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Ferramentas de Planejamento
e Gestão Empresarial
Créditos
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/SC
FECOMÉRCIO
Presidente
Bruno Breithaupt
Diretor Regional
Rudney Raulino
Conteudista
Vinicius Furlanetto
Desenvolvimento e Editoração
Equipe de Produção do SEAD
Coordenação Técnica
Setor de Educação a Distância - SEAD
1 FUNDAMENTOS DE GESTÃO ������������������������������������ 7
1.1 ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ��������������������������������������������������� 7
1.2 PRIMEIRAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS ��������������������������������� 7
1.2.1 Gestão ��������������������������������������������������������������������������� 9
1.2.2 O gestor e seus papéis e habilidades ������������������������ 9
1.3 MODELOS DE GESTÃO ���������������������������������������������������������� 10
1.4 SISTEMAS DE GESTÃO ���������������������������������������������������������� 11
4 EQUIPES ��������������������������������������������������������� 29
4.1 TIPOS DE EQUIPES ���������������������������������������������������������������� 31
4.1.1 Equipes de solução de problemas ��������������������������� 31
4.1.2 Equipes autogerenciadas ����������������������������������������� 31
4.1.3 Equipes multifuncionais ������������������������������������������� 32
4.1.4 Equipes virtuais ��������������������������������������������������������� 32
4.2 ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO DE EQUIPES ���������������� 33
5 COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE LIDERANÇA ����������� 35
CONSIDERAÇÕES ������������������������������������������������ 119
REFERÊNCIAS ���������������������������������������������������� 120
Neste curso, você explorará métodos para tomada de decisões amplamente utilizados no
mercado, baseados na experimentação de ferramentas de gestão utilizadas rotineiramente
no ambiente organizacional, com exemplificação prática das mais utilizadas, que lhe auxiliarão
na conquista de resultados reais.
Bons Estudos!
Importante
Administrar, portanto, é o ato de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos para atingir os
objetivos de uma organização.
matéria-prima;
dinheiro;
informação;
máquinas/equipamentos; e
Há muito tempo a palavra administrar está ligada à centralização do poder e das decisões, pois, antiga-
mente, os administradores eram os que detinham as informações e somente eles eram os responsáveis
pelo planejamento e pelas decisões de uma empresa. Por conta disso, a palavra administrar cedeu
lugar à gestão e a figura do gestor começou a ser difundida.
Atualmente, as diversas funções dentro de uma empresa fazem com que se tenha a necessidade de planejar,
organizar, dirigir e controlar os recursos. Essas atribuições estão distribuídas dentre as diversas pessoas
que possuem a incumbência de fazer a gestão de seus departamentos e não como no passado, em que
apenas uma pessoa, o chamado Chefe Administrativo, possuía a responsabilidade por tudo isso. Temos, nas
empresas, gestores financeiros, de logística, de marketing, de pessoas, dentre outros; esses cargos podem
variar de acordo com o tipo da empresa e cabe ao gestor atuar em conjunto com as pessoas de sua equipe
para que os recursos sejam bem administrados e bem geridos a fim de atingir os objetivos da organização.
A administração propriamente dita, através de suas teorias, começou a ser difundida após a Revolução
Industrial, pois, até esse momento, tudo que se via eram pequenos comércios e artesãos que produziam
através de encomendas. Na Europa, devido às necessidades de se manufaturar os produtos para atender
às necessidades da população que vinha dos campos para as cidades, foram criadas as primeiras
fábricas, que, apesar de simples, eram adequadas à época.
Para que possamos entender a evolução dentro da história, precisamos conhecer as diferentes abor-
dagens que foram adotadas por teóricos, pesquisadores, filósofos e empresários e como elas foram
fundamentais para o desenvolvimento da administração. Veja a seguir quais são elas:
a) Abordagem Estrutural
As primeiras teorias administrativas tinham a intenção de organizar o trabalho para que as
empresas pudessem ser mais produtivas e, assim, essa fase foi marcada pelas Teorias Científica
e Clássica da Administração, cujo foco era estruturar as tarefas e organizar os departamentos
das empresas, estabelecendo regras e criando procedimentos. Nessa fase, também se esta-
beleceu a chamada linha de produção, visando melhorar o processo e diminuir os custos e a
burocracia, além de definir procedimentos adequados de organização da estrutura de trabalho.
b) Abordagem Humanista
As abordagens humanistas vieram logo em seguida e foram caracterizadas pela Teoria das
Relações Humanas e Comportamental, que vinha na contramão das teorias anteriores, as
quais focavam somente na estrutura empresarial. A abordagem humanista preocupava-se
com os funcionários, seu bem-estar, melhoria do ambiente empresarial, direitos dos traba-
lhadores e assim sucessivamente, ficando não só o salário como fonte de motivação, mas
sim estabelecendo uma série de condições que, juntas, trouxeram uma melhora no que
diz respeito às pessoas.
c) Abordagem Integradora
Após muitas teorias serem estudadas e difundidas, algumas falando da estruturação das
empresas, outras de processos e de pessoas, surgem as teorias que abordavam a integração
de várias outras, a fim de direcionar as empresas a um objetivo. Cada abordagem tinha o seu
valor e não podia ser escolhida como única. Na verdade, a utilização das diversas teorias em
conjunto é que fazia com que as empresas fossem melhor administradas e bem-sucedidas.
Você deve ter percebido que cada abordagem possui um foco bem específico e ainda pode ter notado
que nenhuma delas funcionaria de forma isolada. Por isso, na evolução das teorias, elas foram se
complementando de acordo com as necessidades de cada época, a fim de que uma completasse a
outra naquilo que fosse importante para o momento que a empresa estivesse vivendo. Mesmo nos dias
atuais, as teorias mais antigas como a da Administração Científica, por exemplo, ainda são utilizadas.
Um administrador precisa conhecer cada uma das abordagens e saber ajustar a empresa a cada uma
delas de forma equilibrada e focada em seus principais objetivos.
A administração, com o passar do tempo, deu lugar a um novo termo que possui um significado mais
amplo do que administrar, ele se chama gestão.
1.2.1 Gestão
A gestão de uma empresa está ligada à forma como os recursos são geridos, isso porque, na maior parte
das vezes, esses recursos são escassos e as necessidades das empresas são infinitas, pois precisam
atender a uma necessidade da população.
Importante
A gestão deve ser um processo em que um ou mais indivíduos coordenam as atividades de outras pessoas,
objetivando alcançar resultados que não seriam possíveis pela ação isolada de apenas uma pessoa.
Sendo assim, a função da gestão é ampla, passa por todos os setores da empresa, envolve processos
e pessoas e se divide da seguinte forma:
Gestão Funcional: tem como objetivo integrar as políticas funcionais, dando suporte para a
gestão estratégica para que as definições sejam colocadas em prática por toda a empresa.
O gestor é a pessoa que vai desenvolver os planos estratégicos e operacionais que julgar mais eficazes
para atingir os objetivos da empresa. Ele cria as estruturas de trabalho, estabelece as regras, a política
e procedimentos mais adequados aos planos de desenvolvimento definidos pela empresa e, ainda,
implementa e coordena a execução dos planos através da liderança e de controles necessários para o
acompanhamento da evolução dos processos.
Dependendo de onde o gestor estiver atuando na organização, ele precisa ter desenvolvidas algumas
habilidades específicas, a fim de garantir a condução dos trabalhos. As principais habilidades que um
gestor precisa desenvolver são:
Técnica: inclui o domínio dos métodos, das técnicas e dos equipamentos que envolvem
funções específicas da empresa, como engenharia, produção, finanças e as técnicas de
resolução de problemas específicos da área onde atua.
Caso o gestor esteja atuando no topo da organização, ele precisa ter desenvolvido, com maior ênfase, a
sua habilidade conceitual, pois será necessário que ele analise inúmeras situações que dizem respeito
a toda a empresa sem deixar de lado, mesmo que em um nível menor, a habilidade humana e técnica.
Os gestores de nível intermediário precisam ter um equilíbrio com as três habilidades, pois ao mesmo
tempo que se reportam aos gestores do topo da empresa, comandam outros abaixo dele e, com isso,
as habilidades de relacionamento e conhecimento técnico são fundamentais.
Já os gestores de nível operacional, por ter ligação direta com a execução das atividades mais técnicas,
necessitam desenvolver seus conhecimentos e habilidades técnicas para poder auxiliar suas equipes na
execução dos procedimentos, visando atingir os objetivos de seu setor e, por conseguinte, os da empresa.
Para que seu trabalho como gestor tenha resultado, você precisa conhecer e compreender alguns
dos modelos atuais de gestão e assim poder contar com todos eles de forma integrada para que as
ferramentas que serão aprendidas por você, mais adiante, possam ser implementadas. Veja a seguir
os principais modelos de gestão.
1º Gestão Estratégica: tem por objetivo levar a empresa à realização de diagnósticos de sua
situação e destacar seus pontos fortes e fracos para poder aproveitar as oportunidades
que o mercado apresenta e combater as ameaças que também enfrentamos. Esse modelo
procura estabelecer a missão, visão, valores e estratégias da empresa que irão nortear as
ações no curto, médio e longo prazo, sempre procurando adequar a empresa à realidade
do mercado, descobrindo oportunidades e projetando o futuro através da organização dos
processos e investimentos na busca por melhores resultados.
2º Gestão Participativa: cada vez mais as empresas estão focadas nesta gestão. Nesse estilo
de gestão, os indivíduos assumem responsabilidades e opinam sobre as decisões que afetam
os rumos da organização e também de sua vida. A cultura da empresa precisa ser bastante
flexível e aberta, em que reine a confiança em todos os níveis e as informações sejam disse-
minadas de forma clara e objetiva. O foco desse modelo é que, através da participação das
pessoas nas decisões da empresa, exista um maior comprometimento e engajamento entre
todos os níveis organizacionais.
3º Gestão Holística: seu foco é nos recursos e na ligação entre eles para que a gestão seja
sustentável em todo seu contexto: financeiro, social e ambiental. Nesse modelo, a preocu-
pação maior é com o meio ambiente e preservação dos recursos naturais, para que não
faltem no futuro, entretanto não há aqui o descuido do olhar sobre as finanças da empresa
e o atendimento à sociedade e às pessoas.
Um sistema de gestão eficaz agrega valor aos negócios por fazer as tarefas da melhor forma, pelo
menor custo e com rapidez. Veja a seguir alguns dos sistemas de gestão mais conhecidos.
Todos esses sistemas utilizam uma série de normas e regras de gestão que conduzem a empresa a
estabelecer ferramentas de controle de processos, indicadores de medição de desempenho e busca
de resultados. Isso tudo atrelado ao planejamento estratégico das organizações, que tem por objetivo
levar a empresa a se tornar mais competitiva no mercado onde atua.
Para você compreender melhor, a pirâmide abaixo demonstra de que forma os níveis da empresa estão
estruturados, como a hierarquia funciona e quais cargos e funções estão relacionados e interligados
para que o trabalho se distribua da maneira mais adequada possível.
2) O Nível Tático está ligado aos departamentos, atividades administrativas, finanças, recursos
humanos e afins. Nesse nível, o foco está nas ações de médio prazo, onde as ações plane-
jadas no nível estratégico são colocadas em prática. Ex.: Gerentes e Coordenadores;
3) O Nível Operacional é onde está, na maioria das vezes, o maior número de funcionários de
uma empresa. Nesse nível, as ações estão voltadas ao curto prazo, visando cumprir com
as ordens de produtos e serviços que a empresa presta a seus clientes. Ex.: Supervisores,
Líderes e Técnicos.
Observe que o desenho da pirâmide representa exatamente como a organização está dividida e suas
atribuições em cada nível. Mostra também que é na base da empresa que está o maior número de funcio-
nários, pois eles são responsáveis pela operacionalização dos processos de produção e, conforme os níveis
hierárquicos vão subindo, menos cargos temos e outras exigências são feitas a nível de tomada de decisão.
Exemplo
Vejamos o exemplo de estrutura organizacional dentro de uma família, em que normalmente os
pais fazem parte do topo e são os que tomam as decisões; abaixo dos pais existem os filhos e, em
alguns dos casos, abaixo dos filhos, o(s) empregado(s) da casa. Pense também na empresa onde você
trabalha, em quantos níveis de autoridade existem e como essa autoridade e comunicação acontece.
Pense também em que confusão existiria dentro da empresa se não existisse esse tipo de estrutura,
pois ninguém saberia com quem deveria se relacionar diretamente e a quem deveria se reportar de
acordo com as especificidades de cada situação.
Para se criar uma estrutura organizacional adequada, alguns elementos são fundamentais:
Amplitude de controle: tem por objetivo definir a quantia de funcionários que determina a
necessidade de um líder, coordenador, líder, supervisor. Essa definição varia muito ao tipo
de empresa e suas atividades, pois, dependendo da complexidade dela, serão necessários
mais ou menos supervisores para comandar os funcionários.
Formalização: determina qual o nível de formalidade com que o trabalho será desenvolvido,
quais as normas e procedimentos de trabalho, se os trabalhos possuem um grau baixo ou
elevado de padronização.
Cadeia de Comando: é quem define como será o comando da empresa, ou seja, se ela
terá somente uma linha hierárquica ou se o comando será compartilhado. As perguntas
que se devem fazer, nesse caso, são: “Se eu tiver um problema, com quem devo falar?”
ou “Por quem sou responsável?”. Isso vai auxiliar a empresa a organizar melhor sua cadeia
de comando. Nos dias atuais, em que muitas empresas possuem equipes auto gerenciadas,
o modelo de cadeia de comando está compartilhado com a liderança.
Utilizar esses elementos, que acabamos de conhecer, no planejamento da empresa, auxilia muito a
gestão, pois, quando a empresa está sendo pensada e organizada e temos a necessidade de realizar
mudanças, vemos que tudo fica mais fácil e rápido por meio dos elementos corretos, ganhando assim
em eficiência.
Outro fator que deve ser levado em consideração quando se está elaborando o estudo da estrutura
organizacional é que ela deve ser desenvolvida de acordo com as estratégias da empresa, pois, conforme
as estratégias vão sendo definidas, a estrutura pode sofrer mudanças para ficar alinhada à estratégia.
Caso contrário, os processos não seguirão o fluxo desejado e as decisões serão mais demoradas devido
à comunicação ineficiente.
2.2 ORGANOGRAMA
O Organograma é a representação gráfica, ou seja, o desenho de uma estrutura organizacional.
Importante
O Organograma tem por objetivo representar graficamente a organização, a hierarquia da empresa,
os diversos cargos e o sistema de comunicação entre eles.
Existem vários tipos de organograma que representam uma organização. Veja a seguir quais são eles:
Organograma Vertical
É o mais utilizado e serve para representar literalmente a hierarquia da empresa.
Diretor
Software
Administrativo
Hardware
Auxiliar Auxiliar
Boy
Financeiro A. Técnica
Organograma Funcional
É muito semelhante ao vertical, mas não representa a hierarquia, e sim as ligações funcio-
nais da organização.
Diretoria
administrativa
Departamento de Departamento de
suprimentos recursos humanos
Organograma Matricial
Representa a estrutura das organizações que não apresentam definições claras das unidades
funcionais, mas sim grupos de trabalho por projetos que, muitas vezes, podem ser tempo-
rários. Também é usada para representar estruturas de escolas e universidades.
Assembléia Geral
PROJETO A
PROJETO B
CLIENTE/
MERCADO PROJETO C
... ... ... ... ... ... ...
PROJETO N
O fato de as pessoas terem conhecimento dos processos, melhora ainda mais o trabalho desenvolvido
na empresa, pois, dessa forma, conhecerão todo o fluxo de trabalho a ser desenvolvido, seus pontos
críticos e as possibilidades de melhoria.
CADEIA DE VALOR
FORNECEDORES CLIENTES
INFORMAÇÃO
Observe, pela análise da figura, que há um processo completo que engloba a relação entre cliente e
fornecedor. As duas pontas desse processo são.
Output (saída): refere-se à saída do processo, que é retroalimentado pelo fornecedor com
informações para que ele retorne o abastecimento.
O processo deve ter suas atividades internas, que agregam valor ao produto final, caso contrário, ele
será inútil.
O que vai nortear o processo são as informações devolvidas pelos clientes finais a respeito do que foi
entregue. É importante considerar, ainda, que outros clientes estão no meio do processo e também
fazem parte da cadeia de valor, trabalhando para que as necessidades sejam atendidas.
Exemplo
Vamos citar, como exemplo, uma loja de roupas, onde o cliente chega para comprar uma camisa.
O cliente, nesse caso, no primeiro momento, é o fornecedor, pois ele vai fornecer as informações
necessárias ao vendedor para que este consiga suprir a sua necessidade. O vendedor está no meio
do processo e vai pegar a informação repassada pelo cliente e procurar apresentar alternativas de
camisas que estão de acordo com as necessidades apresentadas pelo cliente. O cliente gostou de uma
camisa apresentada pelo vendedor e resolveu comprá-la, então foi direcionado ao caixa para realizar
o pagamento e, após, ao pacote para retirar a mercadoria adquirida,. Em seguida, foi acompanhado
até a porta pelo vendedor.
Observe que, nesse caso, se o vendedor não tivesse prestado atenção às informações repassadas pelo
cliente (quem fornece as informações) e apresentado as alternativas adequadas de roupas, este não
teria gostado das opções e o processo não teria o valor agregado e o objetivo final (a venda) não teria
acontecido; além disso, o cliente não teria suas necessidades atendidas.
A importância de se conhecer o processo se verifica ao passo que conseguimos atender melhor às necessi-
dades dos clientes, pois todos os colaboradores da empresa têm uma visão ampla e horizontal do negócio,
adotando assim uma disciplina na análise dos procedimentos realizados no dia a dia, sendo possível imple-
mentar mudanças de forma ágil, gerando também um maior envolvimento de toda a equipe de trabalho.
Mais adiante, quando abordarmos sobre a implantação das ferramentas da qualidade, você verá a
importância de que se tenham processos definidos e descritos nas empresas.
2.3.1 Fluxograma
Importante
O objetivo do Fluxograma é demonstrar, de forma simples e lógica, o fluxo que o processo percorre
dentro da empresa ou setor, com o passo a passo do processo e as ações detalhadas.
O fluxograma permite que os envolvidos no processo possam ter uma visão clara de forma a facilitar a
localização de pontos críticos, mantendo os limites de decisão dentro de princípios que não permitam
a ineficiência e ineficácia de todo o processo.
