2.01 Apostila Unidade Curricular 11 - Tratores e Implementos Agrícolas

MÓDULO ESPECÍFICO I
PRODUÇÃO DE FRUTAS
Tratores e Implementos Agrícolas
Formação Técnica
Curso Técnico EaD Senar
Tratores e
Implementos Agrícolas
SENAR - Brasília, 2021

S491c
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Curso técnico EaD SENAR: tratores e implementos
agrícolas / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. –
Brasília, DF: SENAR, 2021.
112 p. : il. ; 16 x 23 cm – (SENAR Formação Técnica)

Inclui bibliografia
ISBN 978.65.86344-33-2

1. Tratores. 2. Máquinas agrícolas. 3. Produtividade
agrícola. I.Título. II. Série.
CDU 631.3
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Sumário
Introdução à Unidade Curricular �� 7
Tema 1: Tratores e implementos agrícolas �� 10
Tópico 1: Tratores agrícolas �� 13
1.1 Conceito de trator �� 15
1.2 Tipos �� 15
Tópico 2: Conceito básico de funcionamento de motores do ciclo diesel �� 16
2.1 Funcionamento de motores do ciclo diesel �� 16
2.2 Potência �� 19
2.3 Sistemas dos motores �� 20
2.4 Sistemas de transmissão �� 27
2.5 Sistema hidráulico �� 30
2.6 Sistema de direção, cabine e posto de operação �� 31
2.7 Procedimentos operacionais �� 36
2.8 Lastreamento �� 38
Atividade de aprendizagem �� 43
Tópico 3: Implementos agrícolas �� 45
3.1 Princípios e funcionamento dos implementos agrícolas �� 45
3.2 Arados �� 48
3.3 Grades �� 49
3.4 Subsoladores �� 51
3.5 Roçadeiras �� 52

3.6 Plantadoras �� 53
3.7 Pulverizadores �� 54
3.8 Cultivadores �� 61
3.9 Colheitadeiras �� 62
3.10 Carretas �� 62
3.11 Agricultura de precisão �� 63
3.12 Adubação mecanizada do solo �� 65
3.13 Correção do solo �� 66
Tópico 4: Manutenção �� 68
4.1 Definição �� 68
4.2 Tipos de manutenção �� 68
4.3 Manutenções do motor �� 70
4.4 Anormalidades �� 74
Tópico 5: Calibragem �� 79
5.1 Ferramentas �� 79
5.2 Unidades de medida �� 81
5.3 Tipos de calibragem �� 84
Tópico 6: Outros instrumentos de controle/operacionais �� 87
6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes �� 88
6.2 Procedimentos de uso �� 89
6.3 Funcionalidade de cada implemento �� 92
6.4 Tecnologia embarcada e automação �� 94
6.5 Sensores de controle de temperatura �� 96

6.6 Câmara frigorífica e túnel de congelamento �� 97
6.7 Circuitos elétricos �� 101
Encerramento do tema �� 105
Encerramento da Unidade Curricular �� 106
Referências �� 107
Gabarito das atividades de aprendizagem �� 109
Tema 1: Tratores e implementos agrícolas �� 109

Introdução à
Unidade Curricular
Introdução à Unidade Curricular
A Unidade Curricular Tratores e Implementos Agrícolas foi desenvolvida com o
intuito de demonstrar como a mecanização da produção agrícola está revolucionando
o agronegócio, ao somar produtividade à eficiência das várias etapas do processo
produtivo, desde o processo de colheita, passando por transporte, processamento,
seleção, embalagem, resfriamento até a expedição das frutas.
Você vai compreender que, via de regra, a operação deve ser feita por pessoas qualificadas
e treinadas, de forma a reduzir os custos operacionais e garantir um maior rendimento
das atividades.
Capacidades Técnicas
Ao final desta Unidade, você vai desenvolver as capacidades
técnicas e de gestão, além dos conhecimentos necessários para
o manejo dos processos de produção de frutas, com base na
mecanização da agricultura e de acordo com a metodologia
específica de operação dos implementos agrícolas.
Com carga horária de 60 horas, a Unidade foi organizada em um único tema, diversos
tópicos e subtópicos relevantes para a sua formação profissional.
TEMAS TÓPICOS SUBTÓPICOS
Tópico 1: 1.1 Conceito de trator

Tratores agrícolas 1.2 Tipos
2.1 Funcionamento de motores do ciclo

Tema 1: diesel
Tratores e 2.2 Potência
Tópico 2:
2.3 Sistemas dos motores
implementos Conceito básico de
2.4 Sistemas de transmissão
agrícolas funcionamento de
2.5 Sistema hidráulico
motores do ciclo
2.6 Sistema de direção, cabine e posto de
diesel
operação
2.7 Procedimentos operacionais
2.8 Lastreamento
Produção de frutas - Tratores e implementos agrícolas 7

3.1 Princípios e funcionamento dos
implementos agrícolas
3.2 Arados
3.3 Grades
3.4 Subsoladores
3.5 Roçadeiras
Tópico 3:
3.6 Plantadoras
Implementos
3.7 Pulverizadores
agrícolas
3.8 Cultivadores
3.9 Colheitadeiras
3.10 Carretas
3.11 Agricultura de precisão
3.12 Adubação mecanizada do solo
3.13 Correção do solo
Tema 1:
Tratores e 4.1 Definição
implementos Tópico 4: 4.2 Tipos de manutenção
Manutenção 4.3 Manutenções do motor
agrícolas
4.4 Anormalidades
5.1 Ferramentas
Tópico 5:
5.2 Unidades de medida
Calibragem
5.3 Tipos de calibragem
6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes

6.2 Procedimentos de uso
6.3 Funcionalidade de cada implemento
Tópico 6: Outros
6.4 Tecnologia embarcada e automação
Instrumentos
6.5 Sensores de controle de temperatura
de controle/
6.6 Câmara frigorífica e túnel de
operacionais
congelamento
6.7 Circuitos elétricos
Certifique-se de estudá-los com atenção e, se preciso, conte com o apoio da tutoria a

distância desta Unidade Curricular.
Além disso, para fixar seu conhecimento, você vai encontrar atividades que vão permitir
a você colocar em prática o que aprendeu imediatamente após passar pelos conceitos
e teorias.
Comentários do autor
Todas as atividades buscam respeitar seu ritmo de aprendizagem
e são coerentes com o que você será capaz de fazer a partir dos
assuntos abordados.
Ao final desta apostila, é disponibilizado um gabarito para que você verifique suas
respostas.
Bons estudos!
8 CURSO TÉCNICO EAD SENAR

01Tratores e
implementos agrícolas
Tema 1: Tratores e implementos
agrícolas
No tema de aula Tratores e implementos agrícolas, você perceberá que a mecanização
agrícola depende de uma série de sistemas e equipamentos embarcados nos tratores.
Para tanto, a máquina deve permanecer em estado próximo ao do que foi fabricado, a
fim de manter as características originais e garantir o perfeito funcionamento.
Você também vai ver que a tecnologia possibilita ao produtor de frutas a fabricação
de máquinas com vários sistemas e regulagens que facilitam a colheita, o transporte,
o processamento, a seleção, a embalagem, o resfriamento e a expedição das frutas.
Fonte: Getty Images.
A mecanização teve início no período da Revolução Industrial e marcou a história do

homem. Os métodos de produção artesanais foram ficando para trás e passou-se a usar
máquinas para a produção. Com o passar do tempo, e com destaque para a inovação
tecnológica, surgiram novas máquinas que contribuíram para a produção e aumentaram
a oferta de alimentos para o mundo.

Capacidades Técnicas
A partir dos tópicos que serão apresentados neste tema, você
desenvolverá as seguintes capacidades:
• reconhecer a mecanização na agricultura;
• identificar o funcionamento de motores do ciclo diesel;
• identificar o sistema de funcionamento das partes componentes

dos motores;
• identificar e compreender o sistema de arrefecimento a ar,

água e lubrificação;
• identificar e compreender o sistema de transmissão e o estudo

da caixa satélite;
• identificar e compreender o sistema de alimentação dos

motores do ciclo diesel e suas partes componentes;
• identificar e compreender o sistema de injeção de combustível

mecânico e eletrônico;
• identificar e compreender o sistema de injeção eletrônico e

a importância da manutenção e da calibração da bomba de
injeção de combustível;
• identificar as fraturas em pistões e partes dos motores;
• identificar e compreender o sistema de lubrificação hidráulica;
• identificar e compreender o sistema de filtragem de ar;
• cumprir o plano de manutenção e checagem do sistema de

resfriamento com água e suas partes componentes;
• reconhecer a importância e realizar a lubrificação das partes

internas dos motores;
• realizar a lubrificação das partes externas e articuladas das

máquinas;
• identificar e compreender o sistema de rodados dos tratores, os

conceitos de calibração dos pneus e de compactação dos solos;
• identificar e compreender os controladores de comando de

operações;

• identificar e compreender a funcionalidade e operações das
máquinas;
• prever e evitar os danos mecânicos em tratores agrícolas;
• identificar o princípio de funcionamento dos implementos

agrícolas;
• identificar os implementos agrícolas e suas aplicações;
• identificar os catálogos técnicos dos fabricantes;
• identificar as características dos equipamentos de tratos

culturais e a aplicação de defensivos e fertilizantes;
• identificar o modo de regulagem dos bicos a fim de se produzir

gotas de calda adequadas para o resultado esperado na
operação;
• compreender como calibrar um implemento para assegurar

pressão e vazão adequadas de calda;
• utilizar a metodologia específica de operação dos implementos;
• realizar os ajustes de regulagem dos tratores e implementos

antes da aplicação;
• utilizar as medidas de água e defensivos/fertilizantes

recomendadas para a operação;
• proceder ao reajuste da regulagem após um período de

utilização dos tratores e implementos – conferência de
regulagem;
• identificar as condições do solo e da lavoura para a regulagem

dos implementos;
• identificar a necessidade de manutenção dos tratores e

implementos;
• realizar o reaperto de parafusos, pinos etc.;
• diferenciar anomalias de funcionamento – ruídos, fumaça,

temperaturas;
• identificar, nas especificações das máquinas e implementos

agrícolas, as recomendações de segurança e de manutenção;
• entender o princípio de funcionamento dos implementos

agrícolas;

• comunicar a necessidade de manutenção dos implementos;
• realizar a calibragem dos implementos em função da atividade

a ser executada;
• identificar os sensores de controle de temperatura;
• diferenciar os programas de funcionamento dos diferentes

tipos de túneis e câmaras;
• identificar circuitos elétricos;
• realizar a calibragem do túnel e da câmara fria em função da

temperatura determinada para a fruta;
• realizar a calibragem dos equipamentos em função das

condições de beneficiamento das frutas pré-estabelecidas;
• identificar o princípio de funcionamento de sistemas de lavagem,

esteiras rolantes, tanques/tambores de imersão, sopradores
de resíduos sólidos, injetores de cloro, enceramento;
• utilizar EPIs específicos para atividades que representem risco

à saúde do trabalhador.
Tópico 1: Tratores agrícolas
A importância socioeconômica da fruticultura

para o Brasil impõe a necessidade da
mecanização agrícola, que, por sua vez,
se reflete diretamente na capacidade
produtiva do agronegócio. O país já dispõe
de mais de milhões de máquinas agrícolas,
e o número aumenta gradativamente em
função da necessidade de se aumentar o
volume de produção.
Por representarem um alto investimento e serem indispensáveis para o produtor, as

máquinas e os implementos agrícolas requerem manutenções específicas nas diversas
áreas do agronegócio. Nesse cenário, a qualidade da operação dessas máquinas preocupa
muito, por ser decisiva na determinação dos rendimentos e da sua própria vida útil, já
que sua operação demanda mão de obra qualificada.

Os treinamentos técnicos se tornam fundamentais para
garantir que os operadores de máquinas e implementos
consigam obter maior rendimento nas atividades mecanizadas
com menor custo operacional.
O profissional precisa ser capacitado e ter excelente nível de treinamento para que tenha
o perfil desejado do operador de máquinas agrícolas, que compreende as seguintes
características:
• operar máquinas para desenvolver atividades agrícolas utilizando implementos
diversos;
• zelar diariamente pela conservação e manutenção;
• executar pequenos serviços de mecânica;
• executar outras tarefas de mesma natureza ou nível de complexidade, de modo

associado à sua especialidade ou ao seu ambiente; e
• empregar medidas de segurança.
A importância de o usuário conhecer o funcionamento e a melhor maneira de operar

as máquinas e os implementos agrícolas, com as regulagens e os ajustes corretos, se
reflete diretamente no planejamento das ações, como aumentar a produtividade e
reduzir os custos.
Glossário
Planejamento: Ato de criar uma ordem de prioridades, pensando
no seu objetivo e em tudo o que se precisa fazer para que algo
seja realizado com sucesso.

1.1 Conceito de trator
Trator agrícola é uma máquina dotada de potência própria e meios de locomoção,

destinado a executar atividades agrícolas que demandam força de tração para puxar e
empurrar implementos.
1.2 Tipos
Os tratores agrícolas podem ser classificados quanto ao tipo de rodado, à estrutura

física e à potência.
Trator 4x2
Tem quatro rodas, duas dianteiras, que

têm função direcional, e duas traseiras,
de maior dimensão e dotadas de tração
permanente.
Fonte: Cléber Muniz (fotógrafo) - SENAR (2020).
Trator 4x2 TDA

(tração dianteira auxiliar)
Tem quatro rodas, duas dianteiras, que têm

função direcional e tração auxiliar, e duas
traseiras, de maior dimensão e dotadas de
tração permanente.
Trator 4x4
Tem quatro rodas ou esteiras, todas com

a mesma dimensão, tração permanente
nas quatro rodas e sistema direcional com
articulação central.

Trator de esteiras
Tem duas esteiras de borracha como

órgão de propulsão, montadas em duas
rodas cada, uma motriz e a outra, guia e
reguladora da tensão da esteira.
Tratores estreitos (fruteiros)
Adaptados às atividades de fruticultura e

cafeicultura. Sua principal característica
é a menor distância entre eixos e bitolas
menores no mesmo eixo.
Tópico 2: Conceito básico de funcionamento de motores do

ciclo diesel
O motor de combustão interna equipa, normalmente, os tratores movidos a óleo diesel
e é conhecido também como motor de explosão interna ou motor de quatro tempos
(4T), pois seu funcionamento acontece em quatro etapas distintas.
2.1 Funcionamento de motores do ciclo diesel
A seguir, você vai conhecer as quatro etapas de funcionamento dos motores do ciclo
diesel para, assim, ser capaz de fazer um uso correto.

Válvula de
admissão
Entrada de
ar/combustível
1º tempo – admissão
PMS
Com o pistão no ponto morto superior
(PMS), o comando de válvulas
abre a válvula de admissão, o eixo
virabrequim movimenta a biela, PMI
solidária ao pistão, puxando-o para Pistão
baixo, a caminho do ponto morto
inferior (PMI), e reduz a pressão
na câmara de combustão (parte
superior do cilindro). Isso cria um
vácuo capaz de provocar a aspiração
do oxigênio filtrado da atmosfera. Virabrequim
Fonte: Adaptado de Getty Images.
2º tempo – compressão
Com o pistão no PMI, o comando de PMS

válvulas fecha a válvula de admissão
e o eixo virabrequim continua a
girar, empurrando o pistão para o
PMS e comprimindo o ar na câmara PMI
de combustão. Nos motores do
ciclo diesel, a taxa de compressão
é muito alta, de 15:1 até 25:1.
Nesse momento, a temperatura
do oxigênio comprimido dentro da
câmara aumenta a ponto de inflamar
o combustível, que é atomizado a
alguns graus antes de completar o
ciclo da compressão.

PMS
3º tempo – combustão
Com as válvulas de admissão e escape

fechadas, e o pistão no PMS, inicia-
se a queima do combustível, o que PMI
provoca uma forte explosão capaz de
empurrar o pistão novamente para o
PMI e força o giro do eixo virabrequim
a fornecer torque. Nesse momento,
transforma-se energia química em
energia mecânica (rotação).
Válvula de
escape
4º tempo – exaustão
Saída de
Com o pistão no PMI, o comando gases
abre a válvula de escape e o eixo PMS
virabrequim gira novamente,
empurrando o pistão para o PMS
que, por sua vez, expulsa os gases
resultantes da queima de dentro do PMI
cilindro. Um pouco antes de o pistão
atingir o PMS, a válvula de admissão
começa a se abrir para dar entrada
ao novo oxigênio, o que auxilia na
expulsão dos gases resultantes da
queima para o coletor de descarga.
Completa-se, assim, os quatro
tempos do motor e inicia-se, então,
um novo ciclo de quatro tempos.

Leitura Complementar
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA, você
encontra uma curiosidade sobre os motores a diesel. Não deixe
de conferir!
2.2 Potência
Em física, potência é a quantidade de energia fornecida por uma fonte, que executa um
trabalho em uma unidade de tempo. A potência gerada pelo motor do trator é medida
em quilowatts (kW), horse power (hp) ou cavalo-vapor (cv).
Embora o kW seja a unidade do sistema internacional, a forma
mais comum para expressar a potência é o cavalo-vapor (cv),
inclusive nas nomenclaturas comerciais dos tratores. Suas
equivalências são: 1 cv = 0,987 hp = 0,735 kW.
Por definição, 1 hp é a potência necessária para elevar à altura

de um metro, em um segundo, uma carga de 75 quilogramas.
Além da potência, outros elementos podem ser destacados. São eles:
É a quantidade de força aplicada a um determinado ponto, a

Torque depender da distância que separa o ponto da aplicação. É medida
em newton-metros.
É uma ação física que causa deformações ou que altera o estado de

Força repouso ou de movimento de um determinado objeto. É medida em
newtons “N”.
Quantidade de É a soma do volume interno de todos os cilindros do motor,

cilindradas do incluindo a câmara de combustão, medida quando os pistões estão
motor no ponto morto inferior. É medida em centímetros cúbicos (cm³).

