custo de produção
Para gerar receita, a empresa precisa despender dinheiro e prever quanto custará a
produção da atividade. Também é necessário calcular o custo com materiais (como
matéria-prima e embalagem) de tudo o que for produzido. Essa informação é impor-
tante para a gestão dos processos de produção do negócio e para a precificação dos
produtos.
5.4 Resultado
O lucro ocorre quando a entrada de receitas, ou seja, o dinheiro, é maior que as saí-
das de dinheiro, representadas pelos custos e pelas despesas do negócio. Por outro
lado, se os gastos forem superiores à receita, o negócio está dando prejuízo, o que
não é ideal.
Por fim, temos a projeção dos resultados. Ainda que seja apenas uma estimativa, ela
é importante no planejamento para que a empresa possa se organizar financeiramen-
te, verificar as previsões de entradas de recursos no negócio, justificar análises e de-
cisões e antever situações negativas.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
131
Dica
Bons resultados financeiros sempre serão esperados: sucesso
na colheita, nas vendas e valorização no valor pago. Mesmo
que, no planejamento, a viabilidade do projeto seja muito po-
sitiva, pode ser que não alcance o resultado esperado, pois
esse segmento lida com clima e outros fatores externos que
não podem ser controlados.
Atividade de aprendizagem
1. Um produtor de abacaxi resolveu, para o próximo semestre, remunerar
seus vendedores por meio de um percentual incidente sobre os valores
das vendas. Nesse caso, a remuneração dos vendedores, para a empresa,
está relacionada ao:
a) planejamento financeiro.
b) custo fixo.
c) capital de giro.
d) ponto de equilíbrio.
e) custo variável.
O cálculo desses indicadores pode não parecer muito simples no início, mas, a partir
do momento que você se apropriar dos significados de cada item, irá se familiarizar
com os termos, gerando importantes resultados para a sua análise.
Atenção
Conhecer o plano de equilíbrio de um negócio frutícola é en-
tender a quantidade de frutas de cada classificação que preci-
sa ser vendida para que o negócio cumpra, pelo menos, com
os seus gastos. Qualquer venda realizada acima do ponto de
equilíbrio já se configura como lucro.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
133
6.2 Lucratividade x Rentabilidade
Mão na terra
Na fruticultura, planejar-se financeiramente permite uma me-
lhor alocação de gastos e uma previsão das receitas geradas
pela venda das frutas, além de possibilitar a contratação de
crédito rural e demais decisões estratégicas para que o negó-
cio funcione.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
135
7.1 Cenário pessimista
Esse cenário também pode ser decorrente de uma situação ou acidente interno da
organização, ou até mesmo referente à equipe e às pessoas que compõem o negócio.
Para lidar com isso, é preciso haver um plano capaz de resolver a situação da forma
mais suave possível para todos envolvidos.
Isso pode ocorrer quando o negócio consegue entrar no mercado de maneira mais rá-
pida e efetiva que o esperado ou quando você ganha uma vantagem competitiva que
o destaca da concorrência, alcançando um número maior de clientes e, consequente-
mente, maior receita.
Atenção
Você precisa gerir com atenção este momento, adequando o
negócio para conseguir atender às demandas, além de tomar
decisões sábias sobre o que será feito com essa receita que
entrou acima do esperado, revertendo-a de forma eficaz para
o negócio.
Claro que os resultados nunca serão os mesmos do previsto. Porém, quanto mais pró-
ximo do cenário realista você estiver, menos surpresas terá e, portanto, mais fiel será
o seu planejamento.
Saiba mais
Agora que você estudou vários assuntos relacionados ao pla-
nejamento estratégico e operacional, que tal aprofundar
seus conhecimentos com o material disponibilizado no AVA?
Aproveite!
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Elaboração do plano estratégico e operacional em fruti-
cultura. Nele, foi possível reconhecer os vários pontos de atenção que precisam ser
considerados pelos responsáveis pela elaboração do planejamento estratégico.
Além disso, você viu como elaborar o plano estratégico e operacional. A partir dos
conceitos e do passo a passo detalhado, você poderá propor seu próprio planejamento
estratégico, com detalhes que possam ser aplicados nos negócios frutícolas em que
você atua ou venha a atuar.