O fluxograma tem ainda o objetivo de identificar a utilidade de cada etapa do processo, verificar as
vantagens em alterar a sequência das operações, procurar adequar as operações às pessoas que as
executam e identificar a necessidade de treinamento específico de processo.
Dentro de uma empresa, existe uma grande quantidade de processos que, juntos, norteiam um processo
maior (macro), o qual se trata do que a empresa faz. Chamamos isso de Macroprocesso. Todos esses
processos menores interligados precisam ser compreendidos pelos funcionários da empresa, pois, ao
mesmo tempo que você é fornecedor de alguém, também é cliente de outro e assim sucessivamente.
Cabe ao gestor e aos envolvidos uma análise adequada dos fluxos de processos para que se tenha
uma visão de funcionamento desses processos e assim possam ser propostas melhorias para algum
problema quando ele for detectado.
Reflita
Algumas perguntas devem ser feitas ao se analisar o processo e suas etapas: Por quê? Para quê? O
quê? Quando? Quem? Quais?
Todas essas questões devem ser dirigidas a cada passo do processo, nada pode ser esquecido ou
deixado de lado, pois esses questionamentos são fundamentais para a melhoria contínua dos processos.
NÃO
4. Ilustrações
aprovadas
SIM
NÃO NÃO
8.
Revisão/aprovação 9. Revisão/ 10. Prova devolvida
do desenvolvimento SIM aprovação SIM com a aprovação
do pacote da GQ para o fornecedor
11. Especificações
12. Pedir
assinadas
materiais
(Pacote e GQ)
b) Fluxograma Vertical
Modelo de fluxograma destinado à representação de rotinas simples em seu procedimento
de análise dentro de uma unidade organizacional, o que facilita a leitura por parte dos
usuários. Como ele é desenvolvido através de formulário, pode ser impresso, tornando
seu preenchimento mais rápido. Esse fluxograma é muito utilizado para a realização de
levantamento de dados para a identificação de processo.
Análise ou operação X
Transporte
Símbolos
Totais
Execução ou Inspeção
Arquivo provisório
Arquivo definitivo
c) Fluxograma de Blocos
O fluxograma de blocos apresenta uma sequência de atividades contínua e sem envolvimento
de decisão, podendo ser utilizado em instruções simples de trabalho ou em macrofluxo de
processos. Nesse fluxograma, vemos o passo a passo de um macroprocesso de aprovação
de um funcionário. Note que a sequência das atividades é descrita em frases simples, com
o objetivo de nortear os passos para que o processo possa funcionar. No caso de maiores
detalhes desse processo, seria necessário utilizar um dos outros tipos de fluxogramas mais
detalhados que vimos anteriormente.
Início
4. Preencher formulários
Fim
Você pôde estudar, até aqui, o detalhamento da Pirâmide Organizacional, sua importância no processo
de gestão e os seus desdobramentos na Estrutura Organizacional com os departamentos, cargos e
a representação gráfica de todos esses elementos. Estudamos também sobre o gerenciamento dos
processos empresariais e como eles devem ser analisados e organizados para que se tenha um melhor
acompanhamento e gestão através do desenho de seus fluxos, utilizando a ferramenta do fluxograma.
Agora mudaremos um pouco o foco de nossos estudos e passaremos a falar das pessoas, que são o
recurso mais importante de uma organização. Iniciaremos o estudo pelo líder, conhecendo o princípio
da liderança, os principais estilos e como cada um deles pode auxiliar na gestão eficaz das pessoas
dentro de uma empresa.
Importante
Isso indica que a liderança teve sua origem no momento em que o próprio homem precisou organizar
o mundo onde vivia, vendo-se praticamente obrigado a optar por algum tipo de orientação a respeito
de como se sair bem nele.
Então, vamos refletir um pouco sobre o conceito de liderança através do tempo, retomando os princi-
pais períodos em que ele se desenvolveu:
2300 a.C : o primeiro registro escrito sobre o tema liderança ocorreu em 2300 a.C., atribuído
aos Egípcios, particularmente a Ptahhotep, os quais acreditavam que a liderança derivava
de algo transcendental ao ser humano e designava qualidades superiores.
O termo refere-se ao Ptah-Hotep, funcionário do antigo Egito que, durante o final do século 25
a.C. e início do século 24, foi administrador da cidade e primeiro-ministro (ou vizir) durante o
reinado do faraó Djedkaré Isesi, na V Dinastia, entre 2380 e 2342 a.C.
1513 d.C: outro grande momento histórico de registro sobre a liderança nos tempos mais
atuais é o de Maquiavel. Em uma tentativa mais pragmática de entendimento do fenômeno
da liderança, ele descreve, em seu livro O Príncipe (1513), tipos de governo e formas de
como o líder deveria conduzir-se diante de amigos, assim como procedimentos para se
manter no poder.
Século XIX: no século XIX, os estudos, de forma mais sistemática, se orientaram à identi-
ficação de características e atributos de grandes personalidades, as quais deveriam servir
de modelo e base para a formação de novos líderes, mas esses estudos foram deixados de
lado mais tarde, pois outros estudos mostraram que tais características de personalidade
não estavam inteiramente ligadas à liderança, apesar de demonstrar certa influência.
Atualmente existem mais de 360 conceitos sobre liderança, seus estilos, perfis do líder e suas atitudes.
Você deve estar se perguntando:
Mas qual conceito sobre liderança seria o mais adequado? Qual seria o conceito que resume tudo que se
fala a respeito de liderança?
Para tentarmos responder a essas questões, pense primeiramente que o conceito mais comum define
a liderança como a capacidade de influenciar pessoas para alcançar metas e objetivos. Essa liderança
pode parecer formal quando conferida a um cargo em uma empresa, mas também sabemos que nem
todos os administradores e gestores são verdadeiros líderes e vice-versa. Mas, se pensarmos sob o
ponto de vista da influência exercida sobre as pessoas, não importa se a liderança é na empresa ou
fora dela, o importante é que ela seja exercida em todos os momentos da vida de uma pessoa para
que seja verdadeira.
No mundo dinâmico em que vivemos, as empresas precisam cada vez mais de liderança e gestão para
atingir os níveis de eficácia desejados. Por isso é imprescindível a busca por líderes e gestores que
desafiem as pessoas e as empresas a se moverem rumo aos desafios propostos, que criem visões de
futuro e sejam capazes de inspirar os funcionários das empresas a empenhar-se para realizar as visões,
elaborando planos, criando estruturas eficientes e gerenciando as operações do dia a dia.
Importante
Um dos princípios básico de liderança relaciona-se a nossa eficácia de inspirar confiabilidade no nível
pessoal e no nível interpessoal. Líderes que usam esse princípio para influenciar as pessoas desenvolvem
certas características que os ajudam a conquistar seus objetivos. Essas características estão ligadas à
bondade, integridade, compreensão, amor incondicional pelos seus liderados, dentre outras.
Mas manter essas características não é nada fácil, principalmente no mercado competitivo em que
vivemos hoje. Para isso, o líder precisa estar blindado contra as forças que os fazem desviar desses
princípios tão especiais.
Construir uma carreira baseada em princípios éticos é algo feito passo a passo. Essas características
não se constroem do dia para a noite, precisam ser vividas e internalizadas em nossa vida para que, em
momentos de desafios, incertezas e crises não se deixem esses princípios de lado, mudando a forma
de agir para conseguir os resultados esperados.
Existem basicamente três tipos de poder pelos quais as pessoas lideram outras. São eles:
Poder Coercivo: usa a força e o medo. Normalmente esse poder está relacionado ao cargo
que a pessoa ocupa dentro da organização ou ainda deter forte influência por algum motivo;
Poder Utilitário: usa a troca de favores para conseguir algo. Esse poder também é exercido
por posição, ou seja, pelo fato de a pessoa possuir algo que a faz sentir-se superior a outras,
que, em troca de favores ou concessões, agem da forma que o líder determina;
Poder Baseado em Princípios: é aquele em que os líderes exercem o poder porque são
honrados, possuem algo que faz com que as pessoas os sigam por livre e espontânea
vontade, confiam neles e em seus projetos.
Todos esses poderes são utilizados diariamente em nosso trabalho, mas a forma com que eles são
empregados junto às pessoas é que faz a diferença. Pense em como você gostaria de ser liderado.
Certamente você pensou nas características que demonstram respeito, dentre outras de caráter positivo.
Pois então, esse deve ser o seu princípio inicial. Tratar os outros da maneira como gostaríamos de ser
tratados é o que garante que receberemos de volta o mesmo tratamento.
A seguir, veremos alguns estilos de liderança que mais se destacam e, assim, você poderá decidir por
quais irá moldar sua trajetória.
3.3.1 Comportamental
A liderança baseada no comportamento do líder está ligada a entender o que o líder faz e como age.
Nesse modelo, o comportamento do líder se direciona a duas dimensões:
2) Orientação na produção, marcada pelo foco nos aspectos técnicos do trabalho e conside-
rando os empregados como meio pelos quais a produção ocorre nas empresas.
Veja, na Figura 9, o grid gerencial utilizado para classificar a liderança de acordo com sua orientação,
ou seja, se voltada às pessoas ou para a produção.
Alta
1,9 9,9
9
Administração do tipo “clube de campo”: Administração do tipo “gerência de
uma cuidadosa atenção às necessidades equipes”: o trabalho é realizado por
8 de relacionamento das pessoas produz pessoas comprometidas; a
uma atmosfera amigável e um ritmo de interdependência que resulta do sentido
7 trabalho confortável. de “mesmo barco” produz um ambiente de
relacionamento de confiança e respeito.
6 5,5
Ênfase nas pessoas
3 1,1 9,1
Administração precária: a Autoridade e obediência: a
2 permanência como membro da eficiência das operações é
organização requer um mínimo de proxiuto de um sistema de
esforço para fazer o serviço. trabalho no qual a interferência do
1
Baixa
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Baixa Ênfase na produção Alta
A Figura 9 mostra que, de acordo com a ênfase dada pelo líder, o seu comportamento de liderança muda.
Exemplo
Por exemplo, se a ênfase é dada mais na produção e menos nas pessoas, o líder pode adotar um
comportamento de liderança autoritária, controladora, que tem foco na eficiência das operações e
produto, e a interferência do elemento humano é mínima.
O que se imagina como uma liderança comportamental ideal seria a que está focada no gerenciamento
de equipes, em que o trabalho é realizado por pessoas comprometidas e, no ambiente de trabalho,
impera a confiança entre os membros.
3.3.2 Situacional
A Liderança Situacional está baseada nas abordagens comportamentais e utiliza essa base para consi-
derar que o determinante da liderança é a maturidade dos liderados no cumprimento de seus objetivos.
Essa maturidade está baseada em dois aspectos:
1) Maturidade no trabalho; e
2) Maturidade psicológica.
Esses aspectos não se relacionam linearmente e isso compõe uma curva chamada de “curva da
performance”, que considera, na linha horizontal, as condutas relacionadas à tarefa e, na linha vertical,
as condutas relacionadas à relação entre as pessoas.
Veja, na Figura 10, o quadrante da maturidade e o estilo de liderança que está atrelado ao grau de
maturidade da equipe e entenda como esse estilo de liderança funciona.
UA
COMPORTAMENTO
COMPA
DIR
E3 E2
R ■■
■■ DE
E4 E1
GA
TER
LE
NA
M
DE
■ R■
COMPORTAMENTO
BAIXO ALTO
DE TAREFA
Ao analisarmos o quadrante, podemos perceber que um baixo nível de relação e baixo nível de tarefa
envolvem a atitude de delegar com alto nível de maturidade dos liderados; altos níveis de relação e
níveis medianos de tarefa constituem as atitudes de participar ou persuadir, a depender do nível de
maturidade dos liderados; já a imaturidade dos liderados condiz com a condição de um baixo nível de
relação e um alto nível de tarefa, relacionado à atitude de dirigir.
Sendo assim, para cada momento em que a equipe se encontra, de acordo com a tarefa e sua maturi-
dade, cabe ao líder atuar com diferentes estilos. Esse modelo tem por objetivo trabalhar a equipe no
sentido de delegar tarefas e dar autonomia ao trabalho.
3.3.3 Contingencial
A abordagem do estilo contingencial considera que o estilo do líder varia e está em conformidade com o
contexto de análise, ou seja, de acordo com a contingência. Em outras palavras, diferente da Liderança
Situacional, vista anteriormente, que em determinado contexto havia uma postura diferente do líder,
nesse caso, o líder se comporta de maneira maleável, adequando o seu estilo de liderança ao modo
como a realidade se apresenta para ele.
Esse modelo também prevê dois estilos de liderança básicos, um orientado à tarefa e outro ao relacio-
namento, dentro de um contexto situacional do líder, que chamamos de favorecimento situacional.
Nesse caso, líderes com altos ou baixos níveis de favorecimento da situação desempenham melhor
suas funções caso sejam orientados à tarefa; enquanto que, em situações de controle moderado sobre
a situação, o estilo orientado às relações é mais eficaz.
O termo caminho-meta é usado devido à abordagem sobre o modo pelo qual o líder
influencia as percepções dos liderados, tanto nas metas de trabalho, quanto nos
objetivos pessoais, incluindo os caminhos encontrados para a realização de ambos.
O comportamento do líder, nessa abordagem, pode ser ora mais diretivo, na forma de um comportamento
mais esclarecedor daquilo que precisa ser feito, ora mais empenhado em se posicionar como suporte
aos liderados, visando a satisfação das necessidades e preferências da equipe. Em outro momento, esse
comportamento possui um papel mais efetivo, encorajando a participação dos liderados na tomada de
decisão ou agindo de forma mais direcionada a resultados, visando encorajar a performance excelente.
3.3.4 Transacional
O entendimento de que a liderança não se dá somente na pessoa ou na situação, mas que é um processo
de interação social, e que existe muita influência entre líderes e liderados, fez surgir os estudos do estilo
de Liderança Transacional. A teoria da troca Líder-liderado (leader-member exchange theory ou LMX) é
que dá suporte a esse estilo de liderança.
Liderança: implica em um nível de intercâmbio maior, pois o simples fato do vínculo formal
do contrato de trabalho não é suficiente para estimular o funcionário ao alcance dos resul-
tados ainda maiores que aqueles esperados de um profissional de sua área. Nesse caso,
o líder fornece a seus liderados influência no processo decisório, níveis mais abertos de
comunicação e também honestidade, suporte, confiança e consideração da pessoa do
liderado, como benefícios pelo maior nível de dedicação e comprometimento.
Esse processo de troca de favores e concessões traz a existência de dois grupos de relação entre líder
e liderado: aqueles que ingressam em um processo de troca mais intenso são considerados “dentro
do grupo” e os que não optam por esse formato são considerados “fora do grupo”.
3.3.5 Transformacional
Esse estilo de liderança considera que a motivação dos liderados não vem de fora, mas de dentro.
Isso dá base para a caracterização desse estilo que pode ser considerado como o processo de influenciar
mudanças nas atitudes e pensamentos dos membros da empresa, criando comprometimento das
pessoas à missão, aos objetivos e às estratégias, sempre através da influência do líder sobre seus
liderados, os quais participam do processo de transformação da organização.
1) Influência idealizadora: significa que o líder possui uma visão clara e senso de propósito;
3) Estímulo intelectual: os líderes devem ativamente solicitar novas ideias e novos meios de
fazer as coisas, estimulando a participação de todos e o engajamento na busca por conhe-
cimento; e
3.3.6 Servidor
O estilo de Liderança Servidora é mais atual. Ele diz respeito ao líder que, acima de tudo, serve aos
outros e faz com que seus liderados se tornem líderes servidores também.
Importante
O estilo de Liderança Servidora está nas pessoas e não nos resultados, pois os líderes confiam em seu
serviço e usam abordagens como a honestidade, integridade e noção de fazer certo para si e para os
outros, em uma preocupação sacrificante de servir aos outros acima dos interesses pessoais e até dos
da empresa.
Nesse estilo, apesar de parecer que o líder não se importa com resultados, vale ressaltar que, na verdade,
ele sabe que será através de suas atitudes com as pessoas que os resultados serão alcançados e que, nesse
caso, não existe a necessidade de deixar as pessoas de lado para obter resultados, mas sim o contrário.
3.3.7 Autêntico
Esse estilo é mais um dos estilos ligados à ética, aos valores e que considera a existência de uma
Liderança Autêntica, que pode transformar as pessoas. Essa é uma abordagem muito nova no que diz
respeito aos estilos de liderança, mas muito importante do ponto de sua consideração.
A importância que se dá, nesse estilo, é a de se desenvolver um líder que seja conforme seu verdadeiro
“eu”, construindo relações autênticas na empresa e inspirando seus liderados a também agirem dessa
forma. O princípio desse estilo é “dizer o que você realmente pensa, sentir e se comportar de acordo
com o que você é”.
Importante
O líder autêntico é aquele que alcança altos níveis de autoconsciência sobre como ele é, sobre aquilo
em que ele acredita e que age sobre essas crenças enquanto interage com as demais pessoas de
modo transparente. Nesse estilo, o líder desenvolve um padrão de comportamento que se baseia
e promove um clima ético positivo, visando fomentar uma maior autoconsciência, uma moral
internalizada, o processamento equilibrado de informações e a transparência relacional, formando
relações mais autênticas.
Na ótica da liderança autêntica, o próprio liderado, enquanto ser humano autêntico, deve promover o
melhor de seu líder, o que é considerado como uma relação de “seguir autêntico” (authentic followership).
Nesse processo, tornar-se-ia possível, ao final, manter as próprias organizações humanas mais autênticas.
3.3.8 Compartilhada
Esse é um estilo de liderança extremamente novo e seus estudos iniciaram aproximadamente em 2010,
no sentido de contrapor a ideia do que considerava a relação líderes-liderados objetivos.
Importante
A Liderança Compartilhada tem por objetivo distribuir a responsabilidade do líder, permitindo que
essas pessoas possam viver uma vida mais balanceada.
A diferença entre esse estilo e os demais está no aspecto de olhar a liderança como:
Isso tudo leva à construção de uma equipe mais motivada e comprometida com a empresa e seus
colegas de trabalho. Além disso, deixa de lado a visão dos liderados como inferiores e pessoas substi-
tuíveis, a concentração de toda a sabedoria no líder, a necessidade do líder manter a aparência, além
da possível vulnerabilidade da empresa caso o líder saia dela.
Dica
Após conhecer os conceitos da liderança e seus princípios e ainda os estilos de liderança mais
estudados, nossa sugestão é que você pesquise matérias de revistas ou TV que abordem o assunto.
