Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Mercado de Nutrição e Alimentação Animal
Mercado de Nutrição e Alimentação Animal
COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS
E DE SERVIÇOS PECUÁRIOS
Mercado de Nutrição e Alimentação Animal
Formação Técnica
Mercado de Nutrição e
Alimentação Animal
S491c
Além disso, você será capaz de identificar os padrões de qualidade de nutrição animal,
reconhecer os insumos alternativos e melhores custos-benefícios. Reconhecerá tam-
bém as soluções inovadoras e tecnológicas utilizadas nos sistemas pecuários.
Capacidades técnicas
Ao fim desta Unidade, você desenvolverá as capacidades técni-
cas, de gestão e os conhecimentos para realização de ações de
comercialização de nutrição e alimentação animal.
Com carga horária de 110 horas, a Unidade foi organizada em cinco temas, divididos
em diversos tópicos e subtópicos relevantes para a sua formação profissional.
Tópico 1:
1.1 Histórico nacional e internacional
Introdução à
1.2 Conceitos e definições
comercialização
1.1 Alimento
1.2 Ração
1.3 Dieta
1.4 Ração balanceada
1.5 Nutriente
1.6 Alimentação
1.7 Ingrediente
1.8 Nutrientes digestíveis totais (NDT)
1.9 Alimento concentrado
1.10 Alimento volumoso
Tema 3: Tópico 1:
1.11 Aditivo
Alimentos e Conceitos na
1.12 Conversão alimentar
nutrição animal
alimentação 1.13 Eficiência alimentar
animal 1.14 Fórmula
1.15 Farelo
1.16 Deficiência alimentar
1.17 Digestibilidade
1.18 Ensilagem
1.19 Torta
1.20 Farinha
1.21 Fenação
1.22 Feno
Tema 3:
Tópico 3: 3.1 Grãos
Alimentos e Principais 3.2 Subprodutos (coprodutos)
alimentação alimentos
3.3 Raízes e tubérculos
animal utilizados na
alimentação e 3.4 Subprodutos da indústria
nutrição animal 3.5 Gorduras e óleos
1.1 Cenários
1.2 Mercado interno
Tópico 1:
1.3 Mercado externo
Mercado da
1.4 Insumos e fornecedores
avicultura
1.5 Alternativas de mercado
1.6 Oportunidades
2.1 Cenários
2.2 Mercado interno
Tópico 2:
2.3 Mercado externo
Mercado da
2.4 Insumos e fornecedores
apicultura
2.5 Alternativas de mercado
Tema 4: 2.6 Oportunidades
Mercado de
alimentação
3.1 Cenários
animal
3.2 Mercado interno
Tópico 3:
3.3 Mercado externo
Mercado da
3.4 Insumos e fornecedores
bovinocultura
3.5 Alternativas de mercado
3.6 Oportunidades
4.1 Cenários
Tópico 4: 4.2 Mercado interno
Mercado de 4.3 Mercado externo
ovinocultura e 4.4 Insumos e fornecedores
caprinocultura 4.5 Alternativas de mercado
4.6 Oportunidades
5.1 Cenários
5.2 Mercado interno
Tópico 5:
5.3 Mercado externo
Mercado da
5.4 Insumos e fornecedores
suinocultura
Tema 4: 5.5 Alternativas de mercado
5.6 Oportunidades
Mercado de
alimentação 6.1 Cenários
animal 6.2 Mercado interno
Tópico 6:
6.3 Mercado externo
Mercado de
6.4 Insumos e fornecedores
peixes
6.5 Alternativas de mercado
6.6 Oportunidades
Tópico 1:
1.1 Aditivos sintéticos
Aditivos na
1.2 Aditivos naturais
nutrição animal
Tema 5:
Tópico 2: 2.1 Conceitos
Soluções
Zootecnia de 2.2 Gestão de processos
inovadoras e precisão 2.3 Zootecnia de precisão na prática
tecnológicas
3.1 Conceitos
Tópico 3: 3.2 Padronização
Rastreabilidade 3.3 Certificação
Para fixar seu conhecimento, ao fim dos tópicos você vai encontrar atividades para colo-
car em prática o aprendizado imediatamente após passar pelos conceitos e pelas teorias.
Comentários do autor
Todas as atividades buscam respeitar seu ritmo de aprendiza-
gem e são coerentes com o que você será capaz de fazer a par-
tir dos assuntos abordados.
Ao fim desta apostila, é disponibilizado um gabarito para que você verifique suas res-
postas.
Bons estudos!
Fonte: Shutterstock.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos neste tema, você desenvol-
verá as seguintes capacidades:
Neste tópico, vamos abordar seu histórico nacional e internacional e, também, trazer
alguns conceitos relacionados a esse processo. Com isso, espera-se que você seja ca-
paz de compreender os principais pontos-chave para a comercialização.
Você sabia que, desde a década de 1940, o Brasil desenvolve políticas públicas sobre a
comercialização? Na época, foi criada a Comissão de Financiamento da Produção.
Hoje em dia, há canais de apoio oficial à venda de produtos de alimentação animal,
que também é dado por meio do crédito rural.
Autossuficiência
Processo em que
se tratava a parte
econômica dentro
do grupo (dentro
Produção de de uma mesma
excedente microrregião).
Processo de
produção de
excedente que
ficava retido no
mercado local, o
que foi considerado Produção de
a “era medieval”. excedente (com
exportação)
Processo de
produção de
excedente, com
exportação para o
Melhoria na mercado externo, o
produção que foi considerado
Processo de a “era mercantilista”.
melhoria na
produção na
formalidade,
considerado a
“era da revolução Empresariado
industrial”. (consumidor)
Processo de
empresariado,
totalmente
voltado para o
Empresariado consumidor.
(produto)
Processo voltado
para o como se
vende o produto,
considerado a “era
do marketing".
Além disso, outro atributo desse processo é a tendência de as empresas serem inte-
gradas e de maior tamanho. Em outras palavras, seria uma integração em direções
horizontal e vertical. Nesse momento, houve uma transformação de um sistema
composto por empresas independentes voltadas para o mercado para um sistema de
empresas integradas voltadas também para o mercado.
No que tange ao mercado internacional, com destaque especial para os Estados Uni-
dos, um dos maiores players no mercado mundial, apresentaremos a seguir importan-
tes marcos que fazem parte do histórico desse mercado (COCHRANE, 1993).
Entre 1940 e 1946, elevou-se em 138% o preço dos produtos agrícolas no merca-
do internacional. Essa elevação se manteve no pós-guerra através da intervenção
estatal do governo americano, que gerou programas de garantia de preços aos
agricultores e pecuaristas para o mercado interno e promoveu demanda externa
adicional através de políticas de “ajuda alimentar”.
A padronização das sementes, anos mais tarde, foi crucial para o sucesso do novo
“pacote tecnológico”, pois as espécies nativas não necessitavam do uso intensivo
de insumos químicos.
Ao longo dos anos foram criadas outras instituições que articularam novas pesquisas, por
diversos países do mundo. Desde então foram surgindo novas tendências e conceitos,
que balizam toda a comercialização agrícola e pecuária desenvolvida nos dias de hoje.
A seguir, apresentaremos a definição de alguns conceitos importantes, para que você pos-
sa compreender melhor os processos da comercialização de alimentos e nutrição animal.
Fonte: Shutterstock.
Mercado
O mercado pode ser definido como o “local” onde se opera a compra e a venda de
produtos, com compradores e vendedores.
• feiras;
• lojas;
• centros comerciais.
Agronegócio
No Brasil, o agronegócio pode ser definido para justificar a criação das chamadas
cadeias produtivas, com o objetivo de agrupar algumas atividades, como agro-
químicas, industriais e comerciais, para os cálculos econômicos da agricultura
como um todo.
Glossário
Cadeia produtiva: seu termo em inglês é supply chain. De
forma simplificada, pode ser definida como um conjunto de ele-
mentos (“empresas” ou “sistemas”) que interagem em um pro-
cesso produtivo para a oferta de produtos ou serviços ao mer-
cado consumidor (SILVA, 2005).
Fonte: Shutterstock.
A figura a seguir exemplifica que o conceito de agronegócio engloba toda a cadeia pro-
dutiva: antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira da propriedade rural.
R Antes da porteira
E É AG ONEGÓC
QU IO Produção e fornecimento
O ? de insumos, máquinas e
equipamentos e serviços
especializados.
Dentro da porteira
Preparo e manejo de
solos, tratos culturais,
irrigação, colheita e
criação animal.
Depois da porteira
Transporte, armazenagem,
industrialização, distribuição
e comercialização.
Saiba mais
Quer se aprofundar no conceito de agronegócio? Para isso, é só
acessar o material disponível na biblioteca do AVA.
Além delas, existem outras como o álcool, o algodão e as carnes (meia carcaça e cortes
congelados). Essas commodities são consideradas de preços relativamente mais baixos
e são tipicamente produzidas por países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
A partir deste estudo, você será capaz de identificar os principais tipos de comercialização.
Perceba que eles se referem a um conceito abrangente, em que se designa a essa ati-
vidade a função de transferir os produtos para a mesa do consumidor. Assim, podemos
afirmar que o conceito de comercialização se distingue de um mero conceito simples,
pois há uma alta complexidade no processo.
A comercialização, por se tratar de uma atividade que liga produção e mercado consu-
midor, mesmo que não primariamente, corresponde à função de oportunizar a confor-
midade da produção (no que diz respeito à oferta) de acordo com anseios e necessida-
des dos consumidores (no que diz respeito à demanda de produtos).
Em resumo, a comercialização de
produtos de alimentação animal
busca sumarizar as características
do conjunto de atividades e arran-
jos institucionais possíveis para
que os produtos, de fato, cheguem
ao consumidor (WAQUIL; MIELE;
SCHULTZ, 2010).
Funções da
comercialização Propriedades
agropecuária
• atacadistas;
• varejistas;
• centrais de compra e distribuição;
• serviços de alimentação;
• transportadoras;
• armazenadores; e
• processadoras.
Logo, a sequência de etapas por onde o produto passa até a chegada ao consumidor
final é denominada canal de comercialização ou de distribuição.
Corretor
Facilitador Varejista
Sua tarefa é estreitar Comerciante
Sua tarefa é Empresa que
a relação entre Assume
auxiliar no processo vende produtos
compradores e propriedade e
de distribuição, ou serviços
vendedores. É um executa a
atua como direto para o
intermediário que não revenda de
intermediário, consumidor.
estoca bens, não produtos.
porém não negocia
financia e nem
no processo de
assume risco.
compra e venda.
Fonte: Shutterstock.
Atenção
Os intermediários nas negociações nem sempre geram pontos
positivos. Atente-se aos pontos negativos.
Custo de produção
Quantidade e
época demandada
Condições de pagamento
Frequência da entrega
Tipo de embalagem
Tipo de transporte
Entre outras que podemos citar, uma vez que são imprescindíveis, tanto para escolher
o melhor canal para comercializar os seus produtos quanto para ter uma série de in-
formações e com elas analisar se esse é o meio mais adequado para comercializá-los.
Mercado do produtor
Mercado atacadista
Mercado varejista
Mercados Mercados
do interior secundários
Mercados centrais
Equilíbrio
Concentração Dispersão
Tipo de canal de
Características Exemplos
comercialização
Trading de exportação,
Nível quatro Apresenta quatro intermediários.
centrais de abastecimento.
Uma empresa rural, pensando em competitividade, pode lançar mão de duas estratégias,
que são as mais importantes dentro do cenário do agronegócio. Conheça-as a seguir.
Um exemplo de segmentação de
mercado, que permite oferta de
produtos, são os chamados “nichos
de mercado”, pois apresentam
exatamente as características
peculiares listadas.
Outro exemplo de segmentação é o comércio justo (ou fair trade) e solidário, que
constitui uma forma que geralmente é de cunho internacional. Veja suas característi-
cas a seguir (SCHULTZ, 2006).
Gestão de pessoas
Os novos processos implicam relações igualitárias e éticas na co-
mercialização de produtos agrícolas, contribuindo para a coope-
ração entre produtores e compradores de diferentes continentes.
Como medida justa, o que se pratica, geralmente no âmbito comercial, são (WAQUIL;
MIELE; SCHULTZ, 2010):
Existem muitas formas de diferenciar os produtos, com destaque para forma de produ-
ção, processamento, comercialização, qualidade ou até mesmo imagem (sua marca).
No entanto, essa diferenciação está muito atrelada a fatores subjetivos, como sabor,
textura, aroma, preço etc. E isso interfere diretamente na modificação dos produtos
que já existem e na receptividade de produtos novos por parte dos consumidores (LO-
SEKANN; GUTIERREZ, 2002).
Além disso, uma boa medida de eficiência deve ser analisada a partir da inter-relação
existente entre valor e preço de produtos. A agregação de valor pode ser percebida
pelos consumidores, pois vêm da capacidade de determinado produto satisfazer às
necessidades a priori de cada indivíduo. E não somente falando em produto, mas tam-
bém no serviço prestado.
Para refletir
Você sabia que eficiência e eficácia são conceitos distintos?
Vamos entender o que os diferencia.
Em se tratando de qualidade, por vezes a definição fica subjetiva. Por exemplo, quando
se trata da qualidade de um automóvel, o que se pensa quando se quer comprar “um
carro de qualidade”?
Fonte: Shutterstock.
Atenção
Os alimentos apresentam uma peculiaridade definidora, que
está relacionada à qualidade e que deve ser lembrada quando
são traçadas estratégias de negociação.
• a credibilidade do ofertante;
Fonte: Shutterstock.
Adequação ao uso
Qualidade como Grau de conformidade
adequação ao uso, ou Qualidade relacionada ao Satisfação total
seja, quando o produto grau de conformidade A mais difundida
atende a 100% as com requisitos do atualmente, dizendo
necessidades do usuário. projeto. Essa teoria tem que qualidade é a
Trata-se de uma viés da produção, ou satisfação total dos
vertente que tem noções seja, pela melhor técnica interessados na
e vieses de mercado e de produção. atividade em suma.
de marketing.
Notoriamente, pode-se dizer que a qualidade diz respeito aos atributos de um produ-
to às preferências do consumidor, as quais podem estar relacionadas ao processo de
fabricação, às tecnologias empregadas e às indicações geográficas ou de procedência
onde foi produzido, como Café do Cerrado, Doces de Pelotas, Carne do Pampa, Cacha-
ça de Paraty etc. (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
Em síntese, independentemente
das características que definem
um produto como de “melhor
qualidade”, a qualidade estará
relacionada à atribuição de valor
dada pelos consumidores.
Autenticidade
Relacionada aos valores naturais e tradicionais da
produção, com ênfase na origem dos produtos e na
especificação dos processos produtivos.
Higiene
Relacionada à segurança dos alimentos,
quanto à toxicidade e nocividade. Busca-se
acesso a informações, garantias e controle
quanto às condições de produto e distribuição.