2.3 Sistemas dos motores
As manutenções preventivas são feitas nos seis sistemas do motor. São eles:
• lubrificação;
• alimentação de ar;
• alimentação de combustível;
• arrefecimento;
• partida; e
• exaustão dos gases.

Fonte: Shutterstock.
A parte interna só recebe manutenção quando é necessária a abertura do motor, em

caso de reforma ou recondicionamento. A seguir, conheça melhor cada um desses
sistemas e seus componentes.
a) Sistema de lubrificação do motor
O sistema de lubrificação dos motores de combustão interna de quatro tempos tem

por função distribuir o óleo lubrificante entre partes móveis do motor para diminuir o
desgaste. Quando as partes móveis, que provocam e sofrem atrito, são cobertas com
uma camada de óleo, o desgaste entre as superfícies é bastante reduzido.

Além da redução de atrito, outros objetivos são alcançados com a lubrificação, se o óleo
lubrificante for selecionado corretamente, tais como:
• menor dissipação de energia na forma de calor;
• redução da temperatura, pois o lubrificante também refrigera;
• redução da corrosão;
• redução de vibrações e ruídos;
• redução do desgaste; e
• limpeza dos componentes.
Os lubrificantes mais práticos e de uso diário são os líquidos e os semissólidos, isto é,

os óleos e as graxas.
Entre as características do óleo, se destaca a viscosidade,
compreendida como a resistência ao escoamento oferecida pelo
óleo, que é inversamente proporcional à temperatura, ou seja,
quanto maior a temperatura, menor a viscosidade e vice-versa.
No sistema de lubrificação, os componentes básicos encontrados em todos os motores

a diesel são:
• cárter, reservatório de óleo montado sob o bloco, dotado de capacidade adequada
à potência do motor;
• pescador, composto por um tubo com várias perfurações para buscar o óleo no
fundo do cárter;
• bomba de circulação forçada, geralmente do tipo engrenagem, acionada pela

árvore de manivelas do motor;
• regulador de pressão (geralmente uma válvula na própria bomba);
• trocador de calor do óleo lubrificante;
• filtro(s) de fluxo integral e de desvio; e
• acessórios, tais como sensores de pressão, pressostatos e manômetro.

Desses componentes, alguns merecem destaque, como:
Geralmente, são do tipo cartucho de papel descartável e

precisam de substituição a cada troca do óleo lubrificante, de
Filtros
acordo com os períodos recomendados pelo fabricante
do motor.
Também chamado de radiador de óleo, tem a função de

Trocador de calor refrigerar o óleo lubrificante, cuja temperatura não pode ser
superior a 130 °C.
A tecnologia vem desenvolvendo lubrificantes com

características superiores aos existentes, o que garante a
vida útil dos motores e reduz o número de intervenções para
manutenção.
Óleo lubrificante
As classificações dos óleos lubrificantes disponíveis no mercado
são, em primeiro lugar, pela classe de viscosidade SAE (Society
of Automotive Engineers) e, a seguir, pela classe de potência
API (American Petroleum Institute).
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA,
conheça outras características do óleo e saiba mais sobre a sua
classificação.
b) Sistema de alimentação de ar do motor
Esse sistema fornece o ar a ser admitido no cilindro em quantidade e qualidade exigidas.

O sistema de filtragem projetado pelo fabricante do motor é feito pelos elementos
filtrantes (primário e secundário), de modo a garantir a qualidade e quantidade de ar.
O sistema de alimentação de ar contém os seguintes componentes:
Tubulações São elementos usados para conduzir o ar no sistema.
Conjunto do Tem a função de conter, mecanicamente, os contaminantes

filtro de ar sólidos que se encontram na massa de ar.
É o elemento que contém os componentes do conjunto do

Carcaça
filtro de ar.
É montado no interior da carcaça do filtro e sua função é

Ciclonizador centrifugar a massa de ar que chega ao filtro, para separar os
elementos mais pesados, o que aumenta sua vida útil.

Filtro banhado O ar passa por uma camada de óleo antes de atravessar
o elemento filtrante, que não é trocado e deve ser limpo
a óleo periodicamente.
Também conhecido como filtro de ar seco, tem dois elementos

Filtro de papel filtrantes descartáveis, conhecidos como filtro primário e filtro
secundário.
É composto por um corpo de papel poroso, fixado a uma

Filtro primário
estrutura mecânica de proteção.
É constituído por um revestimento de agregado abrasivo,

Filtro secundário
montado diretamente na saída de ar filtrado.
Indicador de
Luz de aviso que indica no painel a obstrução dos filtros de ar.
restrição
Sua função é aumentar a pressão do ar no coletor de

admissão acima da pressão atmosférica, aumentando,
Turbocompressor
assim, a massa de ar sem aumento do volume, ou seja, mais
oxigênio e mais combustível: mais potência no motor.
Sua função é resfriar o ar do circuito de alimentação nos

motores turbinados. Está localizado no coletor de admissão
Intercooler
e é tracionado pelos gases residuais provenientes da
combustão.
É o condutor do ar filtrado até os cilindros do motor. A

admissão do ar pode ser feita apenas por meio do vácuo
Coletor de criado pelo movimento do pistão, quando ele está no PMS e
admissão é conduzido ao PMI no interior dos cilindros. Nesse caso, o
motor é denominado aspirado ou sob pressão com auxílio da
turbina, ou seja, motor turbinado.
Alguns cuidados garantem consideravelmente a vida útil do elemento. A limpeza dos

filtros, por exemplo, só deve ser executada quando o indicador de restrição informar
no painel. Isso porque o poder de filtração de partículas contaminantes pode ser de até
1 mícron (milionésima parte do milímetro).
Observe a comparação feita entre um fio de cabelo, um grão de pó de talco e a proporção

do mícron:
Cabelo humano
Um grão de pó de talco
Um mícron
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Na limpeza dos filtros, quando autorizado pelo fabricante, não devem ser aplicados
jatos de ar além do recomendado, e eles devem ocorrer sempre de dentro para fora.
Vale dizer que a troca dos filtros (primário

e secundário) deve ser feita conforme a
recomendação do fabricante.
Acesse o material complementar na biblioteca do AVA e saiba
mais sobre o sistema de alimentação de ar do motor.
c) Sistema de alimentação de combustível
O sistema de injeção de combustível é o responsável pela alimentação do diesel no

motor. O combustível é atomizado na câmara de combustão quando o pistão atinge seu
ponto mais alto de compressão.
As funções do circuito de combustível incluem:

• armazenamento, transporte e filtragem de combustível;
• dosagem de combustível de acordo com a posição do acelerador;
• injeção de combustível atomizado, sob pressão, no interior da câmara de

combustão de cada cilindro, segundo a ordem de ignição do motor; e
• pressão de injeção: 1.600 – 2.000 kgf cm² = 1.600 – 2.000 atm.

Sobre os componentes do sistema de injeção a diesel, eles estão divididos em:
Reservatório de
É o responsável pelo armazenamento do combustível.
combustível
Copo de Sua função é separar a água e as impurezas mais pesadas,

contidas no combustível, além de apresentar, na parte inferior,
sedimentação um parafuso para drenagem, que deve ser feita diariamente.
Bomba de É a responsável por bombear o combustível do reservatório

alimentação em baixa pressão até a bomba de injeção.
Sua função é evitar que partículas contidas no combustível

Filtro de atinjam a bomba injetora. A substituição do filtro deve
combustível acontecer conforme a recomendação do fabricante ou quando
necessário.
Bomba de injeção
É responsável por pressurizar o combustível à alta pressão.
de combustível
Tubo de alta
Tem a função de enviar o combustível ao bico de injeção.
pressão
Bico de injeção Injeta o combustível no cilindro.
d) Sistema de arrefecimento do motor
Esse sistema tem a finalidade de controlar as temperaturas mínima e máxima do motor

a combustão, deixando-o sempre na temperatura ideal de trabalho.

Os componentes do sistema de arrefecimento do motor são:
É o reservatório do líquido de arrefecimento, que faz a troca

Radiador de calor após o líquido passar pelas áreas mais quentes do
motor.
Faz a circulação forçada do líquido de arrefecimento e pode

Bomba d’água
ser acionada por correias ou engrenagens do motor.
Onde o líquido circula, trocando de temperatura com os

Canais internos
principais componentes do motor (entra frio e sai quente).
Ventoinha Força o ar a circular pelas aletas do radiador.
Controla o aquecimento do motor, por meio de um sistema

Válvula de cera expansiva que se desloca conforme a temperatura.
Quando o motor atinge certa temperatura, a válvula
termostática termostática se abre e dá passagem para o líquido seguir para
o radiador, o que proporciona um novo ciclo de resfriamento.
Reservatório de Facilita a verificação, mantém o nível e recebe o excedente do

líquido de arrefecimento, quando aquecido, e o devolve para o
expansão sistema, quando refrigerado.
O abastecimento é feito por meio do bocal do reservatório de expansão, que tem

uma tampa com pressão recomendada para o sistema. É necessário atenção para não
ultrapassar a marca MAX (máximo).
Dica
O uso de um aditivo no sistema de arrefecimento é importante,
pois mantém os componentes livres de oxidação. Ele garante
o ponto de ebulição mais alto (118 °C, aproximadamente) e o
ponto de congelamento mais baixo (-18 °C), além de prevenir
o motor contra cavitação e oxidação interna.
e) Sistema de partida do motor
Os motores a combustão interna necessitam de um primeiro impulso para que possam dar
continuidade ao seu funcionamento sozinhos. Para isso, existe o sistema de partida, que
tem a função de fazer girar o eixo virabrequim para que o motor possa dar continuidade
aos quatro ciclos de funcionamento. Ele é, basicamente, composto de alternador,
bateria, chave de partida, motor de partida, cabos elétricos, relês, fusíveis e regulador
de voltagem.

Atenção
Alguns cuidados devem ser tomados com o sistema de partida para
que ele funcione corretamente: ao dar partida no motor, a chave
de ignição não deve ser segurada por mais de 20 ou 30 segundos,
pois isso provoca o superaquecimento e pode comprometer o
impulsor. Caso o motor não entre em funcionamento ao final
desse período, é necessário aguardar, no mínimo, dois minutos
para que ocorra o devido resfriamento da peça.
f) Sistema de exaustão dos gases
O sistema de exaustão é o componente com a função de conduzir e tratar os gases

tóxicos liberados pelo motor, diminuir o ruído e dar movimento à turbina, lubrificada
pelo mesmo óleo que lubrifica o motor. O operador deverá, então, dar partida no motor
sempre em baixa rotação, para evitar desgastes prematuros.
2.4 Sistemas de transmissão
A potência produzida pelo motor é direcionada para a transmissão ou para o trem de

força e transformada em força motriz. Nos tratores agrícolas, os principais locais de
utilização de potência são:
a) Sistema de embreagem
O conjunto embreagem é o componente mecânico responsável pela transmissão da

potência do motor para a caixa de câmbio. Ele tem, basicamente, três funções:
1 2 3
Transmissão, de modo Transmissão, de modo

suave e gradativo, sem a permitir a troca suave
Transmissão do
vibração ou deslizamentos, das marchas e a parada
movimento do motor para
e interrupção da do trator e de um
os demais mecanismos da
transmissão da potência equipamento acionado
caixa de câmbio.
do motor à caixa de pela tomada de potência
câmbio. (TDP).
O acionamento da embreagem é feito por meio de pedal ou alavanca.
b) Caixa de câmbio
Cada operação agrícola demanda uma velocidade adequada para ser executada, que
é escolhida por meio da caixa de câmbio. A correta seleção da marcha combina força

com a velocidade adequada. Então, a caixa de câmbio tem por função escalonar as
velocidades possíveis e compatíveis com as operações que se deseja executar e inverter
o sentido de deslocamento do trator.
Glossário
Escalonar: O termo está relacionado à distribuição ou ao
agrupamento de um todo em fases ou partes no decorrer de
determinado período.
c) Caixa de grupo (gamas)
Caixas de grupo, gamas, ou simplesmente caixas redutoras, duplicam o número de

velocidades da caixa de marchas, provêm várias velocidades e adequam a força necessária
para tracionar o implemento acoplado ao trator.
d) Super redutor (creeper)
Com o super redutor ou creeper, o trator passa a trabalhar mais lentamente. É muito
utilizado em culturas de plantio de mudas e bastante eficiente em colheita de silagem,
pecuária, colheita de milho, sorgo, cana, entre linhas das lavouras de frutas e outros.
e) Diferencial
O diferencial é um dispositivo mecânico indispensável, pois transfere e distribui

uniformemente o torque a dois semieixos, o que possibilita a realização do deslocamento
em curvas. Nos tratores agrícolas, esse mecanismo pode ser bloqueado com uma alavanca
denominada “bloqueio do diferencial”, quando se deseja operar o trator em linha reta.
f) Reduções finais
As reduções finais têm a finalidade de reduzir a rotação do diferencial. Oferecem

velocidade compatível com a operação e são formadas por um eixo com engrenagens
ligadas ao rodado do trator.
g) Tomada de potência (TDP)
A TDP é um importante componente do trator, pois proporciona movimento giratório

para o funcionamento dos implementos acoplados. As TDPs são diferentes quanto à
velocidade, ao diâmetro do eixo e ao número de estrias. Assim, para cada tipo de eixo,
tem-se a seguinte recomendação:
• o eixo de seis estrias é próprio da TDP de 540 rpm e 35 mm.
• o eixo de 21 estrias é para a TDP de 1.000 rpm e 35 mm.
• o eixo de 20 estrias é para a TDP de 1.000 rpm e 45 mm.

Outra recomendação importante para prevenir acidentes é o uso da proteção ao redor
do eixo cardan que liga a TDP ao implemento.
Glossário
Cardan: Parte da transmissão que, em um veículo automotor,
transmite a força do motor para o eixo de tração, fazendo com
que ela chegue às rodas.
Fonte: Dicionário Online de Português.
h) Rodado
O rodado é o conjunto de órgãos que dá sustentação ao peso do trator. Ele permite

deslocamento, direcionamento, estabilidade, tração, amortecimento de impactos e
ainda é utilizado como depósito de lastro nos tratores agrícolas, nos quais transforma
a potência do motor em tração na barra. Para realizar essas funções, existem dois tipos
de rodado: pneumático e de esteira.
Os pneus agrícolas podem ser divididos em pneus de tração ou
pneus direcionais. Para mais informações, consulte o material
complementar disponível na biblioteca do AVA.
i) Barra de tração
A barra de tração oscilante está localizada no centro da parte inferior do eixo traseiro
do trator. Essa posição permite o acoplamento de implementos de arrasto tais como
carretas, grades, plantadoras e semeadoras de arrasto, entre outros.
Informação Extra
O trator 4x2 TDA (tração dianteira auxiliar) contém um eixo
dianteiro conectado à transmissão através da caixa de transferência
que, além de proporcionar maior tração e efetivamente obter
maior capacidade de arraste, dá sustentação, faz o sistema de
direção e permite a oscilação na balança.

A tração dianteira auxiliar pode ser acionada de duas formas:

mecânica (alavanca) ou eletro-hidráulica (botão). No acionamento
mecânico, é necessário fazer uso da embreagem, e o trator deve
estar parado. Já o acionamento eletro-hidráulico pode ser feito
com o trator parado ou em movimento, sem uso da embreagem.
Os rodados dianteiros dos tratores 4x2 TDA trabalham com

sistema de avanço de 1,5 a 5,0% a mais que os rodados traseiros,
o que garante eficiência na transferência de força quando é
exigida maior tração.
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA, veja
alguns pontos de atenção sobre a barra de tração.
2.5 Sistema hidráulico
Em tratores agrícolas, o sistema hidráulico faz os movimentos de abaixamento e

levantamento, aciona motores hidráulicos, abre e fecha implementos por meio do fluxo
de óleo sob pressão. Esse óleo, provido por bombas hidráulicas, passa pelos comandos,
faz os acionamentos, é resfriado e retorna ao tanque.

O sistema hidráulico se divide em duas funções:
a) Três pontos
Permite operar com implementos de três pontos (montados ou semimontados). As

informações sobre esse sistema podem ser obtidas no manual do trator.
b) Controle remoto
Permite operar com implementos acoplados à barra de tração do trator. Os atuadores

estão localizados no próprio implemento, como grades, subsoladores, semeadoras etc.
O acionamento pode ser feito por alavancas ou interruptores localizados dentro da
cabine do trator. Esse sistema é conectado ao implemento por mangueiras de pressão
compatível, por meio de conectores denominados engates rápidos.
O trator pode ter uma ou mais válvulas de controle remoto (VCR).
Cada uma delas é composta por um par de acopladores, no qual
um é pressão e o outro, retorno.
2.6 Sistema de direção, cabine e posto de operação
O sistema de direção é um conjunto de componentes cuja função é transformar o

movimento circular do volante de direção em movimento retilíneo (axial) dos braços
de direção e prover o amortecimento das vibrações, impedindo que elas cheguem
ao volante.

O conforto, a segurança e a ergonomia do
operador de tratores agrícolas são uma
preocupação constante dos fabricantes, que
ponderam os fatores humanos, em razão
das variáveis atribuídas pela natureza nas
atividades agrícolas e da periculosidade
que essas máquinas apresentam.
Considerando que conforto, segurança e produtividade durante a realização da jornada

de trabalho são pontos fundamentais, existem ainda outros aspectos importantes. Veja
a seguir quais são:
Acesso à máquina.
Conforto térmico.
Campo visual.