Toda equipe é formada por grupos. Os grupos são formados por duas ou mais pessoas interdepen-
dentes e interativas que se reúnem visando a obtenção de determinado objetivo. Esses grupos são
divididos em duas categorias:
a) Grupos Formais
Os grupos formais são grupos de trabalho definidos pela estrutura da empresa, com atri-
buições específicas que estabelecem tarefas necessárias para que se realize um trabalho,
como, por exemplo, um grupo de trabalho formado para desenvolver um projeto. Esses
grupos formais são subdivididos em:
• Grupo de tarefa, determinado pela empresa e são formados por pessoas que se reúnem
para executar determinada tarefa. Contudo, as fronteiras do grupo não se limitam ao
superior hierárquico imediato, podendo ultrapassar as relações de comando.
b) Grupos Informais
Os grupos informais são grupos não estruturados formalmente nem determinados por
uma empresa, mas que surgem em resposta à necessidade de interação social, como,
por exemplo, um grupo de pessoas que se reúne para praticar um determinado esporte.
Ele também é subdividido em:
• Grupo de interesse, que é formado por pessoas, membros ou não, de grupos formais,
para atingir um objetivo comum pelo qual cada indivíduo se interessa; e
Você já pensou sobre a quantidade de grupos dos quais você faz parte?
Sejam eles grupos formais e/ou informais, as pessoas têm a necessidade de formá-los por diversas
razões:
2) Outra razão diz respeito à identificação com algo, em que o homem deseja “fazer parte de”,
com envolvimento, ser semelhante ou se identificar com algo ou alguém;
4) A quarta razão diz respeito à orientação, em que um grupo coeso funciona como um guia
para o comportamento mais adequado na solução de um problema;
5) A quinta razão está ligada à necessidade de apoio ao indivíduo em suas atividades, dando-lhe
a oportunidade de desenvolver a iniciativa e a criatividade;
6) A sexta e última razão remete à proteção que o grupo oferece ao indivíduo, caso as
pressões externas sejam muito grandes.
Os grupos precisam se estruturar e definir regras que modelem e ajudem a prever o comportamento
de seus membros para se desenvolverem. Nesse sentido, precisam avaliar o desempenho do grupo em
si e verificar quais regras são fundamentais. Veja a seguir quais são as variáveis estruturais e definições
que compõem esse desenvolvimento:
Status: refere-se à posição social definida ou atribuída pelas pessoas a um grupo ou a seus
membros, ou seja, como as pessoas se posicionam a respeito do status que possuem dentro
da empresa;
Tamanho: o desempenho de um grupo é afetado pelo seu tamanho. Entende-se que grupos
menores são mais rápidos na realização de tarefas e que seus indivíduos trabalham melhor
do que em grupos maiores. Em contrapartida, grupos maiores conseguem resultados mais
positivos quando são formados para resolver problemas;
Coesão: refere-se ao grau em que os membros são atraídos entre si e motivados a perma-
necer unidos como um grupo. A coesão é importante porque afeta a produtividade do grupo.
Agora que você já sabe o que são grupos, conhece o motivo pelo qual eles são formados e como são
estruturados, vamos conhecer as equipes e ver no que elas se diferenciam dos grupos.
Importante
Enquanto o grupo de trabalho tem seu foco nos objetivos específicos de uma determinada atividade,
a equipe é mais abrangente e está ligada à sinergia, objetivo comum ao da empresa.
As equipes são formadas por pessoas que, mesmo não tendo individualmente as mesmas competên-
cias, ao trabalharem em sinergia e com foco em seu trabalho e nos objetivos da empresa, conseguem
compartilhar suas competências para que o resultado do trabalho seja realizado com eficácia.
Analise a Figura 11, a seguir, e veja as principais diferenças entre os grupos e as equipes.
Uma das premissas para que uma equipe obtenha o resultado eficaz está ligada ao conhecimento
da Missão, Visão, Valores e Estratégias da empresa. Quando elas estiverem claras para a equipe, vão
nortear seu trabalho para que ele esteja sempre voltado para o que a empresa traçou como sendo os
objetivos a serem alcançados e a forma com que eles serão conduzidos.
Normalmente essas equipes são formadas por grupos em média de cinco a doze pessoas, funcionários
de um mesmo setor, que se reúnem algumas horas por semana para discutir formas de melhorar a
qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho. Os membros trocam ideias ou oferecem sugestões
sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser melhorados.
As equipes autogerenciadas são grupos de trabalho no qual os membros têm poder para desempenhar
muitos deveres atribuídos anteriormente a um supervisor. As responsabilidades da “autogestão” incluem:
compartilhamento de tarefas;
Normalmente, nesse modelo de equipe, é eleito um líder que desempenha um papel de ligação entre
a equipe e o nível mais alto da gerência.
Para que esse tipo de equipe se constitua, alguns atributos são necessários: a ênfase na participação
de seus membros, o líder e os membros devem trabalhar juntos, a tomada de decisão deve ocorrer em
grupo, as tarefas precisam ser compartilhadas e a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso é coletiva.
Equipes multifuncionais são formadas por trabalhadores de diferentes especialidades, mas com apro-
ximadamente o mesmo nível organizacional e que se reúnem para realizar uma determinada tarefa.
O propósito dessas equipes é juntar o talento dos trabalhadores para desempenhar uma tarefa que
necessite dessa combinação. Normalmente essas equipes são formadas para desenvolvimento de
novos produtos, melhoria da qualidade e redução de custos.
Existem ainda três tipos de equipes semelhantes às equipes multifuncionais e importantes na organi-
zação, são elas:
equipes de projetos;
comitês;
força-tarefa.
Esses três tipos de equipes agregam pessoas fora de suas atribuições diárias, possuem fins específicos
e são liderados por alguém designado pela empresa.
As esquipes virtuais são grupos que usam a tecnologia da informática para reunir seus membros fisi-
camente dispersos e permitir que eles atinjam um objetivo comum. Esse modelo permite que pessoas
colaborem on-line usando os links de comunicação, como redes de longa distância, videoconferência
ou e-mail, quer estejam na sala ao lado, quer estejam em outro continente.
Essas equipes podem sofrer, pois há menos compatibilidade social e menos interação direta entre os
membros. Não conseguem reproduzir trocas pessoais que ocorreriam em uma discussão face a face.
Dica
Para que essas equipes sejam eficazes, é necessário garantir que haja confiança entre os membros,
que o progresso da equipe seja monitorado de perto e que os esforços e produtos da equipe sejam
divulgados para toda a organização ter conhecimento do que está sendo feito.
redução da ansiedade nas situações de incerteza, que favorecem o apoio mútuo e certi-
ficam-se de que outras pessoas possuem as mesmas ansiedades e experimentam novos
comportamentos;
Todos esses benefícios fazem com que o trabalho em equipe seja vantajoso, mas cultuar demasia-
damente as virtudes do trabalho em equipe pode contribuir para torná-lo “o remédio para todos os
males e situações”, e isso favorece o uso de técnicas inadequadas e, quando mal conduzidas, as equipes
podem revelar-se contraproducentes.
Vamos ver algumas situações que podem ser negativas no trabalho em equipe:
Redução da ousadia em tomadas de decisão, tomando cuidado com decisões que envolvem
riscos. Grupos tendem a ser mais conservadores do que indivíduos isolados, perdendo então
a responsabilidade sobre a decisão.
Veja que alguns cuidados precisam ser tomados para que o trabalho em equipe não se torne algo
contrário ao que se espera e os resultados acabem não acontecendo com a eficácia imaginada.
O desempenho das equipes está associado às pessoas que, em equipes, são como as pessoas em
qualquer outro lugar, ou seja, têm seus altos e baixos. Sendo assim, alguns autores sobre o tema do
trabalho em equipe manifestam que a intensidade com que a dependência de tarefas e de resultados
é percebida pelos membros das equipes exerce efeitos significativos nos resultados do desempenho
delas. A exemplo desses, estão autores como Gusso e Shea (1992), os quais propuseram um modelo
teórico do desempenho das equipes de trabalho. Nele os autores manifestam que a intensidade com
que a dependência de tarefas e de resultados é percebida pelos membros das equipes exerce efeitos
significativos nos resultados do desempenho dessas equipes. Também autores como Robbins e Finley
(1997), na obra “Por que as equipes não funcionam?”, abordam essa questão, mas , em contrapartida,
citam que o desempenho das equipes está associado às pessoas que, em equipes, são como pessoas
em qualquer lugar com seus altos e baixos.
Importante
A efetividade das equipes de trabalho pode ser considerada o resultado final do seu desempenho.
Aquelas equipes que atuam nas organizações, normalmente não se desintegram após a conclusão
de um trabalho, assim, o que acontece durante a execução da tarefa pode afetar a possibilidade de
sobrevivência da equipe.
Dessa forma, a adoção de três critérios de avaliação da efetividade da equipe é fundamental para seu
gerenciamento. São eles:
O fato de que exista uma interdependência de resultados em uma equipe é compreendido como a
magnitude com que o sucesso ou fracasso dos colegas da equipe impacta o membro dessa equipe.
Assim, as pessoas são dependentes dos seus colegas naquilo que diz respeito às consequências do seu
trabalho. Dessa forma, a equipe precisa de uma sinergia de trabalho para que os resultados individuais
afetem positivamente o resultado da equipe.
Pense em todos os momentos que você se comunica com as pessoas em seu dia de trabalho e de quantas
formas você repassa alguma informação. Fantástico isso, não é? Na maior parte do tempo, não perce-
bemos a forma como estamos nos comunicando e isso pode causar leituras, muitas vezes, distorcidas,
sendo uma das principais razões para que conflitos e desempenho abaixo do esperado ocorram.
Importante
A comunicação não é somente o fato de transmitir informação. Para que ela ocorra realmente é necessário
que haja a compreensão da informação, e esse é o verdadeiro conceito: transferir e compreender o significado.
a) Controle
O controle está ligado ao comportamento das pessoas. Dentro das hierarquias empresa-
riais, existem orientações que são repassadas aos funcionários e que devem ser seguidas.
Vamos ver um exemplo: Os funcionários são informados de que devem comunicar qualquer
problema de trabalho ao seu superior imediato primeiramente, seguir as suas instruções
de trabalho ou até mesmo adequar-se às normas da empresa, ou seja, a comunicação está
sendo usada como forma de controle.
b) Motivação
A motivação acontece quando esclarecemos aos funcionários suas atribuições, a necessidade
de qualidade nos serviços, quando são estabelecidas metas e quando damos feedback. Isso
faz com que as pessoas, ao saber o que deve ser feito, a que resultado pretendem chegar
e quais estratégias devem ser utilizadas, sintam-se mais motivadas.
c) Expressão Emocional
Para a grande parte das pessoas que trabalham em empresas, o convívio social acontece,
primeiramente, dentro dela e, por isso, nesse caso, a comunicação dentro de um grupo serve
para expressar frustrações e satisfações pelo que ocorre entre as pessoas, possibilitando,
assim, a expressão emocional de sentimentos e a satisfação de necessidades sociais.
d) Informação
Essa é uma das principais funções da comunicação, cujo objetivo é facilitar a tomada de
decisão, através da possibilidade de que as informações possam auxiliar as pessoas e os
grupos a transmitir dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.
Mas qual é o propósito da comunicação? Bem, isso precisa ser identificado antes de transmitir a
mensagem ao receptor. Observe que, para que a comunicação ocorra, o emissor codifica a mensagem
e a transmite por um meio, o qual chamamos de canal, até o receptor, que a traduz, através da deco-
dificação; e o resultado disso é a transferência de um significado de uma pessoa para a outra.
Veja, na Figura 12, o processo de comunicação, que nada mais é do passos entre uma fonte e um
receptor, os quais resultam na transferência e compreensão de um significado.
Mensagem
Codificação Decodificação
Meio
EMISSOR RECEPTOR
Ruído
Feedback Resposta
Analisando a Figura 12, você pode observar que o emissor inicia a mensagem através da codificação
de um pensamento. Essa mensagem é o produto físico codificado, como, por exemplo, se optarmos
por escrever, a mensagem é a escrita. Ela é decodificada pelo receptor que, ao receber a mensagem,
emitirá uma resposta a respeito do que compreendeu da mensagem, a qual retornará ao emissor
através de feedback para que o ele verifique se a mensagem foi compreendida ou não, bem como se
sua comunicação obteve sucesso ou fracassou.
O canal de comunicação é o meio pelo qual a mensagem viaja e é selecionado pelo emissor no momento
de enviar a mensagem, quando ele escolhe o tipo de canal ideal para transmitir a informação.
Formais: são aqueles estabelecidos pela organização por transmitem mensagens referentes
às atividades relacionadas com o trabalho de seus membros, como, por exemplo, memo-
randos, e-mail, reuniões, entre outros.
Informais: são criados espontaneamente pelas pessoas e surgem como resposta às escolhas
individuais, àquilo que é mais simples e rápido de ocorrer sem que haja muitas interferências,
como o uso do aplicativo Whatsapp, por exemplo, que tem sido um canal informal muito
utilizado, até mesmo por empresas, para agilizar os processos, mas ainda não é instituído
como uma ferramenta formal.
A comunicação, dentro de uma empresa, flui em vários níveis e, para cada um deles, ela possui um
objetivo específico. Veja a seguir quais são esses níveis.
a) Comunicação descendente
A chamada comunicação descendente flui dos níveis mais altos para os mais baixos e é
usada para atribuir tarefas, além de fornecer instruções e feedback sobre o desempenho
das pessoas e dos setores organizacionais.
b) Comunicação ascendente
A comunicação ascendente se dirige aos grandes escalões da empresa e é usada para fornecer
feedback aos gestores, informar sobre o progresso em relação às metas e problemas que
estejam ocorrendo.
c) Comunicação Lateral
A comunicação lateral se dá entre membros de um mesmo grupo, de grupos de mesmo
nível, entre quaisquer pessoas em um nível horizontal.
No processo de comunicação, o receptor avalia o emissor a respeito de uma série de dados, a fim de
verificar previamente o tipo de informação, a forma e o conteúdo. Essa avaliação passa pela análise
do nível de conhecimento do emissor, pois é difícil comunicar o que não se conhece. Além disso, se o
emissor for ultraespecializado e empregar fórmulas comunicativas muito técnicas, poderá dificultar o
entendimento. Outro item que recebe avaliação é o sistema social e cultural, o qual dirige, em parte, a
escolha dos objetivos que se tem a comunicar, a escolha das palavras e os canais que o emissor utiliza
para expressar suas palavras e a própria mensagem, por considerar, na transmissão de informação,
o conteúdo, o tratamento e a apresentação da mensagem.
Nós utilizamos várias formas de nos comunicar com as outras pessoas e essa comunicação interpessoal
é feita essencialmente pela comunicação oral, escrita e não verbal.
Mensagem
7%
Linguagem
Corporal
Tom de voz
55%
38%
As conclusões do estudo de Mehrabian (1967) relacionavam-se com aquilo que ele chamou de:
“a mensagem silenciosa”, ou seja, de que maneira as pessoas comunicam as suas emoções e de que
modo as pessoas tendem a acreditar nas mensagens não-verbais quando as palavras e as mensagens
não-verbais estão em conflito. Essa é uma conclusão muito importante porque as expressões não
verbais nos dão pistas a respeito da mensagem.
Por exemplo, quando alguém diz as palavras “Eu não tenho nenhum problema contigo” e ao mesmo
tempo evita olhar nos olhos daquele com quem fala ou tem uma linguagem corporal que demonstra
desconforto, tendemos a pensar que algo não está certo. Ou, ainda, quando perguntamos a alguém
“O que é que você tem?” e a resposta é “Nada” com aquele tom de voz desanimador ou irritadiço,
já sabemos que algo não está certo. Nessas situações, tendemos (e devemos) dar importância à linguagem
não-verbal.
No entanto, quando todos os meios de comunicação são congruentes, ou seja, quando as palavras
que dizemos, o modo como dizemos e o nosso corpo dizem todos a mesma coisa, não damos tanta
importância à linguagem não-verbal.
A grande contribuição desse estudo é ter chamado a atenção para a importância da comunicação
não-verbal na nossa capacidade de nos comunicarmos eficazmente, criarmos relação e empatia com
quem nos ouve e aumentarmos a nossa capacidade de influência. Às vezes, até sabemos as palavras
certas para dizer, mas a nossa linguagem não-verbal nos trai, mostrando que aquilo não é o que acre-
ditamos, reduzindo a nossa credibilidade.
Exemplo
Vejamos alguns exemplos de sinais que o corpo deixa transparecer de forma inconsciente e que
indicam algumas emoções que, por muitas vezes, não declaramos verbalmente: nervosismo, suspeita,
indiferença, confiança, abertura, autorização, entusiasmo, reconforto, defesa, frustração, raiva, alerta,
avaliação e rejeição.
Vimos, nesse tópico, a importância da comunicação eficaz para o exercício da liderança. Fica claro
que a comunicação só acontece quando recebemos o feedback sobre como o receptor compreendeu
a mensagem. Este processo irá facilitar em muito a relação interpessoal e ajudar a minimizar e até
mesmo evitar os conflitos na empresa.
Dica
Um baixo nível de conflito de tarefa pode ser benéfico para a equipe, porque sinaliza haver uma
interação positiva entre os membros. Por outro lado, as discordâncias quanto à tarefa podem ampliar
a análise do problema, levando a melhores soluções.
a) Estágio I
No estágio I, chamado de “Oposição potencial ou incompatibilidade”, é onde surgem as
condições para que o conflito aconteça. Não necessariamente elas levam ao conflito, mas
precisam existir para que ele apareça. Vamos citar um exemplo de condições estruturais,
que podem gerar conflitos, para que você tenha uma boa ideia desse primeiro estágio.
Digamos que existam duas mulheres que trabalham em uma loja de móveis, Maria e Fátima.
