Este ensaio objetiva a apresentação das principais ideias dos textos
abordados no eixo 1 da disciplina. Para isso, são consideradas as bibliografias de João Maia e Jimmy Medeiros: “Autonomia e trabalho intelectual na pós-graduação em Ciências Sociais” presente na Revista Brasileira de Sociologia; Eliot Freidson “Para uma análise Comparada das profissões: a institucionalização do discurso e do conhecimento” na revista ANPOC; e Maria da Glória Bonelli et al.: “Sociologia das profissões e das ocupações no Brasil”, na Contemporânea (UFSCAR). São trazidas para análise as questões debatidas nesses trabalhos e, no que entendi como necessário, alguns usos de bibliografias complementares são realizados para a apresentação das ideias/complementação do conhecimento. O estudo das profissões, como destaca Friedson (1995), é um campo/área do conhecimento que vem crescido bastante. Trazer um estudo das profissões, ou o que pode se formar uma sociologia das profissões, como já tem se formado e procura maneiras para sua consolidação e delimitações, como apontado por BONELLI, propicia uma compreensão das especificidades presentes em cada profissão e sua área de conhecimento imbricadas no exercício de cada ofício, lançando luz do que esta pode oferecer para o meio social, dos agenciamentos proporcionados aos indivíduos, seja em sua esfera econômica, seja em sua esfera política. Nesse sentido, a sociologia das profissões compreende as profissões e, em certa medida, suas capacidades de mudança na vida em sociedade. Mais do que isso, estudar as profissões está relacionado à compreensão do trabalho além do seu exercício físico ou psicológico, mas atrelado a uma ideia de especialização. É esta especialização que irá corroborar para definir que profissão é esta, seu papel atuante e suas especificidades definidas. Para Eliot, é importante que para além da teoria das profissões, os estudos das profissões obtêm sua relevância para compreender nestes seus efeitos práticos. Uma teoria que embase a compreensão do que fazem as profissões, possibilita entender a posição de diferentes profissões e qualificações (estas definidas no mercado de trabalho) e porque variam numa diferença temporal e de espaços. Em tese, as profissões deveriam se organizar coletivamente, nas quais as funções existem colaborativamente, existindo umas em relações a outras, como apontado por Freidson, de que ao “pensarmos o trabalho como especialização, somos obrigados a pensá-lo como relação.” (p. 2, ano). Na prática, porém, a relação de trabalho de cientistas sociais nos programas de pós-graduação e graduação nos mostra que há série de mecanismos institucionais em que se faz apresentar a isso uma série de dificuldades. O trabalho de João Maia e Jimmy Medeiros (2021) ressalta a dificuldade de autonomia frentes às questões institucionais, de imposição ao trabalho acadêmico, enfrentadas pelos profissionais presentes nos programas de graduação e pós- graduação brasileiro. Frente às questões que dificultava o exercício enquanto professor cientista social, por escolhas que estes indivíduos tenham de acordo como veem ou compreendem de sua profissão, são enfrentadas questões em que não se tem condições suficientes na instituição para se dar uma boa aula (salas de aulas maiores, internet, projetores funcionando) além de serem pressionados, sistemicamente, à produção de ensaios e mais ensaios para manutenção, exigência/atendimento à uma métrica de qualidade, realizada em constância, dos programas de pós-graduações, não tendo tempo satisfatório para melhoria contínua ou desenvolvimento do desempenho nas salas de aula. Destaca-se nisso, o imbróglio da situação, no qual o professor tem dificuldade de exercer sua profissão, nos atributos como este encara dela, frente à uma rotina sobrecarregada e de pressionamentos. Chama-se atenção, porém, que, mediantes a esses desafios, os professores docentes brasileiros encontram maneiras de ressaltar sua identidade docente, praticando a reflexividade e, ao momento de elaboração dos textos em suas profissões, ser um mecanismo de expressão e de construção própria acadêmica-profissional.