Esforço para acionamento dos comandos.
Dimensões do posto do operador.
Atenção
Para acessar ou sair do posto de operação, faça-o sempre pelo
lado esquerdo e de frente para a máquina, utilizando os três
pontos: degraus, alça esquerda e alça direita.
No posto de operação, podem ser destacados os seguintes componentes:
a) Volante
É importante que o operador seja capaz de

alcançar e acionar, com o mínimo esforço
e de forma a manter postura corporal
correta, todos os comandos do trator,
inclusive o volante de direção. A coluna
de direção deve oferecer ajustes de acordo
com o porte físico do operador, para que ele
tenha acesso seguro aos demais comandos
e pedais de operação.

b) Painel
Os painéis utilizados nos tratores agrícolas apresentam diferenças na distribuição dos

instrumentos. É muito importante que o operador saiba interpretar o significado de
cada um dos instrumentos, as luzes de aviso, teclas ou botões, com base no símbolo
estampado sobre esses componentes.
c) Chave de ignição
A chave de ignição, quando posicionada, liga os instrumentos de medição e os indicadores

do painel, como dar a partida e desligar o motor. Por questão de segurança, alguns
tratores têm dispositivos que só permitem a partida do motor sob as seguintes condições:
• alavanca de câmbio e reversor na posição neutra;
• pedal de embreagem acionado até o final de curso; e
• TDP desligada e operador posicionado no banco.
d) Interruptores de luzes
Existem, no painel do trator, comandos em forma de botões giratórios ou interruptores

individuais ou conjugados das luzes: lanterna e painel, farol dianteiro de serviço, farol
traseiro de serviço, farol lateral de serviço, farol alto e baixo, luz de conveniência, luz
de advertência e indicadora de direção.
e) Pedal de embreagem
O pedal de embreagem permite multiplicar a força aplicada pelo operador o suficiente

para vencer a forte pressão das molas (membrana ou de pressão), de modo a liberar ou
acoplar o disco no momento da saída, parada e troca de marchas ou grupos do trator.
Atenção
Quando estiver operando normalmente o trator, não repouse
o pé sobre o pedal da embreagem, pois isso provoca desgaste
prematuro.
f) Pedais de freios
Os tratores 4x2 e 4x2 TDA têm freios apenas nas rodas traseiras e seu acionamento
se dá por meio de pedais individuais, que podem ser usados tanto de modo conjugado
quanto individual. O uso de forma individual auxilia nas manobras em locais confinados,
no controle da patinagem etc.

g) Aceleradores
Os aceleradores controlam a rotação do motor. O pedal do acelerador permite rotações

variáveis e é utilizado geralmente em deslocamentos e manobras. O acelerador manual
permite rotação constante e é utilizado nas operações de trabalho de campo.
h) Comandos hidráulicos
Na operação com implementos acoplados aos três pontos do trator, o processo de

levantar, abaixar ou posicionar o implemento é feito por duas alavancas posicionadas
do lado direito do posto de operação.
i) Bloqueio do diferencial
O sistema de bloqueio do diferencial é utilizado para distribuir igualmente as rotações

das rodas traseiras do trator, principalmente quando uma delas perde a aderência.
Quando o sistema é mecânico, o acionamento é feito por meio de um pedal localizado
do lado direito do posto de operação, usando o calcanhar. Quando o sistema é eletro-
hidráulico, o acionamento é feito por meio de um interruptor localizado no painel.
j) Tomada de potência (TDP)
A TDP aciona um eixo estriado, localizado na parte traseira do trator, para funcionar
implementos que dependem de rotação. Apresenta velocidade angular constante
independentemente da velocidade de deslocamento.
Informação Extra
Embora o padrão de rotação da TDP seja 540 rpm (rotação
por minuto) com eixo de seis estrias e diâmetro de 35 mm, há
outra opção de rotação de 1.000 rpm com eixo de 21 estrias e
diâmetros de 35 e 45 mm.
O acionamento pode ser feito mecanicamente, por meio de uma alavanca e pedal de
embreagem em alguns modelos de trator. Em outros modelos, o acionamento independe
do uso da embreagem por alavanca ou interruptor. Existe ainda, em outros modelos, a
TDP econômica, que proporciona economia de combustível por utilizar menos rotação
do motor para obter as mesmas 540 rpm.
k) Tração dianteira auxiliar (TDA)
A TDA aumenta significativamente a aderência e reduz a resistência ao deslocamento.

Em alguns modelos de trator, o acionamento pode ser mecânico, por meio de alavanca
e com o trator parado, ou eletro-hidráulico, por meio de um interruptor localizado
no painel.

2.7 Procedimentos operacionais
Os procedimentos operacionais são atividades nas quais se define a tarefa repetitiva do

operador, na maneira e na sequência necessárias e são informados processos e cuidados
especiais na execução. São essenciais para o bom funcionamento da máquina ou do
implemento e para a preservação da integridade dos componentes do trator.
No trator, existem vários componentes interligados, ou seja,

um erro em uma operação pode prejudicar toda a máquina e
ainda comprometer a saúde e a segurança de quem a opera.
Para praticar
Para fazer funcionar o motor, suba no trator, regule o banco
conforme sua estatura e peso, regule a coluna de direção, coloque
o cinto de segurança, as alavancas em neutro, o acelerador
manual em rotação mínima, acione o pedal de embreagem até o
fim do curso, ligue a chave de ignição no primeiro estágio, confira
o funcionamento dos instrumentos no painel, acione a buzina por
duas vezes e dê a partida no motor. Atenção: consulte o período
e a rotação para o aquecimento do motor no manual do trator.
Para desligar o motor, reduza a rotação do motor à meia

velocidade para provocar diminuição de temperatura e baixar
a rotação da turbina, por, aproximadamente, um minuto. Em
seguida, leve-o para rotação mínima por alguns segundos
e desligue-o. Para mais esclarecimentos, consulte sempre o
manual do trator.
Rotação de trabalho
A rotação ideal depende da marca e do modelo do trator, pois cada motor tem características
próprias. O que o operador deve buscar é um intervalo de rotação que ofereça as
melhores condições de trabalho com baixo consumo de combustível, de modo a obter
torque e potência suficientes para a execução da atividade.

Velocidade de trabalho
A velocidade de trabalho depende do implemento e da operação a ser executada. Para

isso, o operador deve selecionar a velocidade por meio de um adesivo localizado no
painel, no para-brisas ou no para-lamas do trator e utilizar as alavancas de marchas e
grupos para fazer o escalonamento entre elas, conforme indicado.
Acoplamento de implementos
Para o acoplamento no sistema hidráulico de três pontos, direcione o trator até o

implemento a ser acoplado, posicione o braço esquerdo do levante hidráulico na direção
do furo ou do pino por meio da alavanca de posição, encaixe o olhal e coloque a trava
(quebra-dedo). Acople o terceiro ponto ao trator e ao implemento e, em seguida, o
braço esquerdo do levante. Coloque também a trava.
Levante o implemento do solo para fazer o nivelamento transversal e longitudinal bem

como as regulagens necessárias, para obter bons funcionamento e rendimento nas
operações.
Para desacoplar o implemento do trator, siga a sequência inversa.
O acoplamento de implementos no sistema hidráulico de controle remoto é feito

pela união de mangueiras de alta pressão que vêm do implemento e são encaixadas, por
meio de dispositivos de engate rápido, às válvulas de controle remoto (VCRs) do trator.
Ao acoplar as mangueiras de alta pressão, identifique a VCR de pressão e a de retorno,

para evitar danos ao sistema ou mau funcionamento do conjunto motomecanizado
(trator x implemento).
Para desacoplar, siga a sequência inversa.

Nesse processo de acoplamento, existem alguns pontos
importantes que precisam ser levados em conta. Para conhecê-
los, consulte o material complementar disponível na biblioteca
do AVA.
2.8 Lastreamento
A capacidade de carga que o trator pode

deslocar está relacionada à interação
pneu x lastro (peso). Isso quer dizer
que a força de tração exercida pelo trator
é proporcional ao peso que ele carrega,
chamado de lastro.
O peso do trator deve ser dimensionado para cada tipo de trabalho e implemento
acoplado. A distribuição de peso de forma incorreta provoca altos níveis de patinagem
e consequências desastrosas aos componentes do trator, tais como:
• desgaste excessivo dos pneus e componentes mecânicos;
• perda de força de tração;
• aumento de consumo de combustível;
• desconforto ao operador; e
• baixo rendimento.
Dessa forma, o lastreamento deve obedecer a um equilíbrio na distribuição do peso

adicionado ao trator. Veja, na tabela a seguir, uma síntese das consequências tanto do
lastreamento insuficiente quanto excessivo.

Lastreamento insuficiente Lastreamento excessivo
• Patinagem excessiva da roda • Carga aumentada

• Perda de potência • Perda de potência
• Desgaste dos pneus • Esforço dos pneus
• Desperdício de combustível • Desperdício de combustível
• Desgaste dos componentes • Compactação do solo
• Baixa produtividade • Baixa produtividade
Índice de patinagem
O perímetro de rolamento de um pneu é a distância percorrida, do ponto 0° aos 360°,

sobre uma superfície indeformável. No trator, não se pode contar com isso, pois as
variáveis do solo são muitas e é preciso considerar o momento de avaliar o índice de
patinagem.
A relação entre o número de voltas da roda

traseira com carga e sem carga determina o
índice de patinagem, observando-se a pressão
dos pneus recomendada pelo fabricante.
Há várias maneiras de medir o índice de patinagem. Uma delas é a medição em campo,

que deve obedecer às seguintes etapas:
Etapa 1 Faça uma marca no pneu traseiro.
Marque o solo junto ao pneu traseiro (com uma estaca) para

Etapa 2
indicar o ponto de partida.
Conduza o trator em linha reta com o implemento na posição

Etapa 3
de trabalho até a roda traseira completar dez voltas.
Marque novamente o solo (com uma estaca) onde a roda

Etapa 4
traseira completou dez voltas.
Retorne o trator para o ponto de partida e percorra o mesmo

trajeto que foi marcado no solo, dessa vez com o implemento
Etapa 5 erguido (posição de transporte). Conte o número de voltas da
roda traseira com carga e sem carga para, assim, determinar
o índice de patinagem.

A partir da fórmula dada a seguir, acompanhe um exemplo.
Patinagem (%) = (voltas da etapa 3 – voltas da etapa 5) x 100
voltas da etapa 5
Patinagem (%) = (10 – 9) x 100
Patinagem (%) = 1 x 100
Patinagem (%) = 0,11 x 100
Patinagem (%) = 11
A patinagem recomendada é de:

• 7 a 12% em solos secos e duros;
• 10 a 15% em solos secos, porém macios; e
• 13 a 20% em solos arenosos ou lamacentos.
Na tabela a seguir, veja a distribuição longitudinal de pesos recomendada pelos fabricantes

de tratores agrícolas:
Distribuição longitudinal de pesos (%) recomendada pelos fabricantes

de tratores agrícolas
Implemento
Implemento
Implemento na montado nos
Tipo de tração semimontado
barra de tração três pontos ou
ou integral
integral
4x2 25/75 30/60 35/65
4x2 TDA 35/65 35/65 40/60
4x4 50/50 - -

Determinação de lastreamento
Segundo o manual de instalação de lastro da John Deere Brasil, deve-se começar a

determinação de lastreamento com a quantidade mínima de peso para o trabalho. Em
seguida, acrescente lastreamento para obter o rendimento desejado. É necessário
manter a distribuição correta do peso quando se acrescenta ou se retira peso.
Os níveis de lastreamento se baseiam nas seguintes velocidades de avanço:
Leve Médio Pesado
8,7 km/h 7,7 km/h 7,2 km/h
• Se o esforço de tração a plena carga resulta em uma velocidade de 8,7 km/h ou

mais, o trator pode trabalhar sem lastreamento.
• Um nível médio (como plantio ou grade niveladora) é melhor para funcionar a

plena carga entre 7,7 e 8,7 km/h.
• Já o lastreamento pesado deve ser usado somente para implementos (como

subsoladores profundos) que requerem a tração a plena carga a menos de
7,2 km/h.
Atenção
Evite trabalhar por um longo período com velocidades abaixo
de 6 km/h quando o trator estiver operando com lastreamento
máximo e potência máxima do motor.
Tipos de lastro
Os lastros podem ser sólidos, pesos de metal colocados nas rodas e na frente do trator,
ou líquidos, pela substituição de parte do volume de ar dos pneus por água.
Lastreamento sólido
Ao definir a quantidade de peso que será distribuída no

trator, deve-se selecionar e dispor os pesos conforme as
recomendações do fabricante, e montar os anéis ou as barras
de ferro nos seus devidos locais.

Lastreamento líquido
É preciso obedecer aos procedimentos recomendados pela

Associação Latino-Americana dos Fabricantes de Pneus, Aros
e Rodas (ALAPA) para montagem do pneu no aro.
Operação de lastreamento com água

• Monte o pneu no trator conforme os procedimentos recomendados (ALAPA);
• a operação de lastreamento com água deve ser feita com a roda montada no
trator e levantada do solo;
• gire a roda até que a válvula fique na posição desejada (ex.: 12 horas);
• retire o núcleo da válvula;
• encha o pneu com água utilizando uma mangueira comum acoplada a um

adaptador próprio para esse fim;
• quando o enchimento atingir o nível da válvula (75% do pneu), terá início um

vazamento do excedente pelo adaptador;
• interrompa a operação de enchimento e recoloque o núcleo da válvula;
• infle o pneu com uma ou duas libras acima da pressão recomendada para a
operação, com a válvula ainda na posição superior;
• gire a roda até que a válvula fique na posição inferior de 6 horas e recoloque-a
no solo;
• calibre o pneu à pressão recomendada; e
• não se esqueça da tampa da válvula.

Deve-se evitar exceder o limite máximo de lastreamento do
trator. No material complementar, disponível na biblioteca do
AVA, leia sobre o volume máximo de líquido recomendado para
pneus diagonais e radiais.
Antes de continuar seus estudos, que tal fixar os conhecimentos desenvolvidos neste
tópico? Realize a atividade de aprendizagem a seguir.
Atividade de aprendizagem
1. Realizar manutenções preventivas é essencial para a melhor funcionalidade dos
sistemas dos motores dos tratores agrícolas. Registre os números correspondentes
a cada ação correlacionando os elementos a seguir:
I. Lubrificação
II. Alimentação de combustível
III. Exaustão de gases
IV. Partida
V. Arrefecimento

( ) Tem como finalidade controlar as temperaturas do motor, deixando-o sempre
na temperatura ideal de trabalho.
( ) Distribui o óleo lubrificante entre as partes móveis do motor para diminuir o
desgaste.
( ) Tem a função de girar o eixo virabrequim para que o motor dê continuidade
aos quatro ciclos de funcionamento.
( ) É responsável pela alimentação do diesel no motor.
( ) Conduz e trata os gases tóxicos liberados pelo motor.
Agora, assinale a alternativa que contém a sequência correta:
a) V, I, IV, II, III.
b) IV, I, II, V, III.
c) III, IV, II, V, I.
d) I, II, III, IV, V.
e) II, V, I, III, IV.

Tópico 3: Implementos agrícolas
Com a criação dos implementos agrícolas acoplados a tratores ou a outra força de tração,
foi possível aumentar a produção de alimentos e intensificar as formas de produzir. Mas,
como ocorreu a evolução dessas máquinas e qual é o seu valor no do cenário atual? É
o que você vai descobrir!
3.1 Princípios e funcionamento dos implementos agrícolas
Os implementos são equipamentos que precisam de um sistema que os faça funcionar.

Por isso, estão acoplados aos tratores e atuam por meio da tração e dos sistemas
hidráulicos e elétricos para desempenhar suas funções na agricultura.
Desenvolvidos para executar operações agrícolas, são classificados como máquinas

de preparo do solo, semeadura, plantio e transplante, de carregamento, transporte
e aplicação de adubos químicos e corretivos do solo. Existem também os de cultivo,
desbaste e poda, aplicadores de defensivos, bem como os colhedores.
Independentemente da classificação,
eles são usados no processo agrícola e
têm como principal objetivo aumentar a
produtividade e a eficiência dos trabalhos.
Portanto, a escolha correta dos implementos é fundamental para executar as tarefas,

obter sucesso nas atividades agrícolas e reduzir riscos e problemas causados pela erosão
e pela compactação do solo. Essa escolha depende de uma série de variáveis, como
topografia do terreno, tipo e condições do solo.
A escolha correta dos implementos e tratores para execução

das atividades faz toda a diferença na produtividade e na
lucratividade do empreendimento agrícola.

Dimensionamento do implemento em relação ao trator
Atualmente, o mercado de implementos apresenta inúmeras marcas e modelos para

todas as necessidades, de modo que há muitas variáveis a se considerar. Dessa forma, é
preciso fazer o dimensionamento do conjunto motomecanizado (trator/implemento), ou
seja, analisar, rigorosamente, todos os aspectos que envolvam o maquinário, a exemplo
do tipo de cultura que será implantada com o processo de mecanização.
A aquisição de um trator ou implemento inadequado poderá trazer danos econômicos

incalculáveis devido à aplicação incorreta do valor. Por isso, deve-se fazer o dimensionamento
adequado, visando a um bom uso do trator ou do implemento na agricultura.
Dica
O custo-benefício deve ser analisado antes mesmo da compra do
conjunto, pois o super ou subdimensionamento pode comprometer
o orçamento ou o volume de tarefas que serão executadas.
Tecnologia nos implementos agrícolas
Dentre os equipamentos que compõem a tecnologia embarcada estão aqueles acoplados

à colheitadeira, ao trator, ao pulverizador, às semeadoras ou aos distribuidores. Destaca-
se o computador de bordo, que recebe, processa, armazena os dados e os transforma
em informações organizadas e úteis para o operador.
Com essas tecnologias, o produtor reduz desperdício de área, insumos, tempo e, ainda,
consegue aumentar a produtividade nas atividades mecanizadas.

Tipos
Os implementos podem ser divididos em três tipos:
Implementos Utilizam o sistema hidráulico de três pontos para acionamento

montados e posicionamento.
Implementos Têm a dianteira acoplada aos dois braços hidráulicos do trator

e a traseira apoiada em uma roda, que geralmente trafega
semimontados dentro de um sulco.
Implementos de Estão totalmente apoiados ao solo e acoplados à barra de

arrasto tração do trator.
Acoplamentos, regulagens e calibrações
Geralmente, os tratores apresentam órgãos que permitem acoplar os implementos,

denominados engates. Eles devem ser dispostos de maneira a não causar reações
adversas ao trator e aos implementos acoplados. O acoplamento correto garante um
serviço de qualidade e com produtividade, além de não danificar o trator e o implemento.
Atenção
É necessário ter atenção especial aos ajustes de montagem,
à ordem do acoplamento, aos nivelamentos transversal e
longitudinal, além das calibrações necessárias.
Planejamento para a execução de trabalhos
O planejamento para a execução de atividades mecanizadas na agricultura é uma das

principais estratégias adotadas pelas fazendas que produzem resultados positivos.
Contudo, ainda pecam na formação de números efetivos, que auxiliam na tomada de
decisão.
Fundamentalmente, o orçamento é o principal item do

planejamento, pois resulta de uma pesquisa prévia de todos
os fluxos financeiros – receitas, despesas e investimentos –
envolvidos no projeto. Sua finalidade é solidificar a confiança
no planejamento estratégico e operacional da atividade que
será executada.