Maria é vendedora da loja e Fátima, gerente de crédito. As duas se conhecem há muitos anos e
possuem várias coisas em comum: além de vizinhas, as suas filhas estudam na mesma escola e
são muito amigas. Se Maria e Fátima tivessem empregos diferentes, até poderiam ser amigas,
mas elas estão constantemente em conflito uma com a outra. Maria é uma ótima vendedora
de móveis, mas a maioria de suas vendas é no crédito e, como a função de Fátima é minimizar
os riscos de perdas financeiras da empresa com os crediários, muitas vezes, ela recusa os
pedidos de crédito dos clientes de Maria. Analisando o processo, vemos que não há nada de
pessoal, apenas as exigências dos seus cargos é que fazem com que os conflitos apareçam.
b) Estágio II
A materialização do conflito ocorre no estágio II, chamado de “Cognição e personalização”, pois
é a parte do processo em que os envolvidos decidem sobre o que é o conflito. Dependendo
do ponto de vista dos envolvidos, o conflito será percebido na forma de problema ou opor-
tunidade, e isso define as consequências do processo. Nesse estágio, ainda, está o papel das
emoções na configuração das percepções. Emoções negativas nos fazem simplificar questões,
diminuir a confiança e interpretar negativamente o comportamento do outro. Os sentimentos
positivos, ao contrário, aumentam a tendência de enxergar potencial de relações entre os
elementos do problema e estabelecer uma visão ampla para desenvolver soluções inovadoras.
c) Estágio III
Definir as estratégias da resolução do conflito é o papel do estágio III, chamado de “Intenções”.
As estratégias representam uma predisposição para agir de uma determinada maneira.
Essas estratégias variam em determinar a natureza da situação e a tendência individual
para utilizar determinada estratégia e se preocupar com os interesses próprios e dos outros.
A partir dessas percepções, são estabelecidas cinco estratégias de resolução de conflitos:
• Evitamento: aqui uma das partes procura fugir de um conflito ou tenta suprimi-lo.
• Compromisso: nesse caso, as partes estão dispostas a abrir mão de algo para solu-
cionar um conflito.
Podemos prever as intenções estratégicas de uma pessoa com base em uma combinação
entre suas características intelectuais e de personalidade. Essas características farão com
que ela adote uma ou outra estratégia de resolução do conflito.
d) Estágio IV
O estágio IV, chamado de “Comportamento”, é quando o conflito torna-se visível. Nesse
estágio, estão incluídas as declarações, ações e reações das partes conflitadas, e elas
são, geralmente, tentativas explícitas das partes de implementar suas estratégias.
Aqui ocorre um processo dinâmico de interação. Pense no seguinte exemplo: você me faz uma
exigência; eu respondo discutindo; você me ameaça; eu ameaço de volta e assim por diante.
A Figura 15 mostra o chamado Continuum de intensidade dos conflitos. É ele que determina o
grau de interação e ação entre as partes numa discussão ou questionamento. Quanto maior
o grau Continuum, mais intenso é o grau de conflito e,quanto mais baixo, ocorre a inexistência
de conflitos, que poderão ser guiados pela Administração de conflitos, demonstrando que
todos eles existem em algum ponto e evoluem de acordo com as nossas predisposições.
Figura 15 – Continuum
e) Estágio V
O último estágio do processo de conflito são, justamente, as consequências. Elas são funcio-
nais quando resultam em melhoria do desempenho do grupo, melhorando a qualidade das
decisões, estimulando a criatividade e a inovação, encorajando o interesse e a curiosidade
dos membros do grupo e, ainda, oferecendo um canal para arejar os problemas e liberar
as tensões. Tais consequências podem ser proveitosas, se fomentarem um ambiente de
autoavaliação e mudança ou disfuncionais, se atrapalharem o desempenho, levando ao
descontentamento, o qual dissolve os laços comuns e acaba levando à destruição do grupo.
“Não importa quão boa ou bem-intencionada são suas ideias, sempre haverá pessoas dentro e
fora da sua organização que vão se opor a você”.
Ao analisarmos essa afirmativa, temos cada vez mais a certeza de que precisamos conhecer ainda mais
os processos de conflito e as técnicas de como administrá-los.
Muitas vezes, as crises empresariais, conflitos estruturais, dentre outros acontecimentos, possibilitam
mudanças importantes dentro de uma organização. Nesse sentido é que surgem maneiras de lidar
com os inevitáveis conflitos, que vão desde a negação até a resolução adequada. As modalidades de
lidar com os conflitos compreendem dois conjuntos de táticas: as de luta/fuga e as de diálogo.
Veja a seguir uma explicação sobre cada uma dessas táticas e procure compreender quando usá-las
e quais seus impactos na vida das pessoas e das empresas:
a) Tática de competição
A tática de competição implica reconhecer o conflito e engajar-se na luta aberta contra o
adversário. No âmbito de grupo, fica mais difícil admitir a validade da competição interpes-
soal para a obtenção de sucessos individuais ou a resolução de conflitos. A adoção de luta
aberta contra o adversário pode deixar sequelas incontornáveis entre as pessoas envolvidas.
O relacionamento pode se deteriorar a ponto de comprometer todo o desenvolvimento do
trabalho em equipe.
b) Tática de repressão
A tática de repressão traduz-se no uso da força para aniquilar o conflito. O que se consegue,
na verdade, é a eliminação dos sintomas, não do conflito. A figura de autoridade cessa a
disputa e proíbe manifestações sob a pena de aplicar punições. As partes em discórdia
reprimem suas emoções, abstêm-se de discutir e controlam expressões comportamentais.
c) Tática de evasão
A tática de evasão abranda as emoções sem, de fato, enfrentar o conflito, seguindo o
ditado popular “Quando um não quer, dois não brigam”. Sair da situação conflitiva, evitar
interação, convívio e comunicação com o outro são exemplos dessa manobra de escape.
A fuga ameniza a situação, mas não resolve o problema. É um procedimento de resguardo
do relacionamento. Em longo prazo, a tática da evasão mostra-se ineficiente: não se pode
escapar da realidade da vida o tempo todo. Corre-se o risco de ampliar a fuga psicológica
da realidade através de mecanismos neuróticos e eventualmente psicóticos.
Um grupo que se desenvolve para funcionar como uma verdadeira equipe aprende a utilizar outras
modalidades de administração de conflitos, as chamadas táticas de diálogo. As táticas de diálogo se
baseiam em:
apaziguamento;
negociação;
confrontação;
resolução de problemas.
Quanto mais a tática do diálogo é usada, mais se desenvolvem duas competências transversais
importantíssimas:
Uma parcela do processo da tática do diálogo é dedicada à clarificação da posição de cada participante, para
que possa haver compreensão dos pontos de vista e das condutas do outro. É a chamada fase de diferenciação
do diálogo, em que as diferenças de motivação, percepção, preconceitos, ideias e sentimentos são expressas.
Quando cada um já conhece a versão e os fatos do outro, é que se pode iniciar a apresentação de propostas
de reformulação da situação, através da discussão das alternativas convenientes e aceitáveis para ambos.
Nesse momento, é possível exercitar a empatia, que facilita a compreensão do mapa cognitivo e
emocional do outro. Chega-se então ao diagnóstico do problema essencial e dos problemas sintomá-
ticos à conscientização da necessidade de esforços conjuntos para resolver os problemas comuns.
Saiba mais
Os mapas cognitivos são representações ou modelos mentais construídos pelos indivíduos, a partir
das suas interações e aprendizagens, em um domínio específico do seu ambiente, e que cumprem
a função de dar sentido à realidade e permitem-lhes lidar com os problemas e desafios que esta
lhes apresenta. (Swan, 1997). Já o mapa emocional, determina a forma como o sujeito infere um
significado ao passado, comporta-se no presente ou faz projeções para o futuro, bem como legitima
as alternativas adotadas pelo sujeito para o aproveitamento de uma oportunidade ou enfrentamento
de um problema.
6.3 FEEDBACK
É nos momentos de conflito ou até mesmo quando se quer evitá-los que podemos utilizar a ferramenta
feedback como forma de melhorar a eficácia na administração dos conflitos. É preciso usar também a
comunicação entre as partes envolvidas, deixando claro, nesse caso, os comportamentos que devem
ser continuados e replicados aos demais membros da equipe e os comportamentos que precisam ser
mudados para que não ocorram conflitos, mas, caso ocorram, que possam ser tratados com a maior
brevidade possível para que não impactem negativamente na organização.
Para que o feedback tenha sucesso, é preciso que a liderança adote determinadas posturas, as quais
vamos analisar na sequência.
Não é suficiente apenas que o líder esteja preparado para dar o feedback, mas que a equipe também
esteja preparada para participar do processo ou, caso contrário, a interpretação pode ser vista de forma
equivocada pelos funcionários.
Importante
O feedback deve ser apresentado como um instrumento de melhoria, que levará ao desenvolvimento
tanto das pessoas como da empresa, pois, visto que ele mexe na zona de conforto das pessoas, elas
tendem a apresentar resistência às mudanças propostas.
Não devemos permitir que as notícias a respeito do uso do feedback sejam difundidas entre os colabo-
radores por meio de conversas de corredor de forma inadequada, e sim fazer com que essa conversa
ocorra pelos meios de comunicação formais e, principalmente, que seja feita através dos líderes, de
modo que façam com que as pessoas saibam sobre a proposta de feedback e como esse processo
funciona, evitando, assim, ruídos que possam impactar negativamente no uso dessa ferramenta.
O feedback precisa ser um processo contínuo, ou seja, não deve ser dado uma única vez e esquecido.
É preciso que todos saibam que, através dessa ferramenta, surge o processo de desenvolvimento
individual e a apresentação de resultados melhores na carreira das pessoas em um futuro próximo.
É fundamental que a liderança esteja disposta a reavaliar as metas e estratégias da empresa, pois,
durante o processo, podem ocorrer variações de caminhos a serem percorridos pela organização,
uma vez que o processo de feedback faz com que novas ideias surjam e novas percepções ocorram na
forma de fazer as coisas e também de atingir resultados melhores com menos recursos. Diante disso,
a flexibilidade deve estar sempre presente no processo.
O feedback é algo sério e precisa ser compreendido como tal por todos os envolvidos. Desta forma,
recomenda-se que a liderança não faça o convite ao funcionário para repassar um feedback de qualquer
maneira. O convite deve ser estimulante e possibilitar a troca de ideias para melhoria de algo, seja um
comportamento ou um processo. Assim, as pessoas ficarão mais receptíveis e abertas a ouvir e contribuir.
Dica
Um local apropriado deve ser utilizado para a ocorrência do feedback. Nesse local, não poderão haver
interferências de terceiros e nem possibilidade dessa conversa ser ouvida por outros, a não ser os
interessados. É preciso criar um ambiente em que as pessoas sintam-se à vontade para expor suas
ideias, frustrações, contar fatos, medos, erros e acertos.
O líder precisa se preparar com antecedência para um feedback, precisa estar de cabeça fria, a fim de
que seu comportamento não influencie negativamente o processo. Além disso, ele precisa descrever
todas as informações, como se fosse um passo a passo do feedback antes de fazê-lo, organizando,
assim, suas ideias para não se perder no momento de aplicar a ferramenta e se deixar levar pela
situação que ocorrer.
É preciso ainda que a liderança entenda que o feedback é uma oportunidade de ouvir o que seus cola-
boradores têm a dizer, seja sobre a empresa, os processos, os colegas ou até mesmo sobre o líder.
Nesse processo, não podem imperar as ideias do líder, é preciso que ele esteja com a mente aberta.
Os dois lados precisam se manifestar democraticamente para que se chegue a um denominador comum.
O processo deve ser concluído com algo positivo sobre a atuação do liderado. Imaginemos a situação:
a liderança chega apenas para destacar os pontos falhos do liderado e esquece-se de citar algo de bom
que ele tenha realizado no dia a dia. Imagine como esse profissional se sentirá ao final do processo.
No mínimo, pensará: “Não sirvo para essa equipe, para essa empresa. Tenho que achar outro lugar.”.
Existem vários tipos de feedback na literatura e que expressam a forma com que os líderes atuam no
momento de suas abordagens. Vamos analisar dois tipos de feedback mais utilizados e como podemos
aplicá-los de forma prática, de modo que venha a impactar positivamente o resultado da sua equipe.
a) Feedback Positivo
O primeiro tipo que vamos analisar é o chamado feedback positivo, o qual tem por objetivo
fortalecer um comportamento positivo de um colaborador e que precisa ser ressaltado e,
se possível, replicado para a empresa. O fato gerador do feedback pode ser uma inovação,
uma melhoria de processo, um atendimento, enfim, algo que você considera que seja
relevante para a empresa e que merece ser validado a fim de reforcar a atitude de uma
equipe ou de um funcionário específico.
Para descrever as etapas de aplicação do feedback positivo, vamos utilizar o Modelo de
Quatro Passos a seguir:
• Passo 3: momento em que você descreve qual o seu sentimento (orgulho, satisfação,
felicidade, entre outros), enquanto líder, a respeito daquela atitude;
• Passo 4: nesta etapa, vêm as palavras de ação, repassando para o seu subordinado
as congratulações a respeito do fato e ainda discutindo com ele como isso pode ser
replicado para a equipe, entre outras ideias que surgirem.
Dica
Observe que, se você seguir as dicas que foram descritas no modelo, fica mais fácil programar o
feedback positivo e chamar seu subordinado para repassar o que você pretende.
b) Feedback Construtivo
Agora que você já aprendeu a fazer o feedback positivo, vamos para o feedback construtivo
ou corretivo, como alguns preferem utilizar. Nós vamos aqui adotar a palavra ‘construtivo’,
pois entende-se que, em um feedback, o objetivo é também de construir novos comporta-
mentos, novas formas de fazer algo com base no que não está sendo executado tão bem
assim, enxergando isso como uma melhoria contínua.
1 Vá direto ao ponto
9 Acompanhamento Ação
Passo 1: no início da conversa, passe confiança para seu subordinado, sendo objetivo e
claro com o que pretende;
Passo 5: descreva qual o seu sentimento (frustração, insatisfação, indignação, dentre outros),
enquanto líder, a respeito daquela atitude;
Passo 6: nessa etapa, entra a fase mais importante do feedback construtivo, pois você deve
procurar entender o que levou a pessoa a ter aquela atitude/comportamento, pedindo que
ela relate o fato a partir de seu ponto de vista;
Passo 7: você fará perguntas que leve o subordinado a refletir sobre os fatos ocorridos. Isso
fará com que você gere a empatia necessária para entender os fatos e procurar chegar a
uma conclusão a respeito;
Passo 8: você e seu colaborador vão estabelecer um plano de ação para corrigir o ocorrido;
Passo 9: momento em que vocês se reunirão novamente para avaliar o plano, realizando
um acompanhamento. Somente o plano de ação com acompanhamento irá assegurar o
sucesso desse feedback.
Lembre-se sempre que, quanto mais você praticar essa ferramenta, mais direcionadas as pessoas
estarão quanto aos objetivos da empresa e o trabalho em equipe se fortalecerá, pois elas saberão
exatamente o que precisa ser feito, e de que forma, para o sucesso da organização.
Dica
Perceba que, antes de chamar seu subordinado, é importante programar, com antecedência, o
feedback construtivo/corretivo, pois isso fará com que os assuntos e o objetivo da conversa não se
percam, devido a argumentos que possam ser utilizados pela outra parte.
Dar um feedback é um processo difícil, pois precisa de empenho das partes e de acompanhamento,
mas ainda é um processo muito eficaz em seus resultados. Tenha em mente que é somente com a
prática que vamos melhorando nosso resultado. Sendo assim, comece agora a utilizar essa ferramenta
e colha os frutos de seus resultados.
Importante
Toda a organização é um sistema de decisões, e os membros dessa organização estão, a todo o
momento, tomando algum tipo de decisão. Alguns fatores como a intuição, racionalidade e percepção
influenciam as decisões e isso está mais ou menos presente nas pessoas de acordo com suas vivências.
O processo de tomada de decisão é passível de erros, pois é afetado pelas características pessoais do
tomador de decisões. Um processo organizado e sistemático pode auxiliar o tomador a minimizar os
erros no momento da decisão. Veja, a seguir, quais são as etapas necessárias:
Acompanhe uma explicação sobre os tipos de decisão existentes, o processo decisório e os cenários
para tomada de decisão.
O tomador de decisões tem uma lista O tomador de decisões não tem um conjunto
exaustiva de alternativa dentre as quais pode completo de alternativas ou não entende
escolher. plenamente aquelas que têm à disposição.
Analisando o modelo racional, entende-se que os tomadores de decisão têm as informações perfeitas
e são capazes de avaliar sistemática e logicamente cada uma das alternativas para, depois, tomar uma
decisão imparcial e que será a melhor para a organização.
Já o modelo comportamental, leva em conta que o tomador de decisão considera as suas percepções,
experiências e as informações dentre as alternativas que possui.
As decisões ainda podem ser divididas em duas categorias, as decisões programadas e as não progra-
madas. Veja como elas se comportam:
Decisões programadas: essas decisões são aquelas que se repetem dentro da rotina e
fazem parte do acervo de soluções da organização. Elas são usadas para resolver problemas
que já ocorreram anteriormente e que normalmente se comportam da mesma maneira;
Decisões não programadas: necessitam de preparação prévia para poder atacar os problemas
que surgem. Novas atividades da empresa e situações que nunca foram vivenciadas fazem
parte desse processo e precisam de análise desde o conhecimento do problema até a
tomada de decisão.
Saiba mais
Uma das ferramentas de diagnóstico é o Diagrama de Ishikawa, o qual trabalha com o levantamento
de “causa e efeito”. Através dele, podem ser levantadas algumas hipóteses. Juntamente com o
Diagrama de Ishikawa, a ferramenta do Brainstorming também pode ser utilizada no levantamento
dos dados e o Diagrama de Pareto ajuda a realizar a priorização das ações de acordo com os
principais tipos de problemas.
O uso dessas ferramentas citadas anteriormente serve para que o decisor possa encontrar subsídios
que o auxiliem no processo decisório e consiga se aproximar ainda mais da solução do problema.
Veja na Figura 16 o fluxo do processo decisório com suas respectivas atividades.
Alternativas de ação
1 2 3 4
Custos/ Custos/ Custos/ Custos/
Benefícios Benefícios Benefícios Benefícios
Seleção de ação
A técnica de cenários que auxilia o tomador de decisão no processo decisório é um conjunto formado
pela descrição de uma situação e o caminho imaginado e criado dos acontecimentos, que permite passar
da situação atual para a situação futura. Os cenários nos ajudam a ter uma visão de longo prazo em
ambientes de incerteza. As previsões que se faz, na análise de cenários, não podem ser consideradas
como certas, pois, como não podemos prever o futuro, elas devem sempre ser analisadas com cautela.
3) Os cenários ajudam a organização a se tornar mais adaptável, uma vez que expande seus
modelos mentais, ampliando, com isso, a capacidade de percepção necessária para reco-
nhecer eventos inesperados e tomar atitudes proativas.