Saúde
Relacionada às dimensões dietéticas e
farmacêuticas e à composição nutricional dos
alimentos. Atrelada à educação alimentar.
Solidariedade
Relacionada a valores morais e ideológicos que
proporcionam a participação da população em ações
humanitárias no processo de compra de produtos
socialmente corretos. Ações voltadas para resgate
da cidadania e direitos humanos.
Sustentabilidade
Relacionada à forma de produção dos alimentos, sem
riscos ao meio ambiente e baseada em demandas
ecológicas que incorporam os hábitos de vida da
população. Atributos relacionados à educação e
conscientização ambiental.
Fonte: Shutterstock.
Outro bom exemplo pode seguir na linha da pecuária, em que existem também pro-
dutos de agroindústrias, que para elas são produtos que seriam descartados e para a
alimentação animal podem ser de grande valia.
Por fim, aumentar o valor agregado dos produtos oferecidos aos mercados interno e ex-
terno é um caminho que pode permitir aos mercados de alimentação animal continuar
seu processo de desenvolvimento, de forma consistente (JESUS JUNIOR et al., 2007).
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça a atividade pro-
posta a seguir.
Atividade de aprendizagem
Por meio dela, o governo usa ferramentas que podem corrigir ou amenizar alterações
resultantes de diferentes problemas. Essa intervenção do Estado pode orientar a de-
terminadas direções normativas, que, presumidamente, afetarão o futuro curso do
processo social desenvolvido em torno do tema (OSZLAK; O’DONNELL, 1976).
Segundo Pinheiro (2003), existem classificações para que essas intervenções sejam
feitas para sanar alguns problemas agrícolas, sendo elas de quatro grupos distintos:
• baixo rendimento;
• adversidades estruturais; e
• dissipação de recursos.
Obviamente, esses quatro grupos de problemas citados não são os únicos do setor
agropecuário. Além deles, podemos considerar como problemas:
Atenção
Cabe destacar que as contaminações diversas no meio ambiente
são uma consequência do uso excessivo de produtos químicos.
Esse baixo rendimento está relacionado à variação da proporção das propriedades ru-
rais, do nível de eficiência técnica e da empregabilidade fora do setor agrícola.
Nos últimos tempos, as notícias vinculadas nos meios de comunicação indicam que os
produtores vêm tendo baixo rendimento por até três anos consecutivos, em razão das
baixas quantidades produzidas, dos preços baixos e das produções atreladas à quebra
de safra e à estocagem em larga escala de alimentos.
Atenção
O baixo nível de produção, acompanhado por preços baixos,
pode levar a uma crise no setor agropecuário, devido à alta taxa
de endividamento dos produtores rurais.
Atenção
As perdas em relação aos recursos naturais acarretarão, em al-
gum momento, perdas na capacidade de exploração econômica
do ambiente.
Todos os aspectos pontuados nos levam a outro impasse: os produtores também ficam
condicionados em relação ao mercado, sendo uma forma altamente frágil, por caracte-
rísticas intrínsecas do setor.
Vamos começar apresentando alguns instrumentos que foram gerados pelas políticas
públicas e dão apoio à comercialização. São eles:
• Contrato de Opção; e
Fonte: Shutterstock.
A AGF é usada como mecanismo para o governo adquirir diretamente do produtor ru-
ral o produto constante na pauta da política de garantia de preço mínimo. Essa ação é
acionada quando os preços de mercado estiverem localizados abaixo do preço mínimo
estabelecido para a safra em vigor.
Porém, a operação desse mecanismo está condicionada aos recursos que serão reali-
zados pelo Tesouro Nacional.
Fonte: Shutterstock.
O produtor também pode optar pela LEC, que é similar ao EGF, com encargos financei-
ros, prazos e limites máximos semelhantes, apenas diferenciando-se pelo preço usado
como base da negociação.
Vale dizer que as imperfeições existentes podem estar relacionadas a relações de po-
der desigual, que, por muitas vezes, são inseridas em estruturas de mercado.
Atualmente, temos uma lei vigente que normatiza os pontos relacionados às inspeções
e fiscalizações na produção dos alimentos destinados à nutrição animal.
De olho na lei
A lei que dispõe sobre inspeção e fiscalização obrigatória de pro-
dutos destinados à alimentação animal é a Lei 6.198/1974.
Você sabia que essa é a primeira que temos no país e que ainda
está em vigor?
Decreto 7.045
Decreto 6.296
Decreto 4.680
• categoria III – países com risco indeterminado ou não classificado para a EEB.
Portaria 2.658
Por fim, uma vez que as ações tomadas por órgãos competentes compreendem, além dos
instrumentos da legislação e da fiscalização e controle sanitário de produtos, serviços e
ambientes, comunicação e atividades de educação em saúde, é evidente que a efetividade
dessas ações só será alcançada com entrosamento e ação conjunta de todas as organiza-
ções governamentais e segmentos sociais envolvidos na cadeia produtiva de alimentos.
Atividade de aprendizagem
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Comercialização de produtos de alimentação e nutrição
animal. Nele, você viu que a comercialização de produtos para a alimentação animal
é um sistema complexo e que é necessário se atentar a todos os detalhes, com o ob-
jetivo de reduzir os riscos e impactos que envolvem os processos de comercialização.
Lembre-se de que os fatores ligados à logística, que interferem nos preços, também devem
ser incorporados nessa complexidade. Ademais, questões regulamentares são de suma
importância para a exploração sustentável, sem impeditivos de leis e normas vigentes.
Capacidades técnicas
Com os conhecimentos adquiridos neste tema, você desenvol-
verá as seguintes capacidades:
Há uma tendência de as sociedades despenderem mais tempo nas funções em que são
mais eficientes ou que apresentam as melhores vantagens. Com a constante especia-
lização da produção, torna-se necessário realizar trocas de bens e serviços entre di-
versas dimensões. De acordo com Waquil, Miele e Schultz (2010), isso ocorre porque:
Esses argumentos iniciais direcionam para a importância dos mercados e dos preços
nas sociedades atuais. Inclusive em economias socialistas ou em períodos de crise
Para refletir
Um agricultor ou pecuarista pode optar por produzir todos os
insumos necessários para a sua criação, porém é praticamente
impossível que ele atinja a plena autossuficiência em todos os
elos de sua produção.
1.2 Conceitos
Waquil, Miele e Schultz (2010) ressaltam alguns tópicos sobre as definições de mer-
cados que devem ser considerados, pois são fundamentais para caracterizar um mer-
cado. Acompanhe a seguir.
A análise se faz necessária quando pensamos na definição dos produtos e serviços que
compõem um mercado.
Para uma visão mais restrita, é necessário diferenciar os bens e serviços em cate-
gorias bem específicas (por exemplo, cortes especiais de carne bovina em embala-
gem para uma pessoa).
De forma geral, há um
agrupamento das categorias
de análise e elas agregam
produtos e serviços que mantêm
características parecidas entre si
(possibilidade de substituição).
Observe que, seguindo essa lógica, há maior grau de substituição entre carne bovina e
carne suína (que compõem o grupo de carnes) do que entre carne bovina e frutas (que
compõem o grupo chamado FLV, ou seja, frutas, legumes e verduras).
A análise dos mercados também deve considerar a forma como os produtos são dife-
renciados. De um lado, estão as mercadorias em estado bruto ou com um grau muito
pequeno de industrialização e baixo grau de diferenciação (ZUIN; QUEIROZ, 2006).
Fonte: Shutterstock.
De outro, estão os produtos que podem ser mais processados e diferenciados antes de
serem vendidos pelos produtores, o que pode agregar valores que não eram atendidos
quando estavam em estado bruto. São o que podemos chamar de bens especiais agrí-
colas (ZUIN; QUEIROZ, 2006). São produtos de maior qualidade, com mais processos
e normalmente de países mais desenvolvidos.
No quadro a seguir você pode verificar os diferentes tipos de mercado e qual será o
consumidor final.
Produto Mercado
Grãos
Arroz Alimentação (humana)
Cevada Alimentação (humana e animal) e bebidas
Milho Alimentação (humana e animal), bebidas e combustíveis
Soja Alimentação (humana e animal), bebidas e combustíveis
Trigo Alimentação (humana e animal) e bebidas
FLVs
Frutas Alimentação (humana e animal) e bebidas
Legumes Alimentação (humana)
Verduras Alimentação (humana)
Outras lavouras
Algodão Fibras
Cana-de-açúcar Alimentação (humana e animal), bebidas e combustíveis
Café Bebidas
Ervas Bebidas, fitoterápicos e fibras
Fumo Cigarros
Pastagens Alimentação (animal)
Pinus e eucaliptos Celulose, madeira e combustíveis
Produção animal
Aves Alimentação (humana), adubos e combustíveis
Apicultura Alimentação (humana) e terápicos
Bovinos Alimentação (humana), lácteos, couro e adubos
Ovinos Alimentação (humana), lácteos, fibras e adubos
Pesca e piscicultura Alimentação (humana)
Suínos Alimentação (humana), adubos e combustíveis
Fonte: Shutterstock.
Como você deve saber, compradores e vendedores podem desempenhar funções dife-
rentes e serem tanto indivíduos e suas famílias quanto empresas e cooperativas agro-
pecuárias e agroindustriais, empresas atacadistas e varejistas.
VR da
Número de
Grupo Características produção
imóveis
(VBP)
Inclui também
empresas e
cooperativas
1. Agricultores
agropecuárias e
empresariais e
agroindustriais.
patronais
Grande parte da
produção é destinada
67% do VBP
à exportação. 1,1 milhão
agrícola.
2. Em transição
de agricultores Participam na
familiares para exportação e no
agricultores mercado interno.
patronais
27% do VBP
3. Agricultura de
Participam na agrícola e
base familiar mais
exportação e no 1,4 milhão 80% do VBP
capitalizada e mais
mercado interno. da agricultura
bem estruturada
familiar.
3% do VBP
4. Agricultura de
Baixa capitalização agrícola e
base familiar com
e pouca assistência 850 mil 10% do VBP
pouca inserção nos
técnica e capacitação. da agricultura
mercados
familiar.
Glossário
Agricultores familiares: aqueles que utilizam predominante-
mente sua própria mão de obra e a de sua família.
Essas famílias, além dos produtos da agropecuária, podem vender mão de obra, ar-
rendamento de terras e capital por via da poupança, assistência, turismo, serviços
ambientais etc. (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
No quadro a seguir, confira os principais compradores diretos dos produtos que vêm
da lavoura e da pecuária.
Atacadistas
Compra e venda direta, centrais de distribuição, integração da
produção.
Varejistas
Ainda que o consumidor final não seja o comprador direto, suas vontades de compra irão
determinar a demanda dos supermercados, e os supermercados determinarão a procura
de atacadistas e agroindústrias, o que, como consequência, implica uma demanda deri-
vada para a produção agropecuária (ARBAGE, 2006; MENDES; PADILHA JUNIOR, 2007).
A diferenciação dos produtos fez com que os produtores pudessem acessar o mer-
cado externo. Isso tudo com um controle de qualidade, certificação e logística. Veja
que até mesmo fornecedores regionais, que não apresentam essas características,
sofrem com a concorrência de produtos importados de outros países.
Características de cada
organização e estratégias
5 que serão adotadas pelos
compradores e vendedores.
• o preço;
• a qualidade do produto;
Os produtores se incorporam nos mercados com o foco de vender sua produção e obter
retorno (lucro). Geralmente, eles se deparam com a concorrência de diversas formas,
conforme explica Porter (1996).
Além dos conceitos e cenários mostrados, segundo Waquil, Miele e Schultz (2010),
podemos classificar os mercados de acordo com os seguintes fatores:
Atenção
É fundamental saber diferenciar o poder de negociação dos
produtores.
Licenciamento
Glossário
Piggyback ou exportação cooperativa: ocorre quando uma
empresa exportadora usa a rede de canais de distribuição de
outra empresa local para vender seus produtos no mercado ex-
terno. Isso se caracteriza como uma estratégia de inovação na
distribuição internacional.
Você sabia que o comércio mundial de bens e serviços atingiu um máximo histórico de
28,5 bilhões de dólares (25,1 bilhões de euros) em 2021?
Uma relação empírica, conhecida como modelo de gravidade, ajuda a entender o valor
das trocas comerciais entre qualquer par de países e lança luz sobre os obstáculos que
continuam a limitar o comércio internacional, mesmo na economia globalizada de hoje
(KRUGMAN et al., 2015).
Fonte: Shutterstock.
Glossário
Produto Interno Bruto (PIB): soma de todos os bens e servi-
ços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmen-
te, em um ano.
• redução das barreiras e das restrições comerciais (tarifárias e não tarifárias), im-
plicando menores custos de transações comerciais (custos de informação, custo
de fazer valer os contratos, custos legais e regulatórios, custos alfandegários e
administrativos etc.); e
Informação extra
Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moe-
das, com base em um cálculo que pode ser feito de três formas:
Antes de continuar seus estudos, que tal fixar os conhecimentos? Resolva as atividades
propostas a seguir.
Atividades de aprendizagem
2.1 Demanda
Fonte: Shutterstock.
Preço
B
p2
A
p1
q2 q1 Quantidade
Na próxima figura, observe que, mesmo que o preço não tenha alterado (p1 = p2), há
uma redução da quantidade consumida (de q1 para q2), porque a curva de demanda
se deslocou como um todo para a esquerda (de D1 para D2). Isso se deve aos seguin-
tes fatores, conforme descrito por Waquil, Miele e Schultz (2010):
• redução na renda;
• redução na riqueza;
p2 = p1
D1
D2
q2 q1 Quantidade
Como dito, a quantidade procurada pelo mercado corresponde à quantidade que a to-
talidade dos compradores decide comprar por determinado preço e em determinadas
condições. Por isso, a demanda de mercado também é determinada pelo tamanho da
população (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
2.2 Oferta
Assim, os modelos de oferta tentam explicar o que determina a escolha individual dos
vendedores, dando ênfase à influência dos preços dos bens e serviços.
Para atingir esses objetivos, ela produzirá bens e serviços da maneira mais eficiente
possível, considerando a tecnologia disponível. Isso será feito enfrentando diversas
restrições, tais como:
O preço irá balizar a oferta: quando o preço de um bem se eleva e todas as demais
variáveis se mantêm inalteradas, a quantidade ofertada desse bem aumenta. Tal fato
ocorre porque o maior preço aumenta a lucratividade, fazendo com que as firmas te-
nham interesse em aumentar sua oferta.
p2 B
p1 A
q1 q2 Quantidade
• lucratividade dos bens e serviços alternativos (que podem ser produzidos com tec-
nologia e insumos semelhantes aos utilizados pela firma, ou seja, que utilizam a
mesma base tecnológica, carecendo apenas de pequenas adaptações);
p2 = p1
O1
O2
q1 q2 Quantidade
Preço D O
pEM
p1
Excesso de demanda
qO qEM qD Quantidade
Preço D O
Excesso de oferta
p1
pEM
qD qEM qO Quantidade
Preço
O
p1
p2 D1
D2
q2 q1 Quantidade
É importante frisar que, no mundo real, ocorrem mudanças simultâneas nas curvas de
demanda e de oferta. Assim, é possível que um aumento da oferta não seja acompanhado
por uma redução de preços porque também pode ter ocorrido um aumento da demanda.