Para cada recomendação de cultura agrícola, o orçamento deve ser elaborado
individualmente, pois, além das peculiaridades de cada cultura, existem ainda as
características ambientais e socioeconômicas da propriedade rural. Além disso, no
planejamento do calendário do ano agrícola, é fundamental que todas as etapas do
processo sejam descritas com o máximo detalhamento possível, bem como definidas as
datas de início e fim das atividades, inclusive de aquisição de máquinas, implementos
e insumos.
Na execução, o gestor, juntamente ao operador, deve analisar o fluxo de máquinas

e a logística no talhão, pois tudo isso contribui para a não compactação do solo, o
rendimento operacional e um menor custo.
Glossário
Talhão: Terreno próprio para cultura, entre dois regos; tabuleiro,
talho. Espaço de terreno com qualquer plantação: um talhão de
café, de arroz etc.
Fonte: Dicionário Michaelis.
Saiba mais
Para saber mais sobre a evolução dos implementos agrícolas, leia
o texto do Grupo Jacto, Acompanhe a evolução dos implementos
agrícolas, deixado para você na biblioteca do AVA.
3.2 Arados
O arado é um implemento utilizado

para o preparo do solo. Ele permite seu
revolvimento e a incorporação de restos
vegetais, o que cria condições para o
desenvolvimento do sistema radicular da
cultura e o estabelecimento das plantas.

Os arados podem ser de discos ou aivecas, fixos ou reversíveis. Aqui serão destacados,
principalmente, os de discos:
Arado de discos fixos Arado de discos reversíveis
Tem como característica principal sua

Desenvolvido para trabalhos em terrenos versatilidade para trabalhar em terrenos
dos mais diversos tipos. Também pode ser inclinados, pois não é necessário abrir
utilizado para a construção de curvas de ou fechar quadros de aração. Também
nível. Tem múltiplas regulagens nos discos, é utilizado para a construção de curvas
como altura, giro e inclinação. de nível e tem múltiplas regulagens nos
discos, como altura, giro e inclinação.
3.3 Grades
Grade aradora é o implemento destinado à preparação do solo, que realiza a aração e

a gradagem em uma mesma operação. É usada para serviços de destorroamento e
nivelamento do solo (preparo secundário), elimina bolsões de ar e uniformiza a superfície,
com o objetivo de preparar o terreno para o plantio.
Glossário
Destorroamento: Ato ou efeito de destorroar – desfazer os
torrões para obter uma terra que permita reposições em condições.
Conheça, a seguir, os modelos de grades niveladoras.
Grade niveladora hidráulica em X
Foi desenvolvida especialmente para

áreas pequenas de difícil manobra e com
declividade acentuada. Tem vários pontos
de regulagem, para garantir qualidade e
rendimentos, e é ideal para destorroamento,
eliminação de sementeiras e preparação
para o plantio.

Grade niveladora hidráulica em V
É ideal para trabalhos em diversos tipos de

solo, com ótimo desempenho em áreas de
difíceis manobras e declividade acentuada.
Grade niveladora de arrasto
É utilizada para trabalhos de preparo

do solo e destorroamento depois do uso
de subsoladores. Destaca-se pelo seu
espaçamento entre os discos.
Grade niveladora de controle remoto
É utilizada nas operações de destorroa

mento, nivelamento e preparo do solo,
e incorporação de herbicidas. O sistema
de transporte com pneus acionados por
comando hidráulico agiliza as operações
e permite controle ideal da profundidade
de trabalho e agilidade nas manobras e
no transporte.

Grade aradora leve de controle remoto
Foi desenvolvida para trabalhos de

preparação de solo para plantio de cereais
e renovação de pastagens. Tem pistão
hidráulico que, interligado aos pneus,
auxilia no transporte, nas manobras e no
controle da profundidade de trabalho.
Grade aradora intermediária de

controle remoto
Foi desenvolvida para preparo de solo,

incorporação de calcário e restos vegetais.
Trabalha em vários tipos de terreno.
Grade aradora pesada de controle

remoto
É utilizada na aração mais profunda, com

melhor incorporação dos resíduos de
culturas anteriores e para deixar o terreno
em condições para o máximo desempenho
das niveladoras. É um sistema de rodado
que facilita nas manobras, no controle da
profundidade de trabalho e no transporte.
3.4 Subsoladores
O subsolador é utilizado para a mobilização do solo em profundidade acima de 30 cm.

Ele rompe as camadas compactadas do solo provocadas pelo transporte de máquinas
pesadas no terreno, que dificultam a penetração de raízes e a infiltração de água, e
melhora a aeração do solo e a movimentação de água no seu perfil, reduzindo, assim,
os riscos de erosão.

Os modelos de subsoladores incluem os hidráulicos, de arrasto, de haste (nos formatos

reta, curva ou parabólica), de discos de corte (cortam a palhada para não interferir no
trabalho da haste e minimizar o torroamento ao operar em solo com pouca umidade)
e de rolo destorroador (desmancham os torrões produzidos pelo trabalho da haste e
nivelam o terreno).
3.5 Roçadeiras
São projetadas para os mais diversos

tipos de roçada nos mais variados tipos
de vegetação. Geralmente, utilizam facas
recambiáveis com corte duplo.

As roçadeiras apresentam dois modelos:
Roçadeira hidráulica Roçadeira de arrasto
É acoplada ao terceiro ponto do trator, e

podem trabalhar centralizada e na lateral. É acoplada à barra de tração dos tratores
A transferência da rotação produzida pela e acionada pela tomada de força (power
tomada de potência é feita por uma caixa take off – PTO) ou pelo diferencial. É
multiplicadora, lubrificada em banho de recomendada para roçagem de pastos e
óleo e que faz a transmissão da caixa para outros serviços pesados.
as facas.
3.6 Plantadoras
A plantadora é uma máquina que dosa ou

distribui partes vegetativas de culturas
como batata, cana-de-açúcar, mandioca,
entre outras.
Plantadora de mudas.
Já a semeadora é uma máquina agrícola que, quando acoplada a um trator agrícola,

pode realizar a operação de semeadura. Há dois tipos:
Semeadora de fluxo contínuo Semeadora de precisão
Fonte: Getty Images. Fonte: Getty Images.
Efetua a semeadura direta ou convencional Efetua a abertura do sulco, faz semeadura

de soja, trigo, aveia, cevada, centeio, intermitente de grãos como milho, soja,
arroz de sequeiro ou irrigado e outros algodão, girassol, entre outros. Deposita
grãos finos. o fertilizante no fundo do sulco, tampa e
compacta o plantio.

O objetivo da atividade de plantio e semeio é distribuir no solo, de forma contínua ou
intermitente, a semente ou parte vegetativa da planta a ser cultivada e acomodá-la
corretamente para que possa emergir e se estabelecer no local depositado.
3.7 Pulverizadores
São utilizados no controle de pragas, ervas daninhas e doenças que atacam a lavoura
durante o ciclo vegetativo. Independentemente da área cultivada, o agricultor sempre
precisará de um equipamento como esse para fazer o controle fitossanitário de suas
lavouras.
Dois modelos podem ser destacados:
Pulverizador tratorizado Pulverizador autopropelido
Fonte: Getty Images. Fonte: Getty Images.
Existem dois modelos: acoplado no sistema Equipamento automotriz com capacidade

hidráulico de três pontos ou de arrasto. de carga a partir de 2 mil litros de calda
e controle automático de pulverização.
É controlado por piloto automático via
sinal GNSS (Sistema Global de Navegação
por Satélite).
Para ter eficiência na aplicação de produtos fitossanitários, algumas regras básicas

devem ser obedecidas, como:
• velocidade de deslocamento;
• volume de aplicação em litros por minuto e litros por hectare;
• espaçamento entre bicos;
• condições climáticas;
• massa foliar;
• tipo de ponta; e
• altura da barra de pulverização.

Cálculo de vazão
O objetivo dos cálculos é possibilitar o planejamento e o controle das pulverizações.

Uma maneira simples de calcular esse volume de pulverização em l/ha (Q) é por meio
da fórmula:
(q x 60.000)
Q=
(v x e)
Em que q é a vazão de cada bico (em litros/minuto), v é a velocidade de trabalho (em

km/h) e e é o espaçamento entre bicos na barra (em centímetros).
Por exemplo: se q = 0,4 l/min, v = 6 km/h e e = 50 cm;

logo, Q = 80 l/ha.
Para calcular litros/min (q), utiliza-se a fórmula:
(Q x v x e)
q=
60.000
Por exemplo: se Q = 80 l/ha, v = 6 km/h e e = 50 cm; logo,

q = 0,4 l/min.

Cálculo de velocidade
Para calcular velocidade em km/h, utiliza-se a fórmula:
(q x 60.000)
V=
(Q x e)
Por exemplo: se q = 0,4 l/min, Q = 80 l/ha e e = 50 cm;

logo, v = 6 km/h.
Classificação de pontas de pulverização
O processo de deposição de gotas de defensivos e fertilizantes líquidos determina o

tipo de ponta de pulverização que deve ser utilizado, de modo a evitar o desperdício e
a possível contaminação do meio ambiente.
Como as atividades agrícolas têm evoluído, é normal que a tecnologia contribua para
isso. Para o processo de pulverização, existem no mercado inúmeros modelos de pontas
para atender a todas as necessidades. Elas são classificadas por modelo e vazão para
garantir uniformidade e eficácia na aplicação.

Apesar disso, ainda há riscos altos associados ao processo. Uma má condução na
pulverização, por exemplo, pode gerar maior gasto de produtos, causando prejuízos
financeiros consideráveis.
Atenção
A maioria dos produtos a serem pulverizados apresentam alta
toxicidade. Portanto, precisam ser manuseados com o devido
cuidado e com o uso de EPIs de qualidade (JACTO, 2018).
Então, veja o que é preciso levar em consideração na escolha das pontas de pulverização:
Alvo biológico
É o objeto da aplicação de defensivos. Onde a gota deve chegar, de acordo com a

posição do alvo. Se ele está no solo, por exemplo, a técnica utilizada será distinta
de quando o alvo se encontra na planta.
Condições climáticas
Variáveis como temperatura, umidade do ar e velocidade do vento impactam

diretamente no resultado da pulverização agrícola. Temperaturas superiores a 30 °C
costumam reduzir a eficiência do processo, por aumentarem o índice de evaporação
do produto pulverizado. Em umidades relativas inferiores a 50%, a eficiência da
aplicação também é reduzida.
Quanto aos ventos, se a velocidade ultrapassar os 10 km/h, haverá um aumento da
deriva do produto, especialmente se as gotas forem finas ou muito finas. Por outro
lado, ventos com velocidade inferior a 3 km/h diminuem o poder de penetração,
principalmente nas partes inferiores das plantas.
Cobertura e volume
A cobertura é representada pela quantidade de gotas depositadas sobre o alvo

durante a aplicação de um produto fitossanitário. O que determina a cobertura
ideal é o tipo de produto e o tamanho necessário de gota. O volume de aplicação
e o tamanho da gota são os principais fatores para determinar o tipo de cobertura
necessária em determinada aplicação.
Além desses três fatores, existem outros que devem ser levados em conta, antes da
pulverização, como arquitetura da planta, densidade das folhas, penetração, tamanho
da gota, escorrimento e característica do bico.

Cada ponta utilizada para pulverização agrícola tem objetivos específicos e distintos,
conforme apresentados a seguir.
Distribui o produto de forma circular, com poucas gotas no

Cone vazio centro do cone. Os ângulos variam entre 20 e 100 graus e são
utilizados em pulverizadores de barra ou turbo atomizadores.
Também pulveriza o produto de maneira circular, diferindo

apenas por distribuir o produto também no centro. Os
Cone cheio
ângulos variam entre 20 e 100 graus, e não é recomendada a
aplicação em áreas de alta densidade foliar.
A ponta do tipo leque se subdivide em outras duas:

Leque plano padrão - é a ponta mais utilizada em
equipamentos de pulverização de barra. Necessita do
cruzamento dos jatos para a uniformização perfeita da
Leque
distribuição do produto.
Leque plano uniforme - apresenta distribuição igual
ao longo de toda a faixa de aplicação e não necessita de
sobreposição para se tornar uniforme.
Trabalha em várias escalas de pressão (entre 15 e 90 psi)

Impacto e é indicada para a aplicação de fungicidas, inseticidas e
herbicidas.
Se adequa à velocidade de aplicação e à redução de deriva,

proporciona menor deriva, menos contaminação do meio
Com indução de ar
ambiente e gera maior número de gotas por litro de calda
aplicado.
A escolha correta das pontas é um dos passos mais importantes da regulagem de um

pulverizador. Além disso, recomenda-se seguir o seguinte roteiro:
1. Definir o tamanho das gotas, em função:
Do modo de ação do produto

• Herbicidas sistêmicos e de solo podem ser aplicados com gotas muito
grossas ou grossas, a partir de 20 gotas/cm².
• Produtos de contato (herbicidas, fungicidas e inseticidas) exigem gotas

médias ou finas, com mais de 40 gotas/cm².
• Os fungicidas de inverno, que, embora sistêmicos, somente se deslocam pela

planta de baixo para cima, exigem que o produto atinja as partes inferiores
da planta, o que exige gotas médias ou finas, mais de 40 gotas/cm².
Das condições climáticas

• Em condições mais favoráveis à evaporação e deriva (mais ventos, maiores
temperaturas e menores umidades relativas), deve-se evitar produzir gotas
finas ou médias.

Da situação do alvo
• Quando a cultura ou o mato estiverem mais altos e fechados, e for preciso
penetração na folhagem (herbicidas, inseticidas e fungicidas de contato),
devem ser produzidas gotas finas ou médias.
• Às vezes, na própria dessecação com glifosato, se existir o “efeito guarda-

chuva” (mato maior ou a própria palha, que dificulta a pulverização no mato
pequeno, que fica por baixo), são necessárias gotas médias ou finas para
atingir o alvo.
2. Escolher o tipo de ponta em função do tamanho de gota definido no passo

anterior. Para isso, torna-se necessário o uso de informações do fabricante.
3. Definir a taxa de aplicação (l/ha). É necessário seguir a instrução do fabricante

do defensivo e da assistência técnica local. Consulte sempre seu agrônomo.
4. Escolher, dentro do tipo de ponta já definido, a vazão e a pressão de trabalho

que produzam o tamanho de gota desejado, a fim de evitar pressões excessivas
(acima de 45 psi ou 3 bar) e garantir menos deriva e mais durabilidade na
ponta.
Glossário
Herbicidas sistêmicos: São produtos fitossanitários com poder
de penetração na planta. São tóxicos, apresentam processos
vitais inerentes aos fungos e altamente seletivos. O conjunto
químico sistêmico deve ser prontamente assimilado pela planta,
translocado e inibir infecções locais e distantes do local de
aplicação, sem afetar os tecidos do hospedeiro.
Variáveis climáticas
Além de serem fator limitante para o desenvolvimento de uma cultura, as variáveis

climáticas influenciam diretamente o controle das pragas e moléstias, uma vez que
determinam as condições ambientais existentes. Veja a seguir as condições ideais.

Temperatura máxima: Umidade relativa do ar: Velocidade do vento:
30 °C. 50%. mínima de 3 km/h e
máxima de 10 km/h.
Alvo da pulverização e tamanho das gotas
O alvo pode ser de dois tipos: biológico, que é o organismo que se deseja controlar, seja
inseto, fungo ou planta daninha; e químico, que são solos, frutos e folhas que também
são atingidos durante a pulverização.
Na tabela a seguir, confira a relação entre o tamanho das gotas e o alvo da pulverização:
Alvo Tamanho de gotas micras (µm)
Insetos em voo 10–15
Insetos em folhagem 30–50
Folhagens 10–100
Solos ou redução de deriva 250–500

Para a aplicação de produtos sistêmicos, recomendam-se 20 gotas/cm² de 200 a 400
micras, e, para aplicação de produtos de contato, recomendam-se 60 gotas/cm² de
100 a 200 micras.
Calibração do pulverizador
A calibração do pulverizador deve ser realizada periodicamente devido ao desgaste

natural de alguns componentes, como as pontas, ou em função de perda da calibração
devido ao uso sob condições de campo.
Na calibração, os passos a serem seguidos são:

• utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
• abastecer o pulverizador com água limpa;
• acionar o conjunto de pulverização e avaliar a existência de vazamentos;
• determinar a distância entre os bicos, em metros; e
• determinar a velocidade de trabalho em um terreno plano, com características

semelhantes às condições de pulverização.
Dica
Determina-se a velocidade medindo uma distância igual ou
maior que 50 m. Percorre-se a distância medida e se anota o
tempo gasto (em segundos). Aciona-se o sistema e coleta-se a
água pulverizada em tempo igual àquele gasto para percorrer a
distância. A operação deve ser repetida em várias pontas.
Calibração da controladora
A controladora é um equipamento embarcado no trator ou pulverizador autopropelido

que controla a abertura e fechamento das válvulas e a pressão do sistema, além de
gerenciar o volume de pulverização em função da velocidade de deslocamento da
máquina, medida por radar ou satélite. Para cada marca ou modelo, deve-se efetuar a
calibração das constantes conforme recomendação contida no manual.
3.8 Cultivadores
O cultivador adubador realiza duas tarefas em cada passada: proporciona a eliminação

de matocompetição, melhora a infiltração de água no solo e facilita a absorção dos
nutrientes pelas plantas. Entre seus modelos, destacam-se o cultivador escarificador
hidráulico, o cultivador adubador em cobertura e a enxada rotativa.