Por fim, vale destacar que o planejamento estratégico deve cobrir todas as etapas e
atividades que serão desenvolvidas pelo negócio, estando alinhado aos objetivos, às
metas e à missão, à visão e aos valores do empreendimento frutícola. Trata-se de
uma tarefa contínua, que precisa ser estruturada, monitorada e avaliada de perto,
com atualizações sempre que necessário.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
137
05
Planejamento
estratégico:
administração da
produção e qualidade
Tema 5: Planejamento estratégico:
administração da produção e qualidade
Estamos chegando ao final desta jornada de estudos sobre o planejamento. Para fi-
nalizar este importante conteúdo para os Técnicos em Fruticultura, apresentaremos
alguns aspectos da administração da produção e qualidade.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
139
Capacidades Técnicas
Com os conhecimentos adquiridos, você desenvolverá as se-
guintes capacidades:
Fonte: Shutterstock.
Por meio dele, fica mais fácil identificar os níveis hierárquicos e as funções das várias
pessoas envolvidas no dia a dia do negócio frutícola. As próprias decisões tomadas a
partir do planejamento estratégico são analisadas e discutidas a partir dessa estrutu-
ra. Que tal conhecer um exemplo de organograma? Confira:
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
141
Proprietário
Encarregado geral
Encarregado
Encarregado Encarregado
Tratos culturais
Máquinas Beneficiamento
(plantio-colheita)
Uma vez identificados os cargos e as atribuições necessárias para a execução das ati-
vidades empresariais, é necessário garantir que as pessoas que ocupam esses cargos
tenham as competências e habilidades técnicas para desenvolver as atividades
previstas. Além disso, os próprios gestores precisam se qualificar para que consigam
gerir de maneira efetiva a sua equipe.
Boff e Zanette (2010) citam Azevedo e Rowell (2009), que explicam que a habilidade
é “um saber fazer”. Isto é, um conhecimento operacional, o que, na fruticultura, re-
presenta os procedimentos, as várias sequências de modos de aplicações do conheci-
mento adquirido no seu dia a dia na propriedade frutícola, desde o plantio à colheita, e
que também se aplicam às etapas de comercialização.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
143
Destacamos a importância de planejar as funções necessárias para as atividades a se-
rem desenvolvidas no negócio frutícola, definindo as competências e habilidades que
as pessoas contratadas precisam ter. Por exemplo, você sabe o que é esperado de um
colaborador que atue com tratos culturais? E com a poda de frutificação?
Mão na terra
No caso de tratos culturais, como raleio dos frutos e colheita,
o colaborador precisa ter habilidades manuais e suaves para
que as frutas não sofram ferimentos mecânicos, mas, ainda
assim, é necessário contar com a agilidade e a rapidez para
que a execução da atividade tenha rendimento.
Fonte: Shutterstock.
• aquisição de pessoas;
• desenvolvimento de pessoas;
• Planejamento de mão
de obra • Capacitação
• Pesquisa de mercado • Desenvolvimento
• Recrutamento, de carreira
seleção e • Comunicação
contratação de
Aquisição Desenvolvimento
pessoas
de pessoas de pessoas
Por meio da gestão dos Recursos Humanos, os colaboradores são selecionados, de-
senvolvidos e impulsionados na organização. A gestão rural colabora para o contenta-
mento do profissional, trabalhando para que todos estejam alinhados com os objetivos
pessoais e da empresa, de modo que se sintam motivados e satisfeitos no local de
trabalho e desempenhando suas funções.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
145
Gestão de pessoas
A empresa frutícola precisa garantir que os seus colaborado-
res se sintam valorizados e respeitados dentro do negócio, te-
nham os seus direitos assegurados e sejam vistos como parte
essencial do sucesso da empresa. Isso traz benefícios para o
colaborador e impacta positivamente seu desempenho no tra-
balho e os resultados.
Conheça algumas boas práticas que podem ser analisadas e implementadas pelos Re-
cursos Humanos em um empreendimento frutícola:
O ciclo operacional, por sua vez, é o período entre a colheita das frutas no campo e
o tempo de o cliente final receber. É importante ter bem alinhados os dois ciclos, para
que o ritmo do processo de colheita permita que as vendas ocorram no tempo certo e
quando as frutas forem demandadas.
Seleção
Classificação
Embalagem
Carregamento
Transporte
Consumidor
Fluxograma de funcionamento de um galpão de beneficiamento de frutas e hortaliças.
Fonte: Adaptado de Ferreira (2008).
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
147
Nesse sentido, é fundamental que os colaboradores saibam como suas práticas se in-
teragem e qual a importância de cada uma delas, principalmente a pontualidade dos
manejos, para que o cliente receba no tempo acordado. Assim, o produtor se torna
bem-conceituado no mercado por ser pontual em suas entregas.