2.4 Elasticidade
p2 – p1
=
p2 + p1
2
Atenção
Ao longo do ano, os preços dos produtos da agropecuária so-
frem alterações em função de sua disponibilidade sazonal.
Vale dizer que, com uma demanda mais ou menos estável a curto prazo, as alterações
na oferta provocam variações de preços.
Dica
O mercado ideal para estudar esses casos é o modelo encontra-
do no Centro Estadual de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE)
de frutas e hortaliças, pois age como excelente fonte de infor-
mações de mercado. Nesse mercado, informações, como a pro-
cedência dos produtos, a variação de preços e quantidades ao
longo dos anos, estão disponíveis, mas ainda são pouco usadas
pelos produtores (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
Com os conhecimentos adquiridos até aqui, teste sua aprendizagem com a atividade
proposta a seguir.
Atividade de aprendizagem
e) Ambos reduzem.
Além disso, você viu que analisar o comportamento dos agentes nas transações é
necessário para compreender e prever como serão os processos de comercialização
dentro de diferentes cenários de mercado. Por fim, você compreendeu os conceitos
de demanda e oferta e, consequentemente, como funcionam as negociações e porque
ocorrem de certa forma no mercado.
Para refletir
Você sabia que um dos principais gastos na produção animal é
com a alimentação? Em alguns casos, essa inclusão compõe o
maior gasto na produção animal e pode chegar a até 80% do
total investido (exemplo: confinamento), sendo o concentrado
o que mais onera o custo de produção.
Fonte: Shutterstock.
Comentários do autor
Por isso, é essencial conhecer as principais características da
composição qualitativa dos alimentos para balancear uma ração
com todos os nutrientes e com custo mínimo (GOES; SILVA;
SOUZA, 2013).
Fonte: Shutterstock.
Capacidades técnicas
Ao fim deste tema, você terá desenvolvido as seguintes capaci-
dades:
Fonte: Shutterstock.
1.1 Alimento
1.3 Dieta
1.5 Nutriente
1.6 Alimentação
1.7 Ingrediente
NDT é um dos conceitos mais empregados para expressar a energia dos alimentos para
os ruminantes.
O alimento concentrado apresenta teor de fibras menor que 18% e é rico em energia
e/ou proteína.
Na ponta do lápis
Consumo de alimento
CA=
Ganho de peso
Na ponta do lápis
Ganho de peso
EA= ×100
Consumo de alimento
1.14 Fórmula
1.15 Farelo
1.17 Digestibilidade
1.18 Ensilagem
1.19 Torta
1.20 Farinha
1.21 Fenação
1.22 Feno
Nutrição
Associação dos processos físicos, químicos e biológicos pelos quais o animal assi-
mila o alimento, forma e recupera os tecidos. Em outras palavras, é o uso adequa-
do dos princípios nutritivos para satisfazer as necessidades animais.
Deficiência nutritiva
Carência
Fibra
Qualquer estrutura filamentosa, sob forma de feixe, encontrada nos tecidos ani-
mais e vegetais ou em algumas substâncias minerais.
Matéria seca
Porção que sobra de qualquer alimento após a retirada de toda a sua umidade. Nor-
malmente, é representada em porcentagem e varia muito de alimento para alimento.
Fibra solúvel
Fibras que dissolvem na água e formam um gel que fica mais tempo no estômago
e no intestino delgado, aumentando a sensação de saciedade.
Aminoácidos essenciais
Fibra em detergente
neutro (FDN) Fibra em detergente
Corresponde à fração ácido (FDA)
fibrosa da planta É a porção menos
insolúvel em solução a digerível da parede
base de detergente celular constituída em
neutro quando quase totalidade por
submetido a análises lignina e celulose
laboratoriais (análise (SILVA; QUEIROZ,
bromatológica). 2002).
Atenção
O conceito de FDN é importante para a quantificação da porção
fibrosa dos alimentos e para as dietas de ruminantes.
Proteína que potencialmente está disponível para ser usada pelos microrganismos
ruminais (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Para a maioria dos alimentos, uma parte da proteína degradável sempre é repre-
sentada por NNP (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Proteína verdadeira
Boa parte da proteína é associada à fibra, ligada aos polissacarídeos da parede celular
provavelmente através de ligações covalentes, o que explicaria sua baixa solubilidade.
Segundo Medeiros e Marino (2015):
Nessa situação, o calor aumenta bastante o teor de nitrogênio (N) ligado à FDN. Ele tam-
bém é chamado de N insolúvel em detergente neutro (NIDN), pela coagulação e des-
naturação das proteínas. Se mais intenso, o aquecimento pode provocar as reações de
Maillard, que veremos a seguir, e deixar a proteína indisponível, incorporando-a na FDA.
Dessa forma, assume-se a premissa de que a eventual quantidade de NIDA que não
seja recuperada nas fezes não faz diferença, pois ela é compensada pelo fato de as
formas absorvidas não serem metabolizáveis (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Na ponta do lápis
O NIDA pode ser transformado em PB ligada à FDA (PIDA) sim-
plesmente multiplicando-o por 6,25 (valor que multiplicamos o N).
A análise química de PIDA tem sido usada para medir a proteína bruta indisponível dos
alimentos para ruminantes (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Comentários do autor
Algumas análises são importantes no que se refere à nutrição
de ruminantes. Como Técnico em Zootecnia, você deve conhe-
cê-las e saber como elas podem auxiliar em alguns aspectos
de manejo nutricional. Na sequência, vamos destacar algumas
análises de proteína degradável. Acompanhe!
Aqui, o termo in situ se refere ao local. Por exemplo, degradabilidade no ambiente ru-
minal. Nessa técnica, utilizam-se “saquinhos de nylon” que são depositados no rúmen.
Para que a técnica ocorra, devemos ter animais ruminantes “fistulados no rúmen”.
Atenção
De maneira ética e com aprovação de comitê animal, os animais
são destinados especificamente para esse tipo de experimento.
Medeiros e Mariano (2015) descrevem algumas limitações que explicam o porquê disso.
Comentários do autor
Embora existam limitações para determinar a degradabilidade
da proteína (ou o escape de proteína indegradada), o método in
situ ainda é considerado bastante útil.
b) Degradabilidade in vitro
Na degradabilidade in vitro normalmente são usados frascos de vidro, que são lacrados
com algum tipo de alimento mais uma parte do líquido contido no rúmen. Da mesma
forma que na análise in situ, é necessário um animal fistulado no rúmen.
Para refletir
Vamos supor que determinado alimento tivesse degradabilidade
em torno de 70%, mas esse valor fosse atingido com 16 horas
de incubação. Se, em função da dieta, ocorrer uma maior taxa
de passagem, ou seja, maior esvaziamento do rúmen, e o ali-
mento permanecer apenas 12 horas no rúmen, a degradabilida-
de será reduzida (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Mais uma vez, a prática mostra que os valores fixos, apesar de nem sempre represen-
tarem efetivamente o que ocorre no animal, podem facilitar na hora de formular dietas
mais refinadas. Ainda assim, modelos mais sofisticados de formulação estão sendo
desenvolvidos, de forma que a intensidade de degradação das várias frações proteicas
seja estimada automaticamente (MEDEIROS; MARINO, 2015).
Atividade de aprendizagem
De maneira geral, alimentos volumosos são os alimentos pobres em energia, com altos
teores de fibra ou água. Apresentam menos de 60% de NDT e/ou mais de 18% de fibra
bruta (FB) e podem ser divididos em secos ou úmidos.
Dica
Os volumosos têm os custos mais baratos, em termos de ali-
mentação para o animal.
• pastagens naturais ou artificiais (as culturas mais usadas geralmente são as tropi-
cais Brachiarias e Panicum);
• capineiras (capim-elefante);
• silagens (capim, milho, sorgo; além das variações com alto grão e alto concentrado);
• cana-de-açúcar; e
Por outro lado, os alimentos concentrados são aqueles com alto teor de energia, mais
de 60% de NDT e menos de 18% de FB. São divididos em concentrados energéticos e
proteicos, definidos na sequência.
Alimentos concentrados com menos de 20% de PB, 25% de FDN e em torno de 18%
de FB.
Alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT.
Atenção
Outra classificação são os alimentos de origem vegetal e ani-
mal. Nesse caso, lembre-se de que, atualmente, os alimentos
de origem animal têm seu uso proibido para animais ruminan-
tes pelo Mapa.
Alguns compostos de minerais são usados na alimentação animal, tais como: fosfato
bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio etc.
2.5 Vitaminas
2.6 Aditivos
Neste subtópico, estão incluídos os alimentos que não se classificam nos itens anterio-
res (TEIXEIRA, 1998; MELLO, 1999), como aglutinantes (por exemplo, a cal).
Ainda falando em classificação dos alimentos, vale destacar o primeiro método que
avaliou quimicamente os alimentos, descrito por Hennenberg e Sthomann em 1864,
na estação experimental de Weende, na Alemanha.
Até hoje, essa tecnologia é amplamente usada para avaliar os alimentos. Observe o
quadro a seguir, que traz o fracionamento feito pelo método de Weende.
Alimento
Matéria seca Água
Matéria
Matéria orgânica inorgânica
(cinzas)
Compostos nitroge-
Compostos não nitrogenados
nados (proteínas)
Extrato
Carboidratos
etéreo
Extratos não
Fibra
nitrogenados
Por outro lado, no grupo dos extratos não nitrogenados, encontram-se frações de
naturezas diversas, como amido, hemicelulose, pectina lignina solúvel em álcali e os
carboidratos solúveis em água (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
Por esse motivo, a fim de resolver o problema da fibra bruta e quantificar separada-
mente esses compostos das plantas, em 1967, o método de Van Soest subdividiu
os componentes da amostra analisada, que compreendia as frações solúveis em de-
tergente neutro (método que foi desenvolvido com o uso de detergente neutro para
quantificar hemicelulose, celulose, lignina e demais), conforme preconizava o método.
Dica
Do ponto de vista nutricional, o método Van Soest separa me-
lhor os diversos componentes da fração fibrosa, o que é de
extrema importância para animais ruminantes (GOES; SILVA;
SOUZA, 2013).
c) Proteína e lipídeos.
• grãos de cereais (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia, cevada, entre outros);
• gorduras e óleos; e
• casca de soja.
Vegetal Animal
São São
exemplos: exemplos:
o algodão, a farinha
a soja, o de carne, o
amendoim, sangue,
o coco e o penas e
girassol. vísceras.
Você sabe quais são os alimentos concentrados energéticos mais usados na alimenta-
ção animal?
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Saiba mais
Para conferir as composições dos diferentes alimentos na nutri-
ção animal, acesse o link disponível na biblioteca do AVA.
a) Aveia
Fonte: Shutterstock.
A aveia é uma planta da família das gramíneas, rústica, mas exigente em água, com
excelente capacidade de formar novas folhas e ampla massa verde. Suas três grandes
variedades e seus respectivos nomes científicos são:
Em geral, a aveia preta produz mais forragem que as aveias branca e amarela. Esse cereal
é cultivado para a produção de grãos, que são usados tanto na alimentação animal quanto
na humana. Desenvolve-se como planta forrageira de inverno, em climas temperados.
Para refletir
Você sabia que a aveia ainda é o alimento básico dos cavalos de
corrida? Isso porque ela forma uma massa fofa no estômago dos
equinos, que é facilmente digestível (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
A composição da aveia se destaca entre os outros cereais, por seu teor e qualidade em
termos de proteína, que fica em torno de 12,4 a 24,5% no grão descascado.
Comentários do autor
Vale dizer que as proteínas de aveia são de alta qualidade, apre-
sentando composição aminoacídica, de acordo com os padrões
exigidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura e pela Organização Mundial da Saúde (FAO/OMS).
Como nos demais cereais, seu principal aminoácido limitante é a lisina, seguido da treo-
nina. Ela também se distingue dos demais por sua maior porcentagem de lipídios (gordu-
ras), que varia de 3,1 a 10,9%. Entre os carboidratos, o amido é o constituinte em maior
abundância na aveia, com teores médios entre 43,7 e 61% (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
• aveia em flocos;
• aveia em grãos;
• aveia forrageira; e
14 65 20 4,5 63
MS: matéria seca; NDT: nutrientes digestíveis totais; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo;
FDN: fibra em detergente neutro.
Fonte: Valadares Filho et al. (2006).
b) Milho
Fonte: Shutterstock.
O milho em grão pode ser Para suínos e aves, a Já para cavalos e ovinos,
fornecido para bovinos quantidade pode chegar pode-se utilizar o grão
em até 70% da ração, a até 80% da ração inteiro.
aumentando a textura da (moagem mais fina).
moagem com o aumento
do teor na ração.
61%
de amido
19%
16% de glúten
de água
4%
de gérmen
Já as gorduras presentes no milho são classificadas como ácidos graxos, com destaque
para o palmítico, o esteárico, o oleico, o linoleico e o linolênico.
Na tabela a seguir, confira os valores médios de vários nutrientes que compõem o mi-
lho. Mas vale ressaltar que, ao se utilizar um milho em determinado local na nutrição
animal, deve-se realizar a análise detalhada (bromatológica) do lote para, então, for-
mular dietas balanceadas.
NNP: nitrogênio não proteico; PB: proteína bruta; CHO: carboidratos; FDN: fibra em detergente
neutro; NIDN: nitrogênio insolúvel em detergente neutro; NIDA: nitrogênio insolúvel em
detergente ácido.
Fonte: Valadares Filho et al. (2006).
c) Sorgo
Veja a seguir informações sobre sua composição, recomendação e como ele pode
substituir o milho na ração (LANA, 2000).
Composição
Recomendação
Substituição parcial
No caso das aves, recomenda-se substituir até 50% do milho da ração, mas isso
irá depender também do custo.
87,65 9,61 - 26,79 23,66 2,98 85,6 13,16 78,43 0,07 0,28
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; NNP: nitrogênio não proteico; NIDN: nitrogênio insolúvel em
detergente neutro; NIDA: nitrogênio insolúvel em detergente ácido; EE: extrato etéreo; CHO: carboi-
dratos; FDN: fibra em detergente neutro; NDT: nutrientes digestíveis totais; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Valadares Filho et al. (2006).
Segundo Teixeira (1998), o sorgo pode ser usado para produção de forragem, grãos ou
silagem para alimentação animal. Algumas variedades contêm em seu pericarpo substân-
cias denominadas taninos. Com relação à sua utilização, atente-se aos pontos a seguir.