No caso da enxada rotativa, o equipamento é acoplado aos três pontos do trator, trabalha
na incorporação de matéria orgânica e no destorroamento deixado por arado subsolador.
É usado no preparo do solo para o plantio e em cama de compostagem.
3.9 Colheitadeiras
A atividade de colheita tem como objetivo retirar o fruto da planta-mãe sem danos
mecânicos, por meio de processos mecanizados.
Os modelos de colheitadeiras são: colhei-

tadeira de linha única, colheitadeira multi-
linha, colheitadeira peralta e colheitadeira
por aspiração.
Colheitadeira de linha única.

3.10 Carretas
A carreta agrícola é usada para transportar insumos, ferramentas e outros materiais

utilizados nas propriedades rurais, além de transportar a produção da lavoura para a
packing house para beneficiamento. As carretas podem ser multieixo, basculante ou
transbordo.

Glossário
Packing house: O termo define o local onde são recebidos
os produtos agrícolas para serem processados antes de
transportados e comercializados. A tradução literal significa
“casa de empacotamento” ou “de embalagem”.
O operador de máquinas deve ter

habilidades práticas na condução e em
manobras das carretas agrícolas, pois
estará sempre trabalhando em ambientes
confinados, dentro do galpão ou na lavoura
entre as ruas de plantio.
3.11 Agricultura de precisão
A agricultura de precisão (AP) é o sistema de produção adotado por agricultores de países

de tecnologia avançada. Surgiu como um processo de gerenciamento de informações, e
teve seu crescimento fortalecido a partir de avanços da tecnologia de referenciamento
e posicionamento, como o GPS (do inglês, Global Positioning System), e de tecnologias
de sensoriamento remoto. Conceitos surgiram com o emprego dessas técnicas na
agricultura, como de aplicação de insumos em taxas variáveis e sistemas de informação
geográfica (SIG).

Esse sistema de gerenciamento agrícola é baseado na variação espacial e temporal
da unidade produtiva e busca aumentar o retorno econômico, bem como ser mais
sustentável e minimizar o efeito ao ambiente.
São objetivos da agricultura de precisão detectar, monitorar

e manejar a variabilidade espacial e temporal dos sistemas de
produção agropecuários, buscando otimizá-los.
Por variabilidade espacial, entende-se o conjunto de atributos relacionados a textura

do solo, fertilidade, controle de pragas e produtividade. Todos esses atributos têm
variabilidade espacial, isto é, apresentam valores diferentes nos diversos pontos da
lavoura, a depender de dimensões, relevo, material de origem, clima local, profundidade,
entre outros. Já a variabilidade temporal compreende mudanças que ocorrem ao longo
do tempo, nas áreas de lavouras, e estão relacionadas às variáveis de características
de solo, produção e produtividade.
Utilização da AP e distribuição de corretivos e fertilizantes
Se a variabilidade do campo puder ser medida e registrada, esses registros poderão ser
usados para otimizar as aplicações em cada local que diverge do todo. Assim, o novo
conceito de AP fica mais visível.
Então, o manejo da variabilidade é o caminho para o uso efetivo da tecnologia de AP.

Logo, o termo prediz a meta ou o objetivo de aumentar a eficiência do manejo de
agricultura, que altera técnicas de aplicação pela média e incorpora novas ferramentas
para serem utilizadas pelo administrador. Além disso, o mapeamento detalhado da
produtividade e a aplicação localizada de insumos são os princípios básicos do sistema.
Para empregar a AP, faz-se necessário o uso da mecanização
com máquinas e equipamentos apropriados para as atividades
de amostragem do solo, correção, aplicação de fertilizantes,
defensivos agrícolas, colheita etc.

3.12 Adubação mecanizada do solo
O objetivo da adubação é a reposição dos nutrientes faltantes no solo, identificados por

meio de coletas, análises e envio para o laboratório, de modo a suprir as exigências
da cultura que será implantada. Para a aplicação de fertilizantes, existem vários tipos
de implementos que, de duas maneiras, depositam esses produtos no solo, sendo os
mais usados:
Distribuidores por Utilizam-se de discos giratórios ou pêndulos para aplicar o

fertilizante dentro das recomendações agronômicas, em doses
cobertura pré-definidas, sobre o solo.
Utilizam-se de dosadores intermitentes que depositam o

Aplicadores fertilizante, também dentro das recomendações agronômicas,
em doses pré-definidas, geralmente próximo do sistema
localizados radicular da planta. Essa dose é incorporada ao solo no
momento de sua passagem.
Os acoplamentos podem ser feitos de duas maneiras: no sistema hidráulico de três

pontos ou na barra de tração. O que se deve observar atentamente é o nivelamento
transversal e longitudinal do implemento, pois isso contribui para uma melhor distribuição.
Calibrações
Para calibrar os distribuidores de fertilizantes, é preciso seguir os seguintes passos:
1. Medir a largura de trabalho, desde que a distribuição seja igual em todos os pontos.
2. Medir um comprimento de 50 m no local de aplicação.
3. Cronometrar o tempo de deslocamento do trator dentro desse espaço, utilizando a

marcha e a rotação de trabalho.
4. Coletar o fertilizante no distribuidor, utilizando o tempo de deslocamento do trator

nos 50 m, pesar o produto e verificar se coincide com a recomendação.
Acompanhe um exemplo:
Tempo de
Distância Largura de Recomendação deslocamento Um
percorrida trabalho agronômica do trator nos hectare
50 m
50 m 10 m 200 kg/ha 20 segundos 10.000 m²

Calculando por meio de regra de três simples:
50 m x 10 m = 500 m²
Quantidade de fertilizante = (500 m² x 200 kg)
10.000 m²
Quantidade a ser coletada em 20 segundos = 10 kg
3.13 Correção do solo
Os objetivos da correção do solo são precipitar o alumínio (Al3+) na camada arável

do solo e suprir cálcio e magnésio para as plantas. Em grandes áreas são utilizados
veículos equipados com trados apropriados para a coleta de amostras do solo em
várias profundidades.
Glossário
Trados: Instrumentos de formato helicoidal usados para perfurar
o solo para sondagem.
Fonte: Dicionário Michaelis.
Esses equipamentos são geralmente dotados de uma antena

de GPS, que faz o georreferenciamento do ponto coletado.
Isso facilita a correção futura e principalmente a adoção da
agricultura de precisão.
Existem várias técnicas de coleta de solo e elas podem ser divididas em dois tipos:
coleta de amostra contínua, por meio de um tubo inserido no solo manualmente ou
por meio de um equipamento hidráulico; e coleta segmentada do solo por sistemas de
tradagens contínuas.

Informação Extra
Para mais informações sobre amostragens de solo, procure se
inteirar do Manual de procedimentos de coleta de amostras
em áreas agrícolas para análise da qualidade ambiental: solo,
água e sedimentos, editado por Heloisa Ferreira Filizola, Marco
Antônio Ferreira Gomes e Manoel Dornelas de Souza (Embrapa
Meio Ambiente, 2006).
1. Sobre a Agricultura de Precisão (AP), quais são seus objetivos?

Tópico 4: Manutenção
A manutenção deve ser uma prática constante, pois, caso o equipamento quebre ou
apresente defeitos em operação, provocará a interrupção do processo e gerará uma
série de problemas que poderiam ter sido evitados se manutenção necessária tivesse
sido realizada.
4.1 Definição
Manutenção é o conjunto de atividades direcionadas para garantir, ao menor custo

possível, a máxima disponibilidade do equipamento para a produção, na sua máxima
capacidade. Se você buscar o significado de manutenção nos dicionários, vai encontrar
definições como esta, do Dicionário Aurélio:
Manutenção é o ato ou efeito de

manter em perfeitas condições tudo
aquilo que foi criado um dia.
De forma mais ampla, a manutenção é um conjunto de ações necessárias para garantir

a vida útil de máquinas e equipamentos, de forma a minimizar a possibilidade de realizar
manutenções corretivas e possíveis paradas na linha de produção e reduzir os custos
com reparos operacionais. Em outras palavras, seria manter a máquina, o implemento
ou o equipamento nas mesmas características de sua construção.
4.2 Tipos de manutenção
A manutenção pode ser dividida em três tipos:
Corretiva
Consiste em substituir peças ou componentes que se

desgastaram ou falharam. Ou seja, o conserto após avaria.

Preventiva
É o controle sistemático, com o objetivo de reduzir ou

impedir falhas no desempenho de máquinas, implementos e
equipamentos. Está relacionada a revisões gerais programadas,
sistema de planejamento e controle de trabalho. Está contida
no manual do trator.
Preditiva
É o ato de diagnosticar as possíveis falhas por meio de

monitoramentos e substituir componentes com a vida útil
comprometida. Logo, está relacionada ao monitoramento
de condições, aos modos de falhas e às análises dos efeitos.
No esquema a seguir, visualize as características de cada tipo:
Manutenção
Manutenção Manutenção Confiabilidade de

corretiva preventiva manutenção
6º 5º 3º 4º 2º 1º
Preventiva Preventiva Equipamento
Corretiva Corretiva condicional sistemática Extensão da com
imprevista programada (manut. (manut. vida útil manutenção
indireta) direta) otimizada
3º.b 3º.a
Inspeção Inspeção
sensitiva instrumental Manutenção
(subjetiva) (objetiva) preditiva
Fase
Fase de Fase de Fase de Fase
Fase sem Início do engenharia
controle controle controle engenharia
controle controle de
subjetivo objetivo periódico avançada
manutenção
Fonte: Adaptado de
https://industriahoje.com.br/o-que-e-manutencao-industrial-de-maquinas-e-equipamentos.

4.3 Manutenções do motor
Planejar a manutenção de uma máquina agrícola é relativamente simples: é possível

fazer apontamentos com as previsões de execução e manter em estoque componentes,
lubrificantes, filtros e outros, além de dispor de mão de obra do próprio operador ou
proprietário para a realização. As manutenções devem ser registradas para criar um
histórico de controle.
As manutenções do motor se dão por meio da substituição de óleo e filtro lubrificante,

filtro de ar, filtros de combustível e líquido de arrefecimento.
a) Manutenção do sistema de lubrificação do motor
Para fazer a substituição do óleo e do filtro lubrificante, siga as seguintes etapas:

• pare o trator em local plano nivelado;
• ligue o motor até que o óleo aqueça;
• desligue o motor;
• abra o bujão de dreno localizado na parte inferior do cárter e deixe escorrer todo
o óleo;
• retire o filtro de óleo e limpe a base de vedação;
• passe uma fina camada de óleo no anel de vedação do filtro novo e enrosque-o com
a mão até encostar na base. Depois, dê mais ¾ de volta também com a mão;
• feche o bujão de dreno do cárter;

• retire a tampa de abastecimento do cárter e abasteça com o óleo, na quantidade
recomendada pelo fabricante do trator;
• confira na vareta se o nível se encontra entre o mínimo e o máximo;
• funcione o motor em marcha lenta, para que o óleo encha o filtro e lubrifique o
motor; e
• aguarde aproximadamente cinco minutos e verifique novamente se o nível está na

medida recomendada.
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA,
acompanhe algumas perguntas e respostas sobre a troca do
óleo lubrificante.
b) Manutenção do filtro de ar do motor
Para fazer a substituição do filtro de ar do motor, siga as seguintes etapas:

• abra a tampa da carcaça do filtro de ar do motor;
• retire a porca trava (se existir);
• retire o filtro primário e o secundário;
• retire e limpe o ciclonizador;
• com um pano ligeiramente úmido, limpe a carcaça por dentro;
• recoloque o ciclonizador;
• coloque o filtro secundário;
• coloque o filtro primário;
• recoloque a porca trava (se existir); e
• coloque a tampa da carcaça.
Se o filtro de ar permitir limpeza, siga as seguintes etapas:

• retire a tampa da carcaça;
• retire a porca trava;
• retire o filtro de ar;

• drene o balão de ar do compressor;
• regule a pressão para 4,8 bar ou 70 psi; e
• com uma ferramenta apropriada, sopre o filtro de dentro para fora.
c) Manutenção do filtro do sistema de alimentação de combustível
A função desse sistema é armazenar, conduzir, filtrar, dosar, pressurizar e injetar o

combustível no cilindro no tempo de compressão. Acoplado ao filtro de combustível, há
um copo sedimentador, que deve ser drenado diariamente para eliminar a água. O filtro
do combustível deve ser conforme a necessidade ou a recomendação do fabricante.
Dica
Armazenar o combustível de forma correta ajuda a preservar as
características de qualidade. É importante completar o tanque
de combustível no final da jornada de trabalho, a fim de impedir
a condensação de água.
d) Manutenção do sistema de arrefecimento do motor
Os componentes do sistema são radiador e tampa, termostato, ventilador, bomba

d’água e mangueiras. Quando operado em condições normais, esse sistema garante o
bom desempenho do motor, pois controla sua temperatura e evita desgaste prematuro.
e) Manutenções da transmissão e hidráulica
A transmissão é composta por embreagem, caixa de mudança de marchas e grupos,

conjunto coroa/pinhão, diferencial e redução final. A manutenção se baseia na verificação
e na troca periódica do óleo e dos filtros, na correção de vazamentos e na limpeza dos
respiros. Na maioria dos tratores, o óleo da transmissão e hidráulico é o mesmo.
Para fazer a troca do óleo e do filtro da transmissão e hidráulico, siga os passos a seguir:
• estacione o trator em local plano;
• abaixe os braços hidráulicos;
• retire os bujões de dreno;
• deixe escorrer todo o óleo;
• retire, limpe e recoloque no lugar de origem o filtro de malha (que não é

substituível);

• retire o filtro de óleo da transmissão;
• retire o filtro de óleo hidráulico;
• limpe os respiros;
• recoloque os bujões de dreno;
• passe uma fina camada de óleo na vedação do filtro novo;
• enrosque o filtro com as mãos até encostar na base;
• dê mais ¾ de volta no filtro com as mãos;
• abasteça o reservatório com o óleo recomendado pelo fabricante; e
• verifique o nível do óleo pela vareta ou visor (que deverá ficar entre o mínimo
e o máximo).
Saiba mais
O principal objetivo dos fluidos hidráulicos é transmitir e controlar
potência. Conheça esses requisitos no texto Óleo para sistemas
hidráulicos, na biblioteca do AVA.
f) Manutenções do sistema elétrico
O sistema elétrico é composto por alternador, bateria, fiação, fusíveis, indicadores do

painel, lâmpadas e, nos tratores mais novos, diversos componentes eletrônicos. A
manutenção preventiva envolve:
• o ajuste da tensão correta da correia do alternador;
• a verificação da fiação e das conexões da bateria;
• a manutenção do nível do eletrolítico adequado nas baterias que ainda não são
seladas; e
• a substituição de lâmpadas e componentes.
g) Manutenções dos rodados
O ajuste da pressão dos pneus deve ser realizado para manter a patinagem em nível
adequado e evitar seu deslizamento em relação ao aro. É importante verificar a pressão
e fazer o reaperto das porcas de fixação do rodado diariamente, assim como verificar
a presença de cortes ou danos aos pneus.

Dica
Certifique-se da carga de cada eixo para calibrar os pneus
conforme as recomendações do fabricante.
4.4 Anormalidades
Para o bom funcionamento dos implementos e equipamentos, é necessário que seja

feito o planejamento de inspeção e, dentro dele, um checklist diário, a fim de observar
todos os detalhes operacionais e não ocorrerem interrupções na jornada de trabalho.
No checklist, é possível visualizar possíveis falhas futuras.
Atenção
Uma parada inesperada é sinônimo de prejuízo e, consequente-
mente, aumento dos custos de produção, além de comprometer
prazos de entrega dos produtos aos compradores.
Portanto, o operador deve estar atento a qualquer tipo de ruído, fumaça, superaquecimento,
desalinhamento, folga, entre outros problemas que são passíveis de acontecer na linha
de produção.
Controle da manutenção dos componentes
Um sistema de manutenção com planejamento bem elaborado pode prever a ocorrência

de desgastes e falhas prematuras, por meio de inspeção visual diária dos componentes
móveis – por exemplo, do alinhamento de correias, polias e correntes, da condição de
manutenção dos dentes de engrenagens e de rodas dentadas (rachadura, quebra e
desalinhamento).

Atenção
Componentes com necessidade de substituição prematura
podem ser um indicativo de um problema maior, que precisa
ser diagnosticado. Assim, acompanhar, organizar e recuperar
informações de serviço, de maneira a detectar precocemente
situações que levariam a falhas, evita problemas de maior
gravidade.
Desgastes e falhas catastróficas ocorridas em equipamentos, geralmente, são acelerados

em face do seu manuseio indevido ou realizado por pessoas que não têm habilidades
suficientes para a operação. Uma forma eficiente de supervisionar a operação e manutenção
de maquinário é utilizar registros diários de inspeção e manutenção.
Manter registros detalhados de uso e monitorar diariamente as operações do maquinário

pode ajudar a localizar, de forma precisa, quando, onde e se o equipamento é manuseado
de forma imprópria por operadores que não têm conhecimento suficiente para operá-lo.

Identificação de problemas e comunicação com a área técnica de manutenção
Para que exista sincronia dentro da Gestão

organização, as áreas de gestão, operação
e manutenção devem estar sintonizadas
todo o tempo, pois falhas mecânicas
acontecem e podem parar todo o processo
produtivo. Operação Manutenção
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Nesse sentido, a equipe operacional deve comunicar imediatamente qualquer sinal

de problema que venha a acontecer e até mesmo parar o equipamento antes que o
problema ocorra, evitando, assim, custos desnecessários.
Lubrificação sólida, semissólida ou líquida
A operação de maquinário requer atividades diárias de manutenção. Peças móveis dos

motores de combustão interna 4T, transmissões, reduções finais, sistemas hidráulicos,
sistemas pneumáticos, compressores alternativos, rotativos tipo parafusos ou centrífugos,
redutores de velocidade, entre outros, precisam ser inspecionados diariamente para
constatar se a lubrificação está ocorrendo de maneira satisfatória, sob o risco de desgaste
prematuro ou avaria irreparável.
Dica
A contaminação por água ou outro tipo de partícula sólida pode
provocar danos no equipamento móvel ou industrial. A água é um
agente extremamente corrosivo, e os óleos e graxas lubrificantes
evitam esse processo.
A inspeção e manutenção regular dos componentes de vedação, como retentores, gaxetas

e filtros de óleo lubrificante, e o uso de filtros impedem que dessecantes e partículas
sólidas degradem os lubrificantes e os torna livres de contaminação.