1.5 Comunicação
Dica
É essencial manter um ambiente agradável para se trabalhar,
uma vez que a unidade de produção no campo, por exemplo,
demanda muitos trabalhadores para a realização de tratos cul-
turais, como poda, colheita e beneficiamento dos frutos, que
perduram por alguns dias.
Atividade de aprendizagem
1. No processo de organização da produção, é importante ter um organogra-
ma funcional, para que todos consigam se identificar hierarquicamente, o
que facilita a rotina de trabalho de cada setor. De acordo com o que você
estudou, qual é a característica que o organograma funcional também
apresenta?
e) A avaliação da produção.
Fonte: Shutterstock.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
149
Todo o material a ser utilizado precisa estar já à disposição na
propriedade para início da produção: mudas, fertilizantes, ir-
rigação e, se for o caso, utensílios para as podas e adubações
de cobertura.
Comentários do autor
O cronograma produtivo, então, vem formalizar e servir de
guia para que não ocorram desperdícios nem o uso indiscrimi-
nado de recursos.
2.3 Execução
Comentários do autor
Na fruticultura, a gestão da qualidade é possível por meio da
tecnologia da informação, que permite assegurar que as eta-
pas de produção levem em consideração as diretrizes e os ob-
jetivos da empresa, ao mesmo tempo que mantém a qualida-
de produtiva para entregar frutos melhores.
Fonte: Shutterstock.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
151
Esse controle permite uma comparação entre o que foi projetado (no que se refere
aos custos e investimentos realizados) e o que, de fato, está ocorrendo durante o pro-
cesso produtivo. Assim, no momento da prática, toda aquisição precisa ser registrada
com o valor da negociação realizada anteriormente ao início do projeto. Desse modo,
os imprevistos serão registrados e acompanhados para posterior contabilização do
custo total de investimento.
2.8 Monitoramento
Você sabia que existe uma estratégia que facilita a tomada de decisões? Ela se chama
Ciclo PDCA e visa garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência do negó-
cio. Segundo Paixão (2012, p. 72):
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
153
Veja a seguir mais detalhes sobre como ela funciona:
Funcionou: padronize as
Analisar o processo
tarefas e treine a equipe
Implemente o Estabelecer
novo método ACT PLAN
planos de ação
CICLO
PDCA
CHECK DO
Se não, descobrir o
porquê e definir um
novo método
Treinar os
envolvidos
Verificar se as metas
estão sendo alcançadas Executar o plano
Atenção
O fruticultor precisa se atentar a todas as ações que planeja e
executa no seu cotidiano profissional.
Antes de encerrar este tema, fixe seu aprendizado com a atividade proposta.
Atividade de aprendizagem
1. As empresas precisam investir fortemente para se diferenciar e se desta-
car no mercado. A adoção de estratégias para melhoria da qualidade em
seus processos é um fator que favorece a tomada de decisão e a resolução
de problemas. A adoção de uma estratégia, com quatro etapas, focada na
melhoria contínua de forma cíclica está relacionada à ferramenta conhe-
cida por:
a) plano de negócio.
b) Smart.
c) PDCA.
d) planejamento estratégico.
e) 5S.
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Planejamento estratégico: administração da produção e
qualidade e pôde compreender a importância de o negócio frutícola ser bem orga-
nizado internamente para que toda a equipe envolvida saiba identificar quais são as
diferentes funções, os setores ou departamentos das pessoas com as quais interagem
no dia a dia, bem como da empresa como um todo. Afinal, como foi dito, isso ajuda os
colaboradores a entenderem as etapas que conduzirão ao sucesso da produção.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
155
Ressaltamos que uma boa organização também diz respeito à forma de gerir o ne-
gócio e, considerando isso, você viu que o gestor precisa definir o que cada função
exige em termos de habilidades e competências para atribuí-las de modo adequado,
considerando os pontos fortes e fracos da equipe para alcançar melhores resultados
na produção.
Por fim, nossa expectativa é que o caminho até aqui tenha sido de muita aprendiza-
gem e também de motivação para que você desenvolva habilidades e competências
fundamentais para o sucesso na vida profissional.
Desejamos sucesso e que você siga se especializando na sua jornada como Técnico
em Fruticultura!
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
157
Referências
ABRAFRUTAS. Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e
Derivados. A associação. Disponível em: https://abrafrutas.org/a-associacao/. Acesso
em: 20 nov. 2022.
CINTRA, R.F.; VITTI, A.; BOTEON, M. Análise dos impactos da certificação de frutas
brasileiras para o mercado externo. Disponível em: https://www.cepea.esalq.usp.br/
br/hortifruti.aspx. Acesso em: 13 fev. 2023.