Existem várias escolas que estudam os cenários e, dentro de cada uma delas, variados tipos são
adotados. Em linhas gerais, os tipos se classificam em: tendenciais ou exploratórios, normativos ou
desejáveis, catastróficos, utópicos e contrastantes. Veja no quadro a seguir cada um destes tipos dentro
de suas categorias.
Quadro 2 – Cenários
Cenários Extrapola- Cenários Normativos são projetados do futuro para o presente, retor-
tivos e Normativos nando ao futuro novamente.
Após conhecer todos esses tipos de cenários, você pode compreender que eles devem ser elaborados
a partir da identificação do universo onde a empresa está inserida, definindo suas variáveis e identifi-
cando, assim, os temas para a criação dos cenários específicos que se possui.
A técnica de cenários vem assumindo lugar de extrema importância entre as ferramentas de suporte
ao processo de tomada de decisão nas organizações, já que sua utilização permite ao gestor agir com
mais confiança e melhor conhecimento da incerteza presente no ambiente organizacional, garan-
tindo, assim, no processo decisório, que as decisões sejam tomadas com mais qualidade, criatividade,
segurança e agilidade.
Um dos grandes pais do conceito de inovação, Joseph Schumpeter, defende que a inovação deve
abranger cinco casos na perspectiva de criação de novas combinações, são eles:
Saiba mais
Joseph Schumpeter foi um dos mais destacados economistas do século XX. Nascido em Triesch, em
1883, pretendia reunir sociologia e economia, falando sobre ciclos econômicos e de desenvolvimento
econômico. Para ele, as inovações – alteração do equilíbrio prévio – trazem desequilíbrio aos
mercados. Esse movimento não precisa ser somente de um produto específico, mas pode
corresponder a todo um processo produtivo. Isso leva a economia à expansão ou ao crescimento
acelerado. A inovação no sistema da economia, para Schumpeter, é um tipo de “ato empreendedor”,
que pretende obter lucro – extraordinário, para possibilitar novos investimentos e crescimento
constante. Schumpeter buscava enaltecer os empreendedores, por meio de declarações de que
eles seriam: “o pivô em torno do qual tudo gira” no sistema econômico, por serem agentes da
inovação e da “destruição criativa”. Esse conceito, consiste em forjar o novo, porque o capitalista – ou
o empreendedor – destrói o velho e, além disso, considera que valores antigos dão segurança às
pessoas, mas não motivam conforto. Schumpeter morreu em 1950 nos EUA.
Essas novas combinações, porém, só se tornarão inovação quando forem percebidas como novas
pelos clientes. Caso contrário, não passarão de simples invenções que para nada servem, pois não
agregam valor.
Uma das principais fontes de inovação está ligada à estrutura organizacional, pois ela influencia em
muito a inovação. A medida que as empresas vão adaptando as suas estruturas para um modelo mais
orgânico, propiciando uma maior flexibilidade nos processos, torna-se ainda mais fácil adotar a inovação.
II) Inovação radical: refere-se às ideias que resultam em produtos ou processos totalmente
novos, que antes não existiam no mercado. Isso ocorre quando os produtos ou processos
resultantes da inovação radical tornam obsoletas as bases tecnológicas existentes, criando
novos mercados e alterando o comportamento da sociedade.
Temos ainda, dentro da classificação da tipologia da inovação, as que dizem respeito a sua orientação.
São elas:
II) Inovação social: reflete-se nas mudanças sociais que visam à satisfação das necessidades
humanas como o desenvolvimento de novas formas de transporte público, de geração de
emprego, de inclusão social, entre outras.
III) Inovação estratégica: está ligada ao posicionamento que a empresa assume, buscando
criar novo valor para o consumidor sistematicamente.
A competitividade das empresas está inteiramente ligada à inovação, pois, caso as organizações não
inovem em seus produtos, processos, mercados e até mesmo sua estrutura, ela perderá espaço diante
de seus concorrentes mais inovadores e que estão olhando para os movimentos ditados pelos consu-
midores. Então, para isso ocorrer, é necessário que se tenha uma gestão da inovação.
Importante
A gestão da inovação pode ser entendida como um conjunto de atividades gerenciais que tentam
controlar o processo inovador. A quantidade de questões que o gestor deve monitorar, nesse âmbito,
vai do estágio de geração da ideia, passa pelo desenvolvimento/adoção do produto ou processo, até
chegar ao seu lançamento no mercado.
Esse processo exige especial atenção à aquisição de conhecimento, execução de projeto, ao lançamento e
gerenciamento da inovação no mercado, à sustentabilidade de adoção e ao uso da inovação a longo prazo.
Algumas rotinas são fundamentais para que o sucesso do gerenciamento da inovação ocorra. Faz-se
necessário proceder a algumas rotinas, com o objetivo de adquirir recursos necessários à inovação.
Essas rotinas se constituem da elaboração de uma estratégia apropriada de inovação e do seu geren-
ciamento, da utilização de mecanismos efetivos de implantação, do suporte organizacional, do contexto
da inovação e da manutenção de uma efetiva comunicação externa com o mercado.
Dica
É importante acrescentar que a gestão da inovação também deve envolver um processo contínuo
de mudança da empresa e de desenvolvimento do negócio. Entretanto, apesar do predomínio de
determinadas práticas da gestão da inovação em um dado período, cada empresa lida com a inovação
levando em conta o seu contexto específico. Assim, dependendo de fatores, tais como setor de atuação,
da intensidade de tecnologia e a disponibilidade de recursos, cada empresa adotará uma prática de
gestão da inovação a qual poderá ser alocada em diferentes gerações de evolução da gestão da inovação.
O universo da gestão da inovação é composto por elementos que precisam ser administrados para que
a empresa seja mais inovadora de forma eficaz. Neste sentido, as dimensões da gestão da inovação são:
8.2.1 Brainstorming
Para que o brainstorming tenha os efeitos que se espera, faz-se necessário que algumas questões sejam
consideradas, tais como:
c) que as ideias apresentadas possam ser combinadas ou aperfeiçoadas, para cumprir com
os objetivos propostos.
Posteriormente à geração de ideias, vem a fase da avaliação, em que são selecionadas as melhores
ideias. Essas ideias são submetidas à fase de avaliação, em que um checklist é seguido, atendendo a
critérios relacionados com aquilo que se pretende naquele momento. São critérios do brainstorming:
onerosidade, relação tempo versus capital, entre outros.
MODERADOR
EXPLICA AS REGRAS
O PROBLEMA
É APRESENTADO
MODERADOR NÃO
EXPLICA AS REGRAS
SIM
APRESENTAR IDEIAS
A ferramenta denominada de Business Model Canvas (BMC) é compreendida como sendo um mapa
visual que contém as nove dimensões que cobrem os três pilares da definição de um modelo de
negócios, que são:
Esse modelo de negócio pode ser de uma nova empresa ou de uma já existente. Veja na Figura 18 a
seguir como se dá esse modelo:
5º No quinto segmento, referente aos recursos-chave, é definido quais os recursos mais impor-
tantes para fazer o modelo de negócio funcionar. Nesse momento, as seguintes perguntas
são feitas: Quais recursos são necessários para fazer o negócio funcionar?; Quais são os ativos
mais importantes para o modelo de negócio, lembrando que ativos refere-se a tudo que
gera valor para empresa, como carteira de clientes, pessoas, estruturas físicas, marca, etc.?;
6º No sexto segmento, dado pelas atividades-chave, é feita a definição de ações mais importantes
que uma empresa deve tomar para fazer funcionar seu modelo de negócio. As perguntas
feitas nessa fase são: Quais as atitudes importantes para o negócio funcionar?; O que precisa
ser feito para que o negócio opere com sucesso?;
8º No oitavo segmento dado pelas Fontes de Renda, foca-se no dinheiro que uma empresa
gera a partir de cada segmento de cliente. As perguntas norteadoras dessa dimensão são:
Quanto os clientes querem pagar pela nossa proposta de valor?; Como os nossos clientes
preferem pagar?;
Na Figura 19, a seguir, você pode ver a matriz na qual as informações de cada uma dessas dimensões
deverão ser inseridas:
Recursos-chave Canais
Custo Receitas
O preenchimento da matriz deve ser feito de forma simples e objetiva, utilizando palavras-chave e sempre
focado em responder às perguntas vistas anteriormente as quais determinam cada um desses espaços.
Para facilitar sua compreensão, veja, na Figura 20, a seguir, um exemplo da matriz preenchida a partir
de um negócio que envolve o site de buscas Google:
Dev. de
software e Plataforma
manutenção Adwords
Anúncios Anunciantes
Dev. de direcionados
novos iGoogle
algoritimos
Blog e
outros site Recursos-chave Canais
Busca Usuários
Plataforma gratuita de internet
de busca de
anúncios
google.com
Algoritimo
de busca
Custo Receitas
Comissões Leilão de
Dev. Manutenção Gratuito palavras-
blogueiros e
Software plataforma chave
sites
8.2.3 Benchmarking
Essa é uma ferramenta de avaliação que deve ser usada de maneira ininterrupta, no sentido de avaliar
produtos, serviços e processos de empresas que são reconhecidas por possuir as melhores práticas.
A análise das empresas objetiva que a sua organização faça o monitoramento do que está ocorrendo para,
assim, poder realizar ações de melhoria a fim de superar os pontos fortes da concorrência. Lembrando
que não necessariamente o benchmarking deve ser feito nos concorrentes diretos, na maioria das vezes
ele é feito por semelhança ou com empresas totalmente diferentes, mas que possui um modelo a ser
analisado e que, quem sabe, possa ser implementado na sua empresa de forma adequada a sua realidade.
Competitivo, no qual as práticas dos concorrentes é que são o alvo. Ele é muito restrito, pois
as empresas não disponibilizam acesso aos concorrentes para conhecer seus processos;
Interno, em que se procura identificar as melhores práticas internas e, com isso, poder
multiplicá-las às demais filiais, setores, departamentos, etc.;
Funcional, que identifica uma função específica, existente ou não, dentro da empresa e
busca informações a respeito dessa função e suas atividades para poder implementá-la.
O processo de benchmarking possui cinco fases de execução. Veja no Quadro 3 a seguir uma explicação
sobre essas cinco fases.
• Identificar o GAP
Fase 3 - Analisar • Identificar as causas do GAP
• Projetar desempenho futuro
Respeitar essas cinco fases é fundamental para que o processo possa ter a efetividade que se espera
e, assim, colher os resultados imaginados.
As ferramentas de inovação são muito semelhantes às do planejamento estratégico, por isso, vamos
citar mais três delas consideradas importantes para a implementação da cultura da inovação, que são:
Análise SWOT e;
Cinco Forças de Porter é um modelo de ferramenta que foi criado na década de 70 com o objetivo de
identificar os fatores que interferem na competitividade das empresas, através de uma análise de cinco
forças competitivas que determinam a atratividade de um negócio.
A ênfase desse modelo está nas forças externas que atuam sobre a organização e que interferem em
seu desempenho.
Veja na Figura 21 a seguir qual a relação entre as cinco forças que compõe a análise as quais demons-
tram suas interferências nos negócios da organização:
Poder de
barganha dos
fornecedores
Poder de
barganha
dos clientes
Rivalidade entre os concorrentes: essa força é uma das mais significativas, pois a grande
maioria das empresas percebe-a como um fator determinante da competitividade. Quando
se fala de rivalidade entre concorrentes, temos todos os setores envolvidos e podemos citar
os mais comuns, como por exemplo, preço, marketing, logística e estratégias.
Ameaça de novos entrantes: a empresa precisa construir barreiras para a entrada de novos
participantes no mercado em que atua. Para citar algumas barreiras temos a economia de
escala, acesso a canais de distribuição, capital disponível e poder de reação.
Economia de escala: a economia de escala é aquela que organiza o processo produtivo de maneira que se alcance a máxima
utilização dos fatores produtivos envolvidos no processo, procurando, como resultado, baixos custos de produção e o incre-
mento de bens e serviços. Ela ocorre quando a expansão da capacidade de produção de uma empresa ou indústria provoca
um aumento na quantidade total produzida sem um aumento proporcional no custo de produção. Como resultado, o custo
médio do produto tende a ser menor com o aumento da produção.
Canais de distribuição: os canais de distribuição referem-se tanto à distribuição física ou logística de um produto, ou
seja, como a mercadoria, informações, pagamentos ou direito de uso chegam do produtor ao destinatário (consumidor).
Capital disponível: o capital disponível é um recurso de rápida renovação (dinheiro, créditos, estoques, etc.) que representa
a liquidez da operação disponível para a empresa.
Poder de reação: o poder de reação refere-se a com que rapidez uma empresa reage a ameaças do mercado. Isso pode ser
representado pelo lançamento de um novo produto, mudança de uma estratégia, ampliação de uma empresa ou compra
de empresas concorrentes.
Poder de barganha dos clientes: essa força avalia o poder que os consumidores possuem
em influenciar o produto, desde a questão do preço, da qualidade, do design, da distribuição
logística até os serviços prestados. Esse poder aumenta quando temos produtos com dife-
renciação muito pequena e, por isso, o volume de compra é elevado.
Poder de barganha dos fornecedores: precisamos analisar bem essa força, pois, caso a
empresa tenha dependência de poucos fornecedores, eles podem vir a influenciar e muito
a organização, através do aumento de preços, redução da qualidade dos produtos, demora
na entrega, limitação nos prazos de pagamento, entre outros.
Ameaça de produtos ou bens substitutos: avaliar os produtos que, mesmo não sendo
iguais aos da sua empresa, podem vir a atender às mesmas necessidades. Essa ameaça é
uma das principais variáveis de definição de preços e ativação da concorrência, mas será a
qualidade do produto ou do serviço que fará a diferença no momento em que o cliente for
optar pelo produto A ou B.
Utilizar a ferramenta de análise das cinco forças para a gestão da inovação permite que você esteja
observando o mercado e seus movimentos e possa, ao mesmo tempo que estrutura sua empresa,
atentar para o que está ocorrendo e pode vir a impactar sua organização, e assim saber se o que está
sendo planejado está de acordo com o que o mercado necessita.
Outra ferramenta muito usada no planejamento estratégico e também de grande importância na gestão
da inovação é a Análise SWOT, a qual veremos a seguir.
A avaliação da empresa mais aprofundada, com um olhar interno da organização, sem desconsiderar
o ambiente externo, é um dos objetivos da técnica da Análise SWOT.
Strenght (Força);
Weakness (Fraqueza);
Opportunity (Oportunidade);
Threat (Ameaça).
Importante
Avaliar os pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças de uma organização
possibilita uma síntese focada em análises internas e externas que possibilitará identificar os
principais elementos para a adequada gestão da empresa, mostrando pontos prioritários de atuação.
Todas essas informações coletadas na análise SWOT enriquecem o planejamento estratégico da orga-
nização, dando conta das potencialidades – exploradas ou não – e dos riscos e problemas que deverão
ser solucionados.
Quando falamos de gestão da inovação, ela se insere nesse contexto do oceano azul, pois tem o objetivo
de criar um espaço no qual ninguém ainda havia pensado.
Veja a seguir o esboço dos principais aspectos que define as estratégias do oceano vermelho e do
oceano azul (Kim, 2005).
• Vencer os concorrentes;
Importante
O que sustenta o alto desempenho das empresas nos oceanos azuis são os movimentos estratégicos
formados por conjuntos de decisões gerenciais, que acabaram resultando em importantes produtos e
serviços, criando assim novos mercados.
A Figura 22, abaixo, mostra a inovação de valor para que compreenda-a melhor.
Custo
Inovação
de valor
Valor para
o comprador
Criar oceanos azuis consiste em reduzir custos e, ao mesmo tempo, aumentar o valor percebido para
os compradores.
Exemplo
Vejamos, por exemplo, o Cirque du Soleil, citado no livro A Estratégia do Oceano Azul (Kim; Mauborgne,
2005), nascido em um período em que o circo estava em decadência. Ao invés de seguir o padrão
dos outros circos existentes, o Cirque du Soleil inovou ao criar apresentações requintadas, cheias de
atrações diferentes e com uma temática e figurino totalmente diversificados do que se apresentava.
Outro exemplo são as Startups que surgem a cada dia e estão mudando o jeito de como fazemos as
coisas: como consumimos, nos locomovemos, nos hospedamos e, até mesmo, como nos comunicamos
e nos relacionamos. Todas essas empresas surgiram em um mercado inexistente que, muitas vezes,
nem tinha demanda e que hoje são fundamentais para as nossas vidas.
Saiba mais
Startup é considerada uma empresa com um histórico operacional limitado. Essas empresas,
geralmente recém-criadas, estão em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados. O termo
tornou-se popular, internacionalmente, durante a bolha da internet, quando um grande número de
“empresas ponto com” foram fundadas.
Essas empresas, normalmente de base tecnológica, possuem espírito empreendedor e uma constante
busca por um modelo de negócio inovador. Esse modelo de negócios é a maneira como a startup gera
valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro.
Para que possamos usar a ferramenta da estratégia do Oceano Azul para a inovação, faz-se necessário
conhecer seus princípios. São elas:
• Primeiro nível: não clientes que podemos chamar de quase convertidos, que estão
na fronteira do seu mercado, prontos para embarcar;
• Terceiro nível: não clientes que chamamos de inexplorados, que estão em mercados
distantes do seu.
Status Quo é um termo, em latim, que significa estado atual. O status quo está rela-
cionado ao estado de fatos, situações e coisas, independentemente do momento.
Criar estratégias do oceano azul não é algo estático, mas sim um processo dinâmico, pois, quando a
empresa desbrava o oceano azul e descobre as suas consequências de desempenho acima do mercado,
logo surgem os imitadores, e, à medida que a empresa e seus imitadores alcançam o sucesso almejado,
mais e mais empresas estarão querendo navegar nesse oceano.
Enquanto os imitadores querem abocanhar um pedaço do oceano azul, a empresa precisa lançar
defesas às bases de clientes que foram conquistados, monitorando sempre as curvas de valor, pois esse
monitoramento sinaliza quando a empresa deve inovar em valor e quando deve persistir na estratégia
vigente. Conforme a rivalidade se intensifica e a oferta é maior que a demanda, começa uma compe-
tição sangrenta e as águas azuis ficam vermelhas. Nessa hora é que devemos buscar outra inovação
de valor e desbravar um novo oceano azul.
2º dimensão: refere-se aos elementos do planejamento, dentre os quais são citados os propó-
sitos, objetivos, estratégias, políticas, orçamentos, normas e procedimentos.