No material complementar, disponível na biblioteca do AVA, além
das classificações de óleo, confira informações sobre as graxas.
Reaperto de parafusos, pinos e outros
É necessário fazer a conferência de partes que se conectam aos componentes, visto que
esses acoplamentos unem peças que compõem o elemento propulsor e o implemento
executor da atividade.
Parafusos e pinos se localizam principalmente em equipamentos

de colheita e processamento do produto. Para tanto,
necessitam de atividades de verificação, manutenção e ajustes
periodicamente.
1. O produtor rural precisa estar atento à manutenção dos equipamentos e máquinas
agrícolas, pois isso minimiza perdas e também reduz custos operacionais. Relacione
o tipo de manutenção à sua aplicação correlacionando os elementos a seguir:
I. Corretiva
II. Preventiva
III. Preditiva
( ) Diagnosticar falhas por meio do monitoramento.
( ) Reduzir falhas no desempenho de máquinas e equipamentos.
( ) Programar revisões gerais.
( ) Substituir peças ou componentes desgastados.
( ) Realizar o conserto após a avaria.

a) I, II, III, I, II.
b) I, I, II, III, II.
c) III, II, II, I, I.
d) II, III, I, I, III.
e) III, III, III, II, I.

Tópico 5: Calibragem
De acordo com o Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia
(aprovado pela Portaria Inmetro nº 029/95), calibração é o conjunto de operações que
estabelece, sob condições específicas, a relação entre os valores indicados por um
instrumento de medição, sistema de medição ou valores representados por uma medida
materializada ou material de referência, e os valores correspondentes às grandezas
estabelecidas por padrões.
O engenheiro mecânico e gerente de Laboratório do Instituto de Pesos e Medidas do

Estado do Estado do Amazonas (IPEM/AM) Diego Freitas da Silva explica que:
de maneira muito simples, podemos dizer

que calibrar significa colocar um instrumento de
medição em condições de utilização, por meio da
comparação dos valores das medições fornecidos
pelo instrumento com os valores padrão,
aplicando-se, quando necessário, o ajuste
ou a regulagem.
5.1 Ferramentas
A seguir, conheça algumas ferramentas que necessitam de calibragem.
Termômetros
A refrigeração é uma condição fundamental para garantir

o padrão de um produto, tanto na conservação quanto
na fabricação, no armazenamento e/ou no transporte.
Na manipulação de fórmulas ou alimentos, por exemplo,
a alteração de um grau, para menos ou para mais, pode
comprometer todo um lote de produção. Assim, a calibração
de termômetros deve ser realizada sempre que se notarem
desvios nas medições.
Balanças
Por se tratar de um dos instrumentos de medição mais

importantes, recomenda-se sua calibração com maior
frequência, como trimestral ou semestral, para aumentar a
confiabilidade dos resultados de medição.

Trenas
São muito usadas em construção civil, projetos arquitetônicos,

dimensionamento de ambientes, paletização de frutas
(principalmente para exportação via aérea), entre outros, e
suas medições são fundamentais e facilitam a leitura para seus
usuários. Conforme a frequência e a natureza do uso da trena,
ela pode apresentar erros de indicação comprometedores,
alteração e folga na espessura do encosto, entre outros
problemas. Por isso, recomenda-se que a calibração seja
feita anualmente para garantir os resultados metrológicos
desses instrumentos.
Cronômetros
São usados para diversas finalidades, tanto para controle de

atividades quanto para reações químicas, e sua calibração
é recomendável, no mínimo, uma vez ao ano, já que são
requeridos décimos e milésimos de segundo. Conforme o tipo
do cronômetro e como ele é utilizado, pode haver variações
nos valores de medição.
Nível
Pode ser encontrado na construção civil e na instalação de

linhas de produção. É usado, na maioria das vezes, como
uma medida dimensional complementar e pode auxiliar no
processo de tomada de decisão. Tem aplicações diversas, como
no produto final em paredes, pisos, superfícies e até como
complemento para mensurar o posicionamento, nivelamento
e alinhamento de máquinas. Com a evolução da tecnologia,
é possível encontrar níveis digitais com alta precisão e, para
garantir que seus resultados sejam confiáveis, a calibração
é necessária. A frequência de calibração para esse tipo de
instrumento deve ser anual.
Câmaras frias
São usadas no armazenamento de produtos a uma temperatura

planejada e são comuns em empresas que necessitam de uma
condição ambiental monitorada. Nesse tipo de equipamento,
além de calibração, é recomendada a realização de uma
qualificação, processo muito importante para assegurar os
resultados e a qualidade. Nas câmaras frias, é necessário que os
controladores de temperatura sejam calibrados corretamente.

Calibrador de pneus
Muito utilizada em postos de gasolina, a calibração de um

calibrador de pneus precisa ser feita para garantir a aferição
do medidor na medição exata da pressão do pneu, para
continuar ou não o enchimento. Normalmente, o calibrador
de pneus é instalado sob várias intempéries, razão pela qual
sua calibração deve ser realizada com mais frequência, para
não comprometer a performance da máquina e a segurança
das pessoas.
Peneiras granulométricas
Assim como os níveis e as trenas, as peneiras também são

muito utilizadas no agronegócio. Sua calibração é feita para
avaliar e atestar a granulometria e as demais funcionalidades
desse instrumento de medição, bastante usado na classificação
de materiais e no controle de fertilizantes, sementes etc.
As ferramentas de precisão devem ser operadas por profissionais capacitados para tal,
pois o manuseio demanda vários critérios que, obrigatoriamente, devem ser observados
e seguidos. Consideramos, por exemplo, o manômetro: para tomar medidas de pressão,
deve-se ter conhecimento das variáveis que estão implícitas nas linhas pressurizadas,
dos tipos e das capacidades de manômetros. Essa observação é fundamental para fazer
uso das ferramentas no ato da operação.
5.2 Unidades de medida
As unidades de medida são formas estabelecidas para medir várias grandezas, tais como
tamanho, capacidade, massa, tempo e volume. O Sistema Internacional de unidades
(SI) estabelece a unidade padrão para cada grandeza. Baseado no sistema métrico
decimal, o SI nasceu da necessidade de padronizar as unidades utilizadas na maior
parte dos países.
Medidas de comprimento
Existem várias medidas para expressar o comprimento, como jarda, polegada,

pé etc. A unidade padrão de comprimento no SI é o metro (m), que define o
comprimento do espaço percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de
tempo de 1/299.792.458 de segundo.
Quilômetro (km), hectômetro (hm), decâmetro (dam), decímetro (dm), centímetro
(cm) e milímetro (mm) são os múltiplos e submúltiplos do metro.

Medidas de capacidade
O litro (l) é a unidade de medida mais usada, apesar de existirem outras como
galão, barril, quarto etc.
Quilolitro (kl), hectolitro (hl), decalitro (dal), decilitro (dl), centilitro (cl), mililitro
(ml) são os múltiplos e submúltiplos do litro.
Medidas de massa
A unidade da medida de massa no SI é o quilograma (kg). Além dele, hectograma

(hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg) são unidades de massa, assim como a arroba, a libra, a onça e a tonelada.
Medidas de volume
O metro cúbico (m³) é a unidade de volume no SI. Quilômetro cúbico (km³),

hectômetro cúbico (hm³), decâmetro cúbico (dam³), decímetro cúbico (dm³),
centímetro cúbico (cm³) e milímetro cúbico (mm³) são múltiplos e submúltiplos
do m³.
A medida de capacidade pode ser transformada em volume, pois os líquidos
assumem a forma do recipiente em que são depositados. Usa-se, então, a relação
1 l = 1 dm³.
Medidas de tempo
A unidade de medida base do tempo no SI é o segundo (s). Atualmente, o segundo

é definido como o tempo de duração de 9.192.631.770 vibrações da radiação emitida
pela transição eletrônica entre os níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo
de césio 133.
Os múltiplos do segundo são o minuto, a hora e o dia. Como essas medidas não
são decimais, as seguintes relações são usadas:
• 1 minuto (min) = 60 segundos (s)
• 1 hora (h) = 3.600 segundos (s)
• 60 minutos (min) = 1 hora (h)
• 24 horas (h) = 1 dia (d)
Tabela de conversão de medidas
O método que será apresentado pode ser utilizado para calcular várias grandezas.
Inicialmente, será criada uma tabela e, no seu centro, colocadas as unidades de medida
base das grandezas que se deseja converter. Por exemplo:
Capacidade: Comprimento: Massa: Volume:

litro (l) metro (m) grama (g) metro cúbico (m³)

As informações da direita da medida base são os submúltiplos. Os prefixos deci, centi e
mili, nessa sequência, correspondem à décima, centésima e milésima parte da unidade
fundamental. As informações da esquerda são os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e
quilo, nessa sequência, correspondem a dez, cem e mil vezes a unidade fundamental.
Medida
Múltiplos Submúltiplos
base
quilo (k) hecta (h) deca (da) deci (d) centi (c) mili (m)
quilolitro hectolitro decalitro decilitro centilitro mililitro

litro (l)
(kl) (hl) (dal) (dl) (cl) (ml)
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro

(km) (hm) (dam) (m) (dm) (cm) (mm)
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama

(kg) (hg) (dag) (g) (dg) (cg) (mg)
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro

cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
(km3) (hm3) (dam3) (m3) (dm3) (cm3) (mm3)
Para praticar
Com base nessas informações, você é capaz de definir a quantos
mililitros correspondem 35 litros?
Para gerar a transformação pedida, escreve-se o número na tabela das medidas de

capacidade, acordando que a medida pode ser escrita como 35,0 l. A vírgula e o algarismo
que está antes dela devem permanecer na casa da unidade da grandeza dada, que,
neste caso, é o litro.
kl hl dal l dl cl ml
3 5, 0
Posteriormente, as outras caixas devem ser preenchidas com zeros até completar a
unidade pedida, ficando a vírgula sempre atrás do algarismo que estiver na caixa da
unidade pedida, que, neste sentido, é o mililitro.
kl hl dal l dl cl ml
3 5 0 0 0,
Assim, 35 litros correspondem a 35 mil mililitros.

Para praticar
Agora, você é capaz de transformar 700 gramas em quilogramas?
Lembrando que você pode escrever 700,0 g. A vírgula e o zero antes dela são colocados
na unidade dada, neste caso, grama, e os demais algarismos nas casas anteriores.
kg hg dag g dg cg mg
7 0 0, 0
Depois, deve-se completar com zeros até chegar à casa da unidade pedida, que, neste
caso, é o quilograma. A vírgula passa, então, para trás do algarismo que está na casa
do quilograma.
kg hg dag g dg cg mg
0, 7 0 0
Então, 700 gramas correspondem a 0,7 quilogramas.
5.3 Tipos de calibragem
a) Calibragens de pressão
Pressão (p) é a correspondência entre uma quantidade de força em sua área de distribuição,
e sua medição é realizada com um manômetro. O termo pressão é utilizado em diversas
áreas da ciência como uma grandeza escalar que mede a ação de uma ou mais forças
sobre um espaço determinado, que pode ser líquido, gasoso ou mesmo sólido.

As calibragens de pressão são utilizadas em várias etapas do processo produtivo da
fruticultura, como em pneus das máquinas, sistemas hidráulicos, sistemas pneumáticos
de automação etc.
As unidades de medida mais usadas e suas equivalências são:
1 kgf/cm² = 1 bar = 100 kpa = 14,5 psi = 14,22 lbf/pol²
b) Calibragens de temperatura
As unidades mais utilizadas para o trabalho com temperatura são Celsius (°C), Fahrenheit
(°F) e Kelvin (K). Essa última é a unidade de temperatura padrão segundo o Sistema
Internacional (SI), com medição feita por meio de termômetro. No Brasil, a escala
termométrica adotada para medir temperaturas é a Celsius (°C).
As paridades das unidades de temperatura são:
1 °C (1 grau Celsius) equivale a 8,2 °F (8,2 graus Fahrenheit).
c) Calibragens de velocidade
Metro por segundo (m/s) é a unidade de velocidade de deslocamento no SI (1 m/s = 3,6

km/h). É usada na medição de tempo de deslocamento de máquinas, na aplicação de
insumos na lavoura, no deslocamento de esteiras de seleção e embalagem de frutas etc.
d) Calibragens de peso
No uso cotidiano, a massa de objetos variados é dada em quilogramas e, a partir dela,

pode-se chegar ao seu peso, que é a medida da gravidade em ação em uma determinada
massa. No SI, o quilograma-força (kgf) é substituído pelo newton (N). Essas calibragens
são usadas na aplicação de insumos no campo, na seleção de frutas na esteira etc.
e) Calibragens de capacidade de volume
O metro cúbico (m³) é a unidade padrão de medida de volume no SI. 1 m³ é o

volume corresponde a 1.000 litros. Na produção agrícola, essa unidade é usada para
dimensionamento de cargas e embalagens, mistura de produtos, preparo de caldas etc.

Como realizar a calibragem
A medição precisa e confiável das grandezas do processo garantem qualidade, segurança

e rentabilidade. A calibração deve ser realizada em uma bancada apropriada. O teste
de desempenho de torque, pressão, comprimento, massa, volume, velocidade etc. é
realizado conforme os princípios de medição para cada ferramenta.
1. Na agricultura se faz uso de ferramentas que precisam de calibragem. Quais são
esses instrumentos?

Tópico 6: Outros instrumentos de controle/operacionais
A colheita mecanizada vem se firmando ao longo do tempo, mas ainda existem adeptos
da colheita manual. Eles afirmam que os cuidados humanos garantem a qualidade dos
frutos. Contudo, como a mão de obra tem se tornado escassa, o custo de produção
também onera o preço do produto final, o que reduz a margem de lucro.
Outro ponto que não se pode esquecer é

o tempo utilizado na colheita. Geralmente,
os produtores começam no início do dia e
finalizam à noite. Durante esse período,
os containers de frutas colhidas ficam
à mercê de sol, chuva etc. A qualidade
fica comprometida, pois o transporte é
demorado e ineficiente.
Na colheita mecanizada, o processo é rápido: os frutos são colhidos e encaminhados

imediatamente à packing house para processamento. Soma-se a isso o fato de a colheita
poder ser efetuada no ponto de maturação ideal e nas horas mais frias do dia, o que
minimiza a possibilidade de comprometer a qualidade.
Como justificativa, o produtor que prefere o processo manual
de colheita alega que a máquina não seleciona os frutos verdes
ou maduros, podres ou lesionados, além de misturar folhas
nas caixas.
A tecnologia tem permitido a fabricação de

máquinas com vários sistemas e regulagens
que facilitam a colheita, produzem vibrações
reguláveis e permitem que sejam colhidos
apenas os frutos no ponto de colheita. Para
você entender, basta lembrar que frutos
maduros caem das plantas sozinhos,
por processos fisiológicos, e que essas
regulagens proporcionam menores danos
mecânicos a eles.

Pode-se afirmar, então, que a qualidade dos produtos colhidos depende do domínio das
tecnologias disponíveis. Existem, ainda, equipamentos com sistemas automatizados
que fazem a separação de folhas e outros resíduos que, possivelmente, estejam no
processo de seleção.
6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes
A presença de produtos eletrônicos já faz parte da vida do produtor rural, e é primordial

ler o manual e conhecer as instruções antes de instalar e utilizar o equipamento. Ou seja,
é fundamental que o produtor, bem como o usuário da máquina ou do equipamento,
tenha pleno conhecimento de seu funcionamento, suas regulagens e suas calibrações.
Todas essas informações estão contidas no manual de operação, que deve estar ao
alcance do operador em tempo integral, sob pena de perda da garantia do produto.
Nesse processo, algumas ações podem ajudá-lo. Veja:
Ao adquirir um produto, constate se ele está em perfeito

estado. Faça o teste de funcionamento ainda na revenda.
Conhecer e usar o manual de instruções é parte fundamental

do processo de operação e manutenção do equipamento. Nele,
constam as informações sobre as características do produto,
o modo de uso, a indicação de assistência técnica e o termo
de garantia.
Preserve a nota fiscal do produto. Ela é sua garantia em

caso de necessidade de assistência técnica, substituição ou
devolução, em caso de problemas.

Quando houver dúvidas com relação ao funcionamento, faça
contato com a assistência técnica indicada pelo fabricante.
A contratação de pessoas ou empresas não credenciadas
pelo fabricante para fazer manutenção no equipamento pode
acarretar perda da garantia.
Tenha certeza de que a voltagem elétrica seja compatível com

sua rede de energia no local de instalação. As especificações
devem ser obedecidas à risca, sob pena do não ressarcimento
por parte do fabricante, em caso de necessidade de reparos.
No manual de operação, tudo deve estar escrito em português, de maneira evidente

e precisa, para a fácil compreensão do usuário. Caso o produtor e/ou importador não
forneça essas orientações, ele será responsável por eventuais danos.
6.2 Procedimentos de uso
A mecanização agrícola preza pela segurança, que depende de duas grandes estruturas.
A primeira trata da qualidade do projeto, das adequações aos pré-requisitos de

operacionalidade, homologados pelos órgãos competentes (legislação) de cada país,
da tecnologia empregada em seus sistemas, entre outros fatores.
A segunda estrutura está na habilitação e na capacitação das pessoas que operam os

equipamentos. Nela, a segurança está atrelada a todas as pessoas envolvidas direta
ou indiretamente na operação da máquina ou do equipamento.