COVA, C. Logística empresarial. Vol. 3. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2012. Disponível
em: https://canal.cecierj.edu.br/012016/a5c5d29ef5fb9421f11f3d3d9c50a2f5.pdf.
Acesso em: 30 jan. 2023.
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Planejamento Estratégico
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EMBRAPA. Ciência e tecnologia tornaram o Brasil um dos maiores produtores mundiais
de alimentos. News, out. 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/busca-de-
-noticias/-/noticia/75085849/ciencia-e-tecnologia-tornaram-o-brasil-um-dos-maiores-
-produtores-mundiais-de-alimentos. Acesso em: 11 jan. 2023.
OLIVEIRA, S. M. de; SILVA, C. T.; BRANDÃO, E. M. Ciclo PDCA. UFF, 2022. Disponível
em: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/716521/2/Ciclo%20PDCA.pdf.
Acesso em: 3 fev. 2023.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
161
PNLA. Portal Nacional de Licenciamento Ambiental. O que é licenciamento ambiental?.
Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://pnla.mma.gov.br/o-que-e-
licenciamento-ambiental. Acesso em: 2 fev. 2023.
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
163
SILVA, A. de S. S.; BUSCHINELLI, C. C. de A.; HERME, L. C. Qualidade ambiental,
certificação ISO 14001 e rastreabilidade. Seminário Nacional de Comércio Internacional
de Frutas: Mercado, Protocolos, Certificação e Bioterrorismo. Dez, 2003. Campinas,
SP. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/207471/1/
Silva-Qualidade.pdf. Acesso em: 2 fev. 2023.
Tópico 3
1) A alternativa correta é a D, pois ESG representa uma sigla formada por três pala-
vras do inglês, que são: environmental, social e governance. Em português, essas
palavras significam respectivamente: ambiental, social e governança, as quais são
as esferas do conjunto de práticas. A alternativa A está incorreta, pois energia,
sustentabilidade e gestão não são pilares que compõem o conjunto de práticas
ESG. A alternativa B está incorreta, pois sustentabilidade e governo não são esfe-
ras que compõem o conjunto de práticas ESG. A alternativa C está incorreta, pois
educação não é uma esfera que compõem o conjunto de práticas ESG. A alterna-
tiva E está incorreta, pois as áreas apresentadas não são esferas que compõem o
conjunto de práticas ESG.
Tópico 2
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
165
industrialização dos produtos agrícolas. A alternativa B está incorreta, pois o cré-
dito para investimentos destina-se à aquisição de bens ou serviços que irão pro-
porcionar benefícios futuros à produção agrícola; nesse sentido, é usado para a
compra de implementos e sistema de irrigação, por exemplo. A alternativa C está
incorreta, pois o crédito para comercialização destina-se ao subsídio de atividades
relacionadas à comercialização dos produtos agrícolas no mercado. A alternativa
D está incorreta, pois, o crédito para empresas destina-se somente a empresas,
não sendo aplicável a pessoas físicas, como é o caso do fruticultor José.
Tópico 4
1) A alternativa correta é a B. Note que o texto cita fatores de solo e clima, ou seja,
edafoclimáticos. A alternativa A está incorreta, pois solo e relevo não são caracte-
rísticas do clima. A alternativa C está incorreta, pois bacia hidrográfica é a região
em que a produção pode estar inserida e define a quantidade de água natural dis-
ponível, não clima e relevo, por exemplo. A alternativa D também está incorreta,
pois os atributos físicos referem-se a estrutura, textura, densidade e porosidade
do solo. Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois o calendário agrícola é
formulado usando as características edafoclimáticas da região.
Tópico 2
1) O plano de negócio não é útil somente para empreendimentos que estão come-
çando. Essa ferramenta é útil e fundamental para qualquer empresa, tanto para
as que estão surgindo agora quanto para as já consolidadas, e deve ser utilizada
como base para planejar quaisquer novos investimentos, produtos e serviços que
se deseja lançar no mercado.
Tópico 2
Tópico 3
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
167
partir do processo de planejamento estratégico e tem como referência a missão, as
metas organizacionais, as estratégias corporativas e os objetivos de marketing.
Tópico 4
Tópico 5
PLANEJAMENTO E EMPREENDEDORISMO
Planejamento Estratégico
169
SGAN 601 MÓDULO K - EDIFÍCIO ANTÔNIO
ERNESTO DE SALVO - 1º ANDAR - BRASÍLIA
DISTRITO FEDERAL - CEP: 70830-021
FONE: + 55 61 2109 1300
ETEC.SENAR.ORG.BR
SENAR.ORG.BR