Quantidade de taninos
O grão de sorgo destinado ao consumo animal deve ser isento de fungos, micoto-
xinas, sementes tóxicas, pesticidas, e conter no máximo 1% de taninos, expressos
em ácido tânico (ANFAR, 1985).
O sorgo deve ser fornecido triturado ou moído, por causa da baixa digestibilidade
do grão inteiro (LANA, 2000).
Dica
Uma vantagem na utilização de sorgo em substituição ao milho
seria o baixo custo do produto.
d) Arroz
Fonte: Shutterstock.
Dica
Os grãos de arroz, quando deficientes, apresentam menor quali-
dade devido à quantidade de casca. Essas cascas podem ser forne-
cidas moídas, devido à sua dureza (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
Atenção
Por conter baixo valor nutricional, a quirera não é indicada para
frangos de corte.
Em comparação aos grãos de milho, o grão de arroz tem algumas diferenças, como
comenta Goes, Silva e Souza (2013):
De maneira geral, na alimentação animal, o uso mais frequente é o de quirera, que são
os grãos muito quebrados do processamento; de casca de arroz, que finamente moída
é fonte de fibra com baixa proteína; e de farelo, que veremos mais para frente.
e) Trigo
Fonte: Shutterstock.
O trigo tem uma tradição milenar de cultivo e consumo humano pelo seu valor nutri-
cional como alimento. É uma gramínea do gênero Triticum aestivum L, que se adaptou
a uma grande variedade de solos e condições adversas de clima, o que o tornou culti-
vável em diversas partes do mundo. Por esse motivo, foi adotado como um alimento
básico para consumo humano.
Em relação à qualidade nutricional, pode ser classificado como trigo mole ou duro. Co-
nheça a diferença entre eles:
Dica
Por apresentar boas características nutricionais, o trigo tem
potencial de utilização nas dietas para não ruminantes e
ruminantes.
Goes, Silva e Souza (2013) destacam algumas características que diferenciam o trigo
do milho:
• ausência de pigmentos; e
• maior aceitabilidade.
f) Milheto
Fonte: Shutterstock.
• falta de água;
• altas temperaturas; e
Em média, o milheto tem 12% de proteína, com variações de 8,8% a 20,9% (VALADA-
RES FILHO et al., 2006). Para verificar o valor nutritivo de alguns alimentos energéti-
cos, confira, a seguir, um comparativo entre milheto, milho e sorgo.
g) Cevada
Fonte: Shutterstock.
h) Soja
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
a) Palhada de milho
PB: proteína bruta; FDN: fibra em detergente neutro; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
b) Rolão de milho
Fonte: Shutterstock.
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; CZ: cinzas; CHO: carboidratos; FDN: fibra
em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; LIG: lignina; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
Fonte: Shutterstock.
Inclui cerca de 70% dos grãos de milho, 20% de sabugo e 10% de palha. Pode ser for-
necido tanto para animais jovens, em fase de crescimento, como também para vacas
secas (GOES; SILVA; SOUZA, 2013). Conheça a composição média básica do MDPS.
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; CZ: cinzas ou matéria mineral; CHO:
carboidratos; FDN: fibra em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; LIG: lignina; Ca:
cálcio; P: fósforo; NDT: nutrientes digestíveis totais.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
Fonte: Shutterstock.
Glossário
Proteína não degradável no rúmen: a proteína bruta contida
nos alimentos dos ruminantes é composta por uma fração degra-
dável no rúmen (PDR) e uma fração não degradável no rúmen
(PNDR). A degradação de proteína no rúmen ocorre através da
ação de enzimas (proteases, peptidases e deaminases) secreta-
das pelos microrganismos ruminais (NRC, 1996; NRC, 2001).
g) Farelo de arroz
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; NNP: nitrogênio não proteico; NIDN: nitrogênio insolúvel
em detergente neutro; NIDA: nitrogênio insolúvel em detergente ácido; EE: extrato etéreo; CHO:
carboidratos; FDN: fibra em detergente neutro; NDT: nutrientes digestíveis totais; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
h) Farelo de trigo
Fonte: Shutterstock.
O farelo de trigo pode ser um alimento indicado para suínos nas fases pré-inicial e
inicial em até 5% da dieta total e nas fases de terminação e reprodução em até 30%.
Para aves, é similar ao uso do farelo de arroz, podendo usar em até 5% da ração
para frangos e 15% para poedeiras.
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; FDN: fibra em detergente neutro;
NDT: nutrientes digestíveis totais.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
Existem alguns subprodutos do trigo que podemos classificar e diferenciar, como exem-
plificado a seguir.
Farelo de
Grão Farelo de trigo
gérmen
Umidade 14% 13,5% 13,5%
PB (máx.) 15% 14% 20%
EE (máx.) 1% 3% 5%
FB (máx.) 4% 11% 5%
MM (máx.) 2% 6% 4%
Aflatoxinas (máx.) 20 ppb 20 ppb 20 ppb
PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; FB: fibra bruta; MM: matéria mineral.
Fonte: Adaptado de Butolo (2002).
Glossário
Aflatoxina: micotoxina tóxica para o homem e para os animais
produzida, principalmente, por dois fungos (Aspergillus flavus e
Aspergillus parasiticus). A sua presença com outras micotoxinas
é um problema para a saúde e a qualidade dos alimentos.
Fonte: Shutterstock.
Para refletir
Você sabia que cada 100 kg de farelo de soja “hipro” (alta pro-
teína) produzido resulta em 8 kg de casca de soja?
Com relação às características nutricionais, a casca de soja apresenta alto teor de FDN
(74%) e pode chegar a 80% do valor energético do milho. Por esses motivos, a casca
pode, tranquilamente, substituir volumosos de alta qualidade, sem interferir nas concen-
trações de acetato ruminal e no teor de gordura do leite (VALADARES FILHO et al., 2006).
Glossário
Acetato: a fermentação ruminal das hexoses resulta na produ-
ção dos ácidos graxos voláteis, e um deles é o acetato.
É recomendada para bovinos em até 20% da MS total da ração, desde que o teor
final de lipídeo não ultrapasse 5%. Os limites máximos de inclusão da casca de
soja em dietas de vacas leiteiras são de 3,5 a 5,5 kg/vaca/dia (NRC, 2001).
j) Polpa cítrica
Fonte: Shutterstock.
Glossário
Peletizado: a peletização consiste no ato de transformar mate-
riais farelados, submetidos a tratamentos térmicos (temperatu-
ra e umidade) e pressão, em pellets ou grânulos.
k) Melaço
A partir dessa época, ele passou a ser usado eficientemente na produção de álcool
combustível. Entretanto, fora do Brasil, como na América Central, o melaço ainda está
disponível para a alimentação animal a baixo custo (EMBRAPA, 2011).
Dica
O melaço é indicado quando seu preço é menor ou igual a 65%
do preço do milho, por uma razão de custo-benefício.
Seu uso na alimentação animal é recomendado para bovinos, suínos e aves (GOES;
SILVA; SOUZA, 2013).
Para refletir
Você sabia que uma tonelada de cana produz 100 kg de açúcar
e 20 a 50 kg de melaço?
l) Farelo de soja
Fonte: Shutterstock.
A recomendação de uso do
farelo de soja para animais não
ruminantes é de 20 a 30% da
ração e para animais ruminantes,
o suficiente para atender às
exigências nutricionais de
proteínas.
m) Ureia
Fonte: Shutterstock.
Para que não ocorra intoxicação, deve ser feita uma adaptação no seu fornecimento
da seguinte forma:
Podem ser usadas 50 g de ureia/100 kg de peso vivo, quando se usa amido (cereais)
na dieta e o fornecimento é feito parcelado durante todo o dia (GOES; SILVA; SOUZA,
2013). O fornecimento deve ser contínuo, pois os animais perdem a adaptação em três
dias. Caso haja interrupção, deve ser feita uma nova adaptação.
Atenção
Os níveis de intoxicação causados pelo excesso de amônia co-
meçam a aparecer quando o nível de nitrogênio amoniacal al-
cança valores de 1 mg/100 ml de sangue e o pH ruminal chega
a 8. A capacidade do fígado de converter a amônia absorvida
do rúmen em ureia está em torno de 84 mg de nitrogênio amo-
niacal/100 ml de fluido ruminal (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
Atenção
A farinha de carne e ossos não é indicada para uso em rumi-
nantes, pois apresenta baixa degradabilidade ruminal, além de
poder ocorrer problemas sanitários.
É recomendada para aves em no máximo 9%, para suínos em crescimento em até 5%,
4% para animais em engorda, e de 10 a 15% para animais em gestação e lactação
(CAMPESTRINI, 2005).
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; NNP: nitrogênio não proteico; EE: extrato etéreo; CHO:
carboidratos; CZ: cinzas; NDT: nutrientes digestíveis totais; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
o) Farinha de sangue
p) Farinha de peixe
Atenção
Se o teor de sal for superior a 3%, a quantidade deve constar
no rótulo da embalagem. Em nenhum caso é permitido um teor
de sal superior a 7%.
q) Caroço de algodão
Fonte: Shutterstock.
Atenção
O algodão tem um composto que, assim como o tanino do sor-
go, é considerado fator antinutricional, quando em excesso nas
dietas. Os efeitos adversos são devido à sua toxicidade e aos
ácidos graxos ciclopropenoides (MARSÍGLIO, 2015).
Apesar do gossipol resultar em diversos efeitos tóxicos em animais vertebrados, ele pro-
porciona à planta uma resistência a pragas. O grande problema causado está relaciona-
do à esterilidade dos reprodutores, à debilidade muscular, ao edema cardíaco e outros
prejuízos econômicos decorrentes da queda do desempenho. A toxicidade pode ocorrer
após o período de ingestão, variando de um a três meses (GADELHA et al., 2011).
r) Farelo de algodão
Comentários do autor
Você sabia que o farelo de algodão tem sido cada vez mais uti-
lizado na nutrição animal como fonte de proteínas em rações,
principalmente em dietas para ruminantes? Interessante, não é
mesmo?
s) Farelo de canola
Vale destacar que o farelo de canola é proveniente de variedades com baixo teor de
fatores antinutricionais. Contém alto teor de fibra e, consequentemente, baixa diges-
tibilidade. Por conta desses fatores, a recomendação de uso na alimentação animal é
a seguinte: até 10% para vacas e até 20% para corte (GOES; SILVA; SOUZA, 2013).
t) Farelo/torta de girassol
Fonte: Shutterstock.
• alta fibra.
A mandioca, também conhecida por aipim ou macaxeira, tem como vantagem a pos-
sibilidade de ser utilizada integralmente como alimento, inclusive a parte vegetativa
(TEIXEIRA, 1998), in natura ou na forma desidratada e moída, e ainda para a produção
de concentrado proteico (LANA, 2000).
É um alimento pobre em proteína, mas rico em energia, por isso necessita de com-
plementação proteica. Nas cascas e raízes inteiras das mandiocas, chamadas bravas,
existe o ácido cianídrico (HCN) com teores que variam de 0,02 a 0,03%.
MS: matéria seca; PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; CZ: cinzas; CHO: carboidratos; FDN: fibra
em detergente neutro; FDA: fibra em detergente ácido; NDT: nutrientes digestíveis totais.
Fonte: Adaptado de Valadares Filho et al. (2006).
Da moagem de milho e sorgo para a produção de etanol resultam coprodutos que po-
dem ser amplamente utilizados como fontes de proteína e energia para ruminantes, tais
como o resíduo de destilaria de grãos (RDG) seco ou úmido, do inglês dry distillers grain
(DDG) e wet distillers grain (WDG), respectivamente (VASCONCELOS; GALYEAN, 2007).
Etanol Resíduo
Grãos
Resíduo leve Centrifugação destilados
úmidos
Evaporação Resíduo
pesado
Grãos
Destilados destilados
Secagem secos
solúveis
condensados
DDGS
A distinção entre gorduras e óleos é baseada nas suas propriedades físicas sob tempe-
ratura ambiente: gorduras são sólidas e óleos são líquidos.
Esses produtos têm sido comercializados para a alimentação animal com a finalidade
de incrementar o fornecimento de energia, o aporte de ácidos graxos essenciais e, de
maneira geral, diminuir os custos de produção, pois o valor calórico é 2,25 vezes maior
que outros alimentos (ANDRIGUETTO, 1990).
A maioria das gorduras é de origem animal e as mais comuns serão listadas a seguir.
Óleo de Devido aos efeitos dos ácidos graxos ômega-3 na saúde humana, atual-
mente há grande interesse no uso de óleo de peixe, tanto na alimentação
peixe animal quanto humana.
Dica
O óleo de soja tem o preço mais baixo e tem participado das
rações experimentais (ANDRIGUETTO et al., 2002).
Antes de encerrar este tópico, que tal fixar seus conhecimentos? Faça a atividade pro-
posta a seguir.
Atividade de aprendizagem
a) Milho e sorgo.
b) Soja e sorgo.
c) Aveia e soja.
d) Soja e ureia.
e) Soja e milho.
Neste tópico, você verá os principais alimentos indicados para a fenação (produção de
feno) e para a ensilagem (produção de silagem).
Fonte: Shutterstock.
No Brasil, a sua introdução ocorreu no Rio Grande do Sul, através do Uruguai e da Ar-
gentina, por meio de sementes que imigrantes italianos e alemães trouxeram direta-
mente da Europa. A forma de utilização mais difundida no país é de feno, provavelmente
pela facilidade de transporte e de comercialização (RODRIGUEZ; EROLES, 2008).
O feno de alfafa é um alimento de alto valor nutritivo e pode ser comprovado por suas
características bromatológicas, conforme apresentado a seguir.
Fibra em detergente
58,69%
neutro
Fibra em detergente
36,54%
ácido
Celulose 26,93%
Hemicelulose 22,15%
Lignina 9,61%
Entre os mais indicados para uso como feno são o Tifton-85 e o Tifton-78.
Fonte: Shutterstock.
Pela alta produtividade e seu excelente valor nutricional, o milho é a forragem definida
como cultura padrão para a ensilagem (PAZIANI et al., 2009). O milho (Zea mays) é
uma gramínea cultivada em diversas regiões do mundo e tem um ciclo bem variado,
quanto ao tempo e produtividade, de acordo com o clima e cada variedade que foi cul-
tivada (VIEIRA JR., 1999).
Recursos tecnológicos
de produção Recursos humanos
Comentários do autor
Vale ressaltar que a qualidade está diretamente relacionada ao
momento ótimo de colheita da planta, bem como ao enchimento
dos grãos, à qualidade na picagem e à compactação do silo para
que não haja contato com o ar. Como ocorre fermentação do
produto picado, o ideal é que a massa úmida que vem do corte
e da picagem esteja com tamanho médio de 2 cm, bem com-
pactada e vedada, para que não haja contato com o oxigênio.