A capacitação é parte do processo operacional e não é possível trabalhar sem treinar os
profissionais. Para torná-los capacitados, são necessárias informações claras e objetivas,
transmitidas em linguagem de fácil entendimento, compatível com os profissionais
disponíveis no mercado de trabalho.
Atenção
Para operar uma máquina com segurança, um de seus instrumentos
essenciais é o manual de instruções ou de operação, que deve ser
mantido sempre atualizado e junto da máquina ou do equipamento
durante a operação.
Da mesma forma que no campo, para que o conjunto mecanizado (trator/implemento)

seja considerado seguro, o processamento das frutas deve ocorrer em máquinas em
conformidade com a legislação regulamentadora vigente, como a NR-6, NR-12, NR-31
e outras, além de precisar contar com operadores devidamente capacitados.
Manual do equipamento e implemento
O manual de instruções ou de operação é um documento que serve como base para

diversos setores da área produtiva, de processo, embalagem, refrigeração, manutenção
e para o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho,
o SESMT (NR-4).
Diz a lei
A Norma Regulamentadora 12 do Ministério do Trabalho brasileiro
(NR-12 e seguintes) trata como requisito básico e importante a
presença do manual.
Para os fabricantes de motores e equipamentos, o manual de instruções deve remeter à

garantia de que seu produto está sendo operado adequadamente e de forma convicta.
Também serve como salvaguarda jurídica, como prova, nas ocorrências de litígios de
queixas trabalhistas e cíveis. Nessa direção, não se pode estimá-lo como um mero
documento de informações básicas, já que representa confiança.

É importante ressaltar que é compromisso
da empresa fabricante ou do intermediador
da máquina, junto à organização compra
dora, capacitar o operador conforme as
orientações existentes nesse manual, o
que garante sua leitura e compreensão.
O manual de instruções deve ser tratado como parte integrante do produto, como
representação integral das suas características operacionais e de segurança da máquina.
Recomendações técnicas de operação e utilização
Quando um equipamento chega ao local de produção, é normal que receba um manual de

operação – Procedimento de Operação do Equipamento. Nele, devem constar orientações
de operação, manutenção e limpeza. O Procedimento de Operação do Equipamento
deve estar em uma linguagem acessível, com termos técnicos de fácil entendimento
para qualquer operador.
As rotinas de verificação e manutenção deverão estar em

evidência. Recomenda-se que seja colocada no equipamento
uma etiqueta com as datas de manutenção que já foram
efetuadas e as futuras, para serem acompanhadas pelo operador.
A forma correta de utilização do equipamento deverá, obrigatoriamente, estar descrita,

o que inclui como fazer a alimentação, como retirar o produto e por onde o produto irá
sair. Se o equipamento precisar de acionamento por parte de um operador, por questões
operacionais e de segurança, isso deve estar especificado, bem como a indicação de
qual botão deve ser acionado para que o equipamento seja ligado corretamente.
Além disso, os seguintes itens precisam estar claros:

• indicação das medidas de segurança existentes;
• instruções para utilização segura da máquina ou do equipamento; e
• procedimentos a serem adotados em emergências, quando aplicável.

No que se refere aos sistemas de segurança, todos os
implementos e equipamentos devem estar em conformidade
com a legislação vigente. Deve ser observado, principalmente,
o que consta nas Normas Regulamentadoras (NRs).
Para iniciar as atividades mecanizadas, o operador fará o checklist de segurança,

manutenção e operação do equipamento, seguindo as recomendações do fabricante
no que se refere ao ligamento, à operação e ao desligamento, pois, nesse tipo de
equipamento, geralmente, trabalham várias pessoas ao mesmo tempo.
6.3 Funcionalidade de cada implemento
A escolha e a utilização dos equipamentos agrícolas, em todas as fases produtivas,

estão vinculadas ao cuidado proposto para cada fase da exploração agrícola. Além disso,
as privações energéticas nos sistemas de condução definirão a viabilidade econômica.
Para que um equipamento seja utilizado racional ou

eficientemente, é necessário conhecer o sistema de manejo
a que ele vai atender, as características desejáveis, a energia
consumida e, também, a sua capacidade efetiva de trabalho.
A fim de que o equipamento ou implemento exerça seu devido papel no processo

produtivo, o operador deverá ser instruído sobre todo o processo de funcionamento, seu
fundamento, sua capacidade de produção, seus limites e, finalmente, sua operacionalidade.
Colheita
A colheita de frutas é desafiante e poderá ser complexa, a depender da espécie, da

maturidade do produto e da época. Nessa etapa, a incidência de estragos físicos pode
variar entre cultivares, colhedores e paradas de colheita.

A colheita requer cuidados especiais e muita atenção, pois deve ter custos competitivos,
uma vez que, para alguns produtos, o custo de colher, carregar e transportar ao centro
de beneficiamento pode chegar a 50% do custo total de produção. Dessa forma, quando
se trata de sistemas mecanizados ou semimecanizados de colheita, é essencial saber
quais são os fatores principais para analisar o desempenho desses equipamentos.
Em sistemas de colheita, o primeiro fator a ser avaliado é o custo econômico, pois,

na maioria das culturas, o processo passa por uma série de atividades, envolvendo um
conjunto de equipamentos (colhedoras, veículos de transbordo, caminhões, máquinas
para carregamento) e mão de obra que, em certos casos, impedem que a gestão
seja perfeita. Então, é necessário um planejamento adequado e, em alguns casos, o
conhecimento de técnicas de logística.
Informação Extra
Um exemplo é a plataforma tracionada, que foi criada para
substituir a escada em todas as suas aplicações. Ela é deslocada
e sustentada por um carrinho articulado, tracionado por trator
ou outro veículo apropriado. Para movimentar e fornecer força
hidráulica ao sistema, basta um trator de aproximadamente 40 cv.
Sua estabilidade é garantida pela forma de construção da estrutura

do carrinho, pela distribuição do peso e pela armação. O sistema
hidráulico é regulável por aproximação e afastamento em relação
às plantas. Cada colhedor aciona um comando do tipo alavanca,
de forma individual, conforme sua necessidade.

A plataforma acomoda de dois a quatro trabalhadores de cada
lado da base. Ao alcance da mão deles há um suporte para
colocação das caixas recebedoras dos frutos que, quando cheias,
são descarregadas diretamente dentro dos bags.
Outra facilidade desse modelo é a mobilidade: o carrinho se adapta

às imperfeições do terreno e reduz os impactos, o que diminui
danos mecânicos nas frutas ao longo do transporte dentro da
lavoura. Além disso, pode ser transformado em multiuso, quando
acoplado um sistema de ar comprimido para o funcionamento
de tesouras pneumáticas para a poda das plantas.
6.4 Tecnologia embarcada e automação
A escassez de mão de obra nos últimos tempos, as proibições do desmatamento de

áreas novas para cultivo e a procura pela produção sustentável vêm contribuindo para
o desempenho tecnológico do agronegócio. Para que variáveis como essas não se
transformem em problemas, a tecnologia tem papel fundamental na contribuição com
novos conceitos de produção.
Para ultrapassar as necessidades registradas, um conceito ligado à inovação tecnológica

está surgindo: a agricultura 4.0, que embarca cada dia mais tecnologia nas máquinas
agrícolas e no ambiente do campo.

Com a tecnologia, novos conceitos, que antes faziam parte somente de naves espaciais,
estão sendo inseridos no campo e conectam as máquinas agrícolas, como telemetria,
Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), Tecnologia de Taxa Variável (VRT), On-
The-Go e Isobus.
No material complementar, disponível na biblioteca do AVA, você
pode entender o que significam esses conceitos, intimamente
ligados à agricultura de precisão, além de se aprofundar no tema
da agricultura 4.0.
No geral, as tecnologias embarcadas representam conjuntos de sistemas eletrônicos

de inteligência artificial, conectados uns aos outros, o que permite maior aquisição,
processamento, armazenamento e comunicação de dados.
A tecnologia embarcada nas máquinas

agrícolas é concebida por sensores
que consentem aumentar a precisão
do trabalho, padronizam a operação e
controlam eletronicamente a deposição
de sementes, a distribuição de fertilizantes
e defensivos, além da colheita e do
processamento da produção.
O objetivo de qualquer método produtivo ligado à área agrícola é a busca continuada

pelo aumento da produtividade. Com o crescimento demográfico, é preciso campos
cada vez mais produtivos para atender a esse acréscimo da demanda por alimentos.
Além disso, existe uma considerável necessidade de distribuição de insumos agrícolas
de maneira mais criteriosa, a fim de evitar o desperdício, para os quais a agricultura
4.0 contribui diretamente e de forma muito eficaz.
Saiba mais
Ficou curioso para conhecer métodos dentro da agricultura 4.0
que já foram adotados? Consulte algumas sugestões de textos
na biblioteca do AVA.

6.5 Sensores de controle de temperatura
Um sensor, uma vez regulado e calibrado, mede a temperatura do ambiente a que está
exposto. Como exemplo, pode-se ver essa medição em uma câmara fria ou em um
túnel de resfriamento.
Veja, na tabela a seguir, tipos de estímulos e sinais dos sensores.
Tipos e funcionamento dos sensores
Estímulo Sinal
Magnético Campo magnético, fluxo magnético e permeabilidade.
Onda (amplitude, fase, polarização), velocidade de onda, índice de

Óptico
refração, emissividade, absorção, refletividade.
Térmico Temperatura, fluxo, calor específico, condutividade térmica.
Para conferência e aferição de sensores, é necessário o uso de ferramentas apropriadas, o

que deve ser feito por empresas especializadas, que ofereçam segurança nos resultados.
Operação e regulagens
A interação dos componentes faz com que o funcionamento ocorra de forma satisfatória.
A bomba dosadora, o regulador e o sensor trabalham em sintonia e, como circuito de
controle integrado, garantem uma operação sem interferências, com a maior segurança,
o que confere qualidade aos produtos, reduz o consumo de energia e protege os recursos.
A operação tem início na conversão simples do sinal de medição para transmissão a

uma unidade de controle central, por meio de aparelhos com ajustes de calibração, com
indicação de valores de medição, até reguladores utilizados para tarefas de regulagem
mais complexas de aplicação em diversas áreas.
Um exemplo é a velocidade da esteira de

classificação, que, ao receber uma demanda
maior de frutas, poderá aumentar ou
reduzir a velocidade em função da falta ou
do acúmulo de unidades no final do trajeto.

6.6 Câmara frigorífica e túnel de congelamento
Compreender a diferença entre câmara frigorífica e túnel de congelamento é de suma

importância. Cada equipamento permite um tipo diferenciado de processo para vários
tipos de produto. Um ponto importante, antes de se considerar um aprofundamento
nesse entendimento, é que a seleção do processo de refrigeração a ser utilizado deve
ser continuamente baseada nas necessidades do negócio.
A qualidade de produção é uma forma de atrair

e fidelizar os clientes, o que garante vendas
cada vez mais eficientes e lucrativas.
Com isso em mente, fica mais fácil saber os tipos de refrigeração que podem ser
utilizados nos produtos, e, consequentemente, conquistar ainda mais espaço junto ao
ramo de negócio.
Em geral, as câmaras frias são projetadas com o objetivo de otimizar ainda mais o
armazenamento refrigerado, sempre levando-se em consideração as características
específicas de cada produto. Já o túnel de congelamento consiste em um sistema de
“passagem”, ou seja, que faz o congelamento rápido de forma mais ágil.
Isso quer dizer que, depois de um procedimento de congelamento extremamente

rápido e eficaz junto ao túnel de congelamento, o produto deve ser armazenado em
uma câmara frigorífica.
O túnel de congelamento é fundamental para empresas que trabalham com produtos como o açaí, por
exemplo, pois esse equipamento permite um congelamento bem mais rápido, de forma a se manterem
todas as propriedades do produto e a excelência.

Em suma, o túnel de congelamento é um passo antecessor ao deslocamento do produto
para a câmara fria e pode ajudar a compor um grande diferencial na qualidade dos
produtos do seu negócio.
Qualidade dos produtos em túneis e câmaras
O método de atenuação de temperatura é substancial para preservar as características

nutricionais originais dos produtos na indústria de alimentos. Além disso, a
proliferação de bactérias é evitada, o que aumenta a vida útil do alimento por
meio do congelamento rápido.
Entre as necessidades capazes de serem solucionadas, destacam-se:
• conservar alimentos altamente perecíveis;
• evitar perda de peso do produto por desidratação;
• aumentar o tempo de estoque; e
• transportar alimentos em longa distância.

Tempo de resfriamento, congelamento e permanência dos produtos em túneis
e câmaras
A redução da temperatura de conservação dos produtos alimentícios é recomendada

por retardar ou inibir reações bioquímicas e atividades enzimáticas no produto, as quais
contribuem para a perda da qualidade e a ação dos micro-organismos.
Dica
Quanto menor o valor da temperatura, menores serão as
velocidades das reações bioquímicas e metabólicas dos produtos,
bem como dos micro-organismos presentes, o que garante a
vida útil da mercadoria na prateleira.
As formas de conservação de matérias-primas alimentares e alimentos por intermédio

do frio são a refrigeração e o congelamento.
Refrigeração
São empregadas temperaturas entre 1,5 a 10 °C.
Congelamento
São utilizadas temperaturas de -40 a -10 °C.
A utilização do método de resfriamento não pretende extinguir a forma vegetativa dos

micro-organismos, mas busca reduzir sua atividade. Desse modo, é de suma importância
que sejam observadas as medidas de assepsia nas formas utilizadas de obtenção e
processamento de matérias-primas, para que a presença de micro-organismos seja
minimizada.

24 horas é o tempo necessário para deixar as frutas resfriadas. Além
disso, a câmara de resfriamento deve ter circuito eletroeletrônico
que não permita variações de temperatura superiores a mais ou
menos de 1 °C.
Calibragem da temperatura do túnel e da câmara fria
A câmara fria é um equipamento utilizado no armazenamento de produtos que precisam

de temperatura controlada. Portanto, seu bom funcionamento é fundamental para manter
a preservação dos produtos. Assim, a importância de calibrações periódicas faz desse
serviço um dos mais frequentes em uma packing house.
O primeiro passo que deve ser considerado é encontrar prestadores de serviço que
realizem a calibração da câmara fria com padrões atuais e rastreabilidade reconhecida.
Empresas prestadoras de serviço, com profissionais qualificados e de referência no
segmento, são as mais indicadas por terem conhecimento técnico de primeira, assim
como tecnologias e sistemas eficientes.
Em geral, a calibração de câmara fria deve ser feita com sensores de temperatura
calibrados e rastreados. Em função do tamanho e da fixação, o serviço de calibração
é feito no local onde o equipamento se encontra e seu objetivo principal é monitorar e
coletar dados referentes à temperatura do equipamento.
Sendo assim, é necessário fazer a instalação de sensores de temperatura aferidos,

para que a comparação seja padronizada. Esses sensores são interligados ao sistema

padrão do equipamento, que realiza o monitoramento e a coleta de temperatura. Depois
dessa etapa, o equipamento já está capacitado para emitir o certificado de calibração
da câmara fria.
6.7 Circuitos elétricos
Um circuito elétrico é formado por um gerador elétrico, um condutor em circuito

fechado e um componente capaz de usar a energia produzida pelo gerador.
Glossário
Gerador elétrico: Dispositivo que converte todo e qualquer
tipo de energia em energia elétrica. Sua principal atribuição é
fornecer energia para abastecer as cargas que o atravessam,
como pilhas, baterias e usinas hidrelétricas.
Fonte de tensão, ou gerador de tensão, pode ser definida como qualquer dispositivo ou
sistema que gere uma força eletromotiva entre seus terminais ou derive uma tensão
secundária de uma fonte primária de força eletromotriz. Enquanto a fonte de tensão
primária pode suprir (ou absorver) energia a um circuito, a fonte de tensão secundária
dissipa energia de um circuito (WIKIPÉDIA, 2020).
Dica
A bateria é um exemplo de fonte primária, e o regulador de
tensão, um exemplo de fonte secundária. Em teoria de circuitos
elétricos, a fonte de tensão é o dual de uma fonte de corrente.
Nesse cenário, outros elementos valem o destaque:
A física e a engenharia elétrica contextualizam os condutores

Condutores como materiais nos quais as cargas elétricas se deslocam
de maneira relativamente livre. Quando tais materiais são
elétricos providos em alguma região pequena, a carga se distribui
seguidamente sobre toda a extensão do material.
O interruptor é um equipamento usado com a finalidade

Chaves e de abrir ou fechar circuitos elétricos, na abertura e no
fechamento de redes, em tomadas e entradas de aparelhos
interruptores eletrônicos. Basicamente seu funcionamento consiste em
efetuar o ligamento ou desligamento de energia elétrica.

Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir
Transformadores de energia elétrica ou potência elétrica entre dois circuitos,
energia impelindo tensões e correntes, e alterar os valores das
impedâncias elétricas de um circuito elétrico.
Um acumulador é um dispositivo que armazena quimicamente

Acumuladores de energia elétrica por meio da passagem de corrente
contínua. Esse equipamento funciona como uma espécie de
energia pilha ou bateria que pode ser recarregada. A maioria dos
acumuladores é constituída de chumbo-ácido ou níquel-ferro.
Quando uma empresa ou indústria tem um contrato de fornecimento de energia, é

disponibilizado um valor máximo de potência que ela pode utilizar. Esse valor, no entanto,
varia em função da produção da empresa e das horas disponíveis para isso.
A análise do fator de carga de consumo tem como premissa
identificar os pontos de pico de demanda e avaliar a possibilidade
de transferir essas cargas para os momentos de menor demanda,
a fim de normalizar a curva de potência e permitir que a demanda
contratada seja reduzida.
Segurança na operação de circuitos elétricos
A Norma Regulamentadora 10 (NR-10) estabelece as mínimas condições de trabalho a

trabalhadores que possam interagir com instalações elétricas e serviços com eletricidade
de alta tensão. Ela abrange qualquer trabalho dessa natureza em todas as etapas de
um projeto: construção, montagem, operação, manutenção de instalações elétricas e
outros trabalhos relacionados.
A NR-10 assume intervenções como

medidas preventivas para controlar riscos
elétricos, por meio de medidas de análise
de risco para garantir a segurança e saúde
do trabalho. Entre essas medidas, constam
esquemas unifilares de instalações
elétricas atualizados com as especificações
do sistema de aterramento e outros
equipamentos.