3º dimensão: refere-se à dimensão do tempo, que pode ser de curto, médio e longo prazo;
seguida pelas unidades operacionais, onde o planejamento é elaborado, podendo ser nos
ambientes corporativos, em unidades estratégicas de negócios, subsidiárias, grupos funcio-
nais, departamentos e produtos.
Quando analisamos todas essas dimensões do planejamento, podemos dizer que ele é um processo
desenvolvido para que se alcance uma desejada situação futura e de uma maneira mais eficiente, eficaz
e efetiva, contando com a melhor concentração de esforços e recursos das empresas.
Vendo dessa forma, o processo de planejamento envolve um modo de agir e um salutar modo de pensar,
o qual envolve questionamentos sobre como fazer, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde.
1) Primeiramente, a empresa precisa analisar como o planejamento vai contribuir com os seus
objetivos e esses objetivos devem estar listados em grau de prioridades; e a organização
deverá procurar alcançá-los na sua totalidade.
3) Por último, temos a maximização dos resultados e a minimização das deficiências apresen-
tadas pela empresa, proporcionando uma situação de eficiência, eficácia e efetividade. Essas
etapas são primordiais para que o processo de planejamento ocorra.
O planejamento também possui quatro princípios mais específicos e usa como base a atitude, a missão
e visão. São eles:
1) Planejamento participativo
Desenvolvimento e facilitação do processo de elaboração do planejamento pela própria
empresa, sendo realizado pelas diversas áreas relacionadas ao processo.
2) Planejamento coordenado
Envolvimento de todas as áreas da empresa no planejamento de forma interdependente,
pois entende-se que todos os setores estão ligados e as decisões sobre o planejamento não
podem ser tratadas isoladamente.
3) Planejamento Integrado
Através dos vários escalões nas médias e grandes empresas, em que os objetivos organiza-
cionais prevalecem ao de seus membros, o planejamento é compartilhado e distribuído na
hierarquia, objetivando servir a todos os membros da organização empresarial.
4) Planejamento permanente
O valor e utilidade do plano procura ser mantido por um período de tempo.
■ PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
POR QUE E QUANDO? ESTRATÉGICO ■ EMPRESÁRIO
PRESIDENTE | SÓCIOS | DIRETORES
■ PLANO TÁTICO
ONDE E COMO?
TÁTICO ■ ADMINISTRADOR
GERENTE | COORDENADOR
■ PLANO DE AÇÃO
O QUÊ? OPERACIONAL ■ TÉCNICO
EXECUTOR
O planejamento tático está relacionado com os objetivos de curto prazo e com as estratégias
e ações que afetam a empresa. Nele são definidas as atribuições dos escalões intermedi-
ários (gerências) e compreende a coordenação, planejamento, implementação e controle
dos planos formulados em cada uma das áreas de competência, visando o cumprimento
do direcionamento proposto no nível estratégico.
Observe que esses três tipos de planejamento trabalham em conjunto e cada um tem como objetivo
dar subsídio ao outro tipo e, assim, formar o processo completo na obtenção de melhores resultados.
Importante
Antes de iniciar o planejamento, é necessário que seja feito um diagnóstico estratégico para que
possamos saber qual a situação da empresa, interna e externamente. Essa análise precisa ser feita
da maneira mais concreta e verdadeira possível, porque, quando posicionada erroneamente, pode
prejudicar o restante de todo o processo de desenvolvimento e implementação do planejamento
dentro da empresa.
9.3 MISSÃO
A missão é entendida como a razão de ser da empresa. Nela são determinados qual é o negócio,
por que ela existe e, ainda, em quais as atividades ela deverá se concentrar a partir do momento de
sua definição. O desenvolvimento da missão deve ser elaborado com o objetivo de demonstrar ao
consumidor qual a principal atividade da empresa e que fatia do mercado ela pretende atingir.
Quando respondemos a essas perguntas, estamos possibilitando que as pessoas entendam o papel
que a empresa oferece para os consumidores e afins. Veja o exemplo da missão do Senac/SC:
Exemplo
Promover educação e disseminação do conhecimento com excelência para o desenvolvimento das
pessoas, organizações e sociedade, alinhada com as necessidades do setor do comércio de bens,
serviços e turismo.
9.4 NEGÓCIO
O negócio está relacionado com aquilo que a empresa oferece ao cliente em troca do seu dinheiro. Esse
negócio pode compreender produtos ou serviços que a empresa oferece e o mercado consumidor adquire.
A definição do negócio é fundamental para que a empresa entenda o que ela faz de melhor, qual seu foco
de atuação, seu público alvo e para onde suas estratégias serão direcionadas a fim de atingir seus objetivos.
Ter uma empresa sem uma missão clara pode torná-la o que chamamos de empresa “pato”, pois o pato é
considerado um lindo animal, mas não consegue realizar nada com maestria, já que anda desengonçado,
voa com dificuldade, nada sem muita velocidade e canta com um som que pode soar não tão agradável
para alguns. Por querer fazer de tudo um pouco, o pato acaba por não fazer nada direito e isso ocorre
com algumas empresas que não possuem a definição de seu negócio de forma clara e objetiva.
Importante
A empresa que quer fazer tudo, atender a todos os tipos de clientes, vender todo e qualquer tipo
de mercadoria, acaba não se tornando referência em nada e sendo ignorada pelo mercado e seus
consumidores.
9.4 VISÃO
A visão de uma empresa é idêntica a uma bússola, pois seu objetivo é direcionar o caminho da orga-
nização. É através dela que os executivos enxergam um período de tempo mais longo dentro de uma
abordagem de longo prazo. Além de mostrar o caminho futuro, intriga a empresa a chegar no final do
traçado estabelecido. Ela demonstra os sonhos da empresa e suas esperanças, delineando o planeja-
mento estratégico que deverá ser implementado por ela.
Quando os objetivos forem alcançados, uma nova visão deverá ser definida de acordo com o novo
momento, para que a empresa possa estabelecer novas estratégias para alcançá-lo.
Exemplo
Até 2020, o Senac será a melhor organização de educação profissional do estado de Santa Catarina.
9.5 VALORES
Quando a empresa define seus valores, eles precisam ser elementos nos quais a empresa acredita e
que, portanto, balizarão as ações empresariais. Os colaboradores precisam, ao ver esses elementos,
agirem norteados por eles.
Importante
Os valores mostram para a empresa aquilo que ela acredita, o que é certo e errado, bem como o que
todos devem buscar desenvolver para conduzi-la para que possa atingir seus objetivos.
Valores são basicamente princípios que as organizações utilizam para estabelecer o comportamento
de todos os colaboradores, julgando ser correto ou não em determinadas situações que possam surgir.
Os colaboradores, por sua vez, procuram se adaptar e seguir esses valores na busca dos resultados
esperados pela empresa.
Exemplo
Compromisso com a Aprendizagem, Respeito às Pessoas, Integridade e Inovação.
delas acabam desistindo do processo ou fazendo com que ele aconteça em partes. A operação também
necessita ter parâmetros de controle, pois, sem eles, as boas iniciativas acabam sendo desperdiçadas.
Vamos conhecer alguns fatores críticos de sucesso para a etapa da implantação de uma gestão estra-
tégica efetiva. Esses fatores são fundamentais para aumentar a probabilidade de sucesso das implan-
tações. São eles:
Tratar a gestão estratégica como um processo contínuo e permanente é a etapa seguinte após a
implantação. Mesmo que se programem revisões semestrais ou anuais, a atenção que deve ser dada
ao processo pela média e alta direção deve ser constante.
A gestão estratégica não pode ser tratada como um projeto com início, meio e fim e, muito menos,
de responsabilidade de uma equipe específica. Ela precisa ser encarada como algo fundamental para
que a organização conquiste seus objetivos. Pensando dessa forma, existem também fatores críticos
de sucesso na etapa de implantação. São eles:
3) Priorização dos temas e projetos estratégicos, e incorporação deles no dia a dia da alta
e média gerência, bem como dos funcionários envolvidos em sua implementação;
Mas o processo não para por aí. Uma organização só será reconhecida com um sistema de gestão estra-
tégico efetivo, quando for possível verificar, em sua gestão, os fatores determinantes de sucesso, que são:
1) Todos os envolvidos, da alta direção até os líderes de cada setor da empresa conhecem,
dominam e utilizam em seu dia a dia a metodologia da gestão estratégica e o facilitador
atua eficazmente no cumprimento de seu papel;
2) Existem documentos conhecidos por todas as pessoas que se relacionam com a implemen-
tação e esses documentos explicitam o propósito, as grandes diretrizes, as decisões e as
ações aprovadas para a construção do futuro da empresa;
3) Existem responsáveis, prazos e mecanismos simples e eficazes para que esses documentos
sejam prontamente modificados sempre que mudanças acontecerem;
5) Existem sistemas de informação gerencial, que apoiam as ações e resultados das implan-
tações dos planos de ação aprovados;
10) Existem mecanismos de busca por melhoria contínua nos métodos e técnicas de gestão
estratégica;
11) A empresa conta com um cronograma de longo prazo, o qual é acompanhado periodica-
mente para a implantação dos vários subsistemas de gestão estratégica.
Pode parecer muito, mas é a presença de todos esses fatores que fazem a diferença entre um planeja-
mento estratégico clássico e a gestão estratégica, pois esse processo contínuo, com começo, mas sem
fim, está comprometido com o crescimento, desenvolvimento e com a sobrevivência da organização.
A análise externa das oportunidades que o mercado apresenta pode facilitar o sucesso da missão da
empresa ou até mesmo demonstrar possibilidades que a organização pode aproveitar para alavancar
sua competitividade no mercado.
Dica
Uma oportunidade levantada e não aproveitada, mais tarde pode se tornar uma ameaça,
principalmente se um concorrente observar e utilizá-la. Temos que compreender que as ameaças são
situações que não podem ser controladas, e que podem ou não ser evitadas se forem estudadas em
tempo hábil para tomar as devidas providências.
• Concorrentes Indiretos: são aqueles que vendem produtos ou serviços diferentes mais que podem
em determinadas circunstâncias,disputar a preferência do consumidor.
• Concorrentes Diretos: são aqueles que vendem a mesma linha de produtos para um mesmo público-
-alvo, com uma mesma faixa de preço, em um mesmo tipo ou diferentes tipos de ponto de venda (PDV).
Com essa análise, a organização consegue levantar quais são os pontos a serem melhorados dentro
do ambiente e também quais são as situações que podem fazer a diferença em prol dela diante do
mercado consumidor e seus concorrentes.
Algumas perguntas podem nos ajudar a avaliar os pontos fortes da organização, são elas:
Essas perguntas ajudarão a conhecer que pontos fortes podem auxiliar no aproveitamento das opor-
tunidades e defenderão as empresas das ameaças identificadas.
Conhecer os pontos fracos, ajuda a organização a saber onde deve desenvolver seus esforços para
minimizar essas fraquezas, pois elas podem fazer com que a empresa perca as oportunidades e seja
ainda mais atingida pelas ameaças identificadas.
A Matriz SWOT deve ser desenvolvida de maneira que se consiga unir os componentes principais das
análises. O diagnóstico precisa ser confiável para que possa servir de fundamento no planejamento
de curto, médio e longo prazo da empresa.
ANÁLISE SWOT
NA CONQUISTA DO OBJETIVO
AJUDA ATRAPALHA
(organização)
INTERNA
FORÇAS FAQUEZAS
ORIGEM DO FATOR
(ambiente)
EXTERNA
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
3) A outra etapa é definir o ambiente interno através da identificação dos pontos fortes e
fracos em relação aos seus concorrentes e ao mercado;
4) A partir da construção da Matriz SWOT, a organização precisa estabelecer seus planos estra-
tégicos para que possa aproveitar as oportunidades e vencer as ameaças.
Assim, o Balanced Scorecard tornou-se uma ferramenta de gestão que tem início na visão da empresa,
a partir das quais são definidos os fatores críticos de sucesso, os indicadores de desempenho e permite
a definição de metas e a mensuração dos resultados atingidos em áreas críticas da execução das
estratégias. Seus criadores defendem que diversas empresas não conseguem os resultados esperados
porque não analisam as várias falhas existentes na implementação de suas estratégias. Sendo assim,
essa ferramenta traduz a missão e visão das empresas num conjunto abrangente de medidas de
desempenho, que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica. Os objetivos estra-
tégicos de uma empresa são atingidos quando o administrador é capaz de difundir uma visão comum
e induzir ações relevantes para se atingir o sucesso empresarial.
Importante
O BSC integra as ações Estratégicas, Operacionais e Organizacionais, estabelecendo um processo
estruturado para a criação de medidas adequadas e objetivas em todos os níveis, possibilitando
a integração entre os grupos de ações e garantindo o alinhamento de toda a organização, agindo
nesse grupo de ações, criando a interação e permitindo o controle para o melhor entendimento e
processamento das informações mais relevantes.
O BSC inova com a junção de medidores de desempenho futuro, mais conhecidos como Indicadores de
Desempenho, focados estrategicamente nas perspectivas das Finanças, dos Clientes, dos Processos
Internos e Crescimento. A definição e integração dos objetivos e das iniciativas dessas quatro perspectivas,
constituem os pilares do sistema BSC, os quais devem ser conectados ao pensamento estratégico da
organização, como você pode ver na Figura 25 a seguir:
Financeiro
Para ter sucesso financeira-
mente, como nós devemos
aparecer para os nossos
investidores?
Processos Internos
Cliente
Visão e do Negócio
Para alcançar nossa visão, Estratégia
como devemos ser vistos Para satisfazer os clientes,
pelos clientes? em quais processos devemos
nos sobressair?
Aprendizado e
Crescimento
Para alcançar nossa visão,
como sustentar a habilidade
de mudar e progredir?
1) Todos os elementos do BSC estão interligados, por isso, devem ser tratados em conjunto
em todos os momentos da implantação da ferramenta.
Veremos, a seguir, em detalhes, cada uma das perspectivas do BSC, como elas são aplicadas e de que
forma se inter-relacionam dentro do planejamento.
10.1 PERSPECTIVAS
Para compreender melhor como funciona o BSC, acompanhe uma explicação sobre as diferentes
perspectivas que englobam essa estratégia.
a) Perspectiva financeira
A perspectiva financeira deve possuir enfoque em ser um dos pontos principais do modelo
BSC. O Scorecard mostrará a história da estratégia do planejamento, na qual, primeiramente,
serão definidos os objetivos financeiros e, a partir daí, relacionadas todas as ações para
que, em longo prazo, o desempenho econômico almejado seja alcançado. Qualquer medida
selecionada deve fazer parte de uma cadeia de relações de causa e efeito que culminam
com a melhoria do desempenho financeiro.
Importante
Para que o desenvolvimento da perspectiva financeira se dê de maneira correta, os próprios objetivos
e medidas financeiras de cada unidade estratégica de negócio devem estar coesos à estratégia
principal da empresa, ou seja, uma mesma medida pode não servir para as outras unidades.
O ideal é que o Balanced Scorecard comece com um diálogo aberto entre os executivos de
cada unidade de negócios e o diretor financeiro da empresa. Os objetivos financeiros de
uma empresa podem variar de acordo com cada fase do ciclo de vida dela. As fases são:
crescimento, sustentação e colheita.
Na fase de crescimento, as empresas encontram-se em seus estágios iniciais de ciclos de vida
e seus objetivos financeiros enfatizarão o aumento das vendas. Já na fase de sustentação,
as empresas continuam em busca de investimentos e reinvestimentos, porém, nessa fase,
há também o esforço pelo retorno do capital já investido, da receita operacional e margem
bruta. Na última fase, a de colheita, algumas unidades de negócio já estarão maduras quanto
ao seu ciclo de vida e é natural que a empresa deseje colher os investimentos feitos nas
duas fases anteriores.
É altamente recomendável que os objetivos financeiros das unidades de negócios da empresa
sejam revisados periodicamente, uma vez que uma mudança de cenário interno ou externo
pode proporcionar uma oportunidade de crescimento a um produto ou serviço que, até
então, era maduro e comoditizado.
Três são os principais temas financeiros que norteiam uma estratégia empresarial.
3) A utilização dos ativos, que é uma forma de diminuir o capital de giro necessário para
manter um mix de negócios.
5) Lucratividade de Clientes: nem sempre todas as exigências dos clientes devem ser
acatadas com lucratividade. A medida da lucratividade também pode definir que certos
clientes-alvo não são lucrativos e que os mesmos devem ser revistos.
Visão
Desenvolvimento Sustentável
para o País
Resultados
Posicionamento
Processos e
Atividades
Observe, no mapa estratégico visto anteriormente, que essa organização adotou uma nomenclatura
diferente para cada etapa do BSC. No caso da Aprendizagem e Crescimento, foi utilizado Bases do
Desenvolvimento; para Processos Internos, foi utilizado Processos e Atividades; a perspectiva de
Clientes foi substituída por Mercado; e, por último, a Financeira por Resultados para o País, fechando
com a Visão da organização, que é de Desenvolvimento Sustentável. Cada etapa do mapa está ligada
e depende da anterior para poder acontecer e chegar à Visão.
Veremos, a seguir, uma ferramenta que irá auxiliar no planejamento, mas que está voltada principal-
mente à análise da vida útil dos produtos e serviços, visando contribuir para as estratégias e tomadas
de decisões empresariais.
Importante
Essa ferramenta é muito eficaz na análise do ciclo de vida do produto, na gestão de marcas, na
montagem de planos estratégicos, na gestão da inovação e ainda pode auxiliar na composição das
suas estratégias de venda. O objetivo é que, através da análise da participação do produto/serviço no
mercado e de acordo com a taxa de crescimento, a empresa possa tomar as decisões necessárias a
respeito deles, avaliando se vale a pena manter o produto; se vale a pena investir ainda mais nele; se
é necessário tirá-lo de circulação ou substituí-lo por outro.
Quanto maior a participação de mercado de um produto ou seu crescimento, muito melhor para a empresa.
Precisamos ainda entender sobre o ciclo de vida de um produto que inicia no seu nascimento, amadureci-
mento e eventualmente sua morte ou declínio. Na Matriz BCG, esse processo ocorre em quatro estágios:
Alto
Estrela Em questionamento
Baixo
De acordo com o envelhecimento do produto, as vendas começam a diminuir e, quando realizamos essa
análise dentro da Matriz BCG, podemos identificar quais produtos/serviços estão em cada quadrante
e tomar as decisões necessárias a respeito de cada um deles.