De acordo com Mello et al. (2005), para obter uma silagem de qualidade o ideal de
contribuição da espiga na porcentagem total do volumoso é de 63%.
Fonte: Shutterstock.
Para realizar silagem é necessário utilizar espécies vegetais com uma grande produção de
massa seca, uma boa qualidade bromatológica e nutricional (PAZIANI et al., 2009). Além
disso, segundo Pereira et al. (2004), o uso dessas espécies nesse processo ocorre devido:
• à alta produtividade;
• à facilidade de cultivo;
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) é uma planta originária da África, com ciclo
vegetativo de 90 a 100 dias (NASCIMENTO JR., 1975). No Brasil, seu uso como silagem
surgiu a partir da introdução de variedades de porte alto, com alta produtividade de
massa verde e grãos.
O sorgo apresenta conteúdo mais elevado de proteína bruta, enquanto o milho apre-
senta maior concentração de extrato etéreo, de lisina e de metionina. Ambos apresen-
tam valores semelhantes de fibra em detergente neutro, de fibra bruta, de cálcio e de
fósforo (ANTUNES et al., 2007).
Dica
Segundo Antunes et al. (2007), o conhecimento da composição
bromatológica dos grãos de sorgo é fundamental para viabilizar
a substituição do milho nas rações para animais com a redução
de custos e sem perda de desempenho.
O sorgo produz um número maior de matéria seca quando comparado ao milho. Desse
modo, a vantagem é que, após a colheita, a planta do sorgo conserva vivo o seu sis-
tema radicular, o que possibilita a rebrota, podendo atingir até 60% da produção do
primeiro corte (ZAGO, 1991).
Comentários do autor
A partir do que vimos neste tópico, observamos que os fenos e
as silagens são duas boas possibilidades de conservação de ali-
mentos, tanto para bovinos de corte e leite quanto para ovinos
e caprinos.
Leitura complementar
Estude e se atualize sempre sobre a classificação dos alimentos
abordada neste tema! Em adicional, acesse o material comple-
mentar, disponível na biblioteca do AVA, para conhecer os mé-
todos de formulação de rações para bovinos.
Existem muitos alimentos para a dieta dos ruminantes e dos não ruminantes, com di-
ferentes composições nutritivas. Assim, é necessário entender as particularidades de
cada um deles, saber identificá-los e diferenciá-los para incluir na dieta dos animais de
formas diferentes: a fonte de fibra para ruminantes é importante para manter as fun-
ções ruminais ativas; em contrapartida, para não ruminantes, as quantidades devem
ser menores por não haver metabolização desse componente.
Fonte: Shutterstock.
Capacidades técnicas
Ao fim deste tema, você terá desenvolvido as seguintes capaci-
dades:
1.1 Cenários
Assim, em 1913, foi fundada, na cidade de São Paulo, a Sociedade Brasileira de Avicul-
tura, que tinha como um dos objetivos principais desenvolver a avicultura no Brasil. A
associação, ainda que de forma incipiente, conseguiu trazer novos rumos para o setor
(MALAVAZZI, 1977).
Fonte: Shutterstock.
Você sabia que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2017), a produção avícola é a principal atividade da pecuária nacional? A criação de
aves em sistema de integração permitiu que o setor evoluísse ao longo dos anos. De
acordo com o relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2016):
Globalização
Avanços Mudança no econômica (que Aumento no
científicos no padrão permitiu elevar a consumo da
setor avícola alimentar da produção com a carne de frango
população redução de custos)
Outro fator que fez a avicultura prosperar no Brasil está diretamente ligado à qualifi-
cação cada vez maior das agroindústrias que atuam no setor e atendem aos clientes
mais exigentes, dado que as exportações alcançam os cinco continentes (COSTA, 2011).
14
13,05 12,69
12,64
12,23 12,30
12
10,98
Em milhões de toneladas
10,94
10,31
10 9,34
8,95
8,49
7,84
8 7,52
6,74
5,98
6
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Perceba que, entre 2000 e 2010, a produção no Brasil duplicou e, desde então, tem se
mantido em nível uniforme, com poucas variações entre os períodos.
Comentários do autor
Conforme explicam Voila e Triches (2014), 2010 ficou marcado
no setor da avicultura em decorrência do surgimento da Brasil
Foods S.A., que se originou da fusão das empresas Sadia e Per-
digão, já líderes do setor. Com a fusão, a Brasil Foods passou a
deter cerca de 30% desse mercado.
Paraná -1,2%*
Goiás 0,6%
*Variação 2022/2021.
**Agregado das Unidades da Federação com participação inferior a 1% do total nacional.
Ranking anual e variação do abate de frangos nos primeiros trimestres de 2021 e 2022.
Fonte: IBGE (2021; 2022).
Em 1995, o Brasil
exportava para mais de
40 países e tinha o título
de segundo maior
exportador de carne de
frango no mundo.
3500 3287
3000 2846
2718
Em mil toneladas
2470
2500
1961
2000
1625
1500 1266
916
1000
500
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: ABPA (2015).
Nos últimos anos, a participação dos países na produção de carne de frango apresen-
tou poucas alterações. Os Estados Unidos se mantêm na primeira posição no ranking
mundial, com crescimento da produção.
O Brasil é o maior exportador do produto, seguido pelos Estados Unidos. Juntos, esses
dois países respondem por cerca de 60% do comércio global. A participação deles já
foi maior no passado, visto que o surgimento de novos atores nesse mercado tem au-
mentado a concorrência no setor (TALAMINI; MARTINS, 2021).
6.994
6.808 6.848
6.571
4.384
4.320
4.304
4.214
3.943 4.099 4.101
3.918
3.892
3.820
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Mundialmente, a carne de frango tem grande potencial de consumo. Países como Chi-
na, Índia, Filipinas, Paquistão, Vietnã, Indonésia, Egito, Nigéria, Bangladesh e Re-
pública Democrática do Congo, que juntos representam mais de 50% da população
mundial, tem consumo médio per capita, que considera o consumo de carnes no Brasil
em kg/habitantes/ano, abaixo de 13 kg. Na maioria desses países, esse consumo é,
inclusive, menor que 10 kg.
Esses valores, comparados ao consumo médio per capita dos países membros da Orga-
nização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 32 kg, in-
dicam existir um espaço a ser conquistado por essa carne (TALAMINI; MARTINS, 2021).
Em comparação, 2021 garantiu melhor resultado: de janeiro a outubro, foi possível obser-
var que as exportações brasileiras voltaram a crescer tanto em volume (+8,8%) como nos
preços médios em dólares da tonelada de carne (+13,5%) (TALAMINI; MARTINS, 2021).
7,00
Bilhões de US$ Milhões de toneladas
6,00
6,07
4,00 4,63
2,00
1,00
0,00
2017 2018 2019 2020 2021
Altas ainda maiores foram observadas em regiões onde o grão é usado na produção de
suínos e aves, como apresentado no infográfico a seguir (TALAMINI; MARTINS, 2021).
O maior déficit de milho do Brasil está em Santa Catarina, que importa de outros esta-
dos e países mais de 4 milhões de toneladas do grão a cada ano (ABPA, 2021). O Rio
Grande do Sul também não tem atendido suas necessidades com produção própria.
Estudos feitos na Embrapa Suínos e Aves constataram que produtos como trigo, tri-
ticale, cevada e outros, com potencial de cultivo no inverno, podem ser incluídos
nas rações, sem perdas de produtividade, quando seus preços forem próximos aos do
milho (TALAMINI; MARTINS, 2021).
Fonte: Shutterstock.
As atuais cultivares de trigo ainda são para o consumo humano, mas o objetivo é ob-
ter e plantar cultivares específicas para o consumo animal, de maior produtividade e
menor custo. Além de auxiliarem na redução da dependência do milho, seriam novas
fontes de renda aos produtores e ajudariam na proteção e fertilização dos solos.
Outro ponto importante da alimentação animal está relacionado aos preços dos
grãos, que determinam a possibilidade de inclusão ou não nas rações. Em encontros
com representantes dos produtores de arroz (setor que atravessa período de preços
baixos e dificuldades de escoar a produção), foi sugerida a avaliação da viabilidade do
uso do grão na alimentação animal (TALAMINI; MARTINS, 2021).
Como sabemos, o trigo e o arroz, além da pequena produção, são cereais destinados
ao consumo humano no Brasil. No entanto, suas composições permitem o uso em ra-
ções animais, dependendo da relação dos seus preços com os do milho.
Dica
Os preços do arroz irrigado em casca são próximos aos preços
do trigo e do milho, mas seguem menos competitivos em razão
das perdas, que ficam ao redor de 30% devido ao beneficia-
mento necessário para a inclusão nas rações.
A produção brasileira de milho tem crescido nos últimos anos, apesar da quebra da
safra 2020/21. De acordo com a Conab, a safra de 2021/22 deve ser de 116,7 milhões
de toneladas. Destas, cerca de 30 milhões de toneladas são para recompor estoques e
estimular a volta dos preços aos níveis normais. As 25 milhões de toneladas comercia-
lizadas em 2020 permitem projetar exportações próximas a 30 milhões de toneladas
para a safra atual (TALAMINI; MARTINS, 2021).
As incertezas climáticas, especialmente para o Sul do Brasil, que em 2021 passou por
forte estiagem, podem ocasionar atrasos no plantio e perdas de produtividade, e refle-
tem nas atuais cotações. Iniciativas visando ao aumento na produção de ingredientes
para as rações nessa região, que mais contribui para o segmento, continuam prioritá-
rias, tanto via elevação da produtividade quanto da área cultivada.
1º 2º 3º 4º 5º
6º 7º 8º 9º 10º
Note que os países citados representam, no total, cerca de 70% da produção mundial,
segundo dados da FAO (LUCAS, 2021).
7,87%
Outros
44,78%
Mato Grosso
19,51%
Minas Gerais
10,22%
São Paulo
17,62%
Rio Grande do Sul
Como você pôde observar, a concentração maior de produção e exportação de ovos atual-
mente acontece no Mato Grosso, seguido de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O mercado de ovos toma cada vez mais espaço no cenário internacional, devido à qua-
lidade nutricional e aos benefícios para a saúde que a proteína pode trazer.
As perspectivas para a avicultura brasileira são positivas. Embora existam muitos de-
safios nos próximos anos, como a volatilidade de mercados (outras proteínas) e os
preços praticados dos últimos tempos, as oportunidades são potenciais, principalmen-
te no cenário internacional, pois as exportações se mantêm aquecidas.
O menor preço no varejo e a diversidade de cortes e produtos também são fatores que
alavancam o consumo da carne de frango. A variação de cortes, a mudança do “con-
gelado” para “resfriado” e os fracionamentos foram importantes estratégias adotadas
na cadeia produtiva (TALAMINI; MARTINS, 2021).
Fonte: Shutterstock.
Agora que você conhece um pouco mais sobre o mercado da avicultura, que tal testar
os conhecimentos? Responda à atividade proposta a seguir.
Para compreender melhor esse mercado, neste tópico, você vai conhecer os principais
cenários da apicultura, as informações de mercados interno e externo, bem como as
oportunidades e alternativas.
O Brasil tem vasto potencial para a produção apícola, além de ser reconhecido como
um dos países exportadores de mel de alta qualidade. Mesmo com esse potencial, em
2019 o país ficou na 11ª posição na produção mundial de mel e respondeu por apenas
4,8% do volume das exportações globais do produto (VIDAL, 2021).
O mel brasileiro ganhou prêmio de melhor do mundo por três vezes no congresso da
Federação Internacional de Associações de Apicultores (Apimondia). É reconhecido
também pelo volume exportado, que varia de 8° a 14° lugar no ranking de exportações
mundiais entre 2010 e 2016 (ABEMEL, 2018).
Fonte: Shutterstock.
Estudar o mercado apícola e seus cenários futuros pode dar uma boa dimensão dos
desafios e das diretrizes a serem tomadas para o fortalecimento da cadeia.
Se comparada com outras atividades agrícolas, a apicultura revela vantagens, pois não
exige muitos investimentos e seus lucros ocorrem relativamente rápido. Além disso, é
possível associá-la às outras atividades da propriedade, sem interferir de forma nega-
tiva em seu desempenho (WOLFF; REIS; SANTOS, 2008).
Produção consciente
Você sabia que a criação de abelhas é sustentável? Ela está em
harmonia com o meio ambiente e leva a um incremento na qua-
lidade de vida da família, com obtenção de renda, geração de
emprego e aumento dos lucros (BLOIS; SOUZA, 2008).
No Brasil, as primeiras colônias de abelhas com ferrão foram trazidas por Antônio
Carneiro, um padre português, que as estabeleceu no Rio de Janeiro em 1839. Outras
raças de Apis Mellifera foram trazidas anos depois para as regiões Sul e Sudeste por
imigrantes europeus (SEBRAE, 2015).
Nos anos 1950, com a baixa produtividade da apicultura no Brasil (se comparada à
de países vizinhos), que girava em torno de 4 a 5 mil toneladas por ano, pesquisa-
dores fizeram um estudo sobre as raças de abelhas. A partir disso, constataram que
na África existiam abelhas mais produtivas, que foram, então, importadas em 1956.
Na chegada, um acidente durante a manipulação dessas abelhas africanas provocou
a enxameação de 26 colmeias, que iniciaram a africanização da apicultura brasileira
(GONÇALVES, 2019).
Glossário
Enxameação: proliferação natural e reprodução do apiário.
Outro fator de grande importância, estudado ao longo dos últimos anos para a avalia-
ção do potencial produtivo da apicultura e a caracterização de méis, é o conhecimento
referente às espécies vegetais de interesse apícola, conhecidas como pasto apícola.
Atenção
A disponibilidade de néctar e pólen pode ter interferência no
desenvolvimento das colônias, na determinação do número de
crias produzidas e, consequentemente, na quantidade de abe-
lhas adultas (ALVES, 2013).
Atualmente, passadas as fases mais críticas, a apicultura brasileira apresenta uma boa
produção: em 2017, foram produzidas 41,6 mil toneladas de mel em 3.879 municípios
brasileiros, um acréscimo de 5,0% na produção nacional em relação ao ano anterior,
com destaque para o estado do Rio Grande do Sul, com 15,2% da produção nacional,
seguido por Paraná (14,3%), Minas Gerais (10,9%), Piauí (10,6%) e Santa Catarina
(10,2%). O valor total da produção foi de R$ 513,9 milhões (IBGE, 2017).
Já em 2021, o país registrou recorde na produção de mel: foram 55,8 mil toneladas,
um aumento de 6,4% na comparação com 2020 (IBGE, 2021a).
1857
Invenção das lâminas de cera alveoladas, por Johannes
Mehring, colocadas em quadros de madeira para que
os favos construídos pudessem ser facilmente retirados
e trocados. A técnica permitiu um controle no tamanho
exato das células construídas pelas abelhas.