Diz a Lei
Segundo a NR-10 (2004), estabelecimentos com carga superior
a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações
Elétricas, contendo, no mínimo:
• conjunto de procedimentos e instruções técnicas e

administrativas de segurança e saúde, implantadas e
relacionadas à NR-10;
• descrição das medidas de controle existentes;
• documentação das inspeções e medições do sistema de

proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos
elétricos;
• especificação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

e Coletiva e o ferramental, aplicáveis conforme determina a
NR-10;
• documentação que comprove qualificação, habilitação,

capacitação e autorização dos trabalhadores e dos treinamentos
realizados;
• resultados dos testes de isolação elétrica realizados em

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC);
• certificações de equipamentos e materiais elétricos em áreas

classificadas; e
• relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,

cronogramas e adequações.
Antes de encerrar seus estudos, que tal fixar os conhecimentos desenvolvidos neste

1. A colheita mecanizada tem possibilitado muitos avanços na fruticultura: frutos
são colhidos no ponto de maturação ideal e nas melhores horas do dia, alguns
equipamentos com sistemas automatizados já separam os resíduos, entre muitos
outros avanços. Analise as sentenças a seguir e as classifique como verdadeiras
(V) ou falsas (F):
( ) A mecanização agrícola desconsidera a segurança nos seus procedimentos

de uso, bem como a capacitação dos operadores.
( ) Para operar uma máquina com segurança, é essencial que o manual de
instruções ou de operações esteja atualizado e na máquina.
( ) As rotinas de verificação e manutenção devem estar sempre em evidência

com uma etiqueta com as datas de execução.
( ) É importante conhecer a funcionalidade do equipamento ou implemento a

ser utilizado em cada fase do processo produtivo.
( ) A colheita de frutas mecanizada apresenta muitas perdas e tem avançado

muito pouco no cenário mundial.
a) F, F, F, V, V.
b) F, V, V, V, F.
c) V, V, V, V, F.
d) F, F, F, F, V.
e) F, V, F, V, F.

Encerramento do tema
Nesse tema, você estudou o conceito de tratores agrícolas e seus diferentes tipos,
bem como as quatro etapas de funcionamento dos motores do ciclo diesel. Também
conheceu diferentes sistemas, incluindo o dos motores, o de transmissão, o hidráulico
e o de direção.
Outro assunto que você viu foi o lastreamento e entendeu que ele deve obedecer a um
equilíbrio na distribuição do peso adicionado ao trator. Além disso, você foi apresentado
a diferentes implementos agrícolas, aos tipos de manutenção e como elas podem ser
realizadas no motor de uma máquina agrícola, e à calibragem, identificando as diferentes
unidades de medidas.
Você também viu a contribuição da agricultura 4.0 e conheceu alguns instrumentos

de controle e operacionais utilizados nas várias etapas do processo produtivo, o que
abrange os catálogos técnicos dos fabricantes, os sensores de controle de temperatura,
a diferença entre câmara frigorífica e túnel de congelamento e os circuitos elétricos.

Encerramento da Unidade Curricular
Parabéns, você chegou ao fim da Unidade Curricular Tratores e Implementos Agrícolas!
Aqui, você pôde se aprofundar no estudo da mecanização agrícola e compreender que

ela é dependente de sistemas e equipamentos embarcados nos tratores. Um ponto
importante que você viu é que a operação deve ser feita sempre por pessoas qualificadas
e treinadas.
Seguindo seus estudos, você viu que, no processo produtivo, há espaço para os dois
sistemas, tanto o manual quanto o mecanizado, e o que determinará a melhor adequação
às novas tecnologias serão os recursos financeiros disponíveis e o volume de produção.
Cabe lembrar que os sistemas automatizados são um caminho sem volta, pois viabilizam
sistemas de produção, reduzem custos e facilitam o controle dos processos. Mas saiba
que, para algumas frutas, não existe a colheita mecanizada, como é o caso do mamão,
do maracujá e de outras.
A intenção desse material foi, portanto, auxiliar você na construção do conhecimento

técnico fundamental para ser utilizado na sua vida profissional como técnico em fruticultura.

Referências
ADUBE Certo. Adubação. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20200225150435/

http://www.adubecerto.com.br/adubacao/>. Acesso em: 4 abr. 2019.
ALMEIDA, T. O que é manutenção industrial de máquinas e equipamentos? Indústria

Hoje, 13 de janeiro de 2017. Disponível em: <https://industriahoje.com.br/o-que-e-
manutencao-industrial-de-maquinas-e-equipamentos>. Acesso em: 10 abr. 2019.
BALDAN. Disponível em: <https://www.baldan.com.br/>. Acesso em: 4 maio 2019.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora 10: Segurança em instalações

e serviços em eletricidade. 2004.
CORREA, I. M. Tração ideal. Grupo Cultivar, julho de 2001. Disponível em: <https://
www.grupocultivar.com.br/artigos/tracao-ideal>. Acesso em: 4 maio 2019.
CYRINO, L. Agricultura de olho na manutenção. Manutenção em Foco, 22 de junho de

2018. Disponível em: <https://www.manutencaoemfoco.com.br/agricultura-de-olho-
na-manutencao/>. Acesso em: 10 abr. 2019.
FERGUSON, M. Lastreamento do trator. Agrolink, 16 de setembro de 2019. Disponível

em: <https://www.agrolink.com.br/noticias/lastreamento-do-trator_97261.html>.
Acesso em: 4 abr. 2019.
FERNANDES, A. M. et al. Correção do solo. Embrapa Hortaliças, Sistemas de Produção,

8. Disponível em: <https://www.embrapa.br/hortalicas/batata/correcao-do-solo>.
FIRJAN. Temas em destaque: energia elétrica - custo e qualidade para a competitividade

da indústria nacional. Disponível em: <https://www.firjan.com.br/firjan/empresas/
competitividade-empresarial/temas-em-destaque/energiaeletrica/servicos/default-9.
htm>. Acesso em: 22 mar. 2021.
GERADOR de tensão. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Disponível em: <https://

pt.wikipedia.org/wiki/Gerador_de_tens%C3%A3o>. Acesso em: 22 mar. 2021.
JACTO. Acompanhe a evolução dos implementos agrícolas. 29 de maio de 2018. Disponível

em: <https://blog.jacto.com.br/acompanhe-a-evolucao-dos-implementos-agricolas/>.
JACTO. Agricultura 4.0: tudo o que você precisa saber. 13 de novembro de 2018.
Disponível em: <https://blog.jacto.com.br/agricultura-4-0-tudo-o-que-voce-precisa-
saber/>. Acesso em: 4 maio 2019.

JACTO. Como escolher o bico certo para a pulverização agrícola? 30 de novembro de
2018. Disponível em: <https://blog.jacto.com.br/como-escolher-o-bico-certo-para-a-
pulverizacao-agricola>. Acesso em: 12 abr. 2021.
JOHN DEERE BRASIL S.A. Guia para instalação de lastro e pressão de inflação de pneus.
Disponível em: <http://ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT154_motores_e_
tratores/Literatura/LASTRO-CQ41964.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2021.
MANUTENÇÃO e suprimentos. Disponível em: <http://www.manutencaoesuprimentos.

com.br/conteudo/4299-aditivos-em-oleos-lubrificantes/>. Acesso em: 4 maio 2019.
MARCHESAN. Disponível em: <https://www.marchesan.com.br/>. Acesso em: 4 maio

2019.
MUNDO EDUCAÇÃO. Circuito elétrico. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.

com.br/fisica/circuito-eletrico.htm>. Acesso em: 4 abr. 2019.
RR REFRIGERAÇÃO. Disponível em: <https://rrrefrigeracao.com.br>. Acesso em: 10

abr. 2019.
SENAR. Agricultura de precisão: conceitos. Brasília: Senar, 2019. Disponível em: <https://
www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/244_AP_Agricultura-de-precisao-para-todos.
pdf>. Acesso em: 12 abr. 2021.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR. Curso técnico em fruticultura:

Implementos e equipamentos. 1ª. edição. 2019.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR. Curso técnico em fruticultura:

Tratores e implementos agrícolas. 1ª. edição. 2020.
SILVA, J. G. Preparo do solo e do plantio. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.

embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fq6x5lxh02wyiv80bhgp5ps6ra6re.html>.
SOUSA, R. V. de; LOPES, W. C.; INAMASU, R. Y. Automação de máquinas e implementos

agrícolas: eletrônica embarcada, robótica e sistema de gestão de informação. Embrapa,
2014.
UNIVERSAL LUBRIFICANTES. Óleo para sistemas hidráulicos. Disponível em: <http://

www.universallubrificantes.com.br/artigos/item/19-oleo-para-sistemas-hidraulicos>.
Acesso em: 9 maio 2019.
ZANINI, G. M.; FERNANDES, J. C. Graxas Lubrificantes: tipos, classificação e desempenho.

Departamento de Engenharia Mecânica, Unesp. Bauru: 2010. Disponível em: <https://
web.archive.org/web/20161130140906/http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/manutencao/
Grupo_19.pdf>. Acesso em: 13 abr. 2021.

Gabarito das atividades de aprendizagem
Tema 1: Tratores e implementos agrícolas
Tópico 2
1) A - I. Lubrificação: tem por função distribuir o óleo lubrificante entre as partes

móveis do motor para diminuir o desgaste; II. Alimentação de combustível: o
sistema de injeção de combustível é responsável pela alimentação do diesel no
motor; IIII. Exaustão de gases: tem a função de conduzir e tratar os gases tóxicos
liberados pelo motor, diminuir o ruído e dar movimento à turbina; IV. Partida: tem
a função de fazer girar o eixo virabrequim para que o motor dê continuidade aos
quatro ciclos de funcionamento; V. Arrefecimento: tem como finalidade controlar
as temperaturas mínima e máxima do motor de combustão, deixando-o sempre na
temperatura ideal de trabalho.
Tópico 3
1) Os objetivos da AP são detectar, monitorar e manejar as variabilidades espacial e

temporal dos sistemas de produção agropecuário.
Tópico 4
1) C - As manutenções têm como finalidade e aplicação: I. Corretiva: tem por finalidade

substituir peças ou componentes desgastados ou que falharam. É importante
realizar o conserto após avaria; II. Preventiva: tem o objetivo de reduzir ou impedir
falhas no desempenho de máquinas, implementos e equipamentos. Revisões gerais
programadas, com um bom sistema de planejamento e controle do trabalho; III.
Preditiva: tem o objetivo de diagnosticar possíveis falhas por meio do monitoramento
e substituir componentes com a vida útil comprometida.
Tópico 5
1) Termômetro, balança, trena, cronômetro, nível, câmara fria, calibrador de pneus e

peneira granulométrica.

Tópico 6
1) B - A primeira sentença é falsa. É correto afirmar que a mecanização agrícola preza

pela segurança tanto na qualidade de seus projetos, nos seus procedimentos de
uso, quanto na capacitação dos operadores. A segunda sentença é verdadeira: para
operar uma máquina com segurança, é essencial que o manual de instruções, ou
de operações, esteja atualizado e junto da máquina, ou do equipamento, durante a
operação. A terceira sentença é verdadeira: por se tratar das rotinas de verificação
e manutenção, que devem estar sempre em evidência, recomenda-se colocar uma
etiqueta com as datas de manutenção já executadas. A quarta sentença é verdadeira:
é muito importante conhecer a funcionalidade do equipamento ou do implemento
a ser utilizado em cada fase do processo produtivo. A quinta sentença é falsa. É
correto afirmar que a colheita de frutas mecanizada permite que todo o processo
seja rápido e efetuado no ponto ideal de maturação e em horários frescos do dia,
a fim de minimizar o comprometimento da qualidade. Equipamentos e máquinas
de colheita têm avançado muito no cenário mundial, pois a mão de obra tem se
tornado escassa.

SGAN 601 MÓDULO K - EDIFÍCIO ANTÔNIO
ERNESTO DE SALVO - 1º ANDAR - BRASÍLIA
DISTRITO FEDERAL - CEP: 70830-021
FONE: + 55 61 2109 1300
ETEC.SENAR.ORG.BR
SENAR.ORG.BR

2.01 Apostila Unidade Curricular 11 - Tratores e Implementos Agrícolas

Загружено:

Сведения о документе

Авторское право

Доступные форматы

Поделиться этим документом

Поделиться или встроить документ

Параметры публикации

Этот документ был вам полезен?

Это неприемлемый материал?

Авторское право:

Доступные форматы

2.01 Apostila Unidade Curricular 11 - Tratores e Implementos Agrícolas

Загружено:

Авторское право:

Доступные форматы

MÓDULO ESPECÍFICO I

Curso Técnico EaD Senar

SENAR - Brasília, 2021

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Tema 1: Tratores e implementos agrícolas ����������������������������������������������� 10

Tópico 1: Tratores agrícolas ��������������������������������������������������������������������������������� 13

Tópico 2: Conceito básico de funcionamento de motores do ciclo diesel ����� 16

2.1 Funcionamento de motores do ciclo diesel ��������������������������������������������������� 16

2.3 Sistemas dos motores ������������������������������������������������������������������������������������� 20

2.4 Sistemas de transmissão �������������������������������������������������������������������������������� 27

2.6 Sistema de direção, cabine e posto de operação ���������������������������������������� 31

2.7 Procedimentos operacionais ��������������������������������������������������������������������������� 36

Atividade de aprendizagem ����������������������������������������������������������������������������������� 43

Tópico 3: Implementos agrícolas ������������������������������������������������������������������������ 45

3.1 Princípios e funcionamento dos implementos agrícolas ����������������������������� 45

3.11 Agricultura de precisão ���������������������������������������������������������������������������������� 63

3.12 Adubação mecanizada do solo ��������������������������������������������������������������������� 65

Atividade de aprendizagem ����������������������������������������������������������������������������������� 67

4.2 Tipos de manutenção ��������������������������������������������������������������������������������������� 68

4.3 Manutenções do motor ������������������������������������������������������������������������������������ 70

Atividade de aprendizagem ����������������������������������������������������������������������������������� 77

5.2 Unidades de medida ���������������������������������������������������������������������������������������� 81

5.3 Tipos de calibragem ����������������������������������������������������������������������������������������� 84

Atividade de aprendizagem ����������������������������������������������������������������������������������� 86

Tópico 6: Outros instrumentos de controle/operacionais �������������������������������� 87

6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes ���������������������������������������������������������������� 88

6.2 Procedimentos de uso �������������������������������������������������������������������������������������� 89

6.3 Funcionalidade de cada implemento ������������������������������������������������������������� 92

6.4 Tecnologia embarcada e automação ������������������������������������������������������������� 94

6.5 Sensores de controle de temperatura ����������������������������������������������������������� 96

Atividade de aprendizagem ��������������������������������������������������������������������������������� 104

Encerramento do tema ����������������������������������������������������������������������������������������� 105

Encerramento da Unidade Curricular ������������������������������������������������������� 106

Gabarito das atividades de aprendizagem ���������������������������������������������� 109

Tema 1: Tratores e implementos agrícolas ������������������������������������������������������ 109

TEMAS TÓPICOS SUBTÓPICOS

Tópico 1: 1.1 Conceito de trator

2.1 Funcionamento de motores do ciclo

Produção de frutas - Tratores e implementos agrícolas 7

6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes

Certifique-se de estudá-los com atenção e, se preciso, conte com o apoio da tutoria a

8 CURSO TÉCNICO EAD SENAR

Fonte: Getty Images.

A mecanização teve início no período da Revolução Industrial e marcou a história do

10 CURSO TÉCNICO EAD SENAR

• reconhecer a mecanização na agricultura;

• identificar o funcionamento de motores do ciclo diesel;

• identificar o sistema de funcionamento das partes componentes

• identificar e compreender o sistema de arrefecimento a ar,

• identificar e compreender o sistema de transmissão e o estudo

• identificar e compreender o sistema de alimentação dos

• identificar e compreender o sistema de injeção de combustível

• identificar e compreender o sistema de injeção eletrônico e

• identificar as fraturas em pistões e partes dos motores;

• identificar e compreender o sistema de lubrificação hidráulica;

• identificar e compreender o sistema de filtragem de ar;

• cumprir o plano de manutenção e checagem do sistema de

• reconhecer a importância e realizar a lubrificação das partes

• realizar a lubrificação das partes externas e articuladas das

• identificar e compreender o sistema de rodados dos tratores, os

• identificar e compreender os controladores de comando de

Produção de frutas - Tratores e implementos agrícolas 11

• prever e evitar os danos mecânicos em tratores agrícolas;

Tema 1: Tratores e implementos agrícolas �� 10

Tópico 1: Tratores agrícolas �� 13

Tópico 2: Conceito básico de funcionamento de motores do ciclo diesel �� 16

2.1 Funcionamento de motores do ciclo diesel �� 16

2.3 Sistemas dos motores �� 20

2.4 Sistemas de transmissão �� 27

2.6 Sistema de direção, cabine e posto de operação �� 31

2.7 Procedimentos operacionais �� 36

Atividade de aprendizagem �� 43

Tópico 3: Implementos agrícolas �� 45

3.1 Princípios e funcionamento dos implementos agrícolas �� 45

3.11 Agricultura de precisão �� 63

3.12 Adubação mecanizada do solo �� 65

Atividade de aprendizagem �� 67

4.2 Tipos de manutenção �� 68

4.3 Manutenções do motor �� 70

Atividade de aprendizagem �� 77

5.2 Unidades de medida �� 81

5.3 Tipos de calibragem �� 84

Atividade de aprendizagem �� 86

Tópico 6: Outros instrumentos de controle/operacionais �� 87

6.1 Catálogos técnicos dos fabricantes �� 88

6.2 Procedimentos de uso �� 89

6.3 Funcionalidade de cada implemento �� 92

6.4 Tecnologia embarcada e automação �� 94

6.5 Sensores de controle de temperatura �� 96

Atividade de aprendizagem �� 104

Encerramento do tema �� 105

Encerramento da Unidade Curricular �� 106

Gabarito das atividades de aprendizagem �� 109

Tema 1: Tratores e implementos agrícolas �� 109