Veja a explicação de cada um desses elementos que compõem os quadrantes da Matriz BCG.
Estrelas
São representadas por produtos ou unidades de negócio que possuem uma elevada partici-
pação em mercados com grande crescimento. Nesse sentido, em breve eles serão grandes
geradores de faturamento para a empresa devido ao seu potencial. Esse tipo de produto
necessita de investimentos constantes para que possam gerar lucratividade, pois estão em
crescimento constante também.
Ponto de interrogação
Os produtos que estão nesse quadrante possuem uma baixa participação no mercado,
mas um crescimento em suas vendas. Nesse caso, para que eles possam aumentar sua
participação, necessitam de investimento para futuramente se tornar estrela e gerador
de caixa. Eles precisam de atenção dobrada, pois, ao mesmo tempo que podem se tornar
estrelas, podem se tornar abacaxi devido à incerteza do mercado em que ele está inserido.
As inovações estão nesse quadrante e, como o mercado é muito dinâmico, nem sempre
esses produtos são aceitos por muito tempo por ele.
Vacas leiteiras
Esses produtos possuem uma alta participação nos mercados estáveis e que crescem
pouco. Devido ao seu baixo crescimento, não necessitam de investimentos, fazendo com
que esse produto seja um gerador de caixa para a empresa. Como eles não dependem de
investimentos maiores, pois já estão consolidados no mercado, suas margens de lucro são
grandes e são os chamados “carros-chefe” da organização.
Abacaxi
São os produtos/serviços que possuem pouca participação e estão inseridos em mercados
com baixas taxas de crescimento. Esses produtos/serviços não são uma boa oportunidade
de investimento e, em alguns casos, necessitam de aporte para poder continuar no mercado,
pois não geram receita para se manter. Esses abacaxis precisam ser retirados de circulação
ou, até mesmo, sofrer uma análise de posicionamento ou aperfeiçoamento para que possam
se enquadrar no mercado certo, se for o caso.
O que deve ser analisado, quando aplicada a Matriz BCG, é que diversos produtos e, até mesmo, negócios
possuem um ciclo de vida, e que, dentro da matriz, começam como um ponto de interrogação e podem
se tornar estrelas, mas, conforme novos concorrentes vão surgindo, esses produtos estrela podem trans-
formar-se em vaca leiteira e, quem sabe, em abacaxis. Por esses motivos é que a empresa precisa analisar
o desempenho de seus produtos constantemente e planejar suas ações estratégicas para cada um deles.
Essa é uma ferramenta importante para a gestão de produtos/serviços e unidades de negócio, mas
lembramos que uma ferramenta nunca pode ser usada isoladamente. Ela deve fazer parte de um mix
de ferramentas que se complementam e, assim, aumentam a sua capacidade de tomada de decisão,
auxiliando no planejamento.
Importante
O planejamento determina quais são os objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para tal.
Ele determina o que se deve fazer, quando, quem e de que maneira será feito. Já o controle, consiste
em medir o desempenho para assegurar que os planos sejam executados da melhor forma possível,
assim como, se aquilo que foi planejado, está sendo feito, quais seus resultados e, caso sejam
identificados erros, que eles possam ser corrigidos, evitando desperdícios e custos desnecessários.
No caso da produção, o PCP planeja e controla a produção de bens ou mercadorias, cuidando das maté-
rias-primas necessárias, da quantidade de mão de obra, das máquinas e dos equipamentos, e do estoque
de produtos acabados disponíveis para que a área de vendas possa realizar a entrega aos clientes.
O PCP deve estabelecer, com antecedência, o que a empresa irá produzir e também controlar se o que
foi planejado está ocorrendo e, se necessário, realizar ações corretivas. Para poder realizar essas ativi-
dades, o PCP se relaciona com diversas áreas dentro da empresa, conforme podemos ver na Figura 28:
Área de
Produção
Área de Área de
Vendas RH
PCP
Área de Área de
Engenharia Suprimentos
Industrial e Compras
Área de
Finanças
O PCP baseia-se em princípios que explicam os fenômenos típicos de seus sistemas abertos. Esses
princípios estão tanto para o planejamento quanto para o controle. De nada vale um PCP que não
defina adequadamente os objetivos a serem alcançados e que não possua um mínimo de flexibilidade
para poder se adequar às mudanças que ocorrem seguidamente no processo.
Definição do objetivo
Planejamento
Flexibilidade do planejamento
Princípios de Objetivo
Ação
a) Produção por Encomenda: quando a empresa realiza a produção apenas daquilo que já
comercializou, que possui contrato ou pedido. Nesse caso, são os pedidos que influenciam
o planejamento da produção.
b) Produção por Lote: utilizado por empresas que produzem uma quantidade limitada de um
tipo de produto de cada vez, que é determinada por um lote de produção, exigindo um PCP
específico que, ao contrário do PCP por encomenda, é feito antecipadamente, permitindo
um melhor aproveitamento de recursos.
Agrupadas em
Máquinas e Variedade e pouca Alto grau de
baterias do mesmo
equipamentos padronização padronização
tipo
Compensa o dese-
Variedade e Regularmente
Mão de obra quilíbrio entre
especialização utilizada
departamentos
Contínuo no lote
Descontínuo e Contínuo e regular ao
Ritmo de produção e descontínuo na
irregular longo do tempo
mudança do lote
Depende do PCP em
Sucesso do Depende de super- Depende do PCP a
planejar os lotes de
processo produtivo visor na oficina-base longo prazo
produção
A primeira fase do PCP é onde o projeto de produção se constitui. Nessa fase, constrói-se um esquema
básico que se fundamenta nos seguintes aspectos:
Passada a primeira fase, em que todas as informações foram levantadas e conhecidas, inicia-se a
segunda fase, que é o planejamento da produção.
Quanto fazer
Capacidade de produção
Quando fazer
O planejamento deve obedecer a quatro fases para que possa acontecer de forma organizada, como
pode ser visto na Figura 31.
A seguir, você estudará cada uma dessas fases para compreender melhor esse processo.
A elaboração do plano de produção deve levar em conta aquilo que a empresa pretende produzir dentro
de um determinado período, que normalmente é de um ano para os casos de produção contínua ou em
lotes; já para a produção sob encomenda, o período é igual ao tempo de produção do determinado produto.
Para que o plano possa ser executado de forma completa, ele precisa estar baseado em quatro funda-
mentos. Veja a explicação desses quatro fundamentos a seguir.
a) Previsão de vendas
Constitui a expectativa de vendas da empresa, determinada por cada tipo de produto e de
acordo com cada período. A previsão de venda é feita pelo departamento comercial que faz
análises do histórico das vendas e uma previsão das vendas futuras com base em experiências
da empresa, necessidade de crescimento, pesquisas quantitativas e análises de mercado.
b) Capacidade de produção
Consiste em conhecer o potencial produtivo da empresa para saber o quanto ela pode produzir
em condições normais. Em alguns casos, dependendo da demanda, algumas empresas precisam
ajustar suas capacidades produtivas através da realização de horas extras, criação de novos turnos
de trabalho e, até mesmo, a contratação de novos funcionários e aquisição de equipamentos.
d) Matéria-prima disponível
Esse item representa os materiais e insumos que os fornecedores entregam para a empresa
para que ela realize sua produção. O que deve ser levado em consideração, no planejamento da
produção, a respeito da matéria-prima é a quantidade de fornecedores, seus prazos de entrega,
o deslocamento e armazenamento da mercadoria. Conhecer muito bem esses detalhes faz com
que a produção aconteça naturalmente e que não se corra o risco de paradas por falta de insumos
ou até mesmo o investimento elevado em estoque, deixando a empresa sem capital de giro.
A capacidade de produção precisa ser aplicada a fim de que os recursos tornem-se rentáveis e evitem-se
quaisquer desperdícios.
O plano de produção tem por objetivo estabelecer a carga de produção que o processo produtivo
receberá. Ela, por sua vez, é calculada pelo volume de trabalho a ser atribuído a cada seção de máquina
em um período de tempo. Cada sistema de produção possui um plano de produção diferente e que
leva em consideração vários fatores que, muitas vezes, não são os mesmos. Vejamos cada um deles.
Temos ainda o Sistema de produção contínua que, nesse caso, utiliza a previsão de vendas
atrelada à capacidade de produção e aos níveis de estoque para o estabelecimento do plano.
PLANO DE PRODUÇÃO
Compras
Depósito de
Corta Fura Pinta Submonta Monta Produtos
Acabados
Fornecedor
Programação da produção e emissão de ordens
Fluxo de materiais
Fluxo de informações
Nessa figura, existem os fluxos de materiais que alimentam cada etapa produtiva e o fluxo das infor-
mações que fornece os detalhes a respeito de como o processo deve ocorrer.
Para que se possa programar a produção de forma adequada, seguindo os requisitos estabelecidos,
algumas técnicas podem ser utilizadas.
11.3.1 Cronograma
O cronograma é um gráfico onde as linhas (horizontais) estão representadas pelos fatores de produção
como: produtos, máquinas, operações e seções de produção; já as colunas (verticais) estão represen-
tadas pelo tempo disponível para a utilização que, nesse caso, podem ser horas, dias, semanas ou,
até mesmo, meses. Observe o Quadro 5 a seguir.
Definição de componentes
Projeto dos componentes
Aprovação final
Projeto de produção
Aquisição do maquinário
Admissão de pessoal
Treinamento do pessoal
Início da produção
Veremos, a seguir, um outro tipo de cronograma que também pode auxiliar no processo de planeja-
mento e controle da produção, chamado Gráfico de Gantt.
O Gráfico de Gantt é um tipo de cronograma que propõe a divisão de cada coluna em quatro subcolunas
(dividindo o mês por semanas) e possui símbolos próprios para identificar as atividades, conforme você
pode ver no Quadro 6.
PERT:
PERT é a sigla de program evaluation and review technique que traduzindo significa programa
de técnicas de avaliação e revisão.
Programação Linear:
Busca, entre as inúmeras tarefas ou atividades, descobrir a melhor distribuição dos recursos,
a fim de obter um valor ótimo do objetivo desejado. É uma das técnicas mais poderosas
dentre as ferramentas gerenciais disponíveis, já que existe uma segurança relativamente
grande de não existir outra solução melhor quando a modelagem e a solução são apropriadas.
O campo de aplicabilidade da programação linear é bastante amplo. Com isso, tornou-se
uma das técnicas mais eficazes na gestão, com aplicações em: organização de transportes
e estoques, estudos de fluxos de caixa, investimentos e sistemas de informações, além dos
clássicos problemas de produção e de mistura de componentes (Andrade, 2007).
2) Roteiro: tem por objetivo estabelecer a melhor sequência para poder atender ao plano de
produção;
Ordem de Requisição de
Solicitação de materiais no almoxarifado da empresa
Materiais (RM)
4) Liberação da Produção: é a fase em que é dado o comando para que todos os recursos sejam
mobilizados e coordenados para a execução das ordens emitidas, garantindo também que
o plano de produção seja realizado, de forma integrada, por todas as unidades envolvidas
no processo fabril. Veja na Figura 34 a seguir o fluxograma que representa as finalidades
da liberação da produção.
Ficha de inspeção
2. Verificação da
Liberação da disponibilidade
produção Ficha de acompanhamento
de recursos como:
Ficha de inspeção
No processo de controle da produção, existem dois tipos de controle que visam certificar se a execução
dos trabalhos está de acordo com os planos, com os esquemas e ordens transmitidas. São eles:
Controle do desempenho
Realizado à medida que as operações estão sendo executadas, visando a eficiência das
operações. Aqui se espera que, através do acompanhamento, ações pontuais possam auxiliar
no processo e realizar as ações corretivas necessárias para o desempenho esperado; e
O controle da produção é a última fase do PCP, que acompanha, avalia e regula as atividades produtivas
com objetivo de mantê-las dentro do planejado e assegura que atinjam os objetivos propostos.
Esse processo de controle possui algumas finalidades que podem ser listadas como:
promoção da informação das demais seções de trabalho sobre o andamento das atividades
produtivas.
É também no controle da produção que são monitorados alguns aspectos críticos do processo com a
finalidade de assegurar o cumprimento dos planos. Vamos listar os principais abaixo:
Plano de produção;
Compras;
Algumas medidas são utilizadas pelo controle da produção para avaliar o sistema produtivo e poder
assegurar seu desempenho, são elas:
Dessa forma, o controle da produção irá verificar, por exemplo, se existe falta ou excesso de estoque
de matéria-prima, de semiacabados ou materiais em vias de produto acabado; pode, ainda, analisar
os produtos com defeito, atrasos na produção e na entrega, os custos de produção, as interrupções
ocorridas e tudo que pode influenciar o processo, interferindo no cumprimento de prazos e objetivos.
1. Estabelecimento
de padrões
3. Comparação do
desempenho com
o padrão
3) Na terceira fase, a de comparação de desempenho do que foi estabelecido com o que está
sendo apresentado, verifica-se se existem desvios.
Essas fases são contínuas, repetitivas e, conforme vão se repetindo, melhoram o desempenho do
processo, assegurando a redução de desvios e aperfeiçoando cada vez mais o processo.
Temos uma variedade de métodos que são utilizados para acompanhar e monitorar as atividades da
produção e assegurar que o processo aconteça conforme planejado. Acompanhe a seguir uma expli-
cação sobre cada um desses métodos:
a) Controle visual: muito utilizado, na prática das empresas, principalmente nas pequenas e
médias, para avaliar a cargas das máquinas e o volume de material com que cada máquina
está trabalhando;
b) Controle total: mais amplo e abrangente, envolve todos os itens para comparar a quanti-
dade programada com a realizada e assegura o controle contínuo de todos os itens. Esse
tipo de controle precisa ser muito prático para não tomar muito tempo e acabar custando
muito caro para a empresa;
c) Controle por amostragem: esse é um controle parcial feito por meio de amostras colhidas
no decorrer do processo através de técnica estatística;
d) Controle por exceção: esse controle é feito pelos desvios, falhas que ocorrem. Todas as
comparações são feitas normalmente, mas o controle ocorre somente por aquilo que sai
do previsto ou que se desvia dos padrões;
e) Autocontrole: esse controle é feito na própria seção de produção e não por um terceiro.
Os responsáveis pela produção é que fazem os controles, assim, esse tipo de controle acaba conscienti-
zando e responsabilizando as áreas pelas ações corretivas, sem depender de outros órgãos para realizá-las.
Para que possamos assegurar o melhor desempenho através do controle da produção, alguns tipos
de controle são mais conhecidos e utilizados e asseguram a criação de indicadores de controle para
que o trabalho tenha um padrão. São eles:
c) Controle de estoque
É função do controle da produção cuidar continuamente do estoque para assegurar o bom
andamento do processo. Um dos principais indicadores é:
Outro ponto que deve ser observado, no controle do estoque, é que ele precisa estar adequado à
produção e também ao tempo necessário entre a compra e a entrega, para que não ocorram paradas
não planejadas por falta de materiais.
Informação
O gestor de produção precisa conhecer bem todo esse processo para que a empresa não sofra as
consequências da má gestão de estoques. Esse processo envolve toda a empresa, desde a diretoria,
até o departamento financeiro, de compras, de distribuição, de armazenagem, de produção e de
distribuição. Eles precisam estar alinhados para garantir o sucesso da operação.
Os estoques não ficam somente no almoxarifado, eles se distribuem em diversas unidades produtivas,
na medida em que a matéria-prima é processada e transita de uma seção para a outra. Os cinco tipos
de estoque representam os estágios onde eles se encontram, conforme você pode observar na Figura
36, a seguir, que traz uma simulação de uma empresa fictícia.
Estoque de:
Estoque • Materiais em processamento Estoque
de MP • Materiais semiacabados de PA
• Materiais acabados (componentes)
Como os estoques representam um enorme capital para a empresa, esse controle precisa acontecer
de forma confiável para garantir os menores custos e o melhor aproveitamento.
Várias são as formas de controlar o estoque, mas existem alguns métodos mais simples e utilizados
que facilitam o trabalho do gestor, principalmente em empresas que não possuem um sistema de
gestão da produção que determina isso automaticamente. Vamos ver alguns exemplos de sistemas
de controle de estoque mais utilizados.
A classificação dos estoques se dá pelo volume ou pelo seu valor monetário. Na maioria das vezes,
um pequeno número de itens representa um grande valor do estoque, por isso as empresas fazem
essa classificação agregando esses itens em classes para poder fazer uma melhor gestão e garantir a
redução de custos. Vamos conhecer essa classificação.
Classe A: é representada por uma quantidade menor de mercadorias, mas com um grande
valor agregado e um custo elevado. Por esse motivo é que se faz necessária uma atenção
maior a esses itens;
Classe C: esses itens são os mais baratos do estoque e representam uma maior quantidade.
Em muitos casos, são componentes que existem em maior quantidade e tratados com uma
menor atenção.
Essa divisão em classes é chamada de Classificação ABC, a qual permite que seja visualizado especi-
ficamente os itens mais importantes. Através de tabelas de classificação por ordem de grandeza dos
produtos, criam-se gráficos cartesianos de análise para verificar como está se comportando a chamada
curva ABC e poder tomar as devidas providências. Veja um exemplo na Figura 37.
O exemplo visto, na Figura 37, traz uma tabela com classificação por ordem decrescente de valores,
gerando o gráfico com a Curva ABC que, nesse caso representa o maior volume de recursos para um
menor número de clientes, aumentando o número de clientes, mas diminuindo os valores dos recursos.
Existem vários tipos de manutenção que são utilizados nas empresas: manutenção corretiva, preven-
tiva, preditiva, detectiva e a engenharia da manutenção, sendo que cada uma delas tem um objetivo.
Vamos conhecer melhor as três primeiras, pois são as mais usuais.
a) Manutenção corretiva
Como o próprio nome indica, ela procura corrigir defeitos e quebras no decorrer do processo.
É a forma mais óbvia e mais primária de manutenção; pode se sintetizar pelo ciclo “quebra-
-repara”, ou seja, o reparo dos equipamentos após a avaria.
Informação
Essa é a forma mais cara de manutenção quando encarada do ponto de vista total do sistema, pois,
no momento da quebra, os danos sempre são maiores e os custos se elevam, principalmente por ter
a produção interrompida. Esses imprevistos levam a produção a uma menor utilização de máquinas e
equipamentos no decorrer do ano, reduzindo, assim, sua produção e ainda diminuindo a vida útil dos
equipamentos e máquinas.