1865
Invenção da primeira centrífuga de mel, por Hruschka,
que deixou de lado o inconveniente de não poder
aproveitar os favos novamente, fato ocorrido devido
ao uso das prensas.
Atenção
Para exportar produtos apícolas, algumas disposições exigem que
seja certificada a extensão de certas doenças (CORNEJO, 1993).
Em países membros da União Europeia, são estimados cerca de 600 mil apicultores e
17 milhões de colmeias, com uma produção média de 250 mil toneladas de mel por ano
(PARLAMENTO EUROPEU, 2018). Os países europeus de maior destaque são Espanha,
Hungria, Alemanha e Romênia, com uma produção de mais de 20 mil toneladas/ano.
Apesar de ser considerada, até 2019, a maior importadora de mel do mundo, a União
Europeia também exporta cerca de 20 mil toneladas/ano, principalmente para Suíça,
Arábia Saudita, Japão, Estados Unidos e Canadá (BEHENCK, 2019).
Nos Estados Unidos, a produção, em 2018, foi de 152 mil toneladas (USDA, 2019), po-
rém o número de colmeias cai anualmente, o que gera impacto principalmente para a po-
linização de várias culturas e representa, além de perdas biológicas, perdas financeiras.
As abelhas Apis e de outras espécies sociais são de grande importância como produto-
ras de mel em quantidade, bem como de seus derivados. A primeira utilização desses
insetos pelo homem foi, de fato, para produzir o mel, a fonte açucarada orgânica e
natural que conhecemos hoje, com alto valor alimentar e medicinal.
Cera de abelha.
Fonte: Getty Images.
As abelhas sem ferrão, conhecidas por meliponas, são sociais e nativas do Brasil.
Elas são encontradas em várias espécies (cerca de 300) (SILVEIRA; MELO; ALMEIDA,
2002), muitas delas populares e criadas regionalmente em diversos estados do país.
Na polinização, elas transportam, durante o voo, os grãos de pólen de uma flor, que
são os seus gametas masculinos, para o estigma, o receptor do aparelho feminino de
outra flor da mesma espécie.
Pólen
Pólen Pólen
Estigma
Grãos
de pólen
Óvulo Ovário
2.6 Oportunidades
Como você viu, os produtos oriundos da colmeia são diversos e compreendem uma
vasta oportunidade de comercialização. Entre eles, destacamos: mel, própolis, pólen,
cera, apitoxina, geleia real, além dos serviços de polinização. Em termos comerciais,
o mais conhecido e principal produto é o mel.
Glossário
Apitoxina: veneno encontrado nos ferrões das abelhas do gê-
nero Apis.
Mel é o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das
flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas, que as abelhas re-
colhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e
deixam madurar nos favos da colmeia (ALMEIDA; CARVALHO, 2009).
Dica
O pólen é usado para fortalecer colmeias fracas ou em épocas de
escassez de alimentos, bem como é a matéria-prima para a pro-
dução de geleia real. Para as abelhas, é componente imprescindí-
vel na alimentação de larvas, operárias e zangões, e na formação
da geleia real, único alimento da rainha (WINSTON, 1991).
Consumo Indústria
de cera apícola
alveolada
Indústria Produção
de velas de velas
Isolamento Indústria de
elétrico armazenamento
Revestimento
Indústria de pílulas,
farmacêutica confecções de
pomadas etc.
Atividade de aprendizagem
a) Mel e cera.
b) Cera e pólen.
c) Própolis e cera.
d) Mel e pólen.
e) Apitoxina e mel.
3.1 Cenários
Na última década, a criação de bovinos de corte no Brasil passou por profundas mo-
dificações nos fatores produção e produtividade. A ampliação das fronteiras agrícolas
no Centro-Oeste e no Norte do país permitiu um crescimento acentuado do efetivo
bovino. Essas mudanças foram acompanhadas de um considerável aumento nos indi-
cadores tecnológicos de produtividade e de eficiência dos sistemas de produção (BAR-
CELLOS et al., 2004).
Fonte: Shutterstock.
Vamos falar, inicialmente, sobre a pecuária de corte. Como você sabe, o Brasil é um
dos mais importantes produtores e exportadores de carne bovina no mundo. Por ter
desenvolvido uma política de desenvolvimento nesse segmento, o país se tornou com-
petitivo e chegou ao mercado de mais de 150 países.
Informação extra
Em 2015, o Brasil teve o maior rebanho do mundo (209 mi-
lhões de cabeças), foi o segundo maior consumidor (38,6 kg/
habitante/ano) e o segundo maior exportador (1,9 milhão de
toneladas) de carne bovina, com abate de mais de 39 milhões
de cabeças (EMBRAPA, 2022b).
Você sabia que 80% da carne bovina consumida pelos brasileiros é produzida no pró-
prio país? Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, 2022b),
o parque industrial para processamento tem capacidade de abate de quase 200 mil
bovinos por dia. Na sequência, confira a estrutura do mercado bovino no Brasil.
Melhoramento genético
A partir desse cenário, a pecuária bovina buscou se modernizar, por meio de avanços
tecnológicos dos sistemas de produção e da organização da cadeia. Consequentemen-
te, isso impactou a qualidade da carne.
O rebanho bovino
A mortalidade
de corte mais que
diminuiu.
dobrou.
Agora que você está ciente da expressividade do mercado de carne bovina no Brasil,
vamos falar sobre os bovinos de leite.
Vale dizer que essa tendência é observada desde a década de 1970, mas se acentuou na
década de 1990. Nesse cenário, a competitividade de negociação dessas empresas em
relação a produtores e consumidores se elevou, até mesmo na determinação de preços.
Dica
As multinacionais se destacam, a partir de lançamentos e novi-
dades que ganham a preferência do consumidor, em um mer-
cado com tendência de demanda crescente (CARVALHO, 2002).
Fonte: Shutterstock.
Estima-se que o consumo aparente de leite per capita no Brasil, em 2018, foi de
166,4 litros/habitantes, valor ainda abaixo do consumo verificado em outros países
desenvolvidos (cerca de 250-300) (SIQUEIRA, 2019), mas acima do total consumido
há duas décadas, conforme pode ser observado no gráfico a seguir.
170
160
150
140
130
120
110
100
90
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Evolução do consumo de leite no Brasil (litros/hab.).
Fonte: Cileite (2019).
No Brasil, a indústria de laticínios vinculava o preço aos produtores com base no volu-
me de leite ofertado ao comprador. Porém, recentemente, várias indústrias incluíram
também o pagamento do leite pela sua qualidade composicional, ou seja, considerando
o teor de sólidos, como proteína, gordura, contagem de células somáticas (CCS) e, in-
clusive, a presença de resíduos químicos (PEIXOTO; CARVALHO; GUIMARÃES, 2022).
Além disso, a produção de leite A2A2 tem crescido no mercado.
Glossário
Leite A2A2: leite considerado de fácil digestão, por conter ape-
nas a proteína beta-caseína A2, encontrada no leite materno.
Para produzirem essa proteína, algumas vacas sofreram altera-
ção mutagênica.
Fonte: Shutterstock.
Em maio de 2022, a participação relativa do setor nas exportações totais brasileiras al-
cançou 51%. Nos cinco primeiros meses, essas exportações somaram US$ 63,62 bilhões
(+29,0%), valor histórico para o período. O recorde anterior para o período (de janeiro a
maio) foi em 2021, quando as exportações registraram US$ 49,33 bilhões (MAPA, 2022a).
Dica
A produção de alimentos no Brasil, tanto em termos de grãos
como de proteína animal, demonstra a competitividade da
agroindústria brasileira, que busca incrementar sua capacida-
de produtiva e tecnológica, assim como a inovação em seus
processos de produção, por meio de investimentos em infraes-
trutura e recursos humanos especializados (ABREU; HERRERA;
TEIXEIRA, 2006).
Carne bovina
Leite bovino
Dados do Global Dairy Platform (GDP, 2017) informam que 816 milhões de tone-
ladas de leite são produzidas anualmente no mundo e, em média, 116,5 equiva-
lentes quilos de leite são consumidos por cada habitante por ano. Essa quantidade
aumenta a cada ano. Em levantamento feito pela Rede Internacional de Compara-
ção de Fazendas (International Farm Comparison Network – IFCN), o total de leite
consumido no mundo tem crescido, em média, a taxas de 1,2% ao ano, desde
1999 (HEMME, 2018). Nesse cenário, o volume de leite informal consumido ainda
é muito grande (45% do total) (IDF, 2017). Vale salientar que, para se obter o
consumo total de leite no mundo, é necessário transformar os produtos lácteos em
equivalentes quilos de leite.
Os canais de distribuição, por sua vez, serão responsáveis por destinar o produto
ao mercado, de forma a estar apto para o consumo.
Nova
21,22 21,53 22,01 21,85 21,90 0,2%
Zelândia
A produção de leite no Brasil, por sua vez, está concentrada: muitos pequenos produ-
tores com baixa produção e alguns com volumes bem expressivos. A ascensão de pe-
quenos para médios produtores depende da superação de “imperfeições de mercado”
que os atinge, tanto na compra de insumos como na venda do leite.
3.6 Oportunidades
Para Malafaia, Medeiros e Dias (2021), no mercado interno, houve redução no consu-
mo de carne bovina por conta de seu preço. Diante disso, as pessoas aumentaram o
consumo de frango, suínos e ovos. Apesar dos novos recordes alcançados por esses
ramos, as margens ficaram estreitas pelo elevado custo de produção.
O preço e a oferta de bezerro permanecem acima do valor médio dos últimos dois
anos, o que resulta em maior retenção de fêmeas. Mesmo com o aumento da oferta
em 2022, os custos de reposição podem reduzir. Em razão disso, mais uma vez poderá
haver problemas de abastecimento no mercado interno, pois faltarão vacas para abate.
Para contornar esse cenário, a tendência é que os frigoríficos busquem por bois com a
arroba valorizada em virtude de sua demanda aquecida no mercado externo (ESALQ
JR CONSULTORIA, 2022).
Para a pecuária leiteira, assim como em outras áreas da produção animal, os altos cus-
tos de produção e o baixo preço pago ao produtor demonstram um período de extrema
cautela. Por esses fatores, 2022 iniciou com a produção pouco incentivada.
O contexto resultou em baixa disponibilidade de leite per capita em relação ao ano an-
terior. No entanto, com a oferta limitada, a demanda também iniciou o ano em baixa.
Antes de dar sequência nos seus estudos, que tal fixar o conhecimento? Resolva a
questão proposta a seguir.
Atividade de aprendizagem
Assim, para você compreender esses mercados, veremos, neste tópico, os principais
cenários para as criações, como se comportam os mercados interno e externo e quais
são os principais desafios e oportunidades.
4.1 Cenários
12.000.000
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Segundo Souza et al. (2016), números precisos mostram uma recuperação de 2,4%
no efetivo entre 2012 e 2014, porém, se o período da análise considerar os números de
2005, nota-se uma retração de 14%. Esse fato está relacionado ao âmbito regional do
rebanho que limita a dinâmica da atividade, mas também não se limita somente a isso.
O gráfico a seguir compara, desde 1988 até 2018, o comportamento dos rebanhos de
caprino e ovinos em milhões de cabeças.
25
23
21
19
17
15
13
11
3
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Caprinos Ovinos
É possível perceber no gráfico que, nas últimas décadas, a exploração desses animais
se tornou mais favorável, especialmente a partir de 1996 para caprinos e de 2002 para
ovinos, superando uma grave crise enfrentada pelo setor em anos anteriores (MON-
TEIRO; BRISOLA; VIEIRA FILHO, 2021).
15.000.000
10.000.000
5.000.000
0
2017 2018 2019 2020 2021
Em relação aos mercados dos estados brasileiros com maior número de caprinos em
2018, destaca-se a Bahia (com quase um terço do plantel nacional, um efetivo de 3,2
milhões de cabeças), seguida por Pernambuco, Piauí e Ceará (MONTEIRO; BRISOLA;
VIEIRA FILHO, 2021).
3,0
2,5 1998
2,0
2008
1,5
2018
1,0
0,5
0,0
a
co
ba
á
te
rá
s
au
ai
hi
ar
n
hã
or
Pa
bu
ra
er
ra
Ba
Pi
Ce
an
N
Pa
m
G
Pa
ar
do
na
as
M
r
in
e
Pe
nd
M
ra
G
o
Ri
A Bahia também se destaca como maior produtor de ovinos em 2018, tomando o posto
que antes era do Rio Grande do Sul, com um efetivo de 4,2 milhões de cabeças (MON-
TEIRO; BRISOLA; VIEIRA FILHO, 2021).
6,0
5,0
1998
4,0
2008
3,0
2018
2,0
1,0
0,0
ba
o
ia
co
á
l
te
l
Su
au
Su
ar
ss
h
or
bu
ra
ra
Ba
Pi
Ce
ro
do
do
N
Pa
m
Pa
G
do
na
e
o
o
nd
ss
at
r
e
Pe
ro
nd
ra
G
G
ra
o
o
at
Ri
M
Ri
Os caprinos estão distribuídos por todos os continentes do planeta, com maior concen-
tração nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Em 2014, o rebanho
mundial de caprinos beirava 1,06 bilhão de cabeças e o de ovinos, 1,2 bilhão de cabe-
ças (FAO, 2016), também distribuído em todos os continentes.
Em 2013, a produção mundial de carnes caprina e ovina alcançou 5,4 e 8,6 milhões de
toneladas, respectivamente. A análise da evolução desses mercados, em 2016, resul-
tou nos seguintes comportamentos:
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
• instalações; e
• assistência técnica.
Como alternativas de mercado, tanto para ovinos quanto para caprinos, está a produ-
ção de leite, que pode trazer uma boa fonte de renda. O leite é um produto de alto
valor agregado, se manejado e obtido de fontes de qualidade e de boa genética.
Dados do IBGE (2017) indicam a região Sudeste como segunda maior bacia leiteira,
com Minas Gerais na terceira posição como produtor de leite de cabra entre as demais
unidades da federação.
Dica
Em regiões subdesenvolvidas, a criação de cabras é voltada qua-
se que exclusivamente para a subsistência das famílias (CRUZ
et al., 2016).
Fonte: Shutterstock.
4.6 Oportunidades
A informalidade é um fator
que impacta negativamente
a competitividade do produto
e o desenvolvimento da
cadeia global, porque há uma
concorrência desleal entre
produtores e agroindústrias.
Sorio e Rasi (2010) estimaram, há dez anos, que 90% da carne ovina consumida no
país eram provenientes do mercado informal. Nesse cenário, poucas medidas foram
articuladas para resolver o problema. Os autores ainda argumentaram que a informa-
lidade está presente em vários estágios da cadeia – na criação, na comercialização, no
abate e no processamento.
Além disso, com a elevação da renda e mudanças de hábitos dos consumidores, a valori-
zação do couro tende a aquecer os mercados correlatos. O fato é que a pele de boa qua-
lidade agrega valor na atividade e remunera melhor os produtores (EMBRAPA, 2016).
Fonte: Shutterstock.
Ciente das particularidades dos mercados de ovinos e caprinos, resolva a questão pro-
posta na sequência.
Mas cabe dizer que o cenário mundial pós-pandemia da covid-19, responsável por pre-
judicar o poder aquisitivo do povo brasileiro, além da guerra entre Rússia e Ucrânia,
afetaram todo o comércio mundial de proteínas.
Fonte: Shutterstock.
Informação extra
Com base nas médias dos embarques feitos até outubro de
2019, projetou-se que as exportações para a China responde-
riam por mais de 90% do aumento nas exportações de carne
suína do Brasil.
Para 2022, as expectativas de produção são de que se mantenham as médias dos seis
primeiros meses para o restante do ano. Assim, o país pode encerrar 2022 com quase
5,1 milhões de toneladas (4% a mais que 2021) (ABPA, 2021).
Apesar de não ser consumida por parte significativa da população mundial por motivos
religiosos (principalmente muçulmanos, hindus, judeus e adventistas), a carne suína
ocupou o segundo lugar no ranking das carnes mais produzidas e consumidas em 2017.
Carne de
88.712 3,5 10.273 11,6
frango
Na tabela, note que, entre 2005 e 2015, a produção mundial de carne suína cresceu,
em média, 1,6% ao ano, percentual superior ao verificado, no mesmo período, em
carne bovina (0,4% ao ano), mas inferior ao ocorrido em pescados (2,3% ao ano) e
em carne de frango (3,5% ao ano).
Taxa de
Participação crescimento Participação
Países Produção Consumo
(%) anual 2005- (%)
2015 (%)
Dica
Guimarães et al. (2017) constataram que o consumo de carne
suína no mundo tem se expandido mais aceleradamente nos
países emergentes, enquanto nos desenvolvidos segue de ma-
neira relativamente estável.
No cenário atual, a China segue como a maior produtora, seguida pela União Europeia.
O Brasil ocupa ainda a quarta posição, segundo o Anuário da Suinocultura de 2022.
O Brasil, no entanto, teve destaque, pois não foi afetado com rebanhos perdidos pela
PSA, aumentando o seu percentual em 86% no período, como mostra o gráfico a seguir.
5,2
5,0 5,1
4,3
3,7
3,4
3,3 3,3
2,9
2,7
Nos últimos anos, a suinocultura brasileira ganhou ainda mais importância, principal-
mente no mercado internacional, por algumas vantagens comparativas que tornaram
a atividade competitiva no cenário externo. Os custos dessa produção são inferiores
aos principais competidores mundiais, graças a fatores como:
• investimentos em tecnologia.
Os custos produtivos na
suinocultura não são muito
diferentes das demais cadeias
produtivas: a alimentação ocupa a
maior fatia, representando cerca de
87,43% do montante gasto.
Esses custos são uma expressão de muitos anos, em que a alimentação sempre re-
cebe a fatia maior. Mesmo assim, o Brasil consegue se manter competitivo no cenário
internacional, pois, com todas as dificuldades, ainda produz muitos alimentos para a
cadeia produtiva.
Atualmente, vários fatores internos são responsáveis pela alta competitividade atingi-
da no mercado suíno. Entre eles, destacamos:
Como fontes energéticas, alimentos que podem substituir o milho são o farelo de arroz
ou sorgo. Já em relação à parte proteica, nas altas de preços, o farelo de soja pode ser
substituído por farelo de algodão, girassol e leguminosas.
5.6 Oportunidades
Atenção
Como o consumo mundial de carne de frango vem crescendo
em um ritmo mais rápido que o da suína, a previsão é que ela se
torne a carne mais consumida no mundo, depois dos pescados,
em meados da próxima década (GUIMARÃES et al., 2017).
Guimarães et al. (2017) apontam outra tendência: o aumento das exigências sanitá-
rias e de bem-estar dos animais nas granjas, atendendo não só à demanda dos con-
sumidores, mas também às mudanças nas legislações nacionais, a exemplo do que
acontece na Europa e, em menor escala, nos Estados Unidos.
Antes de continuar seus estudos, fixe o conhecimento sobre o mercado suíno com a
atividade proposta a seguir.
Atividade de aprendizagem
1. Qual foi o problema sanitário que mais influenciou o mercado suíno mundial-
mente?
a) Febre aftosa.
b) Doença de Aujeszky.
e) Disenteria suína.
Neste tópico, você vai compreender o mercado de peixes, incluindo os volumes expor-
tados, as oportunidades e as alternativas.
6.1 Cenários
A demanda pela proteína de pescado sofreu significativo incremento nas últimas déca-
das, principalmente devido ao crescimento populacional e à busca dos consumidores
por alimentos mais saudáveis.
Fonte: Shutterstock.
Foi também a partir da década de 1990 que a aquicultura cresceu, sustentando o au-
mento do consumo de pescado. Por ter preços mais acessíveis para a população de
menor renda, tem sido um segmento econômico relevante para melhoria do bem-estar
social em termos de nutrição, emprego e renda (XIMENES, 2021).
Informação extra
Em 2012, o continente responsável pela maior parcela da pro-
dução mundial de pescado foi a Ásia, com 103,6 milhões de
toneladas, seguida da América, com 25,5 milhões de toneladas
(FAO, 2014a). Desse total, a América do Norte contribuiu com
27%, com destaque para a produção pesqueira dos Estados
Unidos. As Américas Central e do Sul participaram com 73%,
com ênfase para a pesca no Peru e no Chile e para a aquicultura
no Chile e no Brasil (FAO, 2014b).
Vale dizer que a América do Sul é uma das regiões mais propícias do mundo para o
desenvolvimento da aquicultura em curto prazo, tanto do ponto de vista das condições
naturais quanto dos aspectos socioeconômicos, em especial o Brasil (BRASIL, 2013a;
BRASIL, 2013b).
• a expansão da aquicultura, cujo mercado foi estimado em US$ 308 bilhões para
2021.
O Brasil é uma das potências mundiais no mercado de tilápia e ocupa a quarta po-
sição no ranking de produção. A primeira posição é ocupada pela China (com 1,93
milhão de toneladas), a segunda pela Indonésia (com 1,35 milhão de toneladas) e a
terceira pelo Egito (com 860 mil toneladas) (FAO, 2020). Com uma produção de 432
mil toneladas em 2019, a tilápia representou 57% da produção brasileira de peixes
(PEIXE BR, 2020).
Fonte: Shutterstock.
Dica
Considerando a capacidade e o potencial do país para a produção
de peixes, são necessários investimentos para impulsionar o se-
tor a obter importantes resultados. Investir em ciência, inovação
e tecnologia, por exemplo, possibilitaria melhorar os indicadores
da produção de pescados brasileiros (FARIAS; FARIAS, 2018).
Globalização Desenvolvimento
de tecnologias
sofisticadas
Fonte: Shutterstock.
Investir em peixes nativos pode ser uma excelente alternativa de mercado. Para o
chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura, em entrevista ao
Portal Peixe BR (2020), esse mercado cresce a taxas superiores ao da tilápia e mostra
que o peixe nativo já é realidade do mercado brasileiro.
Fonte: Shutterstock.
Além do uso de espécies nativas no mercado gourmet, outras tendências são o uso
desses peixes pela gastronomia asiática, como em restaurantes especializados em co-
mida japonesa, e a busca por novos produtos e cortes diferenciados (PEIXE BR, 2020).
6.6 Oportunidades
Leitura complementar
Quer conhecer informações sobre o mercado pet? No material
complementar, disponível na biblioteca do AVA, você encontra
um texto que aborda o crescimento amplo desse mercado no
cenário atual.
Antes de encerrar este tema, faça a atividade proposta a seguir para testar seus co-
nhecimentos sobre o mercado de peixes.
Atividade de aprendizagem
a) Tilápia.
b) Carpa.
c) Tambaqui.
d) Salmão.
e) Pintado.
Encerramento do tema
Você encerrou o tema Mercado de alimentação animal e pôde verificar a amplitude
dos principais mercados de espécies de interesse zootécnico. Você já deve saber que o
Brasil se caracteriza pela grande capacidade de produção animal e é um dos maiores
produtores mundiais de praticamente todas as espécies desse interesse. Assim, os
produtos e serviços ligados aos setores precisam ser altamente competitivos e tecno-
lógicos para atender a toda a demanda de proteína animal.
Fonte: Shutterstock.
Capacidades técnicas
Ao fim deste tema, você terá desenvolvido a seguinte capacidade:
Aumentar a
oferta de
Reduzir a
alimentos que
mortalidade
atendam à
nutrição animal
Você já deve ter ouvido falar no termo “promotor de crescimento” que, na mídia, mui-
tas vezes, é associado a algo prejudicial à segurança alimentar. No entanto, trata-se
de uma desinformação.
Geralmente, os antibióticos são usados nas rações de animais com três objetivos dis-
tintos, que seguem níveis de adição dentro de faixas mais ou menos fixas.
1 2 3
De olho na lei
No Brasil, as autorizações, indicações, restrições, legislações e
fiscalizações do uso de aditivos na alimentação animal é feita
pelo Mapa.
• antibióticos ionóforos;
• vacinas;
• probióticos;
Vale ressaltar que nem todos os aditivos citados têm sido usados para bovinos em
pastejo. Os principais podem ser verificados na tabela a seguir.
Leveduras vivas
Monensina Óleos
Virginiamicina (Saccharomyces Fibrolítica
sódica essenciais
cerevisiae)
Fungos filamentosos
Lasalocida Flavomicina Amilolítica Taninos
(Aspergillus oryzae)
Salinomicina
Proteolítica Saponinas
sódica
Complexos
enzimáticos
70 63
62 60
% de uso de antimicrobianos
60
50
43
40
30 27
23
20 17
10
2
0
es
os
os
os
es
s
vo
no
ha
eo
eo
ei
ro
Av
br
n
in
ín
pt
ut
si
íd
íd
el
vi
ui
r
Su
le
Ré
en
ap
O
Bo
rv
el
Ab
Eq
s/
m
Ce
nt
/C
ho
Ca
(i
os
el
s
n
Co
xe
vi
O
i
Pe
Espécie animal
Os aditivos sintéticos mais utilizados para bovinos são os ionóforos e, entre eles, a
monensina. As melhorias na produtividade animal causadas pelo uso dos ionóforos re-
presentam um efeito indireto e secundário decorrente dos efeitos negativos desses adi-
tivos sobre a membrana celular das bactérias sensíveis a eles (BERGEN; BATES, 1984).
Glossário
Ionóforos: substâncias naturais produzidas por fermentação
de microrganismos (Streptomyces).
O uso massivo dos ionóforos ocorre em dietas de confinamento, para ajudar na ques-
tão do pH e no ganho de peso. A existência de grande quantidade de alimentos palatá-
veis e a possibilidade de misturá-los na porção concentrada da ração em uma dieta total,
forçando o consumo pelo animal, facilitam seu uso (MARINO; MEDEIROS, 2015).
Informação extra
Os ionóforos também são conhecidos como carreadores de íons
ou desacopladores, sendo compostos de moderado peso mole-
cular (MW), que varia entre 200 e 2.000 m/mol MW, capazes
de interagir estequiometricamente com íons metais, dos quais
potássio (K+), sódio (Na+), cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+) são
os mais significantes biologicamente, e formar complexos lipos-
solúveis que ultrapassam a camada lipídica das membranas ce-
lulares bacterianas (PRESSMAN, 1976; BERGEN; BATES, 1984).
Na nutrição de animais ruminantes também são usados aditivos sintéticos não ionó-
foros. Entre os principais se destacam:
Atenção
Qualquer que seja o princípio ativo usado, deve-se obedecer
e respeitar o período de carência antes do abate, visando as-
segurar o consumo de alimento livre de resíduos e o produto
devidamente registrado no Mapa (BOOTH; MCDONALD, 1992).
Por fim, mesmo com os aditivos permitidos, cada vez mais os mercados, tanto de
ruminantes como de não ruminantes, têm preconizado a substituição por produtos
naturais. A evolução dos mercados de nutrição animal propiciou o conhecimento e
o uso de promotores alternativos, como probióticos, prebióticos, simbióticos, ácidos
orgânicos, enzimas, fitoterápicos e nucleotídeos (BELLAVER, 2000), que apresentam
algumas funções similares aos antibióticos, exemplificadas a seguir.
a) Óleos essenciais
Óleos essenciais são produtos obtidos de partes de plantas, mediante destilação por
arraste com vapor de água ou extração por solventes. Também podem ser chamados
de óleos voláteis ou óleos etéreos, por serem de aparência oleosa à temperatura am-
biente. Esses óleos não são, em si, essenciais, mas recebem esse nome devido ao seu
perfume (OLIVEIRA; IGARASI, 2013).
As propriedades de ação dos óleos essenciais atuam contra uma série de organismos,
incluindo bactérias (Gram-positivas e Gram-negativas), protozoários e fungos, dos
quais os patógenos que contaminam os alimentos e a microbiota ruminal são alvos
importantes (BENCHAAR; GREATHEAD, 2011).
Para não ruminantes, o objetivo tem sido melhorar a questão de saúde intestinal e o
desempenho, sobretudo o ganho de peso (RIZZO et al., 2010).
No mercado atual, existem alguns ácidos orgânicos livres, que tendem a atuar na porção
anterior do trato gastrointestinal, e outros protegidos por uma matriz de triglicerídeos,
que sofrem a ação de sais biliares e lipases, liberando os ácidos a partir do intestino del-
gado, sem interferência das enzimas pancreáticas e intestinais (HAYASHI, 2020).
c) Prebióticos e probióticos
A ação antimicrobiana desses agentes microbianos ocorre pela produção dos ácidos
lático e acético por algumas bactérias, que causam redução do pH intestinal e per-
mitem a proliferação de microrganismos benéficos (VIEITES et al., 2020). Agora, que
tal conhecer a diferença entre os probióticos e os prebióticos?
Para ruminantes, é comum serem usadas cepas de Saccharomyces spp. Vários mo-
dos de ação têm sido sugeridos para os efeitos das culturas de levedura na fermenta-
ção ruminal e todos eles parecem culminar no aumento da população bacteriana. Mas
ainda é pouco conhecido seu modo exato de ação. Pesquisadores buscam entender
como uma pequena quantidade de levedura na dieta pode estimular o número de mi-
crorganismos no rúmen (NEWBOLD; RODE 2006).
Alguns eventos, contudo, podem ser observados com a adição de leveduras nas dietas
de ruminantes. São eles:
Os prebióticos, por sua vez, são compostos que passam pelo trato gastrointestinal
dos animais e não sofrem ação de enzimas, sais e ácidos, mas passam por fermenta-
ção na microbiota intestinal.
d) Taninos
Taninos são descritos como polifenóis de elevado peso molecular, nas formas hidrolisa-
das ou condensadas. Seus principais efeitos são as reduções na palatabilidade da die-
ta, no consumo de matéria seca (DMI) e na digestibilidade de proteínas e carboidratos
(NAUMANN et al., 2017).
Embora os taninos sejam quimicamente um amplo grupo e mal definido, são comumen-
te divididos em duas classes principais: hidrossolúveis (HT) e condensados (CT).
Glossário
Abomaso: quarto estômago dos ruminantes, considerado o
“estômago” químico.
Ligação
iônica Ligação
covalente
Ligação de Ligação
hidrogênio hidrofóbica
Nos últimos anos, os taninos têm sido usados nas dietas de aves e suínos, como for-
ma de beneficiar o intestino, pela capacidade antimicrobiana e possível substituição de
aditivos sintéticos.
Atenção
Dependendo da fonte (planta em que foi colhido o extrato ou a
planta em si) e da dose a ser usada, a ação dos taninos pode ser
tanto benéfica quanto maléfica, principalmente no caso de doses
muito elevadas (acima de 5% na matéria seca) (BRUTTI, 2021).
Ciente da diferença entre os aditivos sintéticos e naturais, que tal fixar seu conheci-
mento? Resolva a atividade proposta a seguir.
Atividade de aprendizagem
a) Tanino.
b) Óleo essencial.
c) Monensina.
d) Enzima.
e) Ácido orgânico.
2.1 Conceitos
Segurança/ Flexibilidade
qualidade para mudanças
A gestão dos processos que envolvem a zootecnia de precisão está atrelada à ma-
ximização dos índices produtivos alcançados e à minimização de custos de
produção, passando pela eficiência da relação entre as variáveis ao longo do período
de produção. Perceba que existe uma relação íntima com a questão da eficiência pro-
dutiva dos processos (PINHEIRO; PINHEIRO, 2009).
Fonte: Shutterstock.
• identificação eletrônica;
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
Dados de monitoramento de
imagem e automação de processos
estão cada vez mais presentes
no campo e tendem a aumentar,
à medida que surgem novos
desafios no mercado.
Antes de prosseguir com seu estudo, que tal fixar o aprendizado? Responda à questão
proposta na sequência.
Atividade de aprendizagem
Tópico 3: Rastreabilidade
A segurança alimentar sempre foi pauta estratégica para o mundo. Contudo, em primei-
ro lugar, o foco é na garantia de abastecimento de alimentos para a população regional.
Fonte: Shutterstock.
Glossário
Procedimentos de recalls: consistem em ferramentas aplica-
das na segurança dos alimentos. É uma tendência que conside-
ra as preocupações dos consumidores a respeito de sanidade,
garantia de qualidade e procedência do produto, bem como a
idoneidade da empresa que o produz (DAL PONTE, 2008).
3.1 Conceitos
Somado a esses fatos está o cuidado com o avanço da cadeia produtiva em áreas de
preservação ambiental, além da exploração indevida de mão de obra infantil e escrava
(CONCHON; LOPES, 2012).
Nesse cenário, a rastreabilidade se destaca, pois, por meio de registros, auxilia na dife-
renciação de produtos com ingredientes ou processos distintos, assim como na iden-
tificação de produtos de empresas engajadas em projetos socioambientais benéficos.
De olho na lei
Pelo Regulamento 178/2002, da Comunidade Europeia, a ras-
treabilidade pode ser entendida como “a capacidade de detectar
a origem e de seguir o rastro de um gênero alimentício, de um
alimento para animais, de um animal ou de uma substância,
destinados a ser incorporados em alimentos para animais, ou
com probabilidade de o ser, ao longo de toda fase de produção,
transformação e distribuição”.
Segundo Machado (2002 apud OLIVEIRA, 2007), a rastreabilidade não deve ser enca-
rada como um dado ou uma mensagem transmitida. Ela é um sistema de interações
entre fluxos físicos e de informação.
Único
Cada número deve ser encontrado apenas uma
vez no rebanho.
Permanente
A identificação não deve ter riscos de perda.
Insubstituível
A identificação no nascimento ou na aquisição do animal
deve permanecer igual até o momento do abate.
Positivo
A identificação dos animais não pode gerar dúvidas.
Incidente de
contaminação
Mistura
Contaminação
detectada
Mistura
Retirada obrigatória
do mercado
Contaminação
potencial
Potencial retirada
do mercado
Mistura
3.3 Certificação
Segundo Prall (2002), na prática, os sistemas de rastreabilidade têm por objetivo res-
ponder a questões do tipo:
Quem é você?
Entretanto, para um sistema de rastreabilidade ser confiável, deve estar amparado por
sistemas de verificação designados a responder perguntas como:
Sistemas como DNA e outros tantos podem trazer alto valor agregado à cadeia pro-
dutiva de carne e serviriam também como ferramenta de auditoria junto ao Mapa e à
Vigilância Sanitária, nos casos de zoneamento em epidemias de doença animal, inves-
tigação da origem de resíduos de medicamentos, constatação de uma contaminação e
como ferramenta de controle de qualidade (PORKWORLD, 2009).
Porém, um sistema de DNA, que faz a análise de DNA dos animais, pode apresentar des-
vantagens, como o alto custo, o desafio de ler a identidade de um animal em tempo real e
o risco de erro humano durante a coleta e o armazenamento de amostras (PRALL, 2002).
Leitura complementar
Acesse o material complementar, disponível na biblioteca do
AVA, para ficar a par de questões ligadas à sustentabilidade e
ao bem-estar animal – tendências mundiais de toda a cadeia
produtiva de proteína animal.
Agora que você está a par da importância da rastreabilidade, resolva a atividade a se-
guir para fixar o conhecimento.
Atividade de aprendizagem
Você viu, também, que os espaços buscados ao longo das décadas em pesquisa e
desenvolvimento foram capazes de mostrar caminhos importantes, que tornaram a
cadeia produtiva de diversos segmentos muito competitiva.
Por fim, destacamos tendências e demandas do mercado, para que você possa,
cada vez mais, aplicar conceitos de zootecnia de precisão e de rastreabilidade nos
sistemas produtivos. Dessa forma, como técnico, tornará o agronegócio cada vez
mais forte em todo o país.
Aqui, você viu como é o funcionamento da cadeia produtiva que engloba o mercado
de nutrição e alimentação animal. Os conceitos descritos serão usados na sua atuação
profissional, dado que o setor agropecuário é extremamente exigente e técnico, o que
torna o conhecimento sobre cada elo das cadeias de suma importância.
Por fim, ficou a par das principais soluções e tecnologias aplicadas à alimentação e
nutrição animal, com vistas a efetivamente contribuir para o agronegócio, um dos
principais pilares econômicos do Brasil.
ALVES, T. T. L. Potencial do cipó - uva (Serjania lethalis) como fonte de néctar para
exploração apícola na chapada do Araripe. 2013. 169 f. Tese (Doutorado em Zootec-
nia) – Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal da Paraíba e Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Fortaleza, 2013.
BRASIL. Lei Federal 10.831, 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura or-
gânica, apresentando o conceito, formas de certificação e de fiscalização da produção.
BRASIL. Ministério da Pesca e Aquicultura. Censo aquícola nacional, ano 2008. Brasília:
República Federativa do Brasil, 2013b.
CALLAWAY, T. R. et al. Ionophores: their use as ruminant growth promotants and im-
pact on food safety. Ionophores Impact on Food Safety. Curr. Issues Intest. Microbiol,
v. 4, p. 43-51, 2003.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). The state
of world fisheries and aquaculture: opportunities and challenges. Roma: FAO, 2014a.
GLOBAL DAIRY PLATFORM (GDP). Annual Review 2016. Rosemont, IL: GDP, 2017.
Disponível em: https://www.globaldairyplatform.com/wp-content/uploads/2018/04/
2016-annual-review-final.pdf. Acesso em: 6 out. 2022.
GROUT, R. A. A biometrical study of the influence of size brood cell upon the size and
variability of the honey bee (Apis mellifera L.). 1931. 180 f. Dissertação (Mestrado) –
Iowa St. College, Ames, 1931.
HEMME, T. (ed.). IFCN Dairy Report 2018. Kiel, Germany: IFCN, 2018.
KRABBE, E. L. et al. Cadeias produtivas de suínos e aves. In: GENTILINI, F. P.; AN-
CIUTI, M. A. (org.). Tópicos atuais na produção de suínos e aves. Pelotas: IFSul/Pelo-
tas, 2013. p. 9-13. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/96729/1/final7180.pdf. Acesso em: 14 out. 2022.
LUCAS, A. S. Top 10 maiores produtores de ovos do mundo. Top 10+, 2021. Disponível
em: https://top10mais.org/top-10-maiores-produtores-de-ovos-do-mundo/. Acesso
em: 5 out. 2022.
LUM, K. K.; KIM, J.; LEI, X. G. Dual potential of microalgae as a sustainable biofuel fe-
edstock and animal feed. Jounal of Animal Science and Biotechnology, v. 4, p. 53, 2013.
LUSA. Comércio mundial de bens e serviços com recorde de 25,1 biliões de euros
em 2021. Jornal de Negócios, 2022 Disponível em: https://www.jornaldenegocios.
pt/economia/detalhe/comercio-mundial-de-bens-e-servicos-com-recorde-de-251-bi-
lioes-de-euros-em-2021. Acesso em: 8 nov. 2022.
MICHELS, I. L. Cadeia produtiva da carne bovina do Mato Grosso do Sul. Campo Gran-
de: Oeste, 2001.
MOSTAFA, S. O que é prebiótico? E para que serve? Nutricon, 2019. Disponível em: ht-
tps://nutricon.ind.br/o-que-e-prebiotico-e-para-que-serve/. Acesso em: 17 out. 2022.
MUZTAR, J. A.; SLINGER, S. J. The true metabilizable energy and amino acids of Can-
dle, Altex and Regent canola meals. Can. J. Anim. Sci., 62, 2, p. 521-525, 1982.
NEIVA, R. Setor lácteo deve crescer na próxima década, mas 2022 será de cautela.
Embrapa Gado de Leite, 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/busca-
-de-noticias/-/noticia/67714903/setor-lacteo-deve-crescer-na-proxima-decada-mas-
-2022-sera-de-cautela?p_auth=iUjMVSQ5. Acesso em: 10 out. 2022.
NEVES, M. F.; SCARE, R. F. Marketing & exportações. São Paulo: Atlas, 2001.
NEYLON, J. M.; KUNG JUNIOR, L. Effects of cutting height and maturity on the nutritive
value of corn silage for lactating cows. J. Dairy Sci., v. 86, p. 2.163-2.169, 2003.
O PRESENTE RURAL. Pecuária de corte conquista novos mercados, mas produtor traba-
lha com margens apertadas e sem alívio nos custos de produção. 2022. Disponível em:
https://opresenterural.com.br/pecuaria-de-corte-conquista-novos-mercados-mas-
-produtor-trabalha-com-margens-apertadas-e-sem-alivio-nos-custos-de-producao/.
Acesso em: 7 out. 2022.
OSZLAK, O.; O’DONNELL, G. Estado y políticas estatales en América Latina: hacia una
estrategia de investigación. Buenos Aires: CEDES, 1976.
PEREIRA, M. N. et al. Ruminal degradability of hard or soft texture corn grain at three
maturity stages. Scientia Agricola, v. 61, n. 4, p. 358-363, 2004.
RIZZO, P. V. et al. Extratos vegetais em dietas para frangos de corte. Revista Brasileira
de Zootecnia, v. 39, n. 4, p. 801-807, 2010.
SANDRONI, P. (org.). Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2006.
SOUZA, J. D. F. de. et al. Embrapa Caprinos e Ovinos. Boletim Ativos de Ovinos e Ca-
prinos, Brasília, DF, v. 3, n. 2, p. 1-2, jul. 2016.
TERPSTRA, V.; SARATHY, R. International marketing. 6. ed. Fort Worth: Dryden, 1994.
p. 371.
TJARDES, J.; WRIGHT, C. Feeding corn distiller’s coproducts to beef cattle. Extension
Extra, ExEx 2036, August, South Dakota State University Cooperative Extension Ser-
vice, Dept. of Animal and Range Sciences, 2002. p. 1-5.
TRICHES, D.; SILVA, S. Z. da; MALAFAIA, G. C. Reflexões sobre as barreiras não tari-
fárias às exportações na cadeia de carne bovina brasileira. Caxias do Sul: UCS, 2008.
(IPES Texto para Discussão, 32). Disponível em: https://www.ucs.br/site/midia/arqui-
vos/032.pdf. Acesso em: 10 out. 2022.
TYLER, C. The development of feeding standards for livestock. The Agricultural History
Review, v. 4, n. 2, p. 97-107, 1956.
US GRAINS COUNCIL. A guide to Distiller’s Dried Grains with Solubles (DDGS). U.S.
Grains Council DDGS User Handbook. 3rd edition. Washington DC, USA: [s. n.], 2012.
406 p.
VAN NEVEL, C. J.; DEMEYER, D. I. Effect of antibiotics, a deaminase inhibitor and Sar-
saponin on nitrogen metabolism of rumen contents in vitro. Animal Feed Science and
Technology, v. 31, p. 323-348 ,1990.
VIEIRA JR., P. A. Milho (Zea mays L.). In: CASTRO, P. R. C.; KLUGE, R. A. (ed.). Eco-
fisiologia de Cultivos Anuais – trigo, milho, soja, arroz e mandioca. São Paulo: Nobel,
1999. p. 42-71.
VOILA, M.; TRICHES, D. A cadeia de carne de frango: uma análise dos mercados bra-
sileiro e mundial de 2002 a 2010. Caxias do Sul, 2014.
WINSTON, M. L. The biology of the honey bee. Cambridge. MA. USA: Harvard Univer-
sity Press, 1991. 281 p.
ZAGO, C. P. Cultura de sorgo para produção de silagem de alto valor nutritivo. In: SIM-
PÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 4., Piracicaba, 1991. Anais [...]. Piracicaba:
FEALQ, 1991.
Tópico 3
Tópico 2
1) Volumoso é o alimento pobre em energia, com teor de umidade elevado e fibra aci-
ma de 18%. Concentrado é o alimento com alto teor de energia e menos de 18%
de FB.
Tópico 2
Tópico 3
Tópico 2
Tópico 3
1) A carne bovina teve um aumento de preço significativo, por isso reduziu o consumo
no mercado interno. Entretanto, nas exportações segue competitiva. Já o leite teve
forte influência sobre o preço dos insumos, o que dificultou o acesso pelo produtor.
Tópico 5
Tópico 6
Tópico 2
Tópico 3
ETEC.SENAR.ORG.BR
SENAR.ORG.BR