Torna-se impossível eliminar completamente esse tipo de manutenção, pois não se pode
prever, em muitos casos, o momento exato em que se verificará um defeito que obrigará a
uma manutenção corretiva de emergência.
b) Manutenção preventiva
Esse tipo de manutenção consiste em um trabalho de prevenção de defeitos que possam
originar a parada ou um baixo rendimento dos equipamentos em operação. Essa prevenção é
feita baseada em estudos estatísticos, estado do equipamento, local de instalação, condições
elétricas que o suprem, dados fornecidos pelo fabricante (condições ótimas de funciona-
mento, pontos e periodicidade de lubrificação), entre outros.
Ter um plano de manutenção preventiva trará vários benefícios para a empresa, dentre eles
a diminuição do número total de intervenções corretivas, aligeirando o custo delas, uma
grande diminuição do número de intervenções corretivas ocorrendo em momentos inopor-
tunos e um aumento considerável da taxa de utilização anual dos sistemas de produção e
de distribuição.
c) Manutenção preditiva
Essa manutenção não é muito comum em empresas de pequeno porte, mas considera-se
importante para predizer o que pode acontecer com determinado equipamento devido ao
seu desempenho. Ela trata de atuar com base em modificação de parâmetro de condição
ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática.
Importante
O objetivo desse tipo de manutenção é prevenir falhas nos equipamentos ou sistemas, através de
acompanhamento de parâmetros diversos, permitindo a operação contínua do equipamento pelo
maior tempo possível.
nível esperado
nível admissível esperado
0 - acompanhamento
preditivo
t0 t1 t2 t3 tempo
manutenção preditiva
Importante
Portanto, as bases de alocação usadas no custeio baseado na atividade são medições das atividades
executadas, que podem incluir horas do tempo de ajuste de máquina ou número de vezes em que
isso foi feito ou, ainda, demais maneiras de distribuição em função da atividade que está sendo
analisada, a qual pode ser industrial, de serviço ou atividades gerais.
Uma das importantes razões da crescente utilização e necessidade de uso dessa ferramenta é o aumento
dos gastos gerais, os chamados Overhead das empresas que, nos últimos anos, tem se tornado muito
significativo.
Os principais objetivos da implantação de um sistema de gerenciamento de custos com base nas ativi-
dades (ABC) estão relacionados à facilidade e precisão com que a administração terá para:
Eliminar/reduzir atividades que não agregam ao produto um valor percebido pelo cliente;
Recursos consumidos (o que foi gasto: água, luz, salários, entre outros);
Atividades executadas (onde foi gasto: produção, informática, vendas, entre outros);
Objetos de Custo (para que foi gasto: produto A, produto B, atividade X, entre outros);
Recursos: Contas contábeis, por exemplo, energia elétrica, salários, entre outros;
Atividades: São todas as diferentes atividades que são realizadas nos centros de custos,
áreas, departamentos, entre outros;
Enquanto no método tradicional a alocação é feita através de critérios de rateios limitados (geralmente
quantidade produzida/vendida), no ABC existe uma multiplicidade de critérios (denominados de dire-
cionadores de custo ou cost drivers), cada qual específico à atividade (custo) a que se relaciona (por
exemplo: número de notas fiscais emitidas, número de requisições de compras, entre outros).
Os direcionadores de custo são os fatores que fazem com que as atividades sejam realizadas, ou seja,
é a causa do volume de recursos consumidos pela atividade. É utilizado para custear as atividades
que compõem os processos. Os recursos estão relacionados às atividades/subatividades, e elas aos
objetos de custos. Para cada recurso ou atividade, os cost drivers podem ser diferenciados. Veja quais
são eles no Quadro 8 a seguir:
Veja, na Figura 39, a representação gráfica do método de custeio por atividades ABC.
O que foi
consumido? Recursos Recursos Recursos
Onde foi
consumido? Atividade 1 Atividade 2 Atividade 3
Direcionadores de custos
cost drivers
Aplicar esse método não é algo muito simples, mas possui inúmeras vantagens e desvantagens que
dependem de vários fatores condicionantes. As vantagens podem ser listadas, como sendo:
identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais
recursos;
pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição;
possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto.
O sistema de custeio ABC apresenta diversas vantagens que devem ser cuidadosamente analisadas
pelas empresas, com o sentido de serem tirados proveitos de suas informações, colocando a entidade
em uma posição privilegiada. Contudo a necessidade imposta pelo mercado, os custos de implan-
tação e acompanhamento, o recurso humano necessário, os produtos envolvidos, as necessidades
dos gestores, entre outros fatores, devem ser analisados para que se dimensionem as vantagens e
desvantagens para cada instituição.
As mais conhecidas ferramentas do Controle da Qualidade são um total de sete, mas outras foram
sendo acrescentadas no decorrer dos anos e acabaram complementando as que vamos conhecer
nessa seção. Faremos uma pequena conceituação de todas elas e aprofundaremos o conhecimento
em duas, o Diagrama de Ishikawa e o Fluxograma que vimos no início do nosso curso. Veja a seguir
uma explicação sobre as principais ferramentas da qualidade.
a) Fluxograma: essa ferramenta tem como finalidade detalhar os processos através da iden-
tificação de suas etapas, conhecendo exatamente onde tem início e onde terminam seus
pontos críticos e, com isso, realizar a ilustração do processo, contendo todas as suas etapas
listadas em um modelo gráfico. A construção desse gráfico pode ser feita de várias formas
e ainda com a utilização de símbolos padronizados mundialmente e de fácil interpretação.
Veja, na Figura 40, um exemplo do fluxograma de uma aprovação de crédito em uma loja,
cujas etapas do processo estão listadas do início ao fim.
Sim
Empréstimo Gera documentação e
FIM
aprovado? libera empréstimo
c) Diagrama de Pareto: esse diagrama tem como objetivo identificar a causa principal de um
determinado problema. O princípio desse modelo gráfico é demonstrar que a maior parte dos
problemas é causada por um número pequeno de causas, ou seja, de acordo com a teoria,
20% delas. As informações sobre as causas e efeitos são pesquisadas e colocadas em tabelas
que demonstram a participação de cada causa sobre os efeitos. Assim, as informações são
repassadas para um gráfico, onde demonstra a devida proporção. Veja, no Quadro 9 e Figura 41,
um exemplo em que temos uma quantidade de peças com defeito em um processo produtivo.
PERDAS NA PRODUÇÃO
120
100
80
60
40
16 12 8 6 5 2
0
Variação na Variação no Ajuste Desgaste de Quebra de Queda de
operação ajuste da de rolo ferramenta broca/ energia
anterior máquina laminador bedame
Observe que, após o levantamento das ocorrências e do número de peças rejeitadas, identificou-se
que o maior percentual está concentrado em duas causas que acabam gerando praticamente 70%
dos defeitos. Nesse caso, o tratamento do problema pode ser feito de forma mais assertiva, pois as
informações apresentadas são justificam.
a) Diagrama de Dispersão: mostra o que acontece com uma variável quando a outra muda.
Serve para testar possíveis relações de causa e efeito através do agrupamento ou dispersão
dos dados coletados. Veja, na Figura 42, uma demonstração da correlação entre as variáveis
coletadas.
b) Histograma: tem como finalidade mostrar a distribuição dos dados através de um gráfico
de barras, indicando o número de unidades em cada categoria. Os dados apresentados
representam a informação que se quer saber para que o problema possa ser tratado.
No exemplo da Figura 43, temos um problema que é a sobrecarga nas bagagens de um voo
comercial, onde o gráfico aponta a quantidade de ocorrências e o peso em Kg das bagagens.
25
Número de ocorrências
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60
Peso, em kg
c) Cartas de controle: são usadas para demonstrar as tendências dos pontos de observação
em um determinado período de tempo. Através de fórmulas que são aplicadas com os
dados do processo, podem-se determinar os limites de controle. Observe, na Figura 44, que
existem os limites de controle determinados em vermelho e a linha em preto, que consiste
na linha que representa os dados coletados. Nesse caso, temos dois momentos em que os
dados ultrapassaram os limites estabelecidos para mais e para menos. Esses são pontos
que necessitam de atenção especial e um plano de ação corretivo.
74.01
Média
74.00
73.99
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
O TQC (Total Quality Control) ou Controle Total da Qualidade, define processo como uma reunião de
seis fatores ou causas, os chamados “6M”, são eles:
matérias-primas;
máquinas;
mão de obra;
métodos;
medidas ;
E
F
E
CAUSAS I
T
O
S
Exemplo
Por exemplo, um produto, para ser fabricado (efeito), é o resultado da ação de matéria-prima, mão de
obra, máquinas, métodos, medidas e meio ambiente em um processo de produção. Cada um desses
processos (causas) pode ser subdividido em processos menores. No caso do Método, posso incluir a
programação da produção e assim abrir outro diagrama para tratar somente desse subprocesso.
O desempenho de um processo pode ser avaliado através de itens de controle, que podem ser definidos
como indicadores que estejam relacionados com as dimensões da qualidade (custo, qualidade, entrega
e serviços) e que são analisados em cima do efeito do processo ou do produto. Vejamos um exemplo:
quando estamos falando da programação de produção, podemos utilizar o indicador de controle - o tempo
médio entre as paradas das máquinas para as trocas de lotes (lead time), a pontualidade no atendimento
do cliente, horas extras empregadas, estoque médio no período, dentre outros itens de controle.
Temos ainda o olhar para dentro do processo, para suas causas. Nesse caso, relacionamos os itens
de controle com os itens de verificação das causas e que também podem ser indicadores numéricos,
como, por exemplo, o caso do indicador de paradas das máquinas para troca de lotes (lead time), onde
podemos obter índices de verificação sobre tempo disponível de máquina, tempo das paradas por falta
de matéria-prima, tempo dos setups, absenteísmo, lotes em retrabalho, entre outros.
Quando medimos os processos, conseguimos verificar se ele está ou não de acordo com o que foi
planejado. Na qualidade total, a ideia é de que, para se manter um processo sobre controle, os itens
de controle devem ser estabelecidos sobre os efeitos; e também itens de verificação devem ser esta-
belecidos sobre as causas, de modo que, sempre que houver um problema, ele seja analisado e sejam
tomadas as devidas ações de bloqueio para evitar problemas futuros.
What - O quê?
When - Quando?
Where - Onde?
Who - Quem?
How - Como?
Com as respostas a essas perguntas, você cria um mapa que irá auxiliá-lo a seguir os passos de um
projeto, tornando a execução dele muito mais efetiva.
Essa ferramenta pode ser útil não somente nos casos citados anteriormente, mas para qualquer
ocasião que necessite de planejamento, como o lançamento de um novo produto, a organização de
um evento, enfim, ela serve para inúmeras finalidades e, por ser simples de utilizar, facilita ainda mais
a sua aplicação nos mais diversos tamanhos de empresas.
Abaixo vamos apresentar um quadro preenchido com as informações da ferramenta. Usaremos, como
exemplo, o Quadro 10, a seguir, que mostra um processo produtivo e itens que são necessariamente
controlados.
(How
(What) (Why) (Who) (When) (How) (When) (Where)
much)
Diferença
Verificar
Acom- entre a
Avaliar o os tempos
panha- data de lead time
padrão Ao de setup,
Lead time mento e liberação > 10%
de veloci- completar R$ movimen-
da OF controle ea lead time
dade do cada OF tação e
da data de padrão
processo fabricação
produção conclusão
da OF
da OF
Diferença
Quan-
entre a
Acom- tidade
Ao final quan-
Quan- Avaliar o panha- fabricada Verificar
de um tidade
tidade padrão mento e diferente origem
programa de itens R$
de itens de controle da quan- dos
de fabri-
fabricados qualidade da tidade defeitos
produção cados e
produção progra-
a progra-
mada
mada
Calcular Tempo
Acom- Verificar a
o tempo real >
Avaliar panha- rotina de
Ao real 10% do
Consumo os custos mento e operações
completar despren- R$ tempo
de MOD produ- controle empregada
cada OF dido pelo padrão
tivos da pelo
operador de
produção operador
na OF operação
Plan (Planejar);
Do (Fazer/Executar);
Check
PL
A
P EJA
N
Definir as
A
IR
Metas e
AG
Objetivos
Atuar
Corretamente
Definir os Meios
que Permitirão
Atingir as Metas
Propostas
Educação e
Treinamento
Verificar os
Resultados da
Tarefa Executada
Executar a
Tarefa
C (Coletar Dados)
D
VE
FI E
RI
CA Z
R FA
1) A primeira etapa é a do Planejamento (Plan). Ela tem por função estabelecer os objetivos
processo e, ainda, quais os métodos e estratégias serão utilizadas para atingir esses objetivos.
2) A segunda etapa é a Execução (Do). Iniciamos essa etapa pela educação e treinamento dos
envolvidos no processo para que possam conhecer e se desenvolver dentro dos padrões
estabelecidos no processo anterior de planejamento. Após essa etapa, segue-se com a
execução das atividades estabelecidas para se chegar ao objetivo. Nessa fase, são feitas as
3) A terceira etapa é a Verificação (Check). Após a coleta de dados, é feita a comparação entre
o planejado e o realizado. Caso existam discrepâncias, as ações corretivas da etapa posterior
devem ser aplicadas, mas, caso tudo ocorra de acordo com o planejado, a rotina é mantida.
4) A quarta etapa é a das Ações Corretivas (Action). Essa etapa visa eliminar definitivamente
os problemas identificados para que não ocorram novamente. As ações corretivas tomadas
podem ou não influenciar no planejamento que ocorre na primeira etapa, pois, como o ciclo
PDCA nunca para de rodar, podem ser que as ações corretivas venham a criar a necessidade
de se estipular uma nova meta, seja ela para cima ou para baixo, dependendo dos resultados
das análises feitas na etapa de verificação e, posteriormente, nas ações corretivas.
Cada vez que o um problema é identificado e solucionado, o sistema produtivo passa para um novo
patamar de qualidade, buscando, dessa forma, trabalhar dentro de uma ótica do melhoramento
contínuo, na qual os problemas são vistos como oportunidades para melhorar o processo.
Dica
O Ciclo PDCA pode ainda ser usado para melhorar diretrizes de controle, nas quais não se tem um
problema específico a ser analisado, mas sim um objetivo a ser atingido de performance, seja na área
comercial ou produtiva, ou até mesmo de processos administrativos ou gestão de pessoas. O ciclo
inicia com a definição da meta, passa pelo estabelecimento das estratégias, treinamento das pessoas,
desenvolvimento do processo, coleta de dados através dos indicadores criados, passa pela verificação
dos resultados no decorrer do processo e, por fim, se estabelecem as possíveis ações de melhoria
caso sejam necessárias.
Esse modelo, se aplicado, aumenta em muito o desempenho dos processos e assim a eficácia dos
mesmos.
Importante
A sigla GUT significa Gravidade, Urgência e Tendência e têm por objetivo a priorização de forma
racional, levando em consideração a gravidade, a urgência ou a tendência de um fenômeno, podendo,
assim, auxiliar o gestor na avaliação da escolha das ações menos prejudiciais à empresa.
Por ser uma ferramenta de auxílio ao planejamento, ela nos ajuda a responder as seguintes perguntas:
O que devemos fazer primeiro? Por quê? Por onde devemos começar?
Essa técnica, preferencialmente, deve ser aplicada por um grupo de pessoas para que se possa chegar
ao consenso sobre as ações. Essas pessoas irão listar uma série de atividades a realizar e irão atribuir
os graus de gravidade, urgência e tendência para cada uma delas e, após a classificação, tomar as
decisões estratégicas devidas.
A tomada de decisão estratégica de cada campo deve se basear em uma escala que vai de 1 a 5, depen-
dendo do grau em que a atividade estiver. Veja a classificação de cada campo e suas escalas específicas
no Quadro 11 a seguir:
GRAVIDADE
U – Urgência: pressão do tempo que se tem para resolver uma situação. Tudo aquilo que
demanda prazo deve ser analisado nesse caso; e suas consequências indesejáveis, se ele
não sofrer a intervenção.
URGÊNCIA
TENDÊNCIA
A aplicação dessa ferramenta requer que se utilize um formulário específico, formado por cinco colunas,
conforme visto no Quadro 12.
G U T
Problemas GUT
Gravidade Urgência Tendência
É recomendado que, no preenchimento do formulário, que, além de serem colocadas as notas, sejam
também realizados comentários justificando-as, visando a transparência do processo. Para que essa
ferramenta tenha sua aplicabilidade, e apresente resultado, os usuários precisam dispor de uma lista
completa de atividades a serem realizadas ou dos problemas que precisam enfrentar, pois, se não
possuirem uma visão completa do processo, essa ferramenta perde seu potencial. Esse método possui
várias vantagens, as quais listaremos a seguir.
Permite que se aloquem os recursos para aquilo que é considerado mais importante.
É de simples aplicação.
Normalmente, quando não se tem uma priorização de atividades, elas são orientadas pela sua urgência.
No caso da utilização da Matriz GUT, o usuário pode formar uma visão ampla do que precisa realizar e
ser orientado para isso. Sabe-se que fazer tudo que é listado nem sempre acontece, portanto, usando
a ferramenta, você poderá escolher aquilo que realmente pode fazer para obter o sucesso de seus
planos estratégicos.
Vimos também sobre inovação e a importância que esse tema tem, juntamente com o planeja-
mento estratégico, para o desenvolvimento das empresas e a permanência delas no mercado tão
competitivo em que vivemos; e como o Planejamento e Controle de Produção são fundamentais
para que as empresas tenham eficácia em seus processos, através da utilização das ferramentas
de análise, implantação da qualidade e processo de melhoria contínua.
Todos os elementos que você estudou nesse curso são de grande importância para você que já
desempenha uma função de gestão ou que pretende fazê-la em breve, pois esses conhecimentos
fornecem-lhe subsídios para que a gestão dos processos internos na organização da qual faz,
ou venha a fazer parte, sejam otimizados e, assim, os ganhos em produtividade e qualidade possam
ser cada vez maiores. Esse curso trouxe para você o conhecimento daquilo que é fundamental
para munir os profissionais de gestão para que eles possam contribuir com as organizações em
que atuam, a fim de melhorar seus controles e resultados.
Atenção
Você finalizou seus estudos neste curso. Agora, realize a atividade Avaliativa, que está disponível
no menu lateral esquerdo da Sala Virtual deste curso no Ambiente Virtual. Lembre-se que para ser
aprovado e receber o certificado, você deverá atingir um aproveitamento superior ou igual a